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terça-feira, 5 de julho de 2016

Da clonagem das chaves do Céu como a primeira questão ética a respeito da clonagem

1) Se Cristo deu a São Pedro as chaves do Céu, então até mesmo as chaves, ou outros objetos que são dados por Deus aos homens, possuem essência divina porque decorrem do verbo que se fez carne e que fez morada em nós. Por conta disso, é impossível cloná-las, usurpá-las.

2) Por conta da doutrina dos dois corpos do Rei, os reis - por fruto de sabedoria humana dissociada da divina - quiseram fazer uma cópia da chave que São Pedro recebeu de Jesus, de modo a criar um papa mais permissivo aos seus interesses escusos. Eis a figura do antipapa, que nada mais é do que um usurpador, escolhido por fatores democráticos e não por força do Santo Espírito de Deus - Espírito que mantém a Igreja santa, em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Esta questão da clonagem da chave do Céu - por força da Querela das Investiduras - antecipou por séculos a questão da clonagem biológica - se o DNA é a chave da vida, então até mesmo essa chave pode ser copiada - e se tudo for fundado em sabedoria humana dissociada da divina, então o homem se arrogará Deus e sua ousadia não terá limites, graças à tecnologia, que amplia ainda mais essa sensação.

Notas sobre uma vigarice muito comum no ramo do Direito

Do "legislador" ou notas sobre uma vigarice muito comum no ramo do Direito

1) Quando parlamentares são entrevistados na TV Câmara ou na TV Senado, eles costumam usar um jargão bem conhecido no Direito: o legislador.

2) O Congresso é composto de 513 deputados e 81 senadores - e tudo isso é reduzido a uma figura abstrata e vazia chamada "legislador". Como o Estado é tomado como se fosse religião, o "legislador" vira Deus e o Estado é o conjunto de tudo aquilo que é conforme o Todo desse "legislador". É evidente que tudo isso é fruto de sabedoria humana dissociada da divina e matará a verdadeira religião, que decorre do Deus verdadeiro que foi gerado e não criado, mas que é da mesma essência da qual o Pai se constitui: a essência divina.

3) Nenhum legislador, por ser homem e imperfeito, é Deus. Além disso, nenhuma intenção é pura: por trás de uma lei há um lobby, há um toma-lá-dá-cá; além disso, há ainda grupos de pressão, composto de pessoas com necessidades reais (ou com necessidades imaginadas, fundadas na ideologia); há ainda interesses partidários e por trás deles há disputas de cargo - cargos esses que permitem nomear gente para os escalões menores, de modo a obter poder, prestígio e influência. Trata-se de uma equação bem complexa - e o exame da realidade política do país deve levar tudo isso em conta.

4) Se o idealismo, simbolizado na figura mítica do "legislador", representa um sério entrave epistemológico, então o verdadeiro estudioso do Direito deve ser, antes de tudo, um estudioso sério da ciência política, pois, para se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, o primeiro passo é desconsiderar todos os elementos que façam com que o país se reduza a uma nefasta religião de Estado, onde o "legislador" - esse ser abstrato - é um sumo deus, a ponto de depor o Deus verdadeiro, ao usurpar a competência da Santa Criação, de modo a fazer algo maléfico, revolucionário.

domingo, 3 de julho de 2016

A fonte da cultura está naquilo que se dá na carne

1) Certa ocasião, quando estava na catequese, estava aprendendo sobre o cativeiro dos hebreus na Babilônia. Como naquela época os judeus não tinham mais a Arca da Aliança e nem o Templo de Jerusalém, eles precisavam contar com a sabedoria humana que não vinha deste mundo, de modo a manter a cultura viva. Neste tempo, eles estavam totalmente escravos de Deus de modo a se manterem livres, enquanto povo eleito, povo esse que receberia o Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo.

2) Desde então, eu comecei a fazer o seguinte exercício, de modo a fortalecer o conhecimento empírico: imaginando que o movimento revolucionário tenha feito o que os nazistas fizeram, que foi queimar todos os livros, eu decidi, por conta de meditação e muita reflexão, manter e desenvolver o que conheço acerca da realidade brasileira, tendo por base todas as orientações feitas pelo Santo Espírito de Deus, que é meu guia neste trabalho que faço. Embora eu não tenha lido quase nenhum livro de 2014 para cá, eu fui, pela graça de Deus e do Crucificado de Ourique, praticamente capaz de criar toda uma estrutura orgânica de conhecimento - um todo estruturado que não fica a dever a quem sabe muito por conta de haver 50 livros por ano, cujas leituras são mais decoradas do que meditadas.

3) O próximo passo agora será a sistematização do conhecimento na forma de livros, mas eu farei isso quando o país estiver livre da ideologia nazi-petista - se eu publicar agora, eu serei muito perseguido. Até mesmo meus familiares, que não têm nada a ver com história, sofrerão por conta disso - o que é injusto, pois o direito natural, cuja lei se dá na carne, é um preconceito para eles, visto que são claramente ateus.

4) Eis o meu segredo para eu escrever tanto, mesmo não tendo lido muito. Ao longo de uma vida, você tem um tempo para plantar, para ler muito - e esse tempo é a infância e adolescência. Quando chegar o tempo de colher - o tempo da Idade Adulta, que é o tempo do sacerdócio -, o seu dever é meditar sobre tudo aquilo que você leu e plantou na sua consciência, pois o que é verdadeiro frutificará. E se você tiver vida reta, consciência reta e fé reta, isso produzirá muito fruto.

5.1) Outro segredo importante é despir-se de todas as vaidades. Nunca ralhe o seu semelhante - isso é pecado contra a bondade, contra a caridade fundada no serviço da verdade; como isso atenta contra o Espírito Santo, Deus jamais te perdoará por isso. A exceção que pode ser feita é em relação aos conservantistas - esses devem ser ralhados.

5.2) O melhor caminho para não ter sua reputação questionada, em meio a esta barafunda chamada rede social, é só adicionar aqueles que estão realmente interessados naquilo que você fala e que é conforme o Todo que vem de Deus. Nunca misture na sua timeline contatos - para cada tipo de grupo, um novo perfil deve ser criado. Uma vez consolidado o trabalho, aí será lícito criar uma página de facebook, pois muitos serão voluntariamente os patronos e protetores do seu trabalho, de seu apostolado.

sábado, 2 de julho de 2016

Respondendo a algumas objeções

As formas monárquicas geralmente transformam a política num tipo de religião, como bem observou Eric Voegelin. Sou passadista e reconheço as contribuições da família real para este país - contudo [referindo-se ao Italo Lorenzon], você pede aos seus amigos Objeções. 

1) Os povos latino-americanos possuem uma tradição do líder salvador muito forte como bem observada por Joseph Campbell e penso que a Monarquia pode acentuar o populismo causado por este tipo de "carga cultural marcante". A sociedade civil possuí fortes valores liberais e conservadores, mas a grande maioria não é afeita à ideia de identidade, soberania e unidade.

2) Eu levo em consideração o que temos por maioria de agrupamento de interesses, mentalidades, cultura. As coisas são formatadas à partir daí no momento e não o contrário - se não fosse feito dessa forma, teríamos uma Guerra Civil pipocando com toda sorte de grupos e células com causas diversas. Tertuliano, Platão, Aristóteles, Thomas Paine, Tocqueville, Burke apontam análises negativas acerca do período monárquico.

Aleksander Costa Pinto


1) Certa ocasião, o colega Italo Lorenzon fez uma enquete na sua timeline, de modo a encontrar argumentos racionais contra a monarquia. O argumento mais relevante levantado foi um que foi apontado por Eric Voegelin, dizendo que a monarquia tende a uma teocracia política.

2) A teocracia política está no fato de se tomar o país como se fosse uma segunda religião, a ponto de esmagar a religião verdadeira. E essa mentalidade começa a partir do ponto em que o rei tem o corpo temporal e o corpo espiritual da nação, tal como foi apontado em Kantorowicz.

3) Se o rei tem o corpo espiritual e temporal da nação, então a nação, para ser grande, precisa ir em busca de si mesma, seja por meio da conquista militar, seja pela formação de impérios comerciais. Exemplos de impérios que foram aos mares em busca de si mesmos: a Espanha, a Holanda e a França - e todos eles não foram bons colonizadores, como Portugal o foi, por força de Ourique.

4) Se o rei tem o corpo espiritual e temporal da nação, o rei, como no Japão, é tomado como se fosse um Deus vivo. Ele terá poderes absolutos - e o pecado se instalará nessa terra até tornar-se uma república, tal como nós a temos. Eis o absolutismo, pois o Rei, dentro dessa mentalidade, vai se proclamar dizendo que é o Senhor dos Senhores e não o servo dos servos. É por conta disso que considero D. João II o exemplo oposto daquilo que foi D. Afonso Henriques. D. João II é o arquétipo do príncipe de Maquiavel, cuja doutrina causa uma verdadeira confusão demoníaca, tal como Olavo provou em seus textos mais recentes.

5) Essa doutrina dos dois corpos do rei serviu de base para Lutero proclamar o princípio de que o povo deve seguir a religião de seu príncipe (um príncipe, uma religião => Estado tomado como se fosse religião, coisa que é conservada conveniente e dissociada da verdade). Não é à toa que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele - e países cujos reinos adotaram a doutrina de Lutero são essencialmente ateus, como a Suécia ou a Inglaterra. Além disso, é fato provado que os protestantes, sobretudo os luteranos, elegeram Hitler na Alemanha.

6) Eric Voegelin era um autor protestante - sua análise sobre a monarquia estava influenciada por conta de sua visão de mundo e também porque ele sentiu na pele o nazismo, daí o seu pessimismo, pois não acreditava em fraternidade universal. Se ele fosse um autor católico, ele teria uma visão de mundo mais parecida com a dos tomistas.

Notas sobre mandato político e sobre a cláusula de bem servir

1) Aquele que opta por servir ao seu povo e ao seu Rei tem seu tempo de serviço fundado na eternidade. Como político, o tempo de seu mandato está intimamente ligado à cláusula de bem servir - enquanto ele estiver servindo à pátria de modo a que esta seja tomada como se fosse um lar em Cristo, ele ficará no seu cargo até o momento em que houver o recall de seu mandato, ao violar o princípio da não-traição, ao trair tudo aquilo que é verdadeiro e conforme o Todo que vem de Deus, base sob a qual todas as leis positivas se assentam.

2) Como político é legislador, ele por força de Lei Natural está proibido de mentir ou de conduzir seu povo através da mentira ou da dissimulação.

3) Tempo de mandato por um lapso de tempo fundado em sabedoria humana dissociada da divina, sob a alegação de que é preciso haver alternância de poder, é falácia. Política é vocação e não profissão - se o político serve a Deus ao ajudar seu Rei a bem reger seu povo, então seu mandato dura enquanto bem servir ao seu povo. É um sacerdócio, pois política se dá no alto dos céus, tal como se deu em Ourique - por isso mesmo, é uma vocação.

4) Se Deus não for o norte de todas as coisas, então as coisas estarão sujeitas à corrupção - e é da corrupção, própria da mentalidade revolucionária, que surge a perversão das leis.

Notas sobre o salvacionismo pela educação

1) O grande defeito de algumas posições conservadoras é ignorar o fato de que o homem nasce com inclinação para o mal e que esta só pode ser corrigida com o auxílio da graça divina e do recurso aos sacramentos.

2) Julgar que a educação, por mais clássica e erudita que seja, vá ser "per se" o caminho de salvação para o homem é cair, com o sinal trocado, no mesmo erro da esquerda e dos movimentos revolucionários que veem na educação um meio de recuperar a bondade antropológica rousseauniana perdida com a vida em sociedade.

3) Além disso, não é demais lembrar que muitos facínoras tiveram educação nos moldes clássicos e que diversos movimentos revolucionários eclodiram em ambientes permeados por forte classicismo greco-romano, esvaziado, no entanto, da sustentação cristã que dava a ele sua razão de ser.

William Botazzini Rezende

Notas sobre democracia deliberativa

1) A soberania do povo é um espelho da soberania de seu rei - quanto mais o rei faz o seu trabalho de ser servo dos servos ao ser senhor dos senhores, mais o povo é livre e toma o país como se fosse um lar em Cristo. Tal qual uma pirâmide, a justiça se distribui do alto para baixo.

2) Assim como o direito positivo não tem autoridade por si, se não estiver conformidade com aquilo que decorre da Lei Natural - Lei essa que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus -, a soberania popular, sem um Rei, não dura por si mesma - e é justamente porque ela não subsiste por si mesma que ela acaba edificando liberdade para o nada, base de toda ordem revolucionária. E o povo sem um rei vira um povo sem lei, escravo de todos aqueles que regem as coisas com leis fundadas em sabedoria humana dissociada da divina, tal como há nas repúblicas modernas, iludindo a todos com vãs promessas e falsas liberdades que obrigam a todos ao impossível. É sob essa ilusão de liberdade que há nas repúblicas que muitos conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, sob a falsa alegação de que votam porque são capazes, por serem ricos em sabedoria humana dissociada da divina.

3) A verdadeira democracia se funda no fato de que o Rei vê o seu povo como um espelho de si mesmo. Para tanto, chamará, dentre os melhores de seu povo, aqueles que governarão junto com ele, de modo a que se constitua a nobreza, a base do exercício do Poder Moderador. E essa nobreza constituirá a Câmara Alta do Parlamento, de onde os membros do Conselho de Estado serão recrutados. Para quem quer servir ao seu país e não vem de família com passado de servir ao povo e ao Rei, o primeiro passo para se chegar à nobreza é servindo na Câmara Baixa, onde suas decisões serão moderadas pela Câmara Alta.

4) O povo - ao mandar representantes ao Parlamento, de modo a ajudar ao Rei - deve ser muito bem formado e pronto para servir a Cristo em terras distantes, tal como se fez em Ourique. E é por conta da continuidade dessa missão que deve fundamentar muito bem suas escolhas, de modo a escolher os que poderão melhor honrá-lo no Parlamento, seja se ele tem ou não passado nobre, uma vez que escolher com base na quantidade de votos não conta nada, a não ser a mediocridade de quem vota. Afinal, as ruínas fundadas nisso falam e Deus ouve tudo.