A classe militar por excelência era a dos senhores feudais: aqueles que vertiam, mais do que o seus conterrâneos, o sangue em prol do bem comum, espiritual e temporal. Este holocausto colocava os nobres em situação análoga à dos mártires. E o heroísmo de que quase sempre davam mostras, isto era uma prova da integridade de alma com que aceitavam o seu holocausto. Em consequência disso, faziam jus a excepcionais privilégios e honrarias.
A elevação do combatente plebeu à nobreza ou a promoção do combatente nobre a superior grau de nobreza constituíam, pois, recompensa mais justa e adequada ao valor militar.
Como é natural, este modo de ver a classe militar reflectiu-se na formação da sociedade colonial brasileira.
Afirma Oliveira Vianna que muitos justificavam o pedido que faziam para si de sesmarias "exibindo os gilvazes da luta, as mutilações do soldado, o corpo cortado pela espada do Normando, do Bretão ou do Flamengo ou atravessado pela flecha do bugre. Com isto, eles ingressavam na posse da terra - o que era a principal riqueza (...). Era a bravura militar que dignificava, então, o indivíduo - o que lhe assegurava títulos à nobreza e à aristocracia.
Plinio Corrêa de Oliveira - Nobreza e Elites Análogas
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