1) Colônias são territórios ultramarinos que servem para a glória real - no contexto do Império Ultramarino, são coadjuvantes que atuam de modo a que as estrelas, os reis, brilhem mais.
2) A lógica das colônias se funda na seguinte lógica: o Estado sou eu (ou Eu sou o senhor dos senhores - e não o servo dos servos). Só em governos em que o rei é um tirano é que os territórios de ultramar serão inseguros e corruptos. E não é à toa que todos os países que trataram os seus súditos como colonos - como apátridas, sem ligação com a terra natal - foram péssimos colonizadores. A começar pela França - e depois, a Inglaterra, na forma como tratou a questão dos impostos nas Treze Colônias da América do Norte.
3) Portugal e Espanha trataram seus territórios como parte mesmo de seus reinos - as cartas que regiam os vice-reinados tinham o mesmo estatuto de reino tal qual o reino originário. O mundo hispânico só pode ser entendido a partir do momento da relação da Espanha com as Espanhas (todo o território do continente americano sob a soberania espanhola)
4) Portugal e os territórios que faziam parte do Império Ultramarino Português devem ser pensados na mesma forma, já que a razão que movia a fundação do Império se dava a partir da missão de servir a Cristo em terras distantes - e isso pede colaboradores e não marionetes. E para que haja a colaboração, um estatuto jurídico que os punha em pé de igualdade nos direitos e deveres que os súditos de Portugal tinham era necessário. Então, falar em Brasil-Colônia só tem sentido para quem se baseia em pensamento gramsciano, fundado em Maquiavel - é em Maquiavel que você vai encontrar toda a justificação para as colônias, pois é política fundada para se tomar o país regido pelo Príncipe como se fosse religião.
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