1) Tempos atrás, de Fernando Pessoa, eu li o seguinte: "o poeta é um fingidor; finge a dor que deveras sente".
2) O romancista tem um mesmo quê do poeta, só que usa a prosa, o texto corrido - nele, você encontra um verdadeiro caos, às vezes planejado, cuja leitura, em certos momentos, é um tormento.
3) Quando uma pessoa me sugere escrever uma crônica ou um romance, ele me sugere ser um fingidor e isso não é o que quero ser. E isso é uma das maiores ofensas que se pode dizer a mim, pois sempre desejei ser um cientista a vida inteira. E para ser cientista, é preciso ser sincero - e dizer a verdade, com base naquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus.
4) O lado bom de ser um cientista social ou um filósofo, que são as atividades que desempenho de fato, é que posso escrever textos na forma pontual e neles posso escrever as coisas dialogando com o Espírito Santo - e isso requer que você diga as coisas com base na sinceridade da alma. E para se escrever de forma pontual, a conformidade com o Todo que vem de Deus é o método para se dizer as coisas, dando uma visão objetiva para as coisas.
5) Eis aí porque tomo como ofensa quem me sugere escrever como Chesterton, que escreveu crônicas e romances. Isso não tem relação com a minha personalidade - e isso é um sinal de que a pessoa não me conhece.
6) Muitos acham que o escritor pode tudo, por entenderem que manejar as palavras num sentido claro e coeso é um dom divino. A verdade é que escrever é uma projeção da alma para aquele detalhe que você quer passar - como sou um ser pecador e imperfeito, eu devo contar aquilo que realmente eu vi, da forma que melhor sei fazer. E isso pede que aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas ouçam.
7) Eis porque jamais serei um romancista - e quem sugerir isso será bloqueado, já que não me conhece. E não permito a quem não conhece opinar, pois não estudou ou conheceu aquele que deve ser estudado.
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