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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Notas sobre o princípio da inafastabilidade - um dos fundamentos da Lei Natural

1) Santo Agostinho de Hipona costuma dizer que estamos diante de um juiz onisciente; este pode tudo porque sabe tudo - e justamente porque sabe tudo que ele é perfeitamente justo e não é capaz de errar (the king can do no wrong). Esse juiz é tanto verdadeiro Deus quanto verdadeiro homem - por isso, perante o Cristo, nós temos o princípio da inafastabilidade.

2) É por conta do fato de estarmos diante de um juiz onisciente que a Cruz se faz necessária nos tribunais. Isso é um lembrete para o juiz, investido de suas funções, de não fazer o que Pilatos fez, pois ele vai prestar conta de seus atos diante do juízo final em caso de injustiça, pois Jesus é juiz dos vivos e dos mortos, além de ser legislador perfeito. Afinal, Ele deu à lei mosaica pleno cumprimento, com base na lei do amor - devemos amar-nos uns aos outros e perdoar-nos infinitamente. É difícil isso, mas não é impossível - se Cristo deu o exemplo, por que não fazê-lo?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2016.

Notas sobre brasilianismo

1) Brasilianismo é a História do Brasil enquanto projeto de civilização independente daquele que foi edificado em Ourique. 

2.1) As origens deste estudo começam no quinhentismo, sob o falso argumento de que o Brasil foi colônia de Portugal. 

2.2) Como foi bem dito por Loryel Rocha, D. Pedro I e José Bonifácio de Andrada e Silva forjaram a independência do Brasil por meio de falsificações documentais, inventando o argumento de que o Brasil era colônia (e se formos ver os documentos constantes na Biblioteca Nacional ou mesmo os documentos existentes no Conselho Ultramarino - ou mesmo os que se encontram na Torre do Tombo -, não há nenhum chamando o território que compõe a antiga Terra de Santa Cruz de "colônia", mas de Estado do Brasil, que foi um Vice-Reino e depois se tornou parte do Reino Unido, por vontade de Sua Majestade, El-Rei D. João VI).

3) Se formos analisar o conceito do colega Haroldo Monteiro, o brasileiro nato é, na verdade, brasiliano nato, tomando por fato esse projeto de civilização divorciado daquele que foi edificado em Ourique, uma vez que se baseia no conceito libertário de que o homem é uma folha de papel e sobre ela qualquer utopia pode ser passada a ele, já que educação se tornou um direito e esse direito é passado de geração em geração até o processo de abolição da família - enquanto célula-mãe para se tomar o Brasil como um lar em Cristo e não religião totalitária de Estado - se tornar uma realidade concreta.

4.1) Se o brasiliano nato sofre problemas sérios de cognição - fato que é passado de maneira hereditária, tal qual a burrice -,  isso se deve ao projeto de civilização que tentaram fazer por aqui, que acabou sendo voltado para o nada, para a degenerescência. Sem o Crucificado de Ourique, a monarquia não se subsiste por si mesma, pois ela acaba se tornando um governo de transição para a República (a denominação Império já é uma denúncia disso). 

4.2) Isto explica o argumento do professor Olavo  de Carvalho de que a restauração da monarquia no Brasil pede necessariamente o apoio de uma parte do estabelecimento burocrático que nos domina, até porque ele é fruto desse brasilanismo. 

4.3) A restauração da monarquia vai implicar necessariamente não só a restauração do regime, mas também de toda a nossa origem fundacional sobre a qual o país foi fundado, em Ourique. Este empreendimento necessariamente terá de repensar as bases culturais sobre a qual o homem do Brasil é pensado e visto - e até agora, poucos monarquistas estão indo além da História do Brasil, enquanto brasilianismo.

4.4) Se o Brasil deixar de se pensado enquanto brasilianismo e passar a pensado enquanto parte da civilização edificada em Ourique, o homem nascido nesta terra deixa de ser basiliano (nome pomposo para apátrida) e passa a ser brasileiro nato, que é também português nascido no continente americano, que faz do seu trabalho original, o de extrair pau-brasil, sua razão de ser, sua vocação. E desse trabalho, que constitui a guilda original, outros trabalhos dignos decorrerão por derivação, surgindo uma nação comunitarista, o que fortalece o senso de nacionidade nesta terra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 2016.

Comentários adicionais:

Comentários adicionais:

Haroldo Monteiro: Você apontou bem as fontes históricas e filosóficas próprias de um brasileiro nato. Eu faço essa distinção, pois há um conjunto de brasileiros, mesmo minoria, que tem uma concepção antropológica de homem totalmente diversa, sustentada em uma perspectiva mais ampla segundo a que emana da raiz mesma da nossa civilização e que abrange os Reino de portugual - sub o ponto de vista da hierofania de Ouriques, ponto paradigmático da ordem da nação portuguesa em lato sentido - e que abrange o Brasil e outros países.

José Octavio Dettmann:

1) Isso sem falar que há gente aqui que não é só luso-brasileira, mas também carrega dentro de si a bagagem que veio da imigração de italianos, alemães e outros e que complementam isto. Se pararmos pra pensar,  há pelo menos três visões antropológicas: a da maioria, que é apatria; a de uma minoria singular, que é somente luso-brasileira; e a de uma outra minoria que toma este mundo português casado ao de suas terras de origem, criando um processo de internacionidade (nacionidade compartilhada).

2) Essa internacionidade e pensada sempre vis a vis (mundo português e mundo italiano, mundo português e mundo alemão e mundo japonês e mundo português - isso se dá dentro de cada indivíduo. Com o passar das gerações esses processos vão amalgamando e se consolidando). Se a realidade política do primeiro reinado for reconstituída, o partido brasileiro abrangerá a ala alemã, a ala dos portugueses nativos da América, os italianos e outros tantos - e terão tanta força como o antigo partido português. E uns colaborarão com os criando um parlamentarismo e não um governo de facção, que prepara o caminho para uma República.

Haroldo Monteiro: Parece que a ordem portuguesa é semelhante  ordem cristã no sentido da sua vocação à busca de outros povos para o Cristo. Portugal, no que pode muito bem ser deduzido do seu mito, já nasce sob o signo da "internacionalidade" do ide aos confins do mundo e fazei discípulos meus meus, que Jesus disse aos seus apóstolos. O "velho" que aparece tanto no sonho e em realidade é o símbolo desse peregrinar que a história de portugual encarna tão bem!` Essa "internacionalidade" advém de um impulso humano de busca.  A Bíblia afirma essa busca,  no homem que tem que se casar e deixar a sua terra e parentela,  no caso de Abraão.  Um homem que tem que sair do seu lugar para ir ao encontro do seu reino em Davi.  Um homem que tem que sair da sua ignorância para encontrar a sabedoria.  Ou seja, a realidade do antropos humano em face de uma tensão divina,  deseja ascender ir além e isso realmente, desde um ponto de vista social,  parece criar um internacionalidade de intenções comuns,  fonte mesmo do cultivo, da cultura de um povo - e isso demanda o elemento estrangeiro.

José Octavio Dettmann: e este elemento está na História de Ruth.

Haroldo Monteiro: Não só nela, mas, se observarmos bem, é o movimento mesmo da bíblia,  na busca do povo prometido e da promessa da revelação que busca dar uma boa nova.

José Octavio Dettmann: Seria o casamento tanto dos jus solli (Terra Prometida) quanto de jus sanguinis (a do povo consagrado por Deus para servir a Cristo em terras distantes). E isso leva a um tipo de distributivismo. Se parar pra pensar, viabiliza, em termos práticos, aquilo que foi dito por Dante Alighieri sobre Monarquia Universal.

Haroldo Monteiro: Essa síntese,  de uma terra prometida que é, ao meu ver, um dos fatores da base sociológica portuguesa. Ela é herdeira e ao mesmo tempo consagrada ao anúncio do Cristo crucificado de Ourique. Portugal,  quanto mais eu estudo,  mais eu vejo uma missão, que é a fonte do seu existir.

José Octavio Dettmann: É a cristologia que não está na Bíblia. E ser protestante nesta circunstância é revelar ignorância sobre algo em que está inserto que é muito mais profundo do que pensa ou imaginação - e isso é um tipo de apatria.

Jose Octavio Dettmann: Acho que fiz bem em ter falado isso, Haroldo. Agora compreendo o que você queria fazer. Por isso que é preciso tomar cuidado com o termo "brasileiro", pois ele é muito mais profundo do que costumam dizer por aí.

Haroldo Monteiro: Os conceitos se referem a unidades históricas que precisam ser individuadas por uma definição e nominação.  Eu não uso conceitos acidentais,  mas conceitos depurados que ao longo do que escrevo,  busco expressá-lo a sua patência para quem me acompanha.  É na verdade um processo analítico que precisa separar, para poder sintetizar em uma visão as partes. Assim,  a tensão de superfície que alguns conceitos meus estabelece  não passa de aparência,  pois se entendidos em sua substancialidade efetiva, verificamos que a aparente "displicência" é só aparente mesmo como sempre veríamos, quando conversamos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Por que não sou brasiliano?

1) O termo brasiliano pressupõe um Brasil independente, divorciado daquilo que foi edificado em Ourique. E o ponto culminante desse ser brasiliano é necessariamente a fundação de Brasilia. Tão logo o Brasil rompeu com sua origem, Portugal, acabou surgindo, ainda que por propaganda panfletária e anônima, a idéia de uma nova capital, de modo a consolidar essa nova estrutura de ser, revolucionária.

2) Os que estavam mais comprometidos com a mentalidade revolucionária, os republicanos, acabaram destruindo a monarquia e trataram de lançar os alicerces da nova capital no desconhecido Planalto Central, cabendo à expedição Cruls a execução desse projeto criminoso de poder. Somente nos anos 1950, durante a presidência Kubitschek - com sua agenda de avançar o Brasil 50 anos em 5  -, que houve essa mudança.

3) Durante os anos de colégio, eu aprendi que o nativo de Brasília é brasiliano, brasiliense ou candango. Se analisarmos à lógica histórica, brasiliano é quem está sujeito ao centralismo totalitário e ditatorial que vem desde Brasília. É por essa razão que repudio o termo brasiliano. 

4) Melhor ser brasileiro, dado que o trabalho enobrece - e extrair pau-brasil é um tipo de trabalho, principalmente se olhado a partir do que foi edificado em Ourique. Esta é, pois, a primeira classe profissional da nova terra, a primeira guilda, a mãe de todas as profissões ou vocações que decorrem do fato de tomar o Brasil como um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/12/consideracoes-sobre-ser-brasileiro.html

Considerações sobre ser brasileiro, naquilo que foi fundado em Ourique

1) Se brasileiro é o habitante do Brasil que extrai pau-brasil, de modo a gerar riquezas - o que faz com que o mundo português como um todo seja mais próspero e tomado como um lar em Cristo de maneira melhor -, então exercer minha profissão é uma forma de santificação, nos termos de São Josemaría Escrivá, pois por força do meu trabalho estou servindo ao Cristo Crucificado de Ourique em terras mais distantes. Do produto do meu trabalho, saem os violinos e os vestidos escarlates da nobreza, incluindo os da nobreza cardinalícia, que defenderá com o próprio sangue tudo aquilo que foi edificado na conformidade com o Todo que vem de Deus, dado que custou o sangue do cordeiro, que hoje nos serve de refeição, na eucaristia.

2) Se da profissão surgiu uma vocação, então surgiu um vínculo com esta terra, fundada na Aliança do Altar com o Trono, dado que houve nacionidade. Como minha missão é honrar meu Rei, o receptáculo dessa promessa, então meu vínculo com o soberano, minha nacionalidade, vai me preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu. Portanto, eu sou luso-brasileiro. 

3) Se eu for brasileiro sem essa vocação, então eu sou mais um escravo desta infame república que toma o Brasil como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar foral. Logo, eu sou um apátrida, posto que renego minha origem e minha vocação.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/12/por-que-nao-sou-brasiliano.html

Se nós, que somos brasileiros, somos poucos, então não é honesto nos acusar de ingratidão

Haroldo Monteiro disse: "Meditando, tentando captar o nexo dos nexos que ilumine a atual baderna institucional brasileira, cheguei a uma ingente conclusão: No Brasil a vida é um valor relativo em face do prazer mais hedônico e egoísta possível. O hedonismo radical é a formalidade de realidade de um brasileiro nato, que não concebe nada para além do prazer mais imediato!" (Facebook, 07/12/2016).

1) Eu falarei a verdade, sempre. Se tiver de perder amizades, eu as perderei com muito prazer. 

2) Eu sou brasileiro, sei a minha origem e sou grato a Deus por isso. 

3) Não chamem brasileiro de ingrato - ingrato é o apátrida, nascido nesta terra, no sentido biológico do termo. Assim, vocês colocam os justos no mesmo balaio dos pecadores, que são muitos. E são esses pecadores obstinados, que constituem o joio, que devem ser ceifados e lançados ao fogo, posto que pecaram contra o Espírito Santo, pecado esse que Deus não perdoa.

4) Ampliem seus horizontes e parem de falar a linguagem que o mundo fala. Estudem a realidade - quem não aprender a tomar o Brasil como um lar com base na missão que recebemos do Cristo Crucificado de Ourique estará, pois, se predestinando à apatria, a ponto de legitimar tudo o que não presta, uma vez que chamar brasileiro de ingrato é jogar na lata no lixo os poucos bons junto com os maus, que são muitos -  o que é fora da caridade, da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Exterminar apátrida é legítima defesa

1) Allan Dos Santos fala que é perfeitamente possível desejar a morte de alguém, por conta de seus pecados que derramam sangue inocente nesta Terra de Santa Cruz, que é consagrada ao Crucificado de Ourique. No entanto, eu não posso desejar a esse alguém que ele vá para o inferno, pois ele pode pedir perdão por seus pecados - e o pedido de perdão pode se dar por força de milagre. Neste entendimento, Italo Lorenzon acompanha, assim como muitos outros.

2) Com base neste entendimento, não seria pecado desejar a morte dos apátridas, posto que não respeitam o que há de mais sagrado, que é a vida - e a gota d'água, causa do ódio perfeito, foi terem permitido o assassinato de seres indefesos em gestação a partir do terceiro mês, quando o feto já está formado, com o sexo definido e é capaz de sentir dor, tal como o colega Caio Bellote Delgado Marczuk bem disse.

3) Melhor que derramem o sangue dos apátridas, pois eles têm o sangue dos inocentes nas mãos. A pátria será renovada a partir desses santos inocentes, que serão salvos nesta luta contra o mal, dado que seu direito de viver estará garantido por força da iniciativa e coragem dos poucos brasileiros desses nossos tempos que se recusaram a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de negar a missão sobre a qual este país foi fundado, em Ourique. Esses brasileiros que tiveram a coragem de não serem modernos e atuais é que salvarão o Brasil - e muitos deles não estão nas ruas físicas, mas nas ruas virtuais edificando consciência pelo país afora, através da rede social.

José Octavio Dettmann

O Brasil verdadeiro só existe em poucos. Por isso, poucos são os patriotas e muitos são os apátridas

"Eu me desespero em saber que quase não existem patriotas nesse país. Eu me desespero e enojo-me só de pensar, que, se um patriota pegar em armas contra Brasília, a mediocridade geral deste país em massa o condenaria e as forças de segurança o atacariam, ao invés de estar ao seu lado". 

(Arthur Benderoth de Carvalho)

1) O país está dominado por apátridas. E apátridas não são brasileiros - como não tomam o Brasil como um lar, com base no Crucificado de Ourique, eles não têm direito algum, nem mesmo o mais básico, que é a vida, já que não acreditam mais na esperança e não respeitam aquilo que há de mais sagrado, pois são tão fechados a Deus que só mesmo um milagre poderá convertê-los. E o pior: por conta do relativismo moral, eles matam os seus filhos, que poderiam salvá-los de seus pecados sistemáticos, pois até mesmo de um estupro ou de uma gravidez indesejada poderia vir um santo que pode salvar uma família inteira do pecado. Como uma nação pode decorrer de um indivíduo santo, haveria uma pátria renovada por força desse nascimento - e isso está sendo negado, por força do aborto, que está sendo pregado como se fosse um direito, coisa que é fora da Lei Natural.

2) O grande erro que muitos cometem é tomar por brasileiro quem é apátrida. O apátrida é nascido nesta terra, mas não toma o Brasil como um lar, com base no Crucificado de Ourique. É nativo no sentido biológico do termo - e muitos nem são Cristãos, pois não passam de hedonistas que buscam edificar liberdade fora da liberdade em Cristo, edificando liberdade para o nada.

José Octavio Dettmann