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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Casas de aposta versus institutos de pesquisa - quais são os melhores termômetros para se medir a vontade do eleitorado? - notas sobre a experiência americana

1) Didi Red Pill apontou que nos EUA, no lugar de buscarem sondar as opinões através de institutos de pesquisa, eles costumam sondar a vontade do eleitorado através das casas de apostas.

2) Ele comentou que a grande diferença das casas de apostas para esses institutos de pesquisa é que na primeira as pessoas botam o seu dinheiro no que acreditam - e caso estejam certas, elas ganham uma graninha, uma vez que lucro é ganho sobre a incerteza. Com relação aos institutos de pesquisa tradicionais, eles são financiados com dinheiro público, de modo a manipular a vontade do eleitorado - o que é uma fonte de corrupção do sistema político e eleitoral

3) Se política eleitoral é um jogo, então apostar nas casas de apostas é perfeitamente válido - muito ao contrário das apostas esportivas, onde as apostas são fundadas em paixões efêmeras, como a paixão por um time de futebol.

4) Se fosse para legalizar o jogo, eu só liberaria apenas nos casos de eleições, sejam elas de índole municipal, estadual ou federal - isto permitiria um dado real sobre pesquisa eleitoral, pois uma aposta errada gera prejuízo para quem faz uma má escolha. Não é à toa que o apostador deve saber necessariamente fazer análise política - o que pede necessariamente bom preparo no âmbito cultural.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de julho de 2024 (data da postagem original).


Bicentenário da imigração dos povos de língua alemã para o Brasil - transcrição de um podcast

(0:03) Há 200 anos, começava uma migração em massa do território onde hoje fica a Alemanha (0:09) para o Brasil, um fenômeno que duraria décadas e que levaria quase 300 mil alemães ou falantes (0:15) de língua alemã para diferentes regiões brasileiras, com maior concentração nos estados (0:20) do sul. (0:20) Quando ainda fazia parte do reino de Portugal, Brasil e Algarves, o Brasil já havia tentado (0:26) a instalação de colônias alemãs na Bahia, por exemplo, mas o projeto não vingou. (0:30) Nova Friburgo, na Serra do Rio de Janeiro, já havia sido fundada por suíços, mas na (0:35) época o Brasil ainda não era independente.

(0:38) Por isso, a primeira colônia fundada efetivamente para imigrantes provindos de territórios (0:43) onde hoje se situa a Alemanha após a proclamação da independência em 7 de setembro de 1822 (0:50) foi a de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. (0:53) Foi lá que os primeiros 39 imigrantes chegaram no dia 25 de julho de 1824, depois de uma (1:01) viagem que durou pelo menos três meses. (1:04) Mas e como e por que esses imigrantes escolheram o Brasil como destino? (1:08) Bom, há uma série de razões.

(1:10) É uma história complexa e cheia de nuances geopolíticas e econômicas que eu explico (1:15) a partir de agora. (1:17) Quem me ajuda a contar um pouco dessa saga é o escritor e pesquisador Rodrigo Trespa, (1:21) autor do livro 1824, Como os Alemães Vieram Parar no Brasil. (1:27) A promessa na Alemanha era de que todos receberiam sementes, ferramentas, animais, subsídios (1:33) e 77 hectares de terra.

(1:35) A divisão foi feita de forma que uns receberam muito mais do que isso e outros menos da metade (1:41) e de forma bastante irregular. (1:42) Isso já nos primeiros anos, desde a demarcação de terra. (1:45) Mostra o quão corrupto era o governo da época.

(1:48) Eu entrevistei o Rodrigo para um documentário sobre os 200 anos da imigração alemã para (1:53) o Brasil, que poderá ser assistido no canal da DW Brasil no YouTube e em emissoras de (1:58) televisão parceiras no Brasil. (2:13) Está no ar o DW Revista, o podcast semanal produzido pela redação brasileira da DW. (2:20) Eu sou o Guilherme Becker e falo diretamente de Bonn, na Alemanha.

(2:23) Nesta edição, vamos explorar por que o Brasil foi um dos países que mais recebeu imigrantes (2:29) alemães a partir do século XIX. (2:31) E este não será o único episódio sobre o tema. (2:34) Ao longo das próximas semanas, vamos lembrar de outros capítulos, alguns deles um tanto (2:39) desconhecidos sobre a imigração alemã para o Brasil.

(2:57) Se a gente tivesse que resumir o início do processo que levou milhares de alemães a (3:02) imigrarem para o Brasil ao longo dos séculos XIX e XX, podemos citar quatro principais (3:07) motivos. (3:08) Primeiro, uma Europa devastada devido às guerras napoleônicas entre o fim do século (3:13) XVIII e o início do século XIX. (3:16) Depois, a Revolução Industrial, que afetou muitas regiões do interior da Europa, ou (3:20) da Alemanha, neste caso, também entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. (3:25) Terceiro, a Independência do Brasil, consumada em 1822. (3:30) E por fim, o caminho aberto para a abolição da escravatura. (3:34) Tudo isso que eu citei aqui fez com que os habitantes dos então reinos do território (3:38) onde hoje se situa a Alemanha enxergassem uma grande oportunidade para mudar de vida, (3:43) para vislumbrar uma melhor qualidade de vida, ainda que em um lugar desconhecido e distante.

(3:49) Aqui vale lembrar que a Alemanha como conhecemos hoje só foi formada em 1871, depois de a Prússia (3:56) e outros reinos derrotarem a França e, anos antes, a Áustria e a Dinamarca, em guerras (4:01) que começaram na década de 1860. (4:04) Na maior parte do século XIX, a Alemanha era, portanto, uma grande colcha de retalhos, (4:10) vamos dizer assim, um punhado de reinos, tendo a Prússia como o maior deles e também outros (4:15) com nomenclaturas hoje conhecidas por intitularem estados alemães, como é o caso de Bayern, (4:21) Baviera em português, Hessen e Sachsen, Saxônia em português, ou mesmo cidades como Hanover (4:28) e Hamburgo. (4:29) E também por isso, a imigração alemã para o Brasil é conceituada primeiramente como (4:34) uma imigração de povos de língua alemã, em vez de considerada propriamente de alemães.

(4:40) Fato é que a data de 25 de julho de 1824 ficou consolidada porque o então chefe da (4:45) colônia de São Leopoldo, o doutor Johann Daniel Hillebrand, registrou esse dia como (4:50) sendo o da chegada dos primeiros 39 imigrantes alemães ao local, a cerca de 30 quilômetros (4:55) de Porto Alegre, ao norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. (4:59) Mas, como o Rodrigo me explicou no bate-papo que tivemos para o documentário, há controvérsias (5:04) em relação ao ano e a data da chegada dos imigrantes. (5:08) Ouçam só.

(5:09) Há o ano porque nós temos a presença de alemães ou populações que falavam o idioma (5:14) alemão antes de 1824. (5:16) A gente vai ter exemplos de alemães que foram enviados para a construção da Forteza do (5:20) Macapá, por exemplo, no norte do Brasil. (5:22) A gente vai ter a presença de... as primeiras experiências coloniais, digamos assim, são (5:26) com naturalistas alemães no sul da Bahia, em 1816, 1817, 1818.

(5:32) Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em 1819, com os suíços, mas também havia, nesse (5:37) grupo que chega em 1920, há pessoas com origem nos estados que hoje formam a Alemanha, principalmente (5:45) da região sul, Baden, Baviera. (5:47) O fato de 25 de julho, porque quando foi instituída a data para se comemorar, ela é baseada no (5:52) documento do Rio Lebran, que era o diretor da colônia, que ele fez para o governo da (5:56) província a lista de todos os imigrantes que haviam chegado na província de 1924 até (6:01) então, na década de 1950. (6:02) Província no caso de São Pedro do Rio Grande do Sul, que hoje é o estado do Rio Grande (6:06) do Sul.

(6:07) E ele faz isso baseado em algumas cartas, documentos de época, mas ele não tem todas (6:11) as informações necessárias para isso. (6:12) Ele aponta o 25 de julho, mas a gente tem uma carta do governador da província, da época, (6:17) em que ele notifica o governo imperial que os imigrantes alemães já haviam deixado (6:24) Porto Alegre alguns dias antes. (6:26) E de Porto Alegre até San Leopoldo não leva mais do que um dia para se chegar.

(6:30) Então eles podem ter chegado no dia 23, dia 24, antes do dia 25. (6:35) O fato é que se instituiu dia 25, o Rio Lebran registrou nisso num livro, os primeiros 39 (6:40) imigrantes alemães, 25 de julho de 1924. (6:43) E aí ficou marcado com uma data que se lembra essa efeméride, lembra essa data e que marca (6:48) o bicentenário.

(6:49) Eu também perguntei ao Rodrigo sobre as questões geopolíticas e econômicas do início (6:53) do século XIX que acabaram influenciando a emigração de alemães rumo ao Brasil. (6:58) Questões essas provocadas, por exemplo, por Napoleão Bonaparte. (7:02) Talvez se não fosse o Napoleão, o Brasil seria diferente com a evolução francesa, (7:06) com o aumento do império francês, a consolidação do império francês através do Napoleão.

(7:11) Ele acaba expandindo a França, numa época de conquistas, de expansionismo. (7:15) Ele vai obrigar o Dom João VI, que é o rei de Portugal, a deixar Portugal e vir para o Brasil, (7:20) que é, inclusive, uma ideia bastante antiga de Portugal, de mudar a capital para a sua colônia. (7:25) Já vinha de tempo, mas o Napoleão impele isso, para que ele venha para o Brasil.

(7:28) O Brasil vai se transformar de uma simples colônia, ou de uma colônia de exploração (7:33) portuguesa, para um país. (7:34) Vai receber toda a estrutura e os aparatos que um país tem para se organizar. (7:39) A corte vem toda para cá.

(7:40) Então, é culpa do Napoleão. (7:42) E é o Dom João VI que começa, através de acordos comerciais com a Inglaterra, (7:46) a trabalhar essa ideia de substituir a mão de obra escrava, abolir a escravidão, (7:51) e proporcionar, ou patrocinar, as primeiras experiências com imigração. (8:02) Antes de voltar a falar com o Rodrigo, eu queria lembrar que o DW Revista pode ser acessado (8:07) por meio de plataformas como o Spotify, onde basta procurar pela playlist DW Revista.

(8:12) Além disso, tem no Deezer, iTunes, Google Home e Alexa. (8:15) Em tablets ou celulares, é só baixar o aplicativo Google Assistente para Android ou iOS. (8:22) Bom, então quem eram esses imigrantes alemães que chegaram em 1824 ao Brasil? (8:28) É importante dizer, sim, que eles eram bem diversificados.

(8:31) Quando o Bonifácio envia o Schiffer para a Alemanha... (8:33) Só um rápido parêntese aqui, o José Bonifácio foi um dos principais organizadores da independência (8:38) do Brasil e, consequentemente, um dos mentores da abertura do país para a imigração europeia. (8:42) E o Georg Anton von Schiffer, citado agora pelo Rodrigo, (8:46) foi o emissário enviado pelo Bonifácio à Europa para recrutar imigrantes. (8:50) São dois grupos que ele pede, que busque famílias de colonos, agricultores e artesãos, (8:56) e também soldados para fornecer a mão de obra especializada e homens para o exército.

(9:02) O Brasil tinha essa ideia de que iria romper com Portugal, como de fato rompeu na sequência, (9:06) e não tinha o exército formado. (9:08) E aí também entra o Napoleão, porque a Alemanha é um país que participou (9:12) relativamente das guerras napoleônicas, fornecendo, inclusive, a alguns estados alemães. (9:15) Como o pessoal da região do Hessen, a região do Reno, (9:18) foi anexada ao Império Francês, fazia parte do Império Francês, (9:21) então essa população tinha uma experiência militar, porque havia servido nos exércitos de Napoleão, (9:26) então serviria bem para o exército brasileiro.

(9:28) Boa parte dos oficiais que vieram tinham ligação com a França, com a Alemanha e com a França. (9:33) Então, assim, a população, depois de anos de guerra, é uma população empobrecida (9:38) por anos difíceis de guerra, de produção ruim na agricultura, (9:43) invernos rigorosos, nos últimos anos havia invernos rigorosos, a agricultura não conseguia produzir mais. (9:48) Outra coisa que o Napoleão tem de importante é a imposição da vacinação (9:51) para populações que baixam, aumentam a taxa de vida.

(9:55) Vacinado consegue sobreviver mais a doenças e limita algumas, (9:59) e isso faz com que essa população do Reno, por exemplo, (10:01) que é a população que estava na França, seja beneficiada. (10:05) A questão da Revolução Industrial, por exemplo, é o oposto, (10:10) ela prejudica essa população que trabalha com artesanato, (10:13) porque a máquina começa a substituir o homem, (10:15) um sapateiro, por exemplo, vai produzir menos do que a fábrica, (10:18) o tecido, enfim, de essas profissões... (10:21) Tecelão, ferreiro... (10:22) Várias. (10:23) Passa a deixar a idade média, digamos assim, a aldeia, a produção para o consumo local, (10:30) a produção é muito maior.

(10:31) Bom, falando dessa primeira leva de imigrantes que chegou ao Brasil em 1824, (10:36) é impossível desconsiderar que a pobreza dessas pessoas era imensa. (10:41) A maioria era pobre, quase totalidade. (10:43) Por exemplo, os solteiros.

(10:44) Quem não podia pagar passagem, por exemplo, para vir, (10:46) iria servir quatro anos no Exército Imperial. (10:49) A gente vai ter aí, são quase 3 mil alemães que servem no Exército Imperial brasileiro, (10:52) desse grupo de 11 mil. (10:53) Os solteiros vão servir no Exército.

(10:56) Pagam essas terras que eles vão receber servindo no Exército. (10:59) Mas, assim, esse é um projeto específico do primeiro reinado. (11:03) Eles vão receber terras, vão receber auxílio, mas é uma minoria. (11:06) Dentro do contexto, a gente vai ter aí quase 300 mil alemães ao longo da história no Brasil. (11:10) Então, só 11 mil que vieram para cá nesse período. (11:12) A maioria precisou custear e pagar passagem dentro de outros projetos. (11:16) Iniciativa privada, que trouxe muita gente. (11:19) O Entreguerras, que foi um período que muitas pessoas deixaram fugir da Europa. (11:23) As províncias também, como eu falei antes, (11:25) as províncias estabeleciam projetos diferentes dentro dos seus contextos.

(11:29) Algumas cobravam, outras faziam um sistema diferente. (11:33) Então, o que nós falamos aqui hoje, o que a gente lembra dos 200 anos, (11:36) é esse projeto do primeiro reinado. (11:37) Brasil independente, que completa 200 anos em 1824, relembrando 1824.

(11:42) E por que São Leopoldo, no extremo sul do Brasil? (11:45) A ideia, voltamos ao Bonifácio. 

(11:47) A ideia do Bonifácio, ele escreve um documento que lhe dá o chifre, que ele vai para a Europa, (11:52) criar colônias rural-militares, (11:55) produzissem produtos agrícolas, artesanato e fornecesse homens para o exército. (12:01) E a região mais complicada do Brasil, de fronteira, é a região sul.

(12:06) Era a região sul, historicamente, conflito com Espanha e Portugal, (12:10) o Rio Grande do Sul mudou muitas vezes de lado. (12:12) E a ideia foi guarnecer essa região, (12:15) proteger essa região do que acontecia do outro lado do Prata, que é a Argentina. (12:19) E o Rio Grande do Sul era muito pouco povoado, (12:22) populações indígenas, mas sem estrutura europeia de cidades, enfim. 

(12:26) Para ter uma ideia, Porto Alegre tinha menos de 10 mil habitantes na época. (12:30) E era a principal cidade. (12:31) Era a principal cidade, a capital.

(12:32) Desorganizada, a colônia de São Leopoldo também enfrentou problemas nas divisões dos lotes (12:37) e outras promessas feitas pelo então governo imperial brasileiro. (12:41) Ouçam só. (12:42) As divisões dos lotes também foram feitas de forma equivocada, (12:46) porque a promessa na Alemanha era de que todos receberiam sementes, (12:51) ferramentas, animais, subsídios e 77 hectares de terra.

(12:55) A divisão foi feita de forma que uns receberam muito mais do que isso (12:59) e outros menos da metade e de forma bastante irregular. (13:02) Isso já nos primeiros anos, desde a demarcação de terra. (13:05) Mostra o quão corrupto era o governo da época, tanto o imperial quanto o provincial, (13:10) nessa questão de distribuição.

(13:11) É porque o projeto era financiado pelo governo brasileiro, imperial. (13:15) Isso só vai mudar a partir de 1934, (13:17) porque eles chegavam num lugar estranho, (13:19) porque eles não sabiam o que plantar, não sabiam que árvore cortar. (13:22) Então eles tinham que ter um subsídio.

(13:24) E por isso que o governo deu as terras e também o subsídio. (13:26) Isenção de impostos durante 10 anos. (13:28) Depois de 1834, 10 anos depois, (13:31) o governo imperial concedeu às províncias brasileiras, aos estados brasileiros, autonomia.

(13:36) Cada uma província iria decidir da forma que achasse melhor como isso seria feito. (13:41) Santa Catarina de um jeito, Espírito Santo de outro. (13:43) Por isso que a gente vai ter, por exemplo, a criação de Blumenau, mais tarde, (13:46) com lotes de terra menor.

(13:47) Porque também as províncias terceirizaram essa empreitada. (13:52) Passaram a empresas privadas, (13:53) ou o processo de ir para a Europa, trazer colonos, agenciar colonos. (13:58) Custear o navio, pagar a passagem, se fosse o caso.

(14:00) Depois seria cobrado, eles pagariam posteriormente. (14:03) Então muda sempre esse contexto. (14:05) Esse contexto que a gente fala.

(14:06) Dos 200 anos, o primeiro projeto de imigração alemã foi financiado pelo governo. (14:11) Os demais projetos têm cada um a sua particularidade, (14:14) dependendo da época em que vieram, do lugar que foram. (14:28) A edição desta semana do DW Revista, (14:31) que é uma produção da DW em Bonn, na Alemanha, fica por aqui.

(14:35) Fica aqui também meu muito obrigado ao Rodrigo Trespar (14:37) por todas essas informações compartilhadas neste episódio. (14:41) Mais conteúdos você encontra no nosso site dw.com.br e também no canal da DW Brasil no YouTube. (14:48) A produção, apresentação e edição técnica do DW Revista são minhas, Guilherme Becker.

(14:53) Revisão final, Leila Endrovaite e Fernando Kaulit. (14:56) Coordenação, Erika Kokkai. (14:58) O DW Revista volta na sexta-feira que vem.

(15:01) Obrigado por acompanhar a gente e um bom final de semana.

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https://www.youtube.com/watch?v=o1w3Poy-xs8

Guerra do Paraguai - Curso de Geopolítica do Brasil

(0:05) Oi gente, estamos de volta para a nossa aula número 10 da Geopolítica do Brasil. (0:12) Nas aulas passadas eu tenho falado de todos os conflitos na região da Bacia do (0:16) Prata e eu inclusive mencionei e trouxe a guerra do Paraguai, mas na aula de hoje eu (0:23) quero me aprofundar, explicar melhor os contextos, batalhas importantes e as (0:30) consequências dessa guerra e é uma guerra de extrema relevância, dá para dizer que (0:35) é a guerra mais importante da América do Sul. Então temos que olhar para ela (0:39) com mais atenção, a aula de hoje é sobre isso.

(0:43) Oi pessoal, quero mostrar para vocês o meu aplicativo. Vocês já conhecem o HOC Academy? (0:49) Então, aqui está ele. Aqui nessa barra de baixo vocês podem ver que tem a página (0:53) inicial, os downloads e o bunker, mas eu vou falar de cada um deles.

(0:57) O aplicativo, você tem uma série de cursos e aulas exclusivas, além do bunker. (1:05) Os cursos são longos e você pode assistir cada aula separada. (1:10) Quando a gente desce aqui, aqui tem a sessão dos cursos.

Então, inteligência do (1:15) carisma, introdução à geopolítica e os novos cursos que vão vir, vão estar todos aqui. (1:20) Nós temos a sessão das aulas exclusivas, como a política funciona, geopolítica da (1:24) França, lições de Versalhes para a Rússia, outras aulas exclusivas também (1:29) entram aqui. A grande ideia do aplicativo é essa jornada de evolução, aonde nós (1:36) dividimos em três grandes segmentos, três grandes caminhos, o pessoal, o social e o (1:43) global.

Então, você vai ter conteúdos que são (1:47) direcionados para você desenvolver o seu lado pessoal, filosóficos, desenvolvimento (1:53) pessoal no geral e aí nós temos o lado social. E no social, enfim, tudo que é (2:00) pertinente com a sociedade, com o outro. E no global é o contexto.

A geopolítica, por (2:05) exemplo, todos os assuntos de geopolítica estão relacionados com o contexto, com o (2:10) global, mas outras coisas também entram ali no global. (2:13) Esse é um jeito, uma didática que eu criei para ajudar vocês a aprenderem mais, (2:20) para ser didático, para ser interessante, para englobar vários temas, não só (2:26) geopolítica. Além disso tudo aqui, e os cursos novos sempre nós estamos (2:32) lançando outros e quem está no aplicativo tem acesso a todos eles.

(2:36) Além disso, nós temos o bunker. Importante vocês entenderem onde está o (2:41) bunker. Vejam aqui nessa barra de baixo.

Então, é este outro ícone aqui do bunker. (2:47) E aí você entra no bunker. O bunker tem análises diárias.

É um feed, como se fosse um (2:54) feed de qualquer rede social. E aí tem os posts, né? Então, cada post a gente fala do (2:59) que está acontecendo. São vários posts por dia com análises diárias em tempo real (3:04) de tudo o que está acontecendo no mundo.

Então, por exemplo, aqui. Os bombardeios (3:09) russos detectados perto do Alasca. Então, a gente conta o que está acontecendo, (3:14) explica um pouco.

O Irã avisa os Estados Unidos para não atacar um navio no Mar (3:19) Vermelho. E isso daqui, todo dia, aí tem a área de comentários. Todo mundo que está (3:24) aqui dentro participa, comenta.

E vocês imaginam que os comentários são (3:29) produtivos, ricos, reflexões interessantes. Todo mundo conversa com todo mundo. É um (3:35) espaço para você também conhecer gente que está interessada no mesmo assunto que (3:40) você.

E é um lugar sem gritaria, sem toda a histeria da rede social, porque é (3:47) fechado. Quem está aqui quer estar aqui, quer aprender, quer conversar, quer debater. (3:52) Enfim, quer argumentar de uma forma saudável.

Aqui dentro também tem análises (3:58) minhas e as análises são áudios que eu explico algum assunto específico. Tudo (4:03) isso daqui tem muito conteúdo e é muito interessante. O aplicativo é muito (4:09) funcional, é muito legal.

Eu tenho certeza que se vocês gostam do (4:13) conteúdo aqui no YouTube ou nas minhas outras redes, vocês vão amar o (4:19) aplicativo do Rock Academy. Entra, baixa. Tem na loja da App Store e do Android (4:26) também.

E aí você pode se inscrever e fazer parte do HOC Academy. Vem logo, dá (4:32) uma olhada. Novos cursos são lançados sempre e vocês vão ter acesso a tudo (4:36) isso.

A Guerra do Paraguai, também conhecida como Guerra da Tríplice (4:40) Aliança, aconteceu de 1864 até 1870. E ela é uma guerra que é travada entre o (4:49) Paraguai e a Tríplice Aliança que compunha Brasil, Argentina e Uruguai. (4:57) Eu preciso explicar para vocês antes de entrar na guerra, quais eram os contextos, (5:02) as visões de cada um desses países e nós tínhamos um cenário de ambições e (5:09) posições divergentes na região como um todo.

Primeiro, o Paraguai, que estava (5:14) sob o comando do ditador Solano Lopes, que era uma figura bastante (5:20) ambiciosa, que queria transformar o Paraguai numa grande potência regional, (5:27) enfim, imaginava territórios para o país que não estavam sob seu comando, (5:33) principalmente os acessos do rio Paraná e Paraguai, para que a navegação pudesse (5:40) ajudar a economia do Paraguai. Como eu tenho dito para vocês aqui, repetidas (5:45) vezes, o quanto importante são esses rios, o quanto importante é essa bacia para (5:50) todos os países. Ainda mais para o Paraguai, que é um país que não tem (5:54) saída para o mar.

O Solano Lopes também se inspirava muito no seu pai, que tinha (6:00) governado o país e tinha uma visão grandiosa de um Paraguai maior, ele queria (6:07) replicar tudo isso, então esse era o contexto e a visão do Paraguai. (6:13) No caso da Argentina, a situação era diferente, a Argentina tinha acabado de se (6:18) unificar, o governo central tinha um problema com as províncias do interior, (6:23) o país estava dividido entre Buenos Aires e as outras províncias do interior e o (6:28) objetivo do presidente, o Bartolomé Mitre, era unificar o país. Nada melhor para (6:33) unificar um país do que você criar um inimigo externo, você ter uma identidade (6:39) externa que faz as pessoas do país se perceberem como parte de algo em comum.

(6:46) Se a Argentina estava dividida e fragmentada, a presença de um conflito (6:52) externo, a presença de uma identidade estrangeira diferente da deles, (6:57) facilitaria, então a Argentina olhou para o conflito, para a situação do que estava (7:01) acontecendo no Paraguai como uma oportunidade. No caso do Brasil, o Império (7:07) do Brasil, governado por Dom Pedro II, viu o Paraguai como uma ameaça à nossa (7:14) hegemonia regional, ameaça territorial, ameaça de acesso a rios extremamente (7:21) importantes para a região muito relevante da América do Sul, que é o (7:26) Cone Sul. O Brasil estava envolvido em questões de escravidão e (7:31) desenvolvimento, mas o comportamento do Paraguai era uma ameaça para o Brasil e (7:39) o Dom Pedro II queria manter a nossa hegemonia, olhou para essa situação com (7:45) receio, cautela e teve que se movimentar também.

Por fim, nós temos o Uruguai e eu (7:51) já expliquei para vocês que o Uruguai, falei bastante na última aula sobre as (7:54) divisões políticas, as duas grandes facções, os Blancos e os Colorados, os (7:59) Blancos liderados pelo Aguirre e os Colorados pelos Flores. Os Blancos, eles (8:07) tinham como aliado o Paraguai e os Colorados, o Flores, tinha como aliado o (8:13) Brasil e o Brasil vai acabar intervindo para ajudar o Flores nessa intervenção (8:21) Primeiro que o Paraguai fica com medo, afinal de contas o Brasil está (8:25) intervindo num outro país, depois ele também apoia o outro lado dentro do (8:31) Uruguai, os Blancos, e ele tem que repor o equilíbrio de poder, então isso vai (8:37) causar o estopim que vai se iniciar a Guerra do Paraguai. Eu já expliquei um (8:42) pouco desse estopim com a questão do navio brasileiro, mas esse contexto (8:49) político, geopolítico da região que coloca cada um desses países dentro (8:57) desse conflito.

Então, seis semanas depois do incidente do (9:02) navio, o exército do Paraguai, sobre as ordens do Solano López, ele vai invadir (9:08) o sul da província brasileira do Mato Grosso e, em seguida, ele vai invadir a (9:13) província argentina de Corrientes. Isso acontece em 1865, depois da (9:19) Argentina negar a permissão para a passagem das tropas paraguaias pelo seu (9:24) território. Os paraguaios, eles estavam tentando chegar no Uruguai e eles (9:30) pediram essa autorização para os argentinos para passar pelo seu (9:33) território, os argentinos não deram e esses eventos todos levaram, então, a (9:38) formação da Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina, Uruguai contra o (9:45) Paraguai.

Vamos falar da guerra então, gente, e (9:49) eu vou dividir a guerra em três fases. A primeira fase começa com a ofensiva do (9:56) Paraguai, depois vem a contraofensiva da Tríplice Aliança, Brasil, Argentina e (10:02) Uruguai e, por fim, a caça ao Solano Lopes. Deixa eu fazer uma observação (10:09) importante aqui porque a gente historicamente conhece e sabe que a (10:13) guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança e a Tríplice Aliança é (10:18) composta por esses três países, Brasil, Argentina e Uruguai, só que, na (10:23) realidade, na prática, quem enviou mais soldados, mais recursos, quem realmente (10:30) participou ativamente da guerra foi o Brasil.

Dá pra gente quase dizer que essa (10:36) era uma guerra entre o Brasil e o Paraguai. Claro, Argentina e Uruguai (10:41) estavam na guerra, mas um apoio muito mais moral do que efetivo com os soldados, com (10:49) o custo da guerra. Por isso que essa guerra é importante para a geopolítica do (10:53) Brasil, por isso que ela é uma guerra historicamente importante e, para a América (10:58) do Sul como um todo.

Ela trata geopoliticamente desse espaço, de novo, (11:04) mas ela é uma guerra maior e o Brasil participa dela mais efetivamente. (11:11) Então vamos à primeira fase e eu falei pra vocês que a primeira fase é a (11:15) ofensiva paraguaia e ela começa em 64, 65. Primeiro vem a invasão da província do (11:22) Mato Grosso, que nos dias de hoje seria o Mato Grosso do Sul, gente.

(11:27) A província estava dividida de uma outra forma naquela época e o Paraguai (11:33) faz uma ofensiva rápida e muito bem sucedida, conquistando cidades como (11:39) Corumbá e Cochim e o Brasil oferece pouca resistência. (11:45) As tropas brasileiras estavam muito dispersas na região. (11:48) Os ataques paraguaios são rápidos e muito eficazes e eles conseguem (11:53) conquistar uma boa parte da província do Mato Grosso.

(11:57) São muito bem-sucedidos nesse primeiro momento, nesse primeiro movimento. (12:02) O segundo avanço paraguaio vem em abril de 1865 e aí ele não é mais sobre o (12:09) território brasileiro, mas sim sobre a Argentina. (12:12) Lembra que eu expliquei pra vocês que eles pedem a permissão e eles vão atacar (12:15) a região de Corrientes e ali os argentinos são bem mais sucedidos que (12:22) os brasileiros e é uma parte da guerra que eles realmente participam ativamente.

(12:28) O Paraguai tem dificuldades logísticas para conseguir penetrar no território (12:33) argentino e os argentinos conseguem conter. (12:37) Aí esse segundo movimento paraguaio já não é tão bem sucedido. (12:42) O Paraguai consegue, apesar de não terem sido tão bem sucedidos, por que que eu (12:47) falo isso? Porque eles queriam chegar no Uruguai, eles não conseguem nem conquistar (12:51) a província inteira argentina, mas eles conseguem conquistar até a capital da província.

(12:59) Então alguma vitória eles obtém, mas não chegam no seu objetivo final, que era alcançar o Uruguai. (13:05) No dia 11 de junho de 1865, nós vamos ter a Batalha de Riachuelo. (13:10) Riachuelo é um afluente do rio Paraná e essa é uma das batalhas mais importantes da guerra.

(13:16) É uma batalha naval que acontece dentro do rio. (13:20) Os navios do Paraguai tentam surpreender a esquadra brasileira, que responde de uma (13:26) forma muito efetiva e destrói uma vitória excepcional do Brasil, que passa (13:33) então a ter o controle dos rios e com isso as linhas de suprimento paraguaia (13:40) são todas comprometidas, seja para suas tropas que estão no Mato Grosso, seja (13:45) para as outras que estão na Argentina. O controle e o sucesso que a Marinha (13:52) Brasileira vai exercer depois dessa batalha faz muita diferença para a guerra.

(13:57) Ou seja, essa batalha vira o jogo e faz a gente encerrar a primeira fase da guerra, (14:03) que é a fase da ofensiva do Paraguai, para a gente começar a contraofensiva da (14:09) Tríplice Aliança, que vai levar esses três países, Brasil, Argentina e Uruguai, (14:16) para entrarem dentro do território do Paraguai. (14:19) Essa fase que eu vou explicar para vocês agora. Uma das primeiras batalhas mais (14:23) relevantes dessa fase da contraofensiva da Tríplice Aliança é a de Estero Belaco.

(14:28) Ela acontece 2 de maio de 1866 e nela a Tríplice Aliança já está avançando (14:37) dentro do território paraguaio e um general do Paraguai decide atacar o (14:45) acampamento dessas tropas. Eles já tinham avançado, estavam ali acampados e ele (14:52) decide fazer um ataque surpresa. Ele é bem sucedido, esse ataque inicialmente (14:57) consegue matar vários soldados da Tríplice Aliança, mas ele não se dá (15:05) por satisfeito, o general paraguaio, e decide continuar a ofensiva quando ele (15:11) vai se deparar com um acampamento ainda maior, com muito mais soldados e no final (15:15) ele é forçado a recuar em desordem.

Quando ele tinha uma posição de vantagem, (15:21) que ele poderia ter conquistado aquela pequena vitória, recuar ordenadamente e (15:26) consolidar os seus ganhos, ele não aceita, quer ganhar mais e essa (15:32) batalha acaba sendo uma grande derrota para o Paraguai, perde mais de 2 mil (15:37) soldados somente nessa batalha. A próxima batalha vai acontecer no dia 24 de (15:43) maio, a que eu descrevi anteriormente foi no dia 2 e essa agora é a batalha de (15:49) Tuiuti e é a maior batalha campal da história da América do Sul. (15:55) De um lado você tinha 33 mil soldados da Aliança contra 24 mil paraguaios, vão (16:03) morrer 6 mil paraguaios e mais de 4 mil da Aliança.

No final os (16:12) paraguaios perdem, eles tentam um ataque surpresa e as forças da Aliança são (16:18) capazes de avançar e se recuperar e essa batalha é muito mortífera, muito (16:26) sangrenta, as baixas são muito grandes e elas vão quebrar inclusive o ímpeto, o (16:32) espírito dos paraguaios de continuar lutando e resistindo. A batalha aconteceu (16:37) numa planície pantanosa e ela na verdade é um ponto de inflexão, de virada da (16:43) guerra, porque o resultado, a derrota para os paraguaios mexe com muitas (16:49) coisas na guerra, como eu expliquei. O próximo andamento da guerra então, a (16:55) Tríplice Aliança, ela vai começar uma ofensiva, um ataque a fortalezas (17:00) paraguaias.

A primeira delas é contra Curuzu e ali a (17:06) Tríplice Aliança é bem-sucedida, captura, conquista esse forte e abre espaço (17:13) para avançar em direção a Curupaiti, que é uma das batalhas mais sangrentas da (17:20) guerra inteira. Para vocês terem uma ideia, vão morrer oito mil homens do lado da (17:28) Aliança, os paraguaios eles perdem por volta de mil soldados, não é tanto assim, (17:33) as baixas do lado paraguaio são muito baixas comparado com o lado da (17:39) Aliança, eles conseguem resistir na sua fortaleza, é uma derrota para a Tríplice (17:44) Aliança, isso faz eles repensarem a estratégia naquele momento. (17:50) Essa situação toda ela vai culminar na Batalha de Humaitá e essa é em julho de (17:57) 1867 e essa é a fortaleza mais poderosa, mais impenetrável, mais resistente do (18:05) Paraguai.
O cerco a ela acontece e dura mais de um ano e é um cerco por terra e (18:13) por água para tentar estrangular, tirar os mantimentos e depois de esse tempo (18:20) todo, a Tríplice Aliança consegue finalmente capturar e derrotar os (18:26) paraguaios ali. Essa vitória é de extrema importância, o Paraguai nesse (18:32) momento já está quase que totalmente colapsado, é uma consolidação da (18:38) vitória. Essa batalha também marca a unificação das tropas da Tríplice (18:43) Aliança sob o comando do Duque de Caxias e essa é uma outra transformação.

(18:49) Importante lembrar que esse forte estava localizado próximo ao rio Paraguai, (18:56) então ele também tinha uma posição estratégica. Nós chegamos agora então na (19:00) terceira fase da guerra, que eu tinha explicado pra vocês, essa é a ofensiva (19:06) final e a caça ao Solano Lopes. Nessa fase nós vamos ter uma sequência de (19:12) vitórias da Tríplice Aliança, todas comandadas pelo Duque de Caxias, ele é (19:18) brilhante nas suas estratégias e nós temos uma campanha da dezembrada que (19:23) acontece em dezembro de 1868 e é uma sequência de vitórias do Duque de (19:31) Caxias, enfim, muito bem sucedidas e isso consolida completamente a posição da (19:39) Tríplice Aliança.

Outra sequência de batalhas são as de Lomas Valentinas e (19:43) ali o Solano vai recuando, tem as últimas posições, as últimas fortalezas para (19:51) ele se resguardar, mas ele vai sendo derrotado uma atrás da outra e nessas (19:56) batalhas abre-se caminho para que se conquiste a capital do Paraguai, a (20:02) Assunção. Chegamos então a uma das últimas batalhas, a batalha de Piribibuí, que é (20:08) uma cidade no Paraguai e ali tem o último foco de resistência (20:14) organizada e formal do Paraguai acontece naquele momento, o Brasil, as (20:21) tropas já cercaram e vão capturar a cidade e o Dom Pedro, que estava (20:28) acompanhando inclusive, ele se muda para estar próximo à guerra, as tropas (20:36) do Paraguai elas tentam se render, mas ele não aceita a rendição e ele diz não, (20:42) nós vamos até o fim porque nós precisamos, Dom Pedro diz isso, precisamos (20:47) matar o Solano Lopes e aí capturam mais feridos, mais mortos do lado do Paraguai (20:53) para então chegarmos na última batalha de resistência do Solano Lopes, que é a (20:58) batalha de Serro Corá, ele é ferido no cerco e não se rende até que ele é (21:04) morto e com a sua morte acaba a guerra do Paraguai, um dos conflitos, o maior (21:10) conflito da América do Sul e um dos conflitos mais devastadores da região (21:15) como certeza. Eu quero destacar duas figuras importantes dessa guerra, a (21:21) primeira obviamente é o Solano Lopes, que era um cara ambicioso, determinado, (21:28) obstinado, incansável, mas levou o país à destruição e à ruína total, no final as (21:36) suas estratégias foram fracassadas, a sua ambição desmedida também, mas ele era (21:42) uma figura, assim, audaciosa e combativo, enfim, ele era muito ambicioso, então ele (21:50) queria criar esse grande Paraguai.

Do lado de cá, nós tínhamos o Duque de (21:56) Caxias, que foi alguém muito bem sucedido, principalmente na fase do (22:03) contra-ataque da Tríplice Aliança, a capacidade dele ter unificado as tropas (22:08) e ele combinou uma astúcia militar com uma capacidade diplomática, ele é uma das (22:16) figuras muito relevantes desse confronto. Vamos ao desfecho dessa guerra, gente, e (22:23) assim, o conflito já ficou claro e vocês já devem ter ouvido falar disso muitas (22:28) vezes, foi devastador para o Paraguai, o Paraguai vai perder mais de 300 mil (22:37) pessoas, uma população de 525 mil, então vocês imaginam que é mais da metade da (22:44) população e o número de homens mortos é muito grande, você tem uma proporção de (22:50) população, assim, cidades que você tinha 25 mulheres para um homem, esse é o (22:55) desequilíbrio causado pela guerra. Do lado do Brasil, nós vamos ter uma perda (23:02) de 50 mil soldados, a Argentina quase 20 mil e o Uruguai por volta de 6 mil, como (23:10) eu expliquei para vocês, a participação do Brasil é muito mais efetiva nos (23:15) combates e na condução da guerra.

Em termos de território, o Paraguai vai (23:21) perder territórios para o Brasil e para a Argentina, vai ficar um país (23:26) enfraquecido, humilhado e com uma população pequena e fragilizada e sem (23:34) territórios também, com perda de territórios, então vocês imaginam como (23:39) que isso altera geopoliticamente essa região e a história do Paraguai dali (23:45) para frente. Um outro ponto importante da conclusão aqui, sobre a guerra, eu (23:52) comentei com vocês que a Argentina embarca nesse conflito com o objetivo de (24:01) isso ajudar a unificar o país e dá certo para os argentinos, eles conseguem se (24:06) unificar após essa guerra, o Uruguai também, que tem aquela divisão que eu (24:13) tenho explicado para vocês nas últimas aulas entre os blancos e os colorados, (24:18) também ela é, diríamos que, erradicada nesse momento, os colorados saem (24:25) vitoriosos, então também sai um contexto diferente para o Uruguai. E por fim, então, (24:33) o Brasil e os impactos no Brasil são imensos, essa guerra, apesar do Brasil ter (24:39) vencido, gente, ela tem um efeito muito grande no desenrolar da nossa história.

(24:45) Duas das grandes instituições que nós tínhamos nesse momento no país era, um, o (24:53) império com a monarquia e o outro era a instituição da escravidão, o quanto que (25:00) aquilo movimentava a economia, enfim, todas essas duas coisas amarradas, a (25:06) resistência da guerra, ela traz para o jogo da política, para o jogo social, (25:12) outras forças, os militares agora se tornam figuras relevantes, venceram a (25:19) guerra, estavam equipados, voltaram como heróis e boa parte desses heróis eram (25:28) negros, porque quem lutou eram os negros, só que eles voltavam como heróis e ao (25:34) mesmo tempo o resto dos outros negros estavam escravizados, então, isso (25:42) começa a abalar as estruturas da escravidão, a guerra faz isso e também o (25:50) poder do Dom Pedro, que começa a ficar muito preocupado e com medo dos (25:55) militares e, eventualmente, ele vai perder o poder para os militares, a (25:59) proclamação da república vai vir deste movimento, então, essa guerra externa (26:05) ela tem consequências profundas para a formação do Brasil, para a geopolítica do (26:10) Brasil e para os próximos capítulos e aulas do que nós vamos conversar aqui, dos (26:17) outros imperativos também, porque nós temos essa grande transformação no (26:22) Brasil, Brasil império, proclamação da república e o fim da escravidão.

Professor HOC

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https://www.youtube.com/watch?v=kTqAttQTklM

terça-feira, 23 de julho de 2024

A combinação de empreendedorismo, elisão fiscal e conhecimento das leis de imigração fazem do emigrante um soldado-cidadão nesta guerra que travamos contra a tirania do Poder Judiciário - notas sobre a experiência brasileira em terras distantes, de modo a salvar o Brasil dominado pelo PT

1) O Avenue é um banco feito para atender os brasileiros que estão nos Estados Unidos. E mais do que isso: ele permite que os brasileiros possam fazer suas compras em dólar sem pagar o famigerado IOF, já que a empresa está numa off-shore - ou como Paulo Guedes diria mais precisamente, numa friendshore, já que a liberdade que o famigerado Alexandre de Moraes nos tira a Primeira Emenda da Constituição Americana nos garante, a ponto de termos um porto seguro contra essas ditaduras.

2) Com uma estrutura assim, outros empreendimentos feitos para atender aos brasileiros que estão América e no Brasil são criados, através da elisão fiscal. A maior prova disso é o surgimento de uma rede televisão, a TVD, que operará a partir da Flórida e cujo sinal as pararólcas pegam, via satélite.

3) A TVD será o primeiro canal de TV para quem tem valores conservadores. O público-alvo é quem mora no interior no Brasil - no Brasil profundo, como diria o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira. Quando a informação chegar a esse Brasil profundo, aí a mudança começa, pois politicamente esses pequenos municípios têm muito mais força, porque são muitos, do que as grandes capitais ou as cidades médias paulistas - que são poucas, perto da imensidão que é o Brasil.

4) Enfim, a combinação de empreendedorismo e planejamento tributário, bem como dos requisitos da imigração legalizada para os EUA está fazendo toda a diferença, a ponto de a América brasileira estar fazendo toda a diferença na luta contra esse mal objetivo, que é a tirania do Poder Judiciário, que ocorre no STF, através do infame ministro Alexandre de Moraes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2024 (data da postagem original).

Entrando na era do social listening - como aplicativos dessa natureza estão acessando as minhas postagens

1) Desde que passei a publicar transcrições e traduções de canais de geopolítica como o Buntownik Jutra, Professor HOC e outros, ao menos dois canais aplicativos de social listening estão acessando as minhas postagens: o Talk Walker e o Brand Watch.

2) Provavelmente, a visita desses aplicativos se deve ao fato de que escrevi algumas impressões a respeito de jogos e softwares que eu usei no passado. Como sou muito sincero no que falo, as pessoas estão acessando as minhas postagens através do aplicativo.

3) Já consegui acessos da Espanha, de Portugal e da Costa Rica. É desse jeito que sirvo a Cristo em terras distantes, pois quando tiver leitores fiéis, aí introduzo mais matérias sobre nacionidade para eles, levando em conta suas circunstâncias locais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2024 (data da postagem original).

Das relações entre Zbigniew Brzeziński, H.G. Wells, Comissão Trilateral, Thomas Huxley e Klaus Schwab com o projeto da Nova Ordem Mundial

Zbigniew Brzeziński

  • Em 1970, Brzeziński era professor de ciência política na Universidade de Columbia, onde a tecnocracia nasceu.
  • Escreveu o livro "Between Two Ages: America's Role in the Technetronic Era", que chamou a atenção de David Rockefeller.
  • Junto com Rockefeller, criou a Comissão Trilateral para estabelecer uma nova ordem econômica internacional.
  • No livro mencionado, Brzezinski concluiu que a sociedade seria dominada por uma elite com poder político baseado em suposto conhecimento científico superior, usando técnicas modernas para influenciar o comportamento público e manter a sociedade sob vigilância e controle.

H.G. Wells

  • Escritor britânico cujas ideias e trabalho ajudaram a moldar novas técnicas de guerra cultural com profundo impacto na história humana.
  • Desenvolveu técnicas de programação preditiva e guerra psicológica em massa.
  • Escreveu obras de ficção como "A Guerra dos Mundos" e "A Máquina do Tempo" e obras menos conhecidas como "The Open Conspiracy" e "The New World Order", que serviram como planos estratégicos para a guerra contra estados-nação soberanos.
  • Foi orientado por Thomas Huxley, junto com outros praticantes imperiais de engenharia social e darwinismo social.
  • Participou do Bureau Britânico de Propaganda de Guerra e trabalhou sob o Diretor de Propaganda, Lord Northcliffe.
  • Defendeu um governo mundial sob a Liga das Nações e escreveu o livro "The Open Conspiracy: Blueprints for a World Revolution" como plano orientador para a grande estratégia imperial.
  • Escreveu "The Shape of Things to Come: The Ultimate Revolution", retratando um mundo destruído pela guerra e anarquia, com a solução sendo uma ditadura benevolente do ar restaurando a ordem sob um governo mundial.
  • No livro "The World Brain", defendeu a redução da língua inglesa ao Inglês Básico e a criação de um órgão mundial para coletar e disponibilizar conhecimento.
  • Em "The New World Order", reforçou a mensagem de um governo mundial liderado por engenheiros sociais.

Comissão Trilateral

  • Criada por Brzezinski e Rockefeller para estabelecer uma nova ordem econômica internacional.
  • Gro Harlem Brundtland, membro da Comissão, publicou "Our Common Future", popularizando o termo "desenvolvimento sustentável".
  • A Comissão Trilateral teve papel fundamental na introdução da China no comércio mundial e na transferência de tecnologia para o país.
  • As corporações globais ligadas à Comissão correram para construir infraestrutura na China, transformando-a em um pesadelo de ditadura científica.

Thomas Huxley

  • Cirurgião britânico com profunda misantropia e inteligência.
  • Tornou-se uma estrela em ascensão da Academia Real de Ciências Britânica e moldou o Clube X britânico.
  • Defendeu uma interpretação darwiniana da evolução baseada no caos e fundou a revista "Nature" como ferramenta de propaganda.
  • Orientou H.G. Wells e outros praticantes de engenharia social e darwinismo social.
  • Desenvolveu a ciência do controle populacional que formou a base de um novo sacerdócio científico de governo mundial.

Conexões entre os tópicos

  • As ideias de H.G. Wells sobre um governo mundial tecnocrático e controle social foram influenciadas por Thomas Huxley e o darwinismo social.
  • A Comissão Trilateral, criada por Brzezinski (influenciado pelas ideias de Wells), teve papel fundamental na ascensão da China como uma ditadura científica, exemplificando os perigos da tecnocracia.
  • As ideias de Wells sobre propaganda e controle da informação são evidentes nas táticas modernas de manipulação em massa e na criação de narrativas globais.
  • O conceito de "Grande Reset" promovido por Klaus Schwab e outros ecoa as ideias de Wells sobre uma nova ordem mundial liderada por tecnocratas.

Análise cruzada das transcrições dos vídeos "A Nova Geopolítica dos Mares" e "O Grande Problema de Taiwan", ambos da HOC Academy

Os dois vídeos do canal HOC Academy analisam a geopolítica dos mares e o problema energético de Taiwan, evidenciando a interconexão entre segurança energética e geopolítica.

Geopolítica dos Mares:

  • Importância dos oceanos: O primeiro vídeo destaca a crescente importância geopolítica dos oceanos, com disputas marítimas influenciando conflitos e comércio global.
  • Vulnerabilidade das rotas marítimas: Ambos os vídeos mencionam a vulnerabilidade das rotas marítimas, seja por bloqueios navais, ataques de mísseis ou disputas territoriais. O segundo vídeo foca na vulnerabilidade energética de Taiwan, que importa 97% de sua energia por rotas marítimas.
  • Disputas e conflitos: Os vídeos abordam disputas marítimas como a ameaça do grupo rebelde Houthi no Mar Vermelho, a guerra na Ucrânia e as reivindicações da China no Mar do Sul da China, que podem levar a conflitos e interrupções no comércio global.
  • Tecnologia e legislação: O primeiro vídeo menciona o uso de tecnologias como drones e minas robóticas na guerra naval, enquanto o segundo vídeo destaca a necessidade de Taiwan modernizar seus estoques estratégicos de energia. Ambos os vídeos mencionam a defasagem da legislação internacional em relação aos avanços tecnológicos na área naval.
  • Bloqueios navais: O primeiro vídeo discute o impacto de bloqueios navais em conflitos como a guerra na Ucrânia e a possibilidade de um bloqueio chinês a Taiwan. O segundo vídeo também menciona os ensaios da Marinha Chinesa de cenários de bloqueio naval a Taiwan, destacando a vulnerabilidade da ilha.

Problema Energético de Taiwan:

  • Dependência energética: O segundo vídeo foca na dependência de Taiwan da energia importada, principalmente por rotas marítimas, tornando a ilha vulnerável a bloqueios e interrupções no fornecimento.
  • Questão nuclear: O vídeo explora a complexa relação de Taiwan com a energia nuclear, desde o desenvolvimento de um programa de armas nucleares secreto até a atual dependência de combustíveis fósseis e o debate sobre o futuro da energia nuclear na ilha.
  • Energias renováveis: O vídeo discute os esforços de Taiwan para aumentar o uso de energias renováveis, mas também as dificuldades em atingir as metas devido a limitações geográficas e à instabilidade geopolítica.
  • Segurança energética e geopolítica: O vídeo destaca como a crescente ambição e capacidade militar da China tornam a segurança energética de Taiwan uma questão geopolítica crucial, com a possibilidade de bloqueios navais e interrupções no fornecimento de energia sendo uma ameaça real.

Em resumo, ambos os vídeos analisam como a geopolítica e a segurança energética estão interligadas, com os oceanos sendo um palco para disputas e conflitos que podem ter graves consequências para o comércio global e a segurança energética de países como Taiwan.

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