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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

As melhores respostas satisfazem às exigências que são próprias das questões implícitas, coisas que são feitas por meio de um ouvinte onisciente

1) Muitos escritores têm o hábito de deixar certas questões explícitas, de maneira retórica e de modo a vender uma pretensa solução, geralmente fundada em sabedoria humana dissociada da divina.

2.1) Eu, particularmente falando, tendo a deixar a questão implícita, pois escrevo de modo a responder a um ouvinte onisciente - e esse ouvinte onisciente sabe tudo e pode tudo porque é Deus. E se pode tudo, até mesmo Ele pode questionar tudo - e é por questionar tudo que faço exame de consciência antes e depois de cada escrito.

2.2) Embora eu não tenha ouvido voz humana perguntar sobre algo importante, o próprio Deus onipotente me fez muitas perguntas, perguntas essas que ainda não pude responder. Um exemplo disso: qual seria a teoria de Estado mais adequada àquilo que foi edificado em Ourique, já que o modelo alemão, o modelo francês e o modelo inglês não funcionam para o mundo português, especificamente falando, por conta destas circunstâncias particulares que temos, que é de servir a Cristo em terras distantes?

2.3) Talvez eu não seja capaz de responder a esta pergunta, dentro do espaço de minha vida - até porque o escopo da teoria da nacionidade é muito amplo e sozinho não dou conta de tudo, mas só daquilo que é essencial - e o essencial está na forma de mais de 2800 postagens escritas em meu blog. Eu ficarei agradecido se houver uma alma caridosa disposta a continuar e a ampliar este trabalho. Eu faço o melhor que posso - as perguntas são tantas que fica difícil responder a todas, pois este ser onisciente é extremamente exigente e não conheço ser humano algum com o mesmo tipo de exigência que Ele tem - e talvez não venha mesmo a conhecer, pois este ouvinte mesmo já me basta, dado que Ele sabe quem eu sou.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 2016.

Douglas Bonafé, sobre a questão de o Papa Francisco ser herege ou não

1) Há uma coisa a se pensar realmente sobre toda essa questão do Santo Padre. E convido os amigos Gustavo Abadie, Fagner Luiz, José Octavio Dettmann, Verônica van Wijk, Mirian Lopes, Samuel Lima, William Bottazzini Rezende, D Lourenço Osb, Wagner Bonafé a refletirem comigo a respeito disso e me corrigirem caso se faça necessário. Agradeço ao Padre Cléber Eduardo Dos Santos Dias pelo esclarecimento.

2.1) Boulenger nos explica, na Apologética, a diferença entre certeza, noção, espécie e critério.

2.2) Na questão do Santo Padre, temos "certeza metafísica" de que Deus o assiste. Assim como o todo é maior do que a parte, podemos ter certeza a respeito da infalibilidade papal e da assistência tanto ordinária quanto extraordinária do Espírito Santo ao Papa.

3) A respeito da heresia na Amoris Laetitia temos "certeza moral", aquela que se funda no testemunho dos homens, quando esta se apresenta com todas as garantias de verdade - e nada é mais certo moralmente do que a Tradição Moral da Igreja. É nisso que se baseiam os Exmos. e Rvmos Cardeais, ao lançarem o Dúbia.

4) A respeito de Sua Santidade ser um herege, não temos certeza moral. Logo, Olavo de Carvalho errou neste ponto - e com ele, todos os que, alguma vez, já disseram que "Francisco é um herege", dentre eles eu mesmo.

5.1) Francisco escreveu uma heresia e já disse frases heréticas, mas não é - ao menos não podemos dizer que seja - um herege. Isso porque não temos certeza moral a respeito, dado que falta o juízo de consciência no juízo moral. A condenação por heresia EXIGE o juízo moral de consciência e, neste caso, podemos ter o que A. Boulenger chama de "evidência".

5.2) Até o momento, quando a carta de Dúbia não foi ainda oficialmente apresentada, possuímos apenas "evidência intrínseca", aquela que direta ou indiretamente é aprendida do objeto. Porém, como Boulenger (e também Olavo de Carvalho) ensina: evidência não é certeza, não é conhecimento. Tão logo seja apresentada a carta da Dúbia, teremos também "evidência extrínseca", pois além da própria Amoris Letitia, teremos a autoridade oficial dos Cardeais dizendo ao Romano Pontífice algo como: "Papa, temos tuas palavras e o Magistério da Igreja. Explica-nos: a quem devemos seguir?", o que colocará o Santo Padre no muro. Se, ao ser pressionado, o Romano Pontífice responder algo como: "Creio que, em alguns casos, podemos dar comunhão aos adúlteros" e não PROVAR (no sentido strictus do termo) que isso não contradiz a Tradição Moral da Igreja, aí, sim, - e somente aí - que poderemos definí-lo e tratá-lo como herege - e os próprios cardeais cuidarão disso. Até lá, ele pode inclusive estar louco - embora a heresia seja uma loucura, nem todo louco é herege, mesmo os loucos que dizem heresias.

6.1) Todavia, acusar desde agora que Francisco é herege, mau, usurpador, que faz propositadamente esses erros, ou qualquer coisa do tipo - uma vez que isso necessita de juízo moral de modo a se fazer ser reto juízo - é uma falsa solução para o problema da certeza, ao qual Olavo de Carvalho sempre parece usar: o intuicionismo. Essa postura tende à gnose.

6.2) O intuicionismo leva-nos a crer - tal qual Kant -, quer pela inteligência ou pela intuição - tal qual Bergson -, que podemos chegar à certeza. Isso é um erro. Olavo parece condenar a certeza apenas pela inteligência (e o faz corretamente), mas dizer que pela intuição podemos certas vezes chegar à verdade, à justaposição da teoria com a realidade objetiva (e aí vejo erro).

6.3) Para Olavo - até onde li de sua obra - podemos chegar à realidade pela intuição, tal qual Bergson. E é nesta parte que Bergson julga ultrapassar Kant, pois caso a razão não consiga chegar a um conhecimento objetivo das coisas, ao menos existe, contudo, um meio de se atingir a realidade, a verdade das coisas - e este meio é a intuição, que conhece a realidade viva e móvel por meio da visão direta e imediata do objeto. Portanto, só o conhecimento intuitivo é verdadeiramente objetivo.

6.4) Foi neste ponto que eu errei. Pois isso é mentira - sutil mentira, mas mentira. Por mais que tudo nos leve a crer que Francisco seja de fato herege, por mais que o objeto da Amoris Laetitia nos salte aos olhos como um exemplo - assim como outras homilias e declarações descabidas -, não há certeza moral, pois diversos fatores deixam nebulosíssima tanto a intenção quanto os motivos do Santo Padre - e neste ponto, quem age assim age contra a caridade, contra a bondade de Deus, pois quem assim age está disposto a fazer juízo temerário, dado que o faz sobre coisas que desconhece, e de maneira grave, a respeito do Santo Padre, do Vigário de Cristo - e este tipo de coisa é pecado contra o Espírito Santo, pecado esse que Deus não perdoa.

7.1) Em se tratando do Papa Francisco, por mais que seja difícil não fazer isso, este tipo de postura de criticar o papa, tal qual o Olavo faz, não ajuda em nada. Precisamos agir com prudência e agir com caridade. Isto exige de nós algo muito árduo, neste momento: esperar e confiar em Deus, de maneira calada.

7.2) Devemos, sim, rejeitar as doutrinas estranhas, assim como uma pretensa visão moderna e inovadora do Evangelho - coisas que já foram condenadas pelo Sagrado Magistério, dado que a Verdade é sempre perene e imutável. Todavia, a não ser que alguém tenha visto Francisco manifestando-se decididamente contra a Moral da Igreja - tendo sido ele confrontado com a verdade e optado pela mentira -, ninguém pode afirmar que ele é herege.

7.3) Podemos, sim, dizer que escreveu heresia, pois foi o que de fato fez. Mas o fato de ter dito ou escrito heresias não o torna (ao menos, por enquanto) um herege de fato.

8) Por isso, peço perdão a todos, pois eu os levei ao erro - e por mais que possamos, sim, lançar dúvida sobre a Amoris Laetitia, por caridade temos a obrigação de dar ao Romano Pontífice - assim como a qualquer outro - o benefício da dúvida. Assim fazem os senhores cardeais, ao lançarem mão do Dúbia. 

9) Oremus pro Pontifice nostro Francesco. Que Deus o leve à humildade e o faça guiar seu povo rumo à verdade. Superemos, pois, o intuicionismo com o dogmatismo, assim como o evidencionismo com a certeza religiosa.

Douglas Bonafé (https://www.facebook.com/dsbonafe/posts/1224654827569532)

Cremos e por isso podemos dizer: "As forças do inferno não prevalecerão!"

+Pax.

Manual de Apologética, Boulenger, A. de. 1950. Disponível para download em: http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/2010/11/manual-de-apologetica.html

O país da terra vermelha tornou-se um país inflamado de ódio pelo socialismo, após 13 anos de canalhice vermelha

czerwony - vermelho, em polonês (também é empregado no sentido de que algo está inflamado)

ziemia - terra, em polonês

1) Aqui no Brasil, em alguns lugares a terra é vermelha (czerwona ziemia, como diria o meu padrinho). Ao longo da minha vida, eu já vi isso em alguns lugares - e se há um lugar em que isso me foi mais marcante foi quando eu fui a Foz do Iguaçu, no Paraná, quando tinha 13 anos. A terra lá era vermelha até onde minha vista pudesse alcançar.

2) Em 13 anos de domínio petista, a terra vermelha tomou outra conotação: tornou-se uma terra inflamada de tanto ódio, após anos e anos de canalhice sistemática por parte dos vermelhos do PT, que começaram a destruir tudo o que é de mais sagrado.

3) O governo vermelho do PT foi a gota d'água após 127 anos de domínio revolucionário no Brasil. A República é uma longa estrada para o abismo em que os petistas querem nos jogar lá embaixo. O PT foi, sem sombra de dúvida, o ponto culminante da República enquanto governo fundado na mentalidade revolucionária, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 2016.

Quando você toma o seu país como um lar em Cristo, seus conterrâneos são seus irmãos gêmeos, pois nasceram na mesma terra que você, apesar de serem diferentes de você

gêmea - alguém do sexo feminino que nasceu junto com você, no mesmo dia e no mesmo ventre em que você foi gerado.

ziemia - terra, em polonês (tem a mesma pronúncia que gêmea, em português)

1) É muito raro você vir ao mundo com um irmão gêmeo ou uma irmã gêmea.No entanto, é muito comum tomar os que habitam na mesma terra como se fossem seus irmãos.

2) Quando você toma o país como um lar em Cristo, de certa forma eles se tornam seus irmãos gêmeos, pois vocês são iguais uns aos outros - já que são criaturas amadas por Deus - e ao mesmo tempo diferentes uns dos outros, tanto em matéria de personalidade quanto em matéria de dons e circunstâncias de vidas. E essas desigualdades existem de modo que haja uma interdependência, de modo que uns trabalhem em função dos outros, base de toda solidariedade, sem a qual a vida gregária seria impossível.

3) Não é à toa que o igualitarismo, no sentido absoluto do termo, é essencialmente anti-social. E o que é o socialismo senão uma cultura sistematicamente anti-social, a ponto de relativizar tudo o que é mais sagrado, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 2016.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Notas sobre um comentário de Ésquilo a respeito das estátuas de bronze


1) Ésquilo disse que uma estátua de bronze é o espelho da forma de quem viveu e o vinho da mente de quem almeja seguir seu exemplo.

2) Espelho da forma: a santidade, a vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Vinho da mente: a alegria de saber que Cristo ressuscitou e que venceu a morte. Por isso que comungamos de seu corpo e de seu sangue na forma de pão e vinho.

4) Quem é iconoclasta ignora toda a sabedoria clássica.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2016.

Dilema que teria, se fosse padre

1) Se fosse padre, eu estaria neste dilema: quando se consagra o corpo e sangue de Cristo na forma do pão e do vinho, eu certamente teria que tomar do vinho, o sangue de Cristo, que tem álcool. E eu, que tomo remédio para depressão, não posso beber álcool, por conta do problema da interação medicamentosa.

2) O que fazer nestas circunstâncias?

Notas sobre o neocolonialismo

1) Quando uma civilização se lança aos mares em busca de si mesma, ela acaba fundando colônias de modo a promover a glória de si mesma, na pretensa esperança de salvar outros povos do atraso, ao impor seu modelo civilizado a outros povos. Não é à toa que países que agem assim no ultramar tendem a ser péssimos colonizadores. Um exemplo disso é a França. A Holanda, que pretendia fundar um império comercial, é outro mau exemplo, assim como a Inglaterra vitoriana, que adotou um modelo inspirado no holandês, de modo a criar mercados para as suas indústrias, criando um novo tipo de mercantilismo.

2) O neocolonialismo, feito no século XIX e XX, é uma marca dessa vaidade. As colônias se tornam exportadoras de matérias-primas e acabam sendo mercados exclusivos de modo a consumir os produtos industrializados da metrópole. Trata-se de um dos fundamentos da economia protecionista.

3) O fundamento desse protecionismo está em Maquiavel - o príncipe deve criar meios de modo a que seus súditos dependam de sua autoridade. Essa dependência acaba pervertendo a legitimidade: em vez de as pessoas apoiarem o príncipe por conta de suas virtudes inerentes, por ser um excelente vassalo de Cristo, tendem a apoiar o príncipe porque ele é um manipulador populista, um pai dos pobres atrasados - o que prepara o caminho para o que vemos nesta República populista, coisa que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. E por conta dessas políticas clientelistas, o Estado é tomado como se fosse religião, a ponto de ficar fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) Maquiavel, em seu livro, também recomendava que o príncipe tivesse colônias no além-mar. Portanto, Maquiavel é o pai do neocolonialismo, coisa que só passou a ter um fundamento mais nefasto com a entrada da ética protestante, que levou a uma ordem econômica fundada no amor ao dinheiro, enquanto salvação espiritual: o capitalismo.

5) Comparado com Portugal e Espanha, ir ao mar em busca de si mesmo e promover a liberdade dos mares de modo a semear má consciência em todos os povos do mundo inteiro é edificar liberdade para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2016.