Pesquisar este blog

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Mais lições de moral aos que pregam o conservadorismo de boutique

1) Nem terno, nem bikini: ambos são exibicionismo. Apenas seja você mesmo.

2) Ser você mesmo, vivendo a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, é algo bem difícil de ser. Todo dia é uma luta constante de modo a que você esteja sempre presente diante de Deus, pois a todo instante somos tentados a ser o que não somos: e isso constitui uma experiência substituta da nossa realidade, o que nos nega em essência enquanto seres criados à imagem e semelhança de Deus

3) O professor Olavo já mostrou que a hipnose, coisa que se faz até na moda, facilita o processo de termos uma experiência substitutiva, fora da nossa realidade. Além de edificar má consciência, é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/o-conservador-nao-e-parte-de-uma.html

O conservador não é parte de uma tendência, de uma "tribo", como dizem os fashionistas

1) Não uso terno. O máximo que uso é traje sport fino - e faço isso quando vou sair de casa (geralmente para ir à Igreja ou fazer alguma fora de casa).

2) Dentro de casa, eu tenho roupas para usar dentro de casa - e só recorro a elas quando está frio; em dias de calor, que constituem a maior parte dos dias do Rio de Janeiro, eu só uso cueca. Poderia usar roupa, desde que o ar esteja ligado - como a energia é cara, então eu me visto do modo mais minimalista possível.

3) Se me fizerem uma entrevista, por conta do trabalho que faço, que façam isso num dia frio. E não vou usar terno e gravata, muito menos terei um cigarro ou charuto na boca, acompanhado com um whisky a tiracolo - afinal, eu não fumo, nem bebo. Se esta entrevista for feita em casa, será usando as roupas que uso em casa - roupas bem simples.

4) Muitos pensariam que sou "esculachado" - como minha entrevista em tese será feita em casa, eu me visto do jeito que quiser - e qualquer juízo que se emita a respeito da forma como me visto em casa é atentatório às regras constitucionais, uma vez que a vida privada é inviolável - a entrevista se dará dentro desse ambiente onde sempre me encontro: em casa. Além disso, não farei isso para me exibir - na verdade, farei isso sendo o que sou, na circunstância de ser um homem comum, morando com a família.

5) Os conservantistas de facebook pirariam por não usar os trajes típicos da "tribo". Como diz o Olavo, eu estou pouco me lixando para isso. Sou um homem de família, moro com os meus pais, não sou casado e trabalho em casa - dentro de casa, as regras são as de casa. Só um idiota impõe à rua aquilo que se faz em casa: exemplo disso são as moças que postam fotos de bikini no facebook. Eu poderia colocar fotos de sunga, mas não faço isso - afinal, não quero ser tratado como se fosse um objeto de prazer alheio e descartado, uma vez feito o ato libidinoso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2016.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Nem estados, nem departamentos. Os territórios que constituem a federação são províncias

1) Para os que adotam o modelo unitário de república, as divisões regionais são departamentos, do mesmo modo em que os bairros são colônias do centro da cidade. Isso é uma visão de mundo extremamente fora da realidade.

2) Para os que adotam o modelo americano da república, os estados são pequenas nações dentro da nação. E tendem a se tornar facções, a ponto de se separarem. Afinal, o federalismo é uma convenção e não uma união fundada na nacionidade, no país tomado como se fosse um lar.

3) A República brasileira casa os dois modelos: é uma federação de araque. O federalismo aqui é nominal.

4) O termo correto para chamar as regiões do Brasil é província. Províncias servem de escola para tomar o Brasil como um lar, pois o Todo transcende a soma das partes. E o papel da província é servir aos povoados locais, de modo a que possam ser um exemplo para as demais províncias de modo a que todas juntas sejam tomadas como se fosse um lar em Cristo, por força da missão que recebemos em Ourique: servir a Ele em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2016 (data da postagem original).

Como a inadimplência sistemática dos governos de facção da República gera a crise de insolvência?

1) Na República, a crise da insolvência começa a partir da inadimplência sistemática.

2) Como na República não há crença em fraternidade universal, então o atual titular do cargo fará de tudo para sabotar seu sucessor, caso seja de outro partido ou de outra facção rival. Por isso que a República é essencialmente guerra de facção, pois nela o que prevalece é a ideologia e não a manutenção do bem comum.

3) E uma dessas formas de sabotagem é sendo inadimplente. E esse ciclo de inadimplência é sistemático até haver insolvência, o que acaba gerando crise do pacto federativo. E o quadro é agravado pela eventual crise econômica, uma vez que as divisas, arrecadadas por meio dos impostos, simplesmente não existem, posto que a fonte secou.

4) No âmbito da federação marcada pelo guerra de facção, cada naturalidade tende a se tornar nacionalidade, a tal ponto que estados competem entre si através de incentivos e favores fiscais - e é neste ponto que a regionalização tende a distribuir ainda mais o que é reproduzido desde cima, por conta do centralismo asfixiante, próprio do país tomado como se fosse religião de Estado. É por isso que a República mata o senso de tomar o país como se fosse um lar, uma vez que os povos dos Estados não são tomados como parte da família, como vemos na monarquia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/ser-insolvente-nao-e-ser-inadimplente.html

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Ser insolvente não é ser inadimplente

1) No Direito, existe uma diferença muito grande entre ser insolvente e ser inadimplente.

2) O insolvente em geral é um bom pagador: por conta de uma circunstância extraordinária, por conta de uma imprevisão - como uma doença na família ou alta do dólar, se estiver comprando alguma coisa com base no arrendamento mercantil (leasing) - ele está com dificuldades técnicas de pagar. E como isso afeta a muita gente, isso é matéria de ordem pública, visto que o devedor insolvente não é capaz de se defender juridicamente de um abuso, pois está vulnerável. É matéria de justiça, de caridade, ajudar os insolventes.

3) O inadimplente é um consumista, tem dinheiro para pagar, tem as circunstâncias favoráveis para pagar, mas, mesmo assim, não paga. É devedor e depositário infiel - a tal ponto que é capaz até de quebrar relações de confiança, quando for a ele confiado a responsabilidade de gerir os bens dos outros enquanto alguma coisa está em pendência judicial. O inadimplente lembra tanto o filho pródigo quanto o administrador desonesto, uma vez que esse ser vive uma vida desordenada, fundada no amor de si, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade.

4) Atualmente, o adjetivo que é mais para ser referir a um caloteiro contumaz - o inadimplente, o que descumpre de maneira habitual e por escolha obrigações jurídicas onerosas - é perdulário. E é isto que caracteriza os que governam o país neste regime maldito que é a República Brasileira. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de setembro de 2016.

https://bncon.files.wordpress.com/2016/09/03-jesus-e-a-parc3a1bola-do-administrador-desonesto.pdf

https://bncon.files.wordpress.com/2014/04/a-lic3a7c3a3o-de-jesus.pdf

domingo, 18 de setembro de 2016

Do espanto decorrem o absurdo e a admiração, matérias-primas da filosofia

1) Aristóteles dizia que a filosofia - a fonte da atitude filosófica, causa que nos leva à reflexão - vem do espanto.

2) O espanto tem fundamento em duas coisas: no absurdo e na admiração.

3) O absurdo vem das coisas que relativizam tudo o que é verdadeiro, que buscam liberdade fora da liberdade em Cristo, gerando uma verdadeira prisão. Segundo Camus, a primeira linha de conhecimento da verdade vem a partir do momento em que começamos a meditar sobre isso, fazendo um verdadeiro trabalho de engenharia reversa de modo a conhecer o que é verdadeiro e conforme o Todo que vem de Deus. A partir do que é conhecido e que deve ser portanto obedecido, por se fundar justamente nessa conformidade, temos a atitude necessária para combater esses absurdos que estão sendo edificados na vida social, a ponto de relativizar tudo o que é de mais sagrado.

4) A admiração é fazer coisas admiráveis, coisas essas que nos apontam para Deus. É o apostolado fundado nas boas obras, fundadas numa fé verdadeira. A admiração é alimentada a partir de séculos e séculos fazendo engenharia reversa a partir do absurdo. Não é à toa que o admirável parte de uma fé bem estruturada, bem formada naquilo que é verdadeiro.

5) O fato de muitos dos nascidos nesta terra não terem o senso de admiração se deve ao fato de que muitos conservam o que é conveniente e dissociado da verdade. Muitos deles perderam a conexão de sentido que levou à fundação deste terra - e por justamente desconhecerem aquilo que foi fundado em Ourique, tendem a ter uma leitura errada do país, fundada no fato de se tomar o país como se fosse religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele. Não é à toa que o pai da doutrina das nacionalidades no Direito Internacional, Pasquale Mancini, teve seu trabalho condenado pela Igreja - ele era um homem de esquerda, pelo que pude ler na introdução às suas preleções de Direito Internacional, organizadas pela Unijuí, em 2003.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2016.

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/08/do-jornalismo-e-da-literatura-como.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/08/por-que-devemos-estudar-realidade.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/notas-sobre-importancia-das-nuances-da.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/as-possibilidades-de-acao-politica.html 

Federalismo de integração - sinônimo de engessamento

1) As receitas públicas mais importantes, como o imposto do Renda, o IOF, o IPI, Imposto Territorial Rural são todas receitas da União. Isso sem contar as contribuições, coisa que só compete à União criar, com base no artigo 149 da CRFB/88.

2) O fato de as competências da União serem tratadas primeiro indica uma tendência de centralismo asfixiante, já que, ao contrário dos outros países, a nossa Constituição discriminou em detalhes o sistema tributário nacional.

3) A mesma coisa pode ser vista nas matérias que são de reserva legislativa da União, constantes no artigo 22 e seguintes, que geram a pena de inconstitucionalidade na forma desta CRFB. Pelo que se pode observar, ao Estado compete tão-somente legislar aquilo que não compete nem à União e nem aos Municípios.

4) Este tipo de coisa caracteriza engessamento. Por essa razão, o argumento, proferido por alguns, de que o Brasil é uma federação que se rege sem o princípio da subsidiaridade faz sentido. O Brasil é, portanto, uma federação de araque: nas palavras do Min. Lewandowski, eles chamam isso de "federalismo de integração".

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2012 (data da postagem original).

Postagens relacionadas:

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2020/04/notas-sobre-reforma-tributaria.html

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2020/04/sobre-intima-relacao-entre-tributacao.html