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sábado, 4 de junho de 2016

Notas sobre 2016 até agora

1) Em 2016, eu tive duas glórias: converter meus pais em monarquistas e ver convertidos meus indo ao Encontro Monárquico.

2) Só não vou a esses eventos por uma simples razão: a mente do escritor, sobretudo a deste que vos fala, sempre atende ao chamado do Santo Espírito de Deus. Se o Espírito sopra onde quer, lá está a minha mente pronta para dizer sim e escrever, não importando em que circunstância o chamado se encontra.

3) Algum dia, cedo ou tarde, serei chamado para falar num Encontro Monárquico. Esta será uma das poucas ocasiões em que vou palestrar; por norma, não palestrarei para ninguém, a não ser perante um Rei - ou um Imperador, no nosso caso. Se falo para o soberano, eu falo para o povo - e estou pronto para essa responsabilidade. Não recusarei nenhum chamado vindo da Coroa, pois é o Brasil me chamando.

4) Qualquer chamado vindo de outras pessoas que não o Imperador será recusado. Não confio em outra pessoa senão naquele que é o legítimo sucessor de D. Afonso Henriques, pois foi o próprio Cristo quem fez dele Rei, de modo a que servíssemos a Ele nestas terras distantes, já carcomidas pelos 127 anos de apatria republicana. É justamente porque vejo o Crucificado de Ourique em D. Luiz que digo  sim a ele e faço o meu trabalho - se não fosse por isso, eu jamais seria um monarquista.

Não há justiça entre apátridas

1) O Direito Privado rege a relação entre cidadãos, pois parte do fato de que A e B tomam o país como se fosse um lar, tendo por Cristo fundamento.

2) O Direito Público rege a relação que se dá dentro do ambiente de Estado - coisa que assume nuances privadas, como a relação do Estado-administrador e servidor público - e a relação entre o Estado e a população dos que tomam o país como se fosse um lar em Cristo.

3) Numa relação entre apátridas não haverá nem Direito Privado, nem Direito Público, nem Direito Peregrino (que cuida da relação entre estrangeiros dentro do nosso território nacional). É anarquia pura - às vezes, esse discurso está mascarado por esta expressão: "nem público, nem privado - o que temos aí é uma zona cinzenta".

4) Ao contrário da matemática, em que há todo um conjunto de números que se dá entre 0 e 1, na apatria não existe isso. E isso é um vácuo cuja causa foi planejada e arquitetada, a partir do momento em que passaram a tomar o país como se fosse religião e a reger as coisas da pátria fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, o que edifica liberdade com fins vazios, o libertarismo, coisa que prepara o caminho para o totalitarismo. É por essa razão que apátrida não tem direito, pois ele não tem a quem recorrer.

A vida virtual pede uma educação real para ser exercida com responsabilidade

1) Eu costumo dizer aos meus pares que a pessoa só pode ir para a rede social depois de muitos anos estudando no ambiente real, tal como aconteceu comigo. Nas nossas circunstâncias atuais, o homeschooling é o caminho perfeito para isso - se a liberdade é prerrogativa, então a pessoa deve ser capaz de ser gente neste tipo de ambiente também, pois a rede social não é muito diferente do ambiente real - a diferença é que você o faz por escrito e não falando.

2) Se a pessoa não for plenamente capaz disso, de dizer sim a esse chamado, terminará como muitos que vejo aqui online: falando a primeira coisa que vem à cabeça, sem ser capaz de separar a verdade do erro. E falta de empatia para com a verdade é não enxergar Cristo como sendo a verdade em pessoa - e isso não é bom.

3) Muito do comportamento do brasileiro se deve à aversão ao saber - e essa aversão é incapacitante não só para a vida civil como também para a vida fundada no fato de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo. E isso é que explica o fato de muitos serem apátridas, apesar de nascidos nesta terra.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Haroldo Monteiro e o perigo da virtualização do dinheiro

Haroldo Monteiro

1) O maior problema da virtualização do dinheiro é a impossibilidade pura e simples de se fazer poupança caseira. Se o governo quiser reduzir pessoas a mais absoluta miséria, basta só apertar um botão. Não haverá comércio - a não ser por aqueles autorizados pela justiça, por meio da Junta Comercial.  Isso é a condição sine qua non para o reino global.

2.1) Não haverá mais distinção possível entre Economia e Direito, pois a prática econômica se reduzirá uma convenção jurídica.  Eis aí a maravilha do direito positivo de Kelsen. 

2.2) Se tudo é, no fim, uma convenção jurídica, então nada poderá estar fora do estado,  a não ser os desafetos do Estado, que se esforçará cada vez mais em identificar o amigo do inimigo - esse é o Estado leviatã de Hobbes. E tudo isso está sendo proposto para um único fim: isolar os cristãos e esmagar-nos como se fôssemos baratas!

3) A Moral, o direito e a economia passarão a ser uma concessão estatal. Eis o mundo monopartidário -  o mundo sem classes!

José Octavio Dettmann

A economia de moeda física é que dá causa ao banco caseiro - e é do banco caseiro que pagamos o dízimo das Igrejas. A esmola que damos ao pobre se faz exatamente dessa forma pois a poupança caseira é um microcosmos da atividade bancária enquanto atividade salvífica. Pois o verdadeiro banco é a Igreja - os demais praticam usura, pois, como são filhos da ética protestante, então não há compatriotas, mas uma relação sistemática que se dá entre apátridas.

Haroldo Monteiro:

Deus é a base da família e a poupança caseira decorre das boas relações familiares.  A abolição de Deus do cenário social relativiza a família em "famílias" - e família relativizada, desestruturada é a base da abolição da propriedade hereditária. Sem a sucessão por força dos laços de sangue, relativiza-se o conceito de propriedade e esta acaba sendo, pela virtualização do dinheiro, uma natural propriedade do Estado, coisa que se estabelece por convenção e não por laços de sangue.

José Octavio Dettmann: E o mundo monopartidário será um mundo cosmopolitano. Por isso que Zolo chama a Nova Ordem Mundial de Cosmópolis, por influência de Toulmin - pois o cosmopolitismo é próprio do comércio, já que as relações são impessoais, movidas a dinheiro - o que relativiza as coisas, porque se reduziram a utilitarismo barato - e facilitam a regulação, por serem pragmáticas por levarem a uma cultura de interesses qualificada pela pretensão resistida, o que é à judicialização sistemática das relações sociais, pois a sociedade não mais crerá em fraternidade universal, tamanha é a força da crença no materialismo. E isso favorece o centralismo - como as questões de segurança nacional passarão a ser questões globais, então haverá a centralização de tudo nas mãos da ONU.

A dação em pagamento favorece um direito consuetudinário

1) A partir do conceito de Santa Escravidão, em que somente Deus tem o poder de vida e de morte sobre as pessoas - uma vez que Ele é o autor da Criação -, a dação em pagamento passou a ser sinônimo de liberalidade. E em caso de prestação de tributos, o trabalho in natura passou a ser exercido através de servidão.

2) Na servidão, o servo trabalha para o senhor feudal em troca de proteção. Como quem protege serve e rege, então é natural que houvesse essa superioridade, pois proteger os fracos é algo próprio do dever Cristão - a marca do heroísmo, por excelência.

3) Dentro do ambiente protegido do feudo, os habitantes do mesmo poderiam perfeitamente fazer acordos de maneira livre e em conformidade com o Todo que vem de Deus. Como esses acordos tomavam por base o fato de que A e B eram irmãos em Cristo, então o direito passou a ser regido por força de costume. Como o bom costume privado edifica ordem pública, então a necessidade de se bem observá-lo se distribui a toda a sociedade - e cabia à autoridade protetora do feudo garantir a observância desse acordo. 

4) Outro fator que favorecia era que o poder estava descentralizado. Não havendo autoridade central, o Estado não poderia ser tomado como se fosse religião, de modo a trair tudo aquilo que fosse sagrado, verdadeiro.
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 03 de junho de 2016 (data da postagem original).

Como a impessoalidade fortalece as relações bancárias, a ponto de terem poder sobre tudo

1) Em cultura de família nuclear - onde cada membro é um núcleo, como se este tivesse sua própria verdade -, a cooperação entre os membros, se houver, ela será eventual, conveniente e dar-se-á por intermédio de relações bancárias, impessoais.

2) Como o indivíduo A, por pragmatismo, não viajará de modo a ver o indivíduo B no país de origem, então o dinheiro que é remetido a B será convertido para a moeda nacional - e o banco, que ama mais o dinheiro do que a Deus, manipulará a moeda de modo a que o beneficiado receba menos do que precisa, em razão da taxa cambial, da tarifa bancária e dos impostos sobre operações financeiras. O maior exemplo disso são os mexicanos que possuem parentes nos Estados Unidos, onde boa parte da economia do México depende do emigrante. Como muitos deles são ilegais, a impossibilidade de voltar de tempos em tempos é caracterizada pela pressão de sustentar a família, o que acaba criando uma situação de escravidão, por força das circunstâncias.

3) Se o governo acabar com a moeda física, acabará normatizando a impessoalidade como regra das ações e impossibilitando a poupança caseira, pois quem emite a moeda terá um poder absoluto, a ponto de ter poder de vida e de morte sobre todas as pessoas que estão tanto no seu território quanto nos que se encontram de fora, que dependem desta economia em particular. Isso é algo terrível, devastador.

Notas sobre economia doméstica - sobre o caso de ter parentes no exterior

1) O lado bom de uma economia familiar está no fato de que um parente, que se encontra em um lugar, ajuda o outro, que está em outro. É no domicílio familiar que se faz o intercâmbio - deste modo, a casa se torna uma espécie de pequeno mercado, um microcosmos da praça onde o dinheiro não é o mais importante, mas, sim, o amor que uns têm pelos outros, tal como Jesus nos amou. Se não houver solidariedade, fica impossível tomar vários países como se fossem um mesmo lar em Cristo, pois fica impossível o intercâmbio de circunstâncias através do compartilhamento de solidões. Só mesmo no âmbito da família é que temos a integração das mais diferentes circunstâncias locais num mesmo sistema - ela é o microcosmos da Igreja, que é a liberdade por excelência.

2) Maior exemplo desse tipo de integração que conheço em minha família é o meu irmão Gregório. Por conta das viagens que ele tem feito ao Chile e aos Estados Unidos, permitiu-me por liberalidade que eu montasse uma carteira de dólares e de pesos chilenos, com base nas sobras de viagem. É através do distributivismo, da solidariedade familiar, que temos uma forma alternativa de se fugir do câmbio, cuja economia se funda essencialmente no pragmatismo do dinheiro que chama dinheiro e na impessoalidade, coisas que decorrem do fato de se amar o dinheiro como se fosse um Deus, a ponto de nagar o Deus verdadeiro, causa de toda sorte de corrupção.

3) Quanto mais meu irmão viajar para o exterior, mais sobras de moeda estrangeira eu terei, caso haja - tanto é que já separei uns potes com esse propósito. E quando tiver condições, poderei organizar minha própria viagem, com base nas sobras de viagem acumuladas.

4) Se eu tiver mais gente colaborando comigo neste aspecto, eu pego as sobras de viagem dos outros, usando apenas a cultura do acordo e da cooperação.

5) Esta cultura de cooperação necessita do contato face a face - o que puder fazer dentro do âmbito local, melhor. E o segredo disso é conhecer melhor as pessoas, pois é através de um bom acordo e da cultura de prestação de serviço que tenho o que preciso, pois as coisas me serão dadas por liberalidade, por generosidade. E a dação em pagamento é sinônimo de distributivismo, pois é cooperação por excelência.