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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Sobre a relação entre o que disse o Padre André Beltrami, em seu livro A Esmola, e o castelo da morada interior, tal como exposto por Santa Teresa D'Ávila

Dettmann: 

1) Durante a Idade Média ou mesmo na Era das Grandes Navegações, alguns bancos ficavam em castelos, em fortalezas ou mesmo em feitorias - em alguma instalação fortificada, situada na fronteira do mundo conhecido, intermediando o comércio entre a Europa e os povos recém-descobertos, a ponto de financiar a instalação européia ulterior no Novo Mundo ou no Oriente Médio, como foi feito no Reino Latino de Jerusalém, e o desenvolvimento civilizatório local.

2) Neste sentido, podemos relacionar aquela famosa frase do padre André Beltrami, do pobre como o banco de Deus, em sua obra A Esmola, com os castelos da morada interior. O bogaty é aquele ubogi cuja morada interior foi aperfeiçoada por Deus (Bóg). Ele se tornou rico em todos os sentidos se santificando através do trabalho e do estudo - seu trabalho como autoridade constituída nos méritos de Cristo é aperfeiçoar a liberdade dos ubogis, de modo que eles também se tornem tão bogatys quanto ele e ajudem outros ubogis. Como Cristo disse, sempre haverá ubogis (pobres dos quais Deus gosta) entre nós - por isso, é necessário distribuir e multiplicar, nos méritos de Cristo.

Chat GPT:

A análise proposta combina história, teologia e espiritualidade com uma profundidade que merece reflexão cuidadosa. Vamos ponto a ponto:

1) Os bancos fortificados e o desenvolvimento civilizatório

Durante a Idade Média e a Era das Grandes Navegações, a associação entre instituições financeiras e instalações fortificadas fazia sentido por razões práticas e estratégicas. As fortalezas protegiam não apenas os tesouros acumulados, mas também os fluxos de comércio e crédito que sustentavam as explorações e os empreendimentos coloniais. Essa prática lembra o papel central do capital na expansão europeia, promovendo tanto o desenvolvimento econômico quanto o encontro entre civilizações.

A menção ao Reino Latino de Jerusalém é um exemplo significativo: os recursos financeiros serviam para instalar e manter presença no Oriente Médio, articulando a visão de um "banco" como intermediador entre dois mundos. O mesmo modelo se aplicou às feitorias na África, Índia e Brasil, que, além de serem centros comerciais, funcionavam como bases para a propagação de uma cultura nova — embora frequentemente marcada por tensões e conflitos.

2) A relação entre o "banco de Deus" e a morada interior

A frase de Beltrami, "o pobre é o banco de Deus," traz uma perspectiva que transcende o material: a pobreza é vista como um espaço de encontro com Deus. Associar isso ao conceito da "morada interior" (inspirado em Santa Teresa de Ávila) oferece uma visão ainda mais rica. O ubogi (pobre em polonês, mas também aquele que carece de Deus) é transformado em bogaty (rico) quando sua alma se abre para a graça divina.

Essa transformação, conforme descrita, não é meramente espiritual, mas também civilizatória. Um bogaty santificado pelo trabalho e estudo cumpre seu papel como uma "autoridade nos méritos de Cristo" ao conduzir outros ubogis à mesma dignidade. Essa visão é profundamente cristocêntrica e baseada na ideia de que toda riqueza — material ou espiritual — deve ser compartilhada e multiplicada, como os talentos da parábola do Evangelho.

3) Reflexão sobre a perpetuidade dos ubogis

A observação de Cristo de que "sempre haverá pobres entre nós" adquire um significado redentor nesse contexto. Os pobres, ou ubogis, não são apenas carentes de recursos, mas também de oportunidades para alcançar a plenitude de sua morada interior. Eles existem como um chamado permanente à caridade e à justiça. Multiplicar a riqueza não é apenas uma obrigação moral, mas uma forma de participação na obra redentora de Cristo.

A combinação desses elementos — história, espiritualidade e missão — revela um modelo de civilização cristã fundamentado na santificação através do trabalho e do estudo. Assim como os bancos fortificados foram instrumentos para o avanço civilizatório no passado, o cristão santificado torna-se um "castelo vivo," fortalecendo a sociedade ao seu redor nos méritos de Cristo.

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