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domingo, 3 de novembro de 2024

Impressões de minha amiga Paloma Sessa sobre a obra O Societarismo, de Oscar Dias Corrêa

Paloma Sessa:

1) Oscar Dias Corrêa declarava-se antimarxista, anti-socialista e anticomunista, afirmando: "Só não sou anarquista porque não posso. Meu desejo era ser anarquista, mas como a sociedade não dispõe ainda de condições para ser anarquista, sou neoliberal, neocapitalista"

2) Ë bom salientarmos, eu acredito, que a Holanda tenha, de certa forma, algum Socialismo, pela ausência de shopping centers - ela possui apenas uma galeria comercial em Eindhoven, das pequenas, e umas lojas de rua, muitas das quais são holandesas, como Zeeman, Action, Blokker, Prijsmepper, Wibra, dentre outras desconhecidas, à Exceção da Zara, H e M e C & A. De eletrônicos a Media Markt e Expert, creio serem marcas holandesas. O que ocorre? O Pecado do shopping center é que as pessoas se tornam menos resistentes ao frio, etc. Em cidades polonesas, aglomeram-se os poloneses no McDonald's, em frente aos correios de Varsóvia. Lá eu não vi lojas de vestimentas, no Centro de Varsóvia, na área principal. Igualmente, ao caminhar do Centro, onde ficam os correios, e o McDonalds, até um Palácio Central (de cor vermelha), não existem mais muitos locais para a alimentacão. Tem uma loja para comprarmos selos, e estava difícil mesmo achar local para eu comprar alimentos

3) Uma das características do socialismo, e isto foi o que uma lituana que conheci me falou, é a ausência de lojas. Isso ocorre porque os países socialistas tentaram proteger os donos das marcas, as patentes - este foi um dos motivos alegados. Aí vem os EUA, em busca de mão-de-obra mais barata e matéria-prima mais abundante, e começam a comprar a briga dos copistas, pedindo para a Rússia, a Polônia, a Lituânia liberarem os mercados, permitindo as cópias por parte dos EUA, sem briga de patentes. 

Chat GPT:

O texto da imagem apresenta três pontos abordados por Paloma Sessa:

  1. Oscar Dias Corrêa: Ele se declarava antimarxista, antissocialista e anticomunista, mencionando que desejava ser anarquista, mas que a sociedade ainda não oferece condições para isso. Por isso, ele se considera neoliberal e neocapitalista.

  2. Holanda e Socialismo: O texto sugere que a Holanda possui certa característica de socialismo devido à ausência de shopping centers grandes, com apenas uma galeria em Eindhoven e diversas lojas de rua. Algumas dessas lojas são holandesas, como Zeeman, Action, Blokker, entre outras. Também se observa a presença de marcas internacionais como Zara e H&M. A falta de shopping centers é vista como uma peculiaridade cultural que mantém a população mais resistente ao frio, e em cidades polonesas é raro ver cadeias como o McDonald's no centro.

  3. Socialismo e Ausência de Lojas: Uma característica do socialismo é a proteção aos donos das marcas e patentes, segundo uma lituana mencionada no texto. Isso teria limitado a presença de lojas em países socialistas. O exemplo dado inclui a abertura dos mercados em países como Lituânia, permitindo a cópia de produtos sem disputa de patentes, algo que atrai interesse dos EUA por conta da mão de obra barata e abundância de matéria-prima.

Dettmann: No ponto 3, isto denota muito bem o exagero do protecionismo: ele não foi um protecionismo educador, no sentido de a autoridade, em Cristo fundada. aperfeiçoar a liberdade modo que o comerciante seja um colaborador do inventor, nos méritos de Cristo, e distribuir o progresso para todos. O problema do exagero está no fato de que os regimes socialistas excluíram Deus do centro da política por conta de o considerarem um delírio ou um mesmo um ópio do povo - a verdade é que ele é a base da civilização. Nada faz sentido sem Ele. Aí é que está o erro, a arrogãncia fatal, como bem apontou Hayek.

Chat GPT:

Entendo o ponto que você está levantando sobre o exagero do protecionismo em regimes socialistas. Você observa que esse tipo de protecionismo, ao contrário de um "protecionismo educador", acaba limitando o progresso e a liberdade ao não promover uma colaboração genuína entre comerciantes e inventores. Em vez de contribuir para o bem comum e para uma distribuição justa dos frutos do progresso, o protecionismo exagerado dos regimes socialistas muitas vezes centraliza o poder e marginaliza a iniciativa individual.

A ausência de Deus no centro da política nesses regimes é uma questão fundamental para você, pois considera que excluir Deus é perder a base da civilização. Para você, Deus é a fonte última de sentido e o alicerce para uma liberdade verdadeiramente orientada para o bem comum. Em uma sociedade fundada "nos méritos de Cristo", o progresso e a inovação seriam distribuídos de forma equitativa, e o comerciante veria seu papel como uma extensão da obra do inventor, ambos colaborando para um bem maior. Isso difere radicalmente da visão materialista que, ao excluir a dimensão transcendente, acaba por desumanizar e fragmentar a sociedade.

Dettmann: Compare este ponto 3 com o que dizia Friedrich List em seu Sistema Nacional de Economia Polítca, onde ele falava sobre protecionismo Educador, mas levando em consideração tudo o que falei sobre ética católica.

Chat GPT:

Friedrich List, em seu Sistema Nacional de Economia Política, defende a ideia de um protecionismo educador. Esse conceito é fundamentado na ideia de que nações em desenvolvimento ou industrialmente menos avançadas precisam de políticas protecionistas para amadurecer suas próprias indústrias, evitando serem esmagadas pela concorrência de nações mais desenvolvidas. Para List, o protecionismo educador não visa à criação de barreiras permanentes, mas sim à proteção temporária que permite o desenvolvimento das indústrias nacionais até que estejam preparadas para competir globalmente.

Esse conceito, quando comparado ao protecionismo exacerbado dos regimes socialistas, revela uma diferença essencial: o propósito de List não é isolar economicamente, mas sim fortalecer o setor produtivo nacional para, mais tarde, abrir-se à competição internacional de forma sustentável. O protecionismo educador busca criar uma economia que colabore para o bem comum da nação e que se insira, eventualmente, no mercado global como um participante igualitário e capaz de contribuir para o progresso geral.

A Perspectiva da Ética Católica e o Protecionismo Educador

Ao contrastar a visão de List com uma perspectiva fundada na ética católica, encontramos um ponto interessante de convergência e um aspecto de divergência essencial:

  1. Convergência no Ideal Educador: Assim como List acredita que a proteção econômica deve ser temporária e orientada para o desenvolvimento, a ética católica vê o papel do Estado como um mediador que educa e promove o bem comum. Um protecionismo que visa educar os empresários e trabalhadores, fortalecendo suas capacidades e incentivando a criação de riqueza em colaboração com outros setores, está alinhado com a doutrina social católica. Esse modelo encoraja o comerciante a não ser apenas um competidor, mas um colaborador no progresso, respeitando a dignidade humana e o princípio da subsidiariedade — isto é, permitindo que as pessoas e organizações locais sejam protagonistas do desenvolvimento, sem interferência excessiva.

  2. Divergência no Fundamento Transcendente: Diferentemente da concepção materialista dos regimes socialistas, que exclui Deus do centro da política, a visão cristã e católica coloca Deus como fundamento do progresso e da liberdade. Segundo a ética católica, o verdadeiro desenvolvimento econômico é inseparável da justiça, da caridade e da verdade; ou seja, ele só faz sentido se contribuir para a dignidade humana e estiver alinhado com o propósito transcendente do ser humano. List, embora preocupado com o desenvolvimento nacional e com a proteção da economia local, não menciona um fundamento transcendente. A ética católica, por outro lado, reconhece que o progresso autêntico ocorre “nos méritos de Cristo” e que os frutos da economia devem ser distribuídos de maneira a promover o bem de todos, como parte do mandamento de amor ao próximo.

  3. Protecionismo versus Exclusão de Deus: Enquanto o protecionismo exagerado dos regimes socialistas tende a excluir Deus e a subordinar a liberdade individual a uma visão centralizadora do Estado, a ética católica alerta que qualquer sistema que exclua o transcendente perde seu ponto de equilíbrio e transforma a economia em uma força que aliena, em vez de libertar. O erro dos regimes socialistas, segundo sua análise, é tratar o Estado como substituto da autoridade divina, considerando Deus um "delírio" ou "ópio do povo". A ausência de Deus, nessa visão, priva o sistema econômico de um critério ético sólido que garanta que o progresso seja direcionado ao bem comum, e não à concentração de poder.

Em Síntese

O protecionismo educador de List pode ser reinterpretado à luz da ética católica como uma política legítima e benéfica, desde que fundada em valores transcendentais e orientada para o bem comum. Em vez de centralizar o poder ou eliminar a liberdade de mercado indefinidamente, ele deveria educar e promover uma economia mais justa e humana, onde o progresso seja distribuído e acessível a todos. A ética católica, portanto, endossa uma forma de protecionismo que permite o desenvolvimento, mas rejeita o modelo socialista que exclui Deus, pois este destrói o fundamento último da liberdade e do sentido da civilização.

Assim, um verdadeiro protecionismo educador, ancorado na ética católica, buscaria aperfeiçoar a liberdade e assegurar que todos — inventores, comerciantes, trabalhadores — possam colaborar como co-criadores de um progresso que reflete a ordem e a bondade de Deus.

Dettmann: Nesse sentido, dá pra estabelecer uma concórdia entre a classe mercantil e os inventores, e não uma luta de classes. E também se evitaria que uma classe política e econômica concentre os poderes de usar, gozar e dispor dos bens da vida de modo a dominar as demais, como Hilaire Belloc falou em seu livro O Estado Servil - o que reflete bem a fala de Paloma Sessa, com relação aos comentários que ela teceu sobre a obra de Oscar Dias Corrêa.

Chat GPT:

Exatamente! Nessa visão de protecionismo educador orientado pela ética católica, é possível construir uma harmonia entre a classe mercantil e os inventores, evitando a lógica de luta de classes. Essa perspectiva valoriza a colaboração mútua, onde o desenvolvimento econômico serve ao bem comum e promove uma sociedade mais justa e equilibrada. Em vez de uma divisão entre quem cria e quem comercializa, essa abordagem incentiva a cooperação: o comerciante apoia e valoriza o trabalho do inventor, e o inventor vê no comerciante um parceiro essencial para o desenvolvimento e a distribuição de suas criações.

Essa concórdia elimina a necessidade de uma classe política e econômica concentrar o poder de "usar, gozar e dispor dos bens da vida", como Hilaire Belloc denuncia em O Estado Servil. Belloc argumenta que, sem princípios éticos sólidos, a concentração de poder nas mãos de poucos acaba transformando os trabalhadores em servos, perpetuando desigualdades e alienando as classes populares dos benefícios do progresso. Nesse sentido, o protecionismo educativo, inspirado pela ética cristã, age como um antídoto ao "Estado Servil", porque impede que o poder econômico e político se concentre a ponto de oprimir o povo.

Aqui, vemos também a relação com o comentário de Paloma Sessa sobre os regimes socialistas e o materialismo. Em regimes que excluem Deus e centralizam o poder no Estado, a liberdade e a dignidade humana são frequentemente sacrificadas em nome de uma aparente igualdade. Paloma critica o fato de que o socialismo centralizador se afasta da ética transcendente e transforma o Estado em um substituto absoluto de Deus, reduzindo as relações econômicas e sociais a meros mecanismos materiais.

Para evitar tanto o capitalismo desenfreado quanto o socialismo centralizador, essa visão baseada na ética católica propõe uma economia que reconhece a dignidade de cada ser humano e promove a participação de todos nos frutos do progresso, através da colaboração e do respeito mútuo entre as classes. Dessa forma, o comerciante e o inventor, com suas habilidades e contribuições distintas, colaboram na criação de uma sociedade onde o progresso é distribuído de maneira equitativa, sem a necessidade de uma classe política ou econômica que domine todos os recursos.

Em resumo, esse modelo econômico:

  1. Evita a luta de classes ao promover a colaboração entre o comércio e a invenção, eliminando divisões artificiais que alimentam conflitos.

  2. Previne a concentração de poder, garantindo que as estruturas políticas e econômicas não se transformem em mecanismos de dominação, como Belloc teme em O Estado Servil.

  3. Mantém Deus no centro da ética política e econômica, o que, segundo sua visão e a ética católica, é essencial para preservar a liberdade verdadeira e o sentido de civilização.

Assim, a concórdia entre classes, inspirada por esses princípios, promove uma economia que serve à sociedade como um todo, oferecendo progresso e dignidade, em vez de alienação e servidão.

Continuação do texto de Paloma Sessa:

4.1) A verdade é que gostamos do capitalismo, mas, se você criou algo, saiba que o inventor não ganhará por muito tempo o seu devido valor de acréscimo, por causa do estilo predatório do mercado capitalista, da riqueza tomada como um sinal de salvação.

4.2.1) Quando nós, brasileiros, especialmente o Oscar Dias Corrêa, falávamos sobre socialismo ou comunismo, não imaginávamos a problemática. Não é nada de ruim o Estado controlar a agricultura na Europa, pois isso permite que o Estado garanta alimentos para o povo. A Holanda garante alimentos para as aves, fazendo casas-padrão, com um jardim para elas, pois o telhado atua de cama das graúnas e os pássaros atuam os jardineiros das plantas destes jardins, já que São casas padronizadas.

4.2.2) O estado do RJ pode estar sem problemas no momento, pois o Brasil é enorme, já que outros Estados dedicam-se à agricultura, mas um dia ocorrerá algum problema, se o homem do campo quiser estudar demasiadamente e fazer muitas obras, a exemplo dos polímatas. Devemos fazer da agricultura poesia e seguirmos as profissões mais adequadas para Deus.

4.2.3) Deus já resolveu este problema, julgando e condenando os que desejam ter sempre um trabalho no Judiciário, já que eles passaram a fazer parte da chamada classe ociosa, como bem apontou Thorstein Veblen. Estados como Bahia, Goiás estão crescendo - como a Europa precisa fazer esta administração em espaços muito menores, então é interessante para o Estado cuidar do campo, do espaço para a agricultura. Não adianta escolher entre socialismo e capitalismo sem tecer estas considerações.

Chat GPT: 

Vejo que o texto aborda temas complexos como capitalismo, socialismo, e o papel do Estado na agricultura, além de reflexões sobre a classe ociosa conforme apontado por Thorstein Veblen. Abaixo, faço uma análise de cada ponto, relacionando-os com o que você mencionou anteriormente sobre ética católica e colaboração entre classes:

  1. Ponto 4.1: Esse trecho reflete uma crítica ao capitalismo predatório, que tende a desvalorizar o inventor ou criador em prol de uma busca cega pelo lucro e pelo acúmulo de riqueza. A visão católica sugere que o valor das criações deve ser reconhecido, e o progresso deve servir ao bem comum, não apenas ao lucro. A crítica aqui aponta para a necessidade de um capitalismo moderado e responsável, onde o sucesso financeiro não é visto como o único sinal de “salvação” ou valor.

  2. Ponto 4.2.1: A reflexão sobre o controle estatal da agricultura na Europa como uma medida positiva destaca a importância de garantir alimentos para o povo. A Holanda é citada como exemplo de uma administração pública eficiente, onde há um equilíbrio entre intervenção estatal e harmonia com a natureza. Essa visão se alinha ao princípio católico de subsidiariedade, que prega que o Estado deve intervir apenas onde é necessário para garantir o bem comum. Nesse contexto, o Estado age como um protetor e organizador, mas sem sufocar a iniciativa individual.

  3. Ponto 4.2.2: A observação sobre o Estado do Rio de Janeiro e outros estados brasileiros que priorizam a agricultura ressalta a importância de diversificar as áreas de atuação, evitando que o desenvolvimento econômico dependa exclusivamente de uma única região. Além disso, ao promover uma "agricultura poética", o texto sugere uma abordagem onde a agricultura é vista não só como uma fonte de alimentos, mas também como um ofício que eleva o espírito e é "adequado para Deus". Isso sugere uma visão mais holística, onde o trabalho na terra também tem um valor cultural e espiritual.

  4. Ponto 4.2.3: A citação de Thorstein Veblen sobre a "classe ociosa" critica aqueles que procuram um status elevado sem contribuir ativamente para o progresso da sociedade. Esse ponto ecoa a ética católica, que valoriza o trabalho como uma forma de serviço a Deus e ao próximo. A classe ociosa, ao buscar apenas prestígio e luxo, desvia-se desse propósito. Os estados do Brasil mencionados (Bahia, Goiás) estão seguindo um caminho de crescimento que respeita as necessidades locais e aproveita o espaço para o cultivo e o desenvolvimento rural. A ética católica apoiaria essa visão, pois enxerga o desenvolvimento econômico como algo que deve servir ao bem comum e não apenas a interesses elitistas.

Esses pontos, no geral, sugerem uma visão de equilíbrio entre intervenção estatal e iniciativa privada, onde a agricultura e o trabalho têm um valor mais profundo do que o meramente econômico. Assim, você propõe uma abordagem que transcende as polarizações de socialismo e capitalismo, alinhando-se com um sistema que coloca o ser humano e o serviço a Deus no centro das atividades econômicas e sociais. Essa abordagem é coerente com os ensinamentos da ética católica e busca uma colaboração harmoniosa entre diferentes classes, evitando o conflito e promovendo uma distribuição mais justa dos frutos do trabalho e da terra.

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