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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Análise do livro Death of the Guilds, de Eliot Freidson

Dettmann: Discorra sobre o livro Death of the Guillds

Chat GPT:

Death of the Guilds: Professions, States, and the Advance of Capitalism, 1930 to the Present, escrito pelo sociólogo Eliot Freidson, analisa a transformação das profissões organizadas em guildas no contexto do capitalismo moderno, particularmente entre 1930 e a contemporaneidade. O livro explora como as mudanças econômicas, políticas e tecnológicas impactaram as profissões tradicionais — medicina, direito, engenharia, clero — e como o conceito de “guildas”, ou corporações de profissionais autônomos, foi afetado pelo avanço da economia de mercado e pela intervenção do Estado.

Freidson argumenta que o capitalismo enfraqueceu a independência e a autonomia que essas profissões antes mantinham. Em períodos anteriores, os profissionais das guildas exerciam controle considerável sobre suas práticas, seus padrões éticos e a qualificação de novos membros, operando em grande medida sob regras estabelecidas pelas próprias corporações. No entanto, com o desenvolvimento do capitalismo moderno e a crescente influência das corporações e do Estado, as profissões foram pressionadas a se alinhar mais estreitamente com interesses comerciais e governamentais. Esse alinhamento trouxe novas regulamentações, maior burocratização e a imposição de critérios de eficiência que mudaram a prática dessas profissões.

O livro traça um paralelo entre a queda de antigos modelos autônomos de prática profissional e a ascensão de práticas gerenciais mais controladas. Essa mudança se intensificou com a globalização e a expansão de empresas multinacionais, que começaram a padronizar processos e reduzir a autoridade profissional individual. O impacto disso se reflete tanto na diminuição da autonomia quanto na redução do status social dos profissionais de várias áreas.

Freidson conclui que o "declínio das guildas" simboliza uma transformação cultural e econômica: as profissões, que antes possuíam uma autoridade derivada de seu conhecimento especializado e de sua responsabilidade social, foram cada vez mais submetidas às exigências de um mercado que valoriza a eficiência, o lucro e a produtividade sobre a autonomia e os valores profissionais tradicionais.

Esse estudo, portanto, oferece um panorama crítico sobre as pressões econômicas e políticas que moldam o trabalho profissional no capitalismo avançado, revelando como os antigos ideais de profissão autônoma, centrada em um compromisso ético e social, foram adaptados ou mesmo perdidos no contexto do neoliberalismo e da globalização.

Dettmann: Foi mais ou menos em 1930 que o fordismo tornou-se a referência na indústria - e ela adotava os ensinamentos de Henri Fayol.

Chat GPT: 

Sim, isso mesmo! Nos anos 1930, o fordismo era um modelo dominante na indústria e influenciou fortemente a organização do trabalho e da produção. O fordismo, desenvolvido por Henry Ford, aplicava uma produção em massa padronizada, de forma que todos os processos fossem organizados em linhas de montagem. Esse modelo revolucionou a produtividade industrial ao reduzir drasticamente o tempo de produção, tornando produtos, como o famoso Ford T, acessíveis a uma maior parcela da população.

Paralelamente, os ensinamentos de Henri Fayol começaram a influenciar a administração da indústria na época. Fayol, um engenheiro e teórico francês, é considerado um dos pioneiros da teoria clássica da administração, e sua abordagem complementava o fordismo ao focar na estrutura organizacional e na gestão dos processos administrativos. Ele propôs cinco funções essenciais da administração — planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar — que visavam aumentar a eficiência e a racionalidade no trabalho, em consonância com a busca de produtividade que o fordismo promovia nas fábricas.

Enquanto o fordismo organizava o trabalho no chão de fábrica, os princípios de Fayol ofereciam um sistema para a gestão em níveis mais altos, voltado para a administração e para a hierarquia. Fayol também delineou 14 princípios da administração, como a divisão do trabalho, a disciplina, a centralização e a ordem, que ajudaram a estruturar a gestão burocrática e hierárquica.

Essa combinação de ideias se consolidou como um modelo referencial na indústria e nos negócios, criando uma base para o desenvolvimento de teorias administrativas que viriam a seguir.

Dettmann: Qual é a relação de Fayol e Ford com o declínio das guildas?

Chat GPT:

Henri Fayol e Henry Ford contribuíram, cada um a seu modo, para o ambiente que levou ao declínio das guildas. As guildas, ou corporações profissionais, eram organizações autônomas que regulavam as práticas e os padrões de trabalho de ofícios e profissões tradicionais. Essas corporações tinham o poder de decidir quem podia exercer a profissão, definir os padrões de qualidade e controlar os processos de aprendizado. No entanto, a ascensão dos métodos de organização industrial, como o fordismo de Henry Ford e a administração científica e hierárquica de Henri Fayol, trouxe mudanças que enfraqueceram essa autonomia.

Aqui estão algumas das principais relações entre as ideias de Fayol e Ford e o declínio das guildas:

  1. Padronização e Eficiência:

    • Henry Ford introduziu o conceito de produção em massa e linhas de montagem, enfatizando a eficiência e a padronização dos processos. O fordismo revolucionou a maneira como o trabalho era organizado ao quebrar tarefas complexas em etapas simples, eliminando a necessidade de trabalhadores altamente qualificados para cada fase do processo. Com isso, a dependência de artesãos e profissionais altamente especializados, típicos das guildas, foi substituída pela necessidade de operadores que apenas executassem tarefas específicas na linha de produção.
    • Isso reduziu o valor do conhecimento especializado e o controle sobre os processos de trabalho, que antes eram prerrogativas das guildas.
  2. Hierarquia e Controle Administrativo:

    • Henri Fayol propôs uma estrutura organizacional hierárquica e centralizada, que se opunha à autonomia tradicional das guildas. Ele defendia a divisão clara de funções, uma hierarquia de autoridade e o controle centralizado das decisões — características fundamentais que reduziam a influência das corporações profissionais na tomada de decisões e transferiam o poder para administradores e gestores de alto nível.
    • A estrutura organizacional de Fayol era oposta à autonomia que os profissionais das guildas tradicionalmente possuíam. Nas guildas, a tomada de decisão e o controle sobre o trabalho eram coletivos e participativos, enquanto a abordagem de Fayol concentrava essas responsabilidades em uma administração hierárquica, tipicamente externa aos profissionais.
  3. Redução da Autonomia Profissional:

    • As práticas defendidas por Ford e Fayol promoviam uma maior centralização e racionalização do trabalho, visando atender aos interesses das corporações e do Estado. Profissões que antes se organizavam de forma autônoma, regulando seus próprios padrões de prática e ética, agora se submetiam a estruturas externas e a processos burocráticos.
    • Essa perda de autonomia caracterizava o fim da independência que as guildas possuíam para definir práticas, salários e condições de trabalho.
  4. Racionalização e Burocratização:

    • Tanto Ford quanto Fayol ajudaram a promover um modelo de trabalho cada vez mais burocratizado e racionalizado. Fayol, com sua ênfase em funções administrativas (como planejar, organizar e controlar), e Ford, com a padronização na linha de montagem, estabeleceram sistemas rígidos e processos bem definidos que tornavam o trabalho mais previsível e controlável.
    • Esse modelo entrou em conflito com o modelo das guildas, que se baseava em ofícios que exigiam habilidades complexas, onde o trabalhador tinha um maior controle sobre o processo de trabalho.
  5. Aumento da Influência do Capital e do Estado:

    • A centralização da administração e a produção em massa abriram espaço para a maior influência do capital e do Estado sobre o trabalho. Em vez de serem controlados pelos próprios profissionais, os padrões de trabalho passaram a ser definidos por gestores e reguladores externos.
    • Isso refletia o avanço do capitalismo sobre as profissões, substituindo o antigo poder das guildas por estruturas de poder orientadas pelo mercado e pelo Estado, promovendo a subordinação das profissões a interesses comerciais.

Portanto, o avanço das ideias de Fayol e Ford contribuiu diretamente para o declínio das guildas ao introduzir uma nova mentalidade de organização, eficiência e controle sobre o trabalho. O sistema de produção industrial e o modelo de administração centralizada passaram a dar o tom, esvaziando o poder e o controle que as guildas tradicionalmente exerciam sobre o trabalho e a qualificação profissional.

Dettmann: Tem algum livro, ou alguma bibliografia que seja, que mostra como as idéias de Fayol e Ford levaram ao declínio das Guilds, sem ser o livro de Eliot Friedson?

Chat GPT:

Sim, existem alguns livros e estudos que analisam como o fordismo e o modelo de administração científica contribuíram para o declínio das guildas e da autonomia profissional. Esses trabalhos abordam principalmente a transição do trabalho artesanal e independente para a organização industrial e burocrática das grandes empresas e instituições. Aqui estão algumas sugestões:

  1. "O Capitalismo Tardio" (Late Capitalism) de Ernest Mandel – Neste livro, Mandel analisa o impacto das mudanças industriais e tecnológicas na organização do trabalho, incluindo a transição de formas tradicionais de trabalho (como as guildas) para métodos de produção padronizados e controlados por corporações. Ele examina como a produção em massa e a burocratização foram usadas para aumentar o controle sobre o trabalho, temas que dialogam com as ideias de Fayol e Ford.

  2. "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" (The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism) de Max Weber – Weber não fala diretamente sobre Fayol ou Ford, mas seu estudo sobre a racionalização e burocratização nas sociedades modernas ajuda a entender o contexto em que surgiram essas teorias administrativas. Ele explora como o capitalismo moderno e a administração burocrática criaram uma “jaula de ferro” para os trabalhadores, limitando a autonomia das profissões tradicionais e promovendo uma estrutura de controle rígida que, indiretamente, contribuiu para o declínio das guildas.

  3. "O Espírito do Novo Capitalismo" (The New Spirit of Capitalism) de Luc Boltanski e Ève Chiapello – Embora mais focado no capitalismo contemporâneo, este livro analisa a evolução dos sistemas de controle nas empresas e na sociedade, que tiveram início com o taylorismo e o fordismo. Os autores exploram como o capitalismo industrial modificou o trabalho ao introduzir estruturas de gestão hierárquicas e orientadas para o lucro, reduzindo o papel das formas de trabalho tradicionais e autônomas, como as guildas.

  4. "Trabalho e Capital Monopolista: A Degradação do Trabalho no Século XX" (Labor and Monopoly Capital: The Degradation of Work in the Twentieth Century) de Harry Braverman – Este é um dos textos mais importantes sobre o impacto da administração científica e do fordismo no trabalho e na autonomia dos trabalhadores. Braverman analisa a "degradação do trabalho" sob o capitalismo avançado, explicando como o taylorismo, o fordismo e a gestão burocrática substituíram o controle do trabalhador sobre o trabalho por processos controlados e padronizados.

  5. "A Economia das Instituições e o Declínio do Trabalho Corporativo" (The Economy of Institutions and the Decline of Corporate Labor) de Paul Milgrom e John Roberts – Embora focado em instituições e estruturas corporativas, este livro analisa o impacto de mudanças no trabalho profissional e corporativo, incluindo a perda de autonomia e de modelos de trabalho organizados por guildas. Ele trata da transição de formas autônomas de trabalho para modelos burocráticos e centralizados.

  6. "The Visible Hand: The Managerial Revolution in American Business" de Alfred D. Chandler Jr. – Chandler examina a ascensão da administração hierárquica nas corporações americanas e a transição da produção artesanal para a industrial. Este livro oferece uma análise de como o modelo gerencial, incentivado pelo fordismo e pelas teorias de Fayol, mudou a dinâmica do trabalho e ajudou a suprimir o controle autônomo dos trabalhadores.

  7. "The Control Revolution: Technological and Economic Origins of the Information Society" de James Beniger – Embora este livro foque na evolução da sociedade da informação, Beniger aborda a transformação das estruturas de controle e gestão no século XX. Ele mostra como a centralização e a sistematização do controle, iniciadas no contexto industrial (fordismo e taylorismo), influenciaram outras áreas, inclusive o trabalho profissional, afetando o modelo das guildas.

Essas leituras fornecem um panorama sobre como a racionalização, o controle administrativo e a produção em massa — defendidos por Fayol e Ford — contribuíram para o declínio da autonomia das guildas e a ascensão de uma organização mais burocrática e gerencial do trabalho. Eles exploram os impactos dessas mudanças, mostrando como o capitalismo e a industrialização reformularam as estruturas de poder e autoridade no ambiente de trabalho.

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