1) A coisa mais irônica no Brasil: todos querem títulos acadêmicos como se fossem verdadeiros troféus. As empresas pagam mais por conta da titulação acadêmica, mas ela não vem necessariamente acompanhada de uma produtividade real.
2) O Linked In revela a existência de uma verdadeira bolha: a bolha da inflação dos títulos acadêmicos. E como toda inflação, ela decorre da inflação do ego das pessoas, pois elas só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. No lugar de produzirem conhecimento, as universidades só produzem um papel sem valor - e isso só vai trazer crise de confiança lá na frente, assim como crise civilizatória, já que tudo perdeu o seu completo sentido.
3) Se eu tivesse condições de montar uma empresa, eu contrataria a pessoa por conta do que ela tem na alma - ao invés de alguém me escrever qualquer mentira num currículo e tentar me enganar, eu veria o que essa pessoa de fato posta em redes sociais, como Facebook ou Twitter. Se ela posta conteúdo relevante, se ela tem um blog, se ela é inteligente, se ela é muito católica e preza os valores tradicionais, então esta pessoa seria o típico empregado que eu contrataria. Mesmo que este talento não preencha as necessidades da minha empresa, eu devo indicá-lo a uma empresa de um ramo correlato com a qual tenho boas relações de modo a bem aproveitá-lo.
4) De nada adianta a pessoa ter de fato um título se ela não posta nada de relevante em vitrines relevantes, pois talento é para ser visto, não escondido. Como diz o professor Olavo, o ser tem mais valor que um título acadêmico - e o ser é um dado do presente, pois é o conjunto das suas experiências enquanto ser vivente reabsorvidas dentro das suas circunstâncias, algo difícil de ser obtido e repetido num experimento científico perfeito, o que deveria ser preferível a um bem futuro - uma titulação acadêmica, ainda mais vinda de uma faculdade que não lhe ensina nada.
5) Se o ser fosse preferido ao fato de se ter um título, a verdade seria o fundamento da liberdade, a ponto de os bens do futuro decorrentes desse presente serem também desejados, pois isso fomenta esperança num futuro promissor.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2022 (data da postagem original).
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