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terça-feira, 23 de julho de 2024

A Nova Geopolítica dos Mares

(0:00) A mais nova tendência na geopolítica é a volta da grande influência dos oceanos. (0:07) Um dos maiores riscos da atualidade, por exemplo, é a disputa por Taiwan. Um conflito pela ilha (0:12) envolveria uma intensa guerra naval sino-americana que se estenderia bem além do Pacífico.

(0:18) No Oriente Médio, o grupo rebelde Hou Chi está ameaçando o transporte marítimo no (0:22) Mar Vermelho, perturbando o comércio global. E na Europa, a guerra na Ucrânia pode depender (0:27) da disputa marítima pelo Mar Negro e pela Crimeia. O poder marítimo está de volta.

(0:34) Existem pontos positivos para as marinhas ocidentais nessa nova era. Os Estados Unidos (0:38) e seus aliados ainda possuem os submarinos mais avançados. Eles estão unidos em alianças e (0:45) parcerias navais incomparáveis por Rússia ou China.

No entanto, sua supremacia naval está (0:51) se desgastando. A Marinha da China é agora a maior do mundo em quantidade de navios. Os (0:57) estaleiros americanos se enfraqueceram e as marinhas europeias são uma sombra do que eram, (1:03) tendo perdido, por exemplo, 28% dos seus submarinos e 32% de fragatas e destroyers (1:10) entre 1999 e 2018.

Essas tendências são preocupantes. Apesar do crescente protecionismo, (1:17) os mares continuam a ser um canal vital para a economia mundial. (2:04) A grande ideia do aplicativo é essa jornada de evolução, onde nós dividimos em três grandes (2:16) segmentos, três grandes caminhos: o pessoal, o social e o global. Então você vai ter conteúdos (2:25) que são direcionados para você desenvolver o seu lado pessoal, filosóficos, desenvolvimento (2:32) pessoal no geral. E aí nós temos o lado social.

E no social, enfim, tudo que é pertinente com a (2:39) sociedade, com o outro. E no global é o contexto. A geopolítica, por exemplo, todos os assuntos de (2:45) geopolítica estão relacionados com o contexto, com o global.

Mas outras coisas também entram ali (2:51) no global. Esse é um jeito, uma didática que eu criei para ajudar vocês a aprenderem mais, (2:58) para ser didático, para ser interessante, para englobar vários temas, não só geopolítica. (3:05) Além disso tudo aqui, e os cursos novos sempre nós estamos lançando outros e quem está no (3:12) nosso aplicativo tem acesso a todos eles.

Além disso nós temos o bunker. Importante vocês (3:18) entenderem onde está o bunker. Vejam aqui nessa barra de baixo.

Então é este outro ícone aqui (3:25) do bunker. E aí você entra no bunker, o bunker tem análises diárias. É um feed, como se fosse um feed (3:32) de qualquer rede social.

E aí tem os posts, né? Então cada post a gente fala do que está (3:38) acontecendo. São vários posts por dia, com análises diárias em tempo real de tudo que está (3:44) acontecendo no mundo. Então, por exemplo, aqui os bombardeios russos detectados perto do Alasca.

Então (3:51) a gente conta o que está acontecendo, explica um pouco. O Irã avisa os Estados Unidos para não (3:55) atacar um navio no Mar Vermelho. Isso daqui todo dia.

Aí tem a área de comentários, todo mundo que (4:02) está aqui dentro participa, comenta. E vocês imaginam que os comentários são produtivos, ricos, (4:09) reflexões interessantes. Todo mundo conversa com todo mundo.

É um espaço para você também conhecer (4:16) gente que está interessada no mesmo assunto que você. E é um lugar sem gritaria, sem toda a (4:23) histeria da rede social. Porque é fechado.

Quem está aqui quer estar aqui, quer aprender, quer (4:28) conversar, quer debater. Enfim, quer argumentar de uma forma saudável. Aqui dentro também tem (4:35) análises minhas.

E as análises são áudios que eu explico algum assunto específico. Tudo isso (4:42) daqui tem muito conteúdo. E é muito interessante.

O aplicativo é muito funcional, é muito legal. Eu (4:50) tenho certeza que se vocês gostam do conteúdo aqui no YouTube ou nas minhas outras redes, (4:55) vocês vão amar o aplicativo do HOC Academy. Entra, baixa.

Tem na loja da App Store e Android também. (5:05) E aí você pode se inscrever e fazer parte do Rock Academy. Vem logo, dá uma olhada.

Novos cursos (5:12) são lançados sempre e vocês vão ter acesso a tudo isso. Em 2023 o comércio marítimo cresceu 3% (5:18) em relação ao ano anterior para 12.4 bilhões de toneladas. E a construção naval global cresceu (5:25) 10%, com a China produzindo mais da metade da produção pela primeira vez.

Cerca de 80% do (5:31) comércio global em volume ocorre por via marítima e aproximadamente 50% em valor. Não faltam embretes, (5:39) do que acontece quando isso é interrompido. A pandemia de Covid-19 em 2020 causou caos nas (5:45) cadeias de abastecimento, assim como o bloqueio do canal de Suez um ano depois pelo Ever Given, (5:50) um navio porta-containers.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 causou estragos no mercado (5:56) mundial de grãos. E os ataques de mísseis Houthi no Mar Vermelho nos últimos meses, (6:01) muito diferentes da pirataria marítima de baixa tecnologia das décadas de 2000 e 2010, fizeram com (6:07) que os custos de frete da Ásia para a Europa triplicassem à medida que o transporte marítimo (6:12) se desviava ao redor da África do Sul. As artérias marítimas não transportam apenas (6:17) bens físicos.

A Telegeography, uma empresa de análise de dados, contabiliza mais de 574 cabos (6:25) submarinos de telecomunicações ativos ou planejados em todo o mundo, responsáveis por 97% do tráfego (6:33) global da internet. Para quem não assistiu, aqui no canal nós temos um vídeo que chama (6:37) Internet por um fio, que eu explico muito sobre a geopolítica dos cabos submarinos. (6:43) A guerra na Ucrânia e as tensões resultantes na Europa destacaram o risco geopolítico para (6:48) esse tipo de infraestrutura submarina.

Em 2022, os gaziodutas Nord Stream 1 e 2, (6:55) que passam por baixo do mar Báltico, foram sabotados. Aliás, essa é uma história que (7:00) eu conto com detalhes aqui no canal no vídeo chamado A Maior Sabotagem do Século. Um ano (7:08) depois, os cabos de dados entre a Estônia, a Finlândia e a Suécia também foram misteriosamente (7:14) cortados.

Se os oceanos estão no cerne da ordem internacional, também são um cenário onde os (7:21) desafios a essa ordem estão se desenrolando. O cerne da rivalidade sino-americana diz respeito (7:27) à dominação da Ásia Marítima. Os Estados Unidos e seus aliados estão se unindo para (7:32) contestar as reivindicações da China no Mar do Sul e monitorar sua crescente frota de submarinos (7:38) e navios.

A Marinha do Exército Chinês está construindo grupos de ataque de porta-aviões, (7:43) seu terceiro porta-aviões caseiro, o Fujian, está quase completo, e aumentando o tamanho e a (7:49) frequência dos exercícios navais ao redor de Taiwan. Também busca uma presença em portos (7:54) ao redor do mundo, desde as Ilhas Salomão até a Guiné Equatorial e os Emirados Árabes Unidos. (8:02) Por sinal, eu tenho um vídeo aqui no canal onde eu falo sobre isso.

O vídeo é sobre a Rota da (8:07) Seda e se chama O Plano da China para Conquistar o Mundo. A geopolítica no mar é distinta de (8:13) várias maneiras. Exercícios terrestres são destacados para um local específico, (8:18) cumprem uma missão e retornam.

Uma missão de treinamento raramente se transformará espontaneamente (8:26) em uma guerra. Já navios de guerra, por outro lado, são destacados para viagens sem fim, (8:31) cujo propósito pode mudar a qualquer momento. Um navio pode fazer uma visita amigável a um (8:36) porto em um dia e derrubar um míssel rotino no dia seguinte.

Além disso, os oceanos são (8:41) ambientes naturais para a competição. Os mares abertos são águas internacionais. A Convenção (8:47) das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a UNCLOS, concede aos países uma zona econômica (8:53) exclusiva de 200 milhas náuticas ao longo de suas costas, mas os Estados discordam sobre (8:59) os detalhes dessa regra.

Os Estados Unidos, por exemplo, não assinaram a convenção. A China (9:05) ignora aspectos fundamentais dela. Exércitos terrestres em tempos de paz raramente se deparam (9:13) com tantas contradições.

Ao mesmo tempo, o poder naval é uma ferramenta flexível da diplomacia, (9:19) pois ele pode resistir a uma escalada rápida. Em uma crise em terra, exércitos terrestres podem (9:25) ser reforçados rapidamente com tropas frescas. Já no mar, enviar forças para um ponto de crise (9:32) leva muito mais tempo.

A atribuição, descobrir quem atacou quem, também leva mais tempo. Portanto, (9:38) crises navais são menos propensas a se transformar em um derramamento de sangue. Um exemplo disso foi (9:44) a decisão da Coreia do Sul de mostrar contenção depois de que um submarino norte-coreano atacou e (9:50) afundou um dos seus navios de guerra em 2010.

O ritmo relativamente lento dos confrontos navais (9:56) e suas ambiguidades inerentes ajudam a explicar por que a China tem utilizado frotas de pesca (10:03) militarizadas para intimidar os seus vizinhos no mar do sul da China, conhecidas também como (10:08) milícias marítimas. O exemplo mais recente é nas Filipinas, onde navios chineses colidiram e (10:14) assediaram embarcações filipinas que tentavam levar mantimentos para o pequeno Recife Second (10:20) Thomas, reivindicado pela China. Em 3 de janeiro, os Estados Unidos responderam enviando porta-aviões (10:26) para realizar exercícios com as Filipinas.

Essa dança de sombras em tempos de paz tem (10:32) uma característica ameaçadora. Na era pós-Guerra Fria, os oceanos se tornaram um condutor benigno (10:39) para a projeção de poder. As marinhas americanas e aliadas bombardearam o Afeganistão e o Iraque (10:45) à vontade.

Ocasionalmente, caçavam piratas. A verdade é que estamos entrando em uma nova era (10:52) em que os países estão tendo que se preparar para possibilidades de combates navais. E isso (10:57) é um território desconhecido.

O último oficial a ter servido na Guerra das Malvinas entre o Reino (11:02) Unido e a Argentina, a última grande guerra naval travada por um país da OTAN, já se aposentou há (11:08) muito tempo. Para enfrentar adversários mais resistentes, os navios estão ficando maiores e (11:13) mais bem armados. Os navios de patrulha, por exemplo, eram geralmente navios pequenos para (11:18) defesa costeira.

Mas os novos navios muitas vezes têm o mesmo tamanho das fragatas da década de (11:24) 1990 e vêm equipados com sistemas de defesa aérea e armamentos mais pesados. A próxima geração de (11:31) destroyers dos Estados Unidos pode carregar um terço a mais de mísseis do que os atuais. (11:36) A perspectiva de uma guerra naval de alta intensidade também está aumentando a importância (11:40) dos submarinos.

A moderna vigilância e as armas guiadas com precisão colocam grandes navios de (11:46) superfície cada vez mais em risco, especialmente próximos às costas inimigas. Os submarinos são (11:54) muito menos vulneráveis a isso. Embora seus movimentos e missões geralmente estejam envoltos (11:59) em sigilo, eles podem se filtrar nas águas inimigas para coletar inteligência eletrônica (12:04) ou realizar operações especiais, rastrear secretamente frotas inimigas no mar ou simplesmente (12:10) permanecer na costa prontos para lançar mísseis contra seu inimigo.

Os submarinos da classe Ohio (12:16) dos Estados Unidos carregam até 154 mísseis de cruzeiro, 26% a mais do que o navio de superfície (12:24) mais bem armado dos Estados Unidos. A guerra submarina é particularmente importante porque (12:30) é nela que o Ocidente tem sua vantagem tecnológica mais nítida sobre a Rússia e a China, ambas com (12:36) capacidade limitada para detectar, rastrear e direcionar submarinos americanos e de seus aliados. (12:43) Isso explica porque uma potência de médio porte como a Austrália está disposta a gastar (12:48) centenas de bilhões de dólares ao longo de três décadas para obter submarinos nucleares (12:52) americanos e na construção de novos submarinos com a Grã-Bretanha.

O Acordo Ocus foi anunciado (13:00) pelos três países em 2021, Austrália, Estados Unidos e Reino Unido. O prospecto do submarino (13:06) da classe Ocus também mostra ênfase crescente na potência de fogo. Ele vai ter um sistema de (13:12) lançamento vertical, um VLS, tubos verticais com muito mais mísseis e mais avançados do que os (13:19) tradicionais tubos de torpedo.

As guerras na Ucrânia e no Oriente Médio mostram como essas (13:23) armas navais podem ser usadas em um grande conflito no mar. A Rússia colocou minas nas (13:28) águas ucranianas e lançou mísseis contra navios de cargas ancorados em Odessa. Os Routis lançaram (13:34) drones e mísseis balísticos contra embarcações comerciais e conseguiram abordar pelo menos um (13:40) navio.

Táticas de bloqueio naval também estão despertando grande interesse, pois seriam cruciais (13:45) em qualquer guerra na Ásia. Se houver uma guerra sobre Taiwan, um bloqueio chinês prolongado (13:49) provavelmente determinará o resultado do conflito. Um artigo da Brookings Institution em Washington, (13:54) por exemplo, modela um conflito no qual a China bloqueia a ilha, exigindo que todos os navios que (14:00) desejam visitar Taiwan atraquem no continente chinês para a inspeção.

No cenário, uma coalizão (14:05) liderada pelos Estados Unidos composta por cerca de 100 navios de guerra tenta romper o bloqueio, (14:10) abrindo uma rota de navegação com centenas de milhas a leste de Taiwan. Estima-se que levaria (14:15) um mês ou mais para desativar os campos minados, e mais tempo ainda se a China pudesse implantar (14:21) minas avançadas capazes de se reposicionar automaticamente. Os Estados Unidos ou Taiwan (14:27) precisariam subsidiar pagamentos de seguro, renomear navios de carga ou prometer reembolsar (14:32) os proprietários se suas embarcações fossem afundadas.

Eles também precisariam encontrar (14:37) tripulações dispostas a entrar numa zona de guerra, tudo isso sem contar as milhares de mortes que, (14:42) com certeza, aconteceriam no conflito. Na verdade, reabrir as rotas de navegação a leste da ilha não (14:48) seria o suficiente. Os portos na costa leste de Taiwan são isolados por montanhas elevadas e (14:54) estradas estreitas que dependem de túneis vulneráveis.

Mesmo que os Estados Unidos (14:59) destruíssem a frota chinesa em batalha, eles ainda teriam que transportar centenas de toneladas (15:04) de carga para os principais portos de Taiwan todos os dias por meses, diante de extensas (15:11) minas e fogo hostil, sob condições de superioridade aérea chinesa. O abastecimento por (15:17) via aérea provavelmente seria impossível. Samuel Papparo, um amirante nomeado para ser o próximo (15:22) chefe da marinha dos Estados Unidos, insistiu que a América poderia romper um bloqueio naval chinês.

(15:28) Os Estados Unidos, por si só, têm todas as capacidades para quebrar tal bloqueio, (15:33) mas muitos analistas não têm tanta certeza. Algumas análises sugerem que os resultados (15:38) são muito incertos. Outros prognósticos são ainda mais sombrios.

Eles advertem que os Estados Unidos (15:44) criaram uma marinha projetada para derrotar um desembarque chinês em Taiwan, e não uma (15:50) marinha capaz de penetrar em um bloqueio dos portos e aerodromos taiwaneses por períodos prolongados. (15:57) A capacidade de explorar o poder marítimo tem dois lados. Taiwan é vulnerável a um (16:02) bloqueio porque depende de importações marítimas para a energia e a agricultura.

Mas a China também (16:08) precisa transportar a maior parte do seu petróleo, bem como as matérias-primas. Uma opção retalhadora (16:14) seria um bloqueio próximo, perto dos portos chineses, atacando navios e lançando minas, (16:21) assim como a Rússia faz contra a Ucrânia. No entanto, isso apresentaria muitos dos mesmos (16:25) problemas de um esforço para abrir os portos de Taiwan, incluindo o risco de escalada nuclear (16:31) resultante de um ataque ao continente chinês.

Uma abordagem mais fácil e segura poderia ser (16:36) um bloqueio distante, impedindo os navios com destino à China que estariam passando pelos (16:43) pontos de estrangulamento estratégico como o Estreito de Hormuz ou o Estreito de Malaca. (16:49) Mas a marinha dos Estados Unidos é grande o suficiente para interceptar apenas um quarto (16:53) dos navios mercantes que passam pelos estreitos do sudeste asiático. Um bloqueio levaria cerca de (16:59) um mês para ser implementado e precisaria ser mantido por pelo menos seis meses para causar (17:05) escassez de bens civis e militares na China.

Um bloqueio desse tipo demonstraria dois aspectos (17:11) importantes do poder marítimo. Um é que ele depende de alianças globais, assim como em uma (17:17) era anterior dependia de impérios globais. Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, (17:22) Singapura e outros parceiros na região teriam que permitir os Estados Unidos de usar suas águas e (17:29) seus aeroportos.

Outro aspecto importante do poder marítimo é que a natureza multinacional do (17:36) transporte marítimo moderno representa um desafio severo para possíveis bloqueadores decidirem o (17:43) que parar e o que permitir. O Ever Given, por exemplo, foi construído e é de propriedade (17:49) japonesa, mas foi fretado por uma empresa taiwanesa, tripulado por oficiais indianos (17:55) e transportando mercadorias da China para a Europa. Blocos também mostram como a tecnologia (18:01) está mudando a guerra naval.

Minas robóticas podem se movimentar facilmente, tornando-as mais (18:06) fáceis de serem implantadas. Muitos bloqueios podem ser feitos por veículos não tripulados. (18:11) Operações cibernéticas podem verificar a documentação e a rota de um navio.

Por outro (18:16) lado, a Ucrânia ilustrou como drones também podem atacar uma frota bloqueadora. Embora a (18:21) Ucrânia tenha feito amplo uso de mísseis antinavios tradicionais, armas que provaram (18:26) sua eficiência há mais de 40 anos na Guerra das Malvinas, a Ucrânia também empregou veículos (18:31) superficiais não tripulados, especialmente barcos autônomos, para atacar repetidamente navios (18:37) russos no Mar Negro e portos na costa da Crimeia e Rússia. Em 4 de janeiro, um drone operado pelos (18:43) Houtis chegou a poucas milhas de navios de guerra americanos e uma variedade de navios mercantes (18:50) antes de explodir.

Quase todas as principais marinhas planejam operar grandes frotas de (18:54) drones assim no futuro, ao lado de navios tripulados. A tecnologia está superando a (18:59) legislação internacional. Grande parte da legislação, relevante, tem mais de um século.

(19:04) Mesmo em tempos de paz, a Convenção dos Mares, adotada em 1982, coloca obrigações como prestar (19:12) assistência a marinheiros em perigo para o mestre de uma embarcação ou comandante de um navio de (19:17) guerra. Já uma embarcação autônoma não tem nenhuma dessas obrigações. Os céticos argumentam (19:22) que o impacto militar dos drones é exagerado.

Tiros básicos, bem direcionados, poderiam derrubar muitos (19:28) deles. Novas armas, como lasers embarcadas em navios, que a maioria das grandes marinhas está (19:33) testando, podem trazer ainda mais vantagem para o defensor. Um outro ponto importante dessa nova (19:38) configuração do poder naval é a capacidade de expansão das frotas dos países.

A Royal Navy, (19:44) os britânicos, que já dominou os oceanos do mundo, logo terá apenas 16 fragatas e destroyers, (19:51) possuindo 70 navios no total. Somente no período de um ano, de 2022 a 2023, (19:58) a marinha chinesa cresceu por volta de 30 navios. O material do ano passado produzido pelo Office of (20:04) National Intelligence, que é um braço da marinha dos Estados Unidos, mostrou que a China terá de (20:09) 50% a 55% a mais navios de guerra do que os Estados Unidos, até 2035.

A guerra da Rússia na (20:16) Ucrânia demonstrou que as guerras de atrito ou de exaustão, esses conflitos longos onde você vai (20:23) minando a capacidade do inimigo, destruindo seus equipamentos aos poucos, exigem massa e escala. (20:32) Isso ainda é mais importante no mar. Soldados novos podem sempre ser alistados e convocados, (20:40) tanques podem ser restaurados, mas essas coisas não existem para as marinhas.

Para substituir (20:47) um único navio de guerra, por exemplo, leva-se de 3 a 5 anos. O reabastecimento é caro, difícil e lento. (20:56) Se uma guerra durar muito tempo, os Estados Unidos estarão em desvantagem.

Os estaleiros (21:02) chineses têm capacidade para mais de 23 trilhões de toneladas brutas, de acordo com estimativas da (21:08) inteligência americana. Os Estados Unidos podem administrar menos de 100 mil, embora seus aliados (21:13) Japão e Coreia do Sul ajudem a fechar um pouco essa lacuna. A marinha americana sofre de uma (21:19) grande desconexão entre o que precisa e o que conseguiu convencer o Congresso e os contribuintes (21:25) americanos a financiar.

Competir em uma nova era de poder marítimo exigirá não apenas marinhas (21:31) maiores e capacidade de construí-las, mas também uma mudança de mentalidade. A diplomacia terá (21:37) que se concentrar em portos, alianças marítimas e rotas comerciais. Marinheiros terão que ser (21:43) recrutados e treinados em números muito maiores.

Os Estados Unidos terão que reviver sua frota (21:49) mercante para ter qualquer esperança de movimentar tropas e equipamentos suficientes em uma guerra no (21:55) Pacífico. Em seu livro sobre a Batalha de Jutlandia, a Batalha Naval Indecisiva da Primeira Guerra (22:00) Mundial, Andrew Gordon, historiador, procurou explicar o que deu errado para a Marinha Real. (22:05) O problema, ele concluiu, foi o longo e calmo respiro de Trafalgar.

A vitória naval da (22:12) Grã-Bretanha sobre Napoleão, em 1805, deu lugar a um longo período de complacência e inércia. Em (22:19) 1916, nenhum dos almirantes britânicos havia travado uma grande guerra. O comando dos mares (22:25) era dado como certo entre a elite militar.

Isso ressoa nos dias de hoje. As águas agitadas do (22:31) Mar Negro, Mar Vermelho, Mar do Sul da China, sugerem que uma tempestade se aproxima.

Professor HOC

Postagem Relacionada:

https://www.youtube.com/watch?v=NFR8mFq0ujg

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/o-grande-problema-de-taiwan.html

Brazil is a Factory for Russian Spies

(0:00) Recently, a story that seems to have come straight out of an espionage movie script (0:05) came to light. (0:06) A Russian spy, posing as a Brazilian, tried to infiltrate the heart of power (0:14) in the capital of the United States, Washington, D.C. (0:18) This story, which might seem extraordinary or unusual, in fact, when we look (0:24) more closely, it is possible to identify a pattern, a trend. (0:30) The Russian secret service has a preference for infiltrating spies in Portuguese-speaking countries, especially Brazil.

(0:42) In fact, for example, the biggest espionage scandal in NATO's history involved a (0:48) Russian spy posing as a Portuguese person. (0:51) But my focus today is to tell a more recent story about this Russian preference (0:58) and explain how our bureaucracy here in Brazil, our legal system, the laws, (1:06) our society, in short, our reality, might actually be contributing to this (1:13) Russian predilection. (1:15) Do you remember when you got into the college of your dreams? (1:18) It must have been a very happy moment.

(1:21) It was no different for Victor Miller Ferreira, when he was accepted into the master's program in International Relations at Johns Hopkins University, a prestigious institution in the heart (1:33) of Washington, D.C., in 2018. (1:37) The story of Victor Miller Ferreira, or rather, Sergei Cherkasov, unfolds like a plot (1:44) of espionage worthy of a sophisticated novel. (1:49) Sergei, a Russian spy from distant Kaliningrad, embarked on a journey of nearly (1:55) ten years, meticulously forging the identity of Victor Miller to infiltrate the political heart (2:02) of the United States.

(2:04) Under the guise of an exemplary Brazilian student, a facade far from his true essence, (2:10) Sergei was, in reality, building a spy network. (2:16) He was part of a secret cell of Russian spies, strategically positioned (2:21) in Washington, D.C., with the mission of deeply infiltrating the structures of American power. (2:27) His target was nothing less than the pillars of U.S. national security, from the Department (2:33) of State to the CIA.

(2:35) Passing through everything that might interest the GRU, the feared Russian Military Intelligence Service. (2:49) I will tell this story from the beginning and in-depth. (2:54) The embryo of Victor Miller Ferreira was carefully constructed based on a series of forged documents (3:02) that served as a cocoon for the metamorphosis of Sergei Cherkasov into his new identity.

(3:11) In 2009, a new birth certificate, therefore of an invented name, was skillfully (3:17) inserted into the records, anticipating Cherkasov's arrival in Brazil, followed by the issuance (3:23) of a driver's license made with the photo of a stranger. (3:26) Evidence of meticulous preparation by a network of GRU collaborators and agents already established here in Brazil.

(3:34) This operation exploited loopholes in Brazilian immigration and civil registration systems, (3:40) relying not only on the collaboration of local agents but also on bribes, (3:45) as demonstrated by the gift of a Swarovski necklace to a notary involved in the (3:50) certification of fraudulent documents.

(3:53) With a solid base already established, Cherkasov advanced in consolidating his Brazilian identity (3:58) by acquiring critical documents such as the CPF and a passport, all under the name (4:05) of Victor Miller. (4:07) The spy even commented on the alarming ease of obtaining these documents here (4:11) in Brazil. (4:12) He said that it didn't take more than a dozen dollars to get such documents, (4:18) revealing the system's susceptibility to corruption.

(4:24) In the years that followed, Cherkasov, under his forged identity, integrated into the social (4:29) and economic fabric of Brazil, even working at a travel agency suspected (4:34) of being a front for GRU operations, which later ceased its activities. (4:39) This period of preparation and integration served as a prologue to the complex web (4:45) of espionage that Cherkasov was about to weave, using Brazil as a stage for (4:50) his clandestine acts. (4:52) He presented himself as a product of a fragmented childhood, marked by the loss (4:58) of his mother and a series of temporary caregivers, a story designed to evoke sympathy and (5:05) divert suspicion.

(5:06) Delving deeper into the fiction, the GRU, in its operation in Brazil, assigned Cherkasov (5:12) a fictitious maternal lineage, naming him the son of Jurassi Elisa Ferreira, a Brazilian (5:18) whose death in 1993 supposedly left him an orphan. (5:23) However, investigations and statements from relatives, such as Juliano Einhardt, nephew (5:29) of Ferreira, contested this claim, asserting that she never had children. (5:35) Among the most intriguing evidence found in the case was a detailed document on (5:40) Cherkasov's computer, which resembled a study guide for the role of his life.

(5:47) This text, written in fluent Portuguese, began with the statement (5:52) "I am Victor Miller Ferreira," unfolding into a series of fabricated personal details, (5:58) from claims of a peculiar aversion to the smell of fish in Rio de Janeiro to memories (6:04) of a poster of Pamela Anderson in a mechanic's workshop, a supposed workplace that was (6:10) never confirmed. (6:11) This document also anticipated and tried to neutralize potential questions about (6:15) Cherkasov's distinctive physical features, with his blonde hair and a strange accent, (6:21) proposing explanations that included German ancestry and long stays abroad (6:27) that would have affected his language skills. (6:31) The mention of being nicknamed "gringo" by schoolmates, in a place he never (6:36) studied, revealed a calculated attempt to build an identity based on loneliness (6:41) and isolation.

(6:43) The presence of this document, a decade after its creation, highlights not only the individual incompetence (6:48) of the spy in erasing his tracks but also a broader systemic failure (6:53) in the methods employed by the GRU in their clandestine operations. (6:57) This tendency towards carelessness has, ironically, almost become a trademark in operations (7:03) conducted by the GRU in recent years. (7:05) The audacity with which the GRU has executed its missions, from digital infiltration to acts (7:11) of poisoning on foreign soil, has highlighted an apparent indifference to completely (7:16) covering their tracks.

(7:17) Notable incidents include the cyberattack on the Democratic National Committee in (7:23) the United States in 2015, the poisoning of former spy Sergei Skripal in England in (7:29) 2018, and the attempted assassination of Russian opposition leader Alexei Navalny, which now ended up being (7:35) successfully carried out. (7:37) These risky actions seem to follow an operational line where subtlety is not (7:43) a priority and traces are left everywhere. (7:46) Cherkasov, despite these questionable methods of his employer, advanced rapidly in (7:51) his infiltration mission.

(7:53) His academic journey led him from Trinity College Dublin to prestigious institutions (8:00) in Washington, D.C., where his admission to Johns Hopkins University marked a significant step (8:06) towards his goals. (8:09) The achievement was so celebrated by Cherkasov that he shared his euphoria with his (8:15) superiors in the GRU, proclaiming in an email, (8:18) "Man, I did it, I really did it." (8:22) Interestingly, Cherkasov's presence at Johns Hopkins University, despite his true (8:29) and original identity, did not raise suspicions when he arrived there.

(8:35) He was perceived as an older, more competent student, posing as a Brazilian (8:41) with Irish ancestry. (8:44) A cover that, according to Eugene Finkel, a professor at Johns Hopkins and a native (8:51) Russian speaker, was convincing enough to explain any peculiarities in his accent. (8:57) This phase of Cherkasov's operation illustrates not only the complexity of (9:03) modern espionage tactics but also the ability of trained individuals to deeply immerse (9:09) in foreign cultures and societies.

(9:12) In other words, he managed to deceive even a native Russian speaker and professor of international relations, (9:18) someone who had every reason to uncover the spy's true identity. (9:22) But not everything was perfect, far from it. (9:25) Within the academic environment of Johns Hopkins, a casual encounter between Cherkasov, under (9:31) the disguise of Victor Miller, and a former U.S. Navy officer, also fluent (9:36) in Russian, introduced an element of suspicion in the otherwise impeccable facade of the Russian spy.

(9:44) The Russian spy and the former U.S. Navy officer shared a common interest in motorcycles (9:51) and went for a ride together. (9:53) During this interaction, as the Russian was speaking, the American noticed a Russian accent. (10:02) And since he spoke Russian, he questioned and asked the spy if he had any (10:09) Russian ancestry.

(10:11) The spy, Cherkasov, quickly responded, (10:14) "No, no, I have German ancestry, I am German," and disappeared, never wanting to (10:21) meet him again. (10:23) This shows a bit of the difficulty in maintaining this appearance, this facade, this story (10:30) in unexpected situations like this. (10:33) This specific episode did not lead to an in-depth investigation or greater suspicion (10:41) by the institution or others about Cherkasov's identity.

(10:46) Additionally, another factor that went unnoticed, perhaps a failure of the university, was Cherkasov's ability (10:55) to finance his studies. (10:59) It is important to note that a master's course at such an American college costs thousands (11:07) of dollars and he told a story of coming from a very humble family in (11:12) Brazil and he had the money to promptly pay for the two years without any scholarship. (11:19) This was not questioned by the college, the college did not want to understand where this money or these funds came from to pay for his course.

(11:29) Later, when he was arrested in Brazil, Tcherkasov came up with an unusual explanation (11:33) for how he managed to finance his expensive education in the United States. (11:39) He said he made money through gambling and bitcoin. (11:43) However, the FBI discovered that he was actually receiving money regularly from his superiors (11:49) in Russia and that he was moving it through accounts in the United States and Ireland.

(11:53) Cherkasov sent his resume to various jobs, including internships at prestigious places (12:00) such as the United Nations, think tanks, financial institutions, media outlets, and even (12:08) positions within the American government. (12:10) But with the coronavirus pandemic affecting the job market, the spy ended up not (12:15) securing any of these jobs and had to leave the United States in September (12:20) 2020, just before his student visa expired. (12:23) Back in Brazil, Tcherkasov wasted no time and continued to use his connections in (12:28) Washington.

(12:28) In November 2021, with tensions between Russia and Ukraine escalating, he sent reports (12:34) to Russia detailing American officials' perceptions of Moscow's actions. (12:39) These activities show how Tcherkasov maintained his engagement in espionage activities (12:44) even outside the United States, highlighting the continuity of his mission even after (12:50) his stay in the country ended. (12:51) In the emails Tcherkasov sent, he detailed information he claimed to have obtained from consultants (12:57) at think tanks supposedly in contact with high-level figures in the Biden administration, (13:02) including Secretary of State Antony Blinken.

(13:06) In one of the reports, he mentioned that Secretary of Defense Lloyd Austin had (13:11) been instructed not to show any possibility of U.S. military involvement in (13:16) Ukraine, suggesting a non-intervention stance by the U.S. in the imminent conflict. (13:22) While making these reports, Tcherkasov encountered a new opportunity. (13:28) He received an internship offer at the International Criminal Court (ICC), an institution (13:33) long considered hostile by Moscow due to its mandate to prosecute genocides, (13:39) war crimes, and other serious violations of international law.

(13:43) The prospect of working at the ICC represented a valuable chance for Cherkasov to infiltrate (13:49) a crucial international organization, potentially facilitating Russian espionage operations against a legal body that could threaten Russian interests (13:59) on the world stage. (14:00) It is worth remembering that recently, the International Criminal Court issued an arrest warrant (14:06) against the Russian president for crimes committed in the war in Ukraine. (14:11) Tcherkasov, working there at the ICC, would have access to databases, and (14:19) the security of the court's digital systems, and with this, he could break into or penetrate (14:27) and access very valuable information.

(14:30) In preparation for his new role, Cherkasov carefully organized his preparations (14:37) in Brazil. (14:38) He hid electronic devices in secret locations along a trail near (14:44) São Paulo, leaving detailed instructions for his Russian contacts on how to retrieve them. (14:50) This demonstrates a well-established communication network with his superiors in Russia, (14:55) facilitated by the discreet environment that Brazilian territory offered.

(14:58) However, in 2022, when boarding for Amsterdam, Cherkasov did not imagine that he was walking (15:06) into a carefully planned trap by the Dutch intelligence service to (15:13) arrest him. (15:14) The Dutch were alerted by detailed information provided by the FBI and the interception operation (15:21) at the airport involved extensive interrogation and thorough analysis (15:27) of his electronic devices. (15:29) The use of facial recognition technology to match the image on Cherkasov's passport (15:35) with his pre-GRU photos was the final blow.

(15:42) This critical moment marked the end of Cherkasov's espionage operation, exposing not (15:46) only his intentions but also highlighting the effectiveness of international cooperation and (15:51) intelligence sharing between the United States and its allies. (15:55) Tcherkasov was forced to return to Brazil, where, upon landing, he was detained by local authorities. (16:01) Even on his way back to Brazil, Tcherkasov did not miss the opportunity to communicate with (16:05) his ex-girlfriend in Russia, asking for help to contact his superiors (16:10) in the GRU.

(16:10) Shortly after being arrested in Brazil, Cherkasov clung to his identity as Victor Miller (16:17) and vehemently denied the accusations of the Dutch authorities, claiming that what happened was (16:24) a case of mistaken identity. (16:26) Two months after all this, the Dutch authorities decided to make the case public, (16:32) issuing a press release detailing Tcherkasov's failed attempt to enter (16:37) the country, along with the strange biography he had created for himself. (16:42) This action aimed not only to expose Russian espionage activities (16:46) but also to raise awareness among allied governments about the danger posed by illegal spies operating under false identities, surprising no one at all.

(16:56) Russia denied any involvement in his espionage activities, demanding his (17:01) extradition from Brazil on allegations that American authorities consider to be more (17:06) lies. (17:07) According to the Russians, Tcherkasov was neither a student nor a spy as he claimed, (17:13) but a fugitive involved in heroin trafficking seeking to escape Russian justice. (17:19) The story shocked the academic community at Johns Hopkins.

(17:23) Remember the professor I mentioned, Eugene Finkel, who was Tcherkasov's professor? (17:28) So, he was Ukrainian and he wrote a recommendation letter for the Russian spy (17:35) to get a job at the International Criminal Court. (17:39) When he found out the whole story, of course, he was devastated. (17:42) First, because he was Ukrainian and already a critic and, thus, feared Russia's actions, (17:48) and he ended up helping a Russian spy get a job at an institution that was defending Ukraine and trying to condemn Russia for its atrocities (18:02) against Ukrainians.

(18:04) Returning to Brazil, Cherkasov was confident that the 15-year sentence would not (18:11) be upheld. (18:12) "No way I am staying here," he said in a message on June 7 to the Russian woman (18:17) he had asked his GRU bosses for permission to marry. (18:22) In a message sent at the end of August, he assured the same woman that his case (18:26) would be resolved in a matter of weeks and that by New Year's they would be walking (18:31) through the Winter Palace in St. Petersburg.

(18:35) "Everything will be fine," he said, signing off as a prisoner of war. (18:39) Two years later, today, Tcherkasov remains imprisoned in Brazil without a clear destination (18:47) for his future. (18:50) The Supreme Federal Court (STF) granted his extradition to Russia for charges of passport and document (18:58) forgery, a 15-year sentence, remember? (19:02) However, the STF stated that he could not be extradited until the Federal Police concluded (19:08) another espionage investigation.

(19:12) Thus, his case is stalled and unresolved. (19:16) This whole story reveals great concern and embarrassment for Brazilian authorities. (19:25) Obviously, if Russian spies can come to Brazil, acquire so many documents, (19:31) use the country as an operational base, and commit so many frauds with enormous ease, it (19:40) shows the fragility of our system. It shows how Brazil is a country that invites (19:48) this kind of action.

(19:51) Brazilian authorities have said they are reviewing procedures and mechanisms (19:58) to make it harder or to correct these possible frauds. (20:04) But this whole story of Victor or Sergei is just one of many stories of Russian spies (20:12) posing as Brazilians. (20:16) To give you an idea, there is another story from 2021 of a Russian spy who (20:21) was arrested in Norway using a false identity of a Brazilian born in the 1980s in a city (20:28) called Padre Bernardo, in the interior of Goiás.

(20:34) Authorities still have not discovered where the real person, the owner of the identity (20:40) the Russian spy took over and used as his own, is located. (20:45) A third incident also in 2021, at the end of 2021, involved a businessman from Rio de Janeiro who left (20:53) on a trip abroad and disappeared. (20:57) His friends in Brazil were desperate, worried, and started a (21:03) campaign on social media to find him.

(21:08) After some time, authorities in Greece came forward and said that the person from Rio de Janeiro (21:17) was not from Rio de Janeiro and was actually a Russian spy who had gone to Greece (21:23) to meet his girlfriend, wife, who was a Russian spy in Greece, and that (21:29) the two had passed through and fled to Russia. (21:33) Authorities have never spoken about the matter again, and the Brazilian authorities do not comment (21:38) on the case either. (21:39) These incidents triggered a major investigation in Brazil to find out (21:44) if our country has indeed become an incubator for Russian spies attempting to penetrate the West.

(21:53) This puts Brazil in a very difficult, delicate, and concerning situation because investigations (22:03) by Brazilian authorities say little about the subject, but they believe that many other (22:10) Russian spies are located here in Brazil, preparing for operations (22:17) worldwide. (22:18) The more isolated Russia becomes, the harder it will be for Russian spies with (22:25) a Russian passport or identity to penetrate Western countries. (22:30) So, having a passport, an identity, a story coming from an already Western country (22:37) makes Brazil very attractive.

(22:39) And all these examples I have shown you put Brazil in this complicated situation. (22:46) We need to be aware of what is happening, with the ease with which these spies (22:53) come here. (22:54) That is why Brazil needs to understand this problem.

(22:57) Authorities and society need to pay attention, and we need mechanisms (23:02) for oversight, resilience, combating these frauds, and the ease with which passports, identities, and immigrants coming from other places (23:18) can bypass our system with fake documents. (23:21) In short, Brazil needs to be vigilant because it is becoming a sanctuary for receiving (23:28) spies from Russia and perhaps other dictatorships that will use our country as a base to (23:35) penetrate the rest of the world.

Professor Heni Ozi Cuckier (HOC)

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https://www.youtube.com/watch?v=DDuOik27Gw0

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/o-brasil-e-uma-fabrica-de-espioes-russos.html (the original transcription, in protuguese) 

O Brasil é uma fábrica de espiões russos

(0:00) Recentemente, uma história que parece ter saído de um roteiro de um filme de espionagem (0:05) veio à tona. (0:06) Um espião russo, se passando por um brasileiro, tentou se infiltrar no coração do poder (0:14) da capital dos Estados Unidos, Washington, D.C. (0:18) Essa história que pode parecer extraordinária ou nada comum, na verdade, quando nós olhamos (0:24) mais a fundo, é possível a gente identificar um padrão, uma tendência. (0:30) O serviço secreto russo tem uma preferência por infiltrar espiões em países de língua (0:38) portuguesa, principalmente o Brasil.

(0:42) Na verdade, por exemplo, o maior escândalo de espionagem da história da OTAN era um (0:48) espião russo se passando por um português. (0:51) Mas o meu foco hoje é contar uma história mais recente sobre essa preferência russa (0:58) e explicar como que a nossa burocracia aqui no Brasil, nosso sistema jurídico, as leis, (1:06) a nossa sociedade, enfim, a nossa realidade, pode, na verdade, estar contribuindo para essa (1:13) predileção russa. (1:15) Você se lembra quando você passou na faculdade dos seus sonhos? (1:18) Com certeza deve ter sido um momento muito feliz.

(1:21) Não foi diferente para o Victor Miller Ferreira, quando ele passou no mestrado de Relações (1:26) Internacionais da Johns Hopkins University, uma prestigiada instituição no coração (1:33) de Washington, D.C., no ano de 2018. (1:37) A história de Victor Miller Ferreira, ou melhor, Sergei Cherkasov, desdobra-se como um enredo (1:44) de espionagem digno de um romance bem sofisticado. (1:49) Sergei, um espião russo oriundo da distante Kaliningrado, embarcou em uma jornada de quase (1:55) dez anos, meticulosamente forjando a identidade de Victor Miller para se infiltrar no coração (2:02) político dos Estados Unidos.

(2:04) Sob a capa de estudante brasileiro exemplar, uma fachada longe da sua verdadeira essência, (2:10) o Sergei estava, na realidade, descendo, construindo uma rede de espionagem. (2:16) Ele fazia parte de uma célula secreta de espiões russos, estrategicamente posicionados (2:21) em Washington, D.C., com a missão de infiltrar-se profundamente nas estruturas de poder americano. (2:27) Seu alvo, nada menos que os pilares de segurança nacional dos Estados Unidos, desde o Departamento (2:33) de Estado até a CIA.

(2:35) Passando por tudo que pudesse interessar ao GRU, o temido Serviço de Inteligência Militar (2:41) Russo. (2:49) Eu vou contar essa história pra vocês do início e aprofundadamente. (2:54) O embrião de Victor Miller Ferreira foi construído cuidadosamente em cima de uma série de documentos (3:02) forjados que serviram de casulo para a metamorfose de Sergei Tcherkasov na sua nova identidade.

(3:11) Em 2009, uma nova certidão de nascimento, portanto de nome inventado, foi hábilmente (3:17) inserida nos registros, antecipando a chegada de Tcherkasov ao Brasil, seguida pela emissão (3:23) de uma carteira de motorista feita com a foto de um estranho. (3:26) Evidências de uma preparação minuciosa por parte de uma rede de colaboradores e agentes (3:32) do GRU já estabelecidos aqui no Brasil.

(3:34) Essa operação explorou brechas nos sistemas brasileiros de imigração e registro civil, (3:40) contando não apenas com a colaboração de agentes locais, mas também com subornos, (3:45) como demonstrado pelo presente de um colar da Svarovtsky a um tabelião envolvido na (3:50) certificação dos documentos fraudulentos.

(3:53) Com uma base sólida já estabelecida, Tcherkasov avançou na consolidação de sua identidade (3:58) brasileira, adquirindo documentos críticos como o CPF e um passaporte, todos sob o nome (4:05) de Vitor Miller. (4:07) O espião chegou a comentar sobre a facilidade alarmante de conseguir esses documentos aqui (4:11) no Brasil. (4:12) Ele disse que não precisava mais do que uma dezena de dólares para conseguir tais documentos, (4:18) e isso revelando a facilidade do sistema ser corrompido.

(4:24) Nos anos que se seguiram, Tcherkasov, sobre a sua identidade forjada, inseriu-se no tecido (4:29) social e econômico do Brasil, chegando a trabalhar em uma agência de viagens suspeita (4:34) de ser fachada de operações do GRU, que mais tarde encerrou suas atividades. (4:39) Esse período de preparação e integração serviu como um prólogo para a complexa teia (4:45) de espionagem que Tcherkasov estava prestes a tecer, utilizando o Brasil como palco para (4:50) seus atos clandestinos. (4:52) Ele se apresentava como um produto de uma infância fragmentada, marcada pela perda (4:58) da mãe e uma sequência de cuidadores temporários, um enredo desenhado para evocar simpatia e (5:05) desviar suspeitas.

(5:06) Aprofundando-se na ficção, o GRU, em sua operação no Brasil, atribuiu a Tcherkasov (5:12) uma linhagem materna fictícia, nomeando o filho de Jurassi Elisa Ferreira, uma brasileira (5:18) cuja morte, em 1993, supostamente o deixara órfão. (5:23) No entanto, investigações e depoimentos de familiares, como o de Juliano Einhardt, sobrinho (5:29) de Ferreira, contestavam essa alegação, assegurando que ela jamais tivera filhos. (5:35) Entre as evidências mais intrigantes encontradas no caso, estava um documento detalhado no (5:40) computador de Tcherkasov, que mais parecia um guia de estudo para o papel da sua vida.

(5:47) Esse texto, escrito em português fluente, iniciava com a afirmação (5:52) Eu sou Vitor Miller Ferreira, desdobrando-se em uma série de detalhes pessoais fabricados, (5:58) desde alegações de uma aversão peculiar ao odor de peixe no Rio de Janeiro, até lembranças (6:04) de um pôster de Pamela Anderson em uma oficina mecânica, um local de trabalho alegado, mas (6:10) nunca confirmado. (6:11) Esse documento também antecipava e tentava neutralizar potenciais questionamentos sobre (6:15) as características físicas marcantes de Tcherkasov, com seu cabelo loiro e um sotaque (6:21) estranho, propondo explicações que incluíam ascendência alemã e longas estadias fora (6:27) do Brasil, que teriam atenuado suas habilidades linguísticas. (6:31) A menção de ser apelidado de gringo pelos colegas na escola, num lugar que ele nunca (6:36) estudou, revelava uma tentativa calculada de construir uma identidade baseada na solidão (6:41) e no isolamento.


(6:43) A presença desse documento, uma década depois da sua criação, destaca não apenas a incompetência (6:48) individual do espião em apagar seus rastros, mas também uma falha sistêmica mais ampla (6:53) nos métodos empregados pelo GRU nas suas operações clandestinas. (6:57) Essa tendência para o descuido, ironicamente, tornou-se quase uma marca registrada nas operações (7:03) conduzidas pelo GRU nos últimos anos. (7:05) A audácia com que o GRU executou suas missões, desde a infiltração digital até os atos (7:11) de envenenamento em solo estrangeiro, destacou uma aparente indiferença em ocultar completamente (7:16) suas pegadas.

(7:17) Incidentes notáveis incluem o ataque cibernético ao Comitê Nacional do Partido Democrata nos (7:23) Estados Unidos em 2015, o envenenamento do ex-espião Sergei Skripal na Inglaterra em (7:29) 2018 e a tentativa de assassinato do opositor russo Alexei Navalny, que agora acabou sendo (7:35) executada com sucesso. (7:37) Essas ações arriscadas parecem seguir uma linha de operação onde a sutileza não é (7:43) prioritária e os rastros são deixados para todo canto. (7:46) Tcherkasov, apesar desses métodos questionáveis de seu empregador, avançou rapidamente em (7:51) sua missão de infiltração.

(7:53) Sua jornada acadêmica levou do Trinity College de Dublin até prestigiadas instituições (8:00) de ensino em Washington, D.C., onde sua admissão na Johns Hopkins University marcou um passo (8:06) significativo em direção aos seus objetivos. (8:09) A conquista foi tão celebrada por Tcherkasov que ele compartilhou a sua euforia com os (8:15) superiores no GRU, proclamando em um e-mail, (8:18) Cara, eu consegui, eu realmente consegui. (8:22) Curiosamente, a presença de Tcherkasov na Johns Hopkins University, apesar da sua identidade (8:29) verdadeira e original, ele não levantou suspeitas quando chegou lá.

(8:35) Ele foi percebido como um estudante mais velho, mais competente, se passando por um brasileiro (8:41) com antepassados irlandeses. (8:44) Uma cobertura que, segundo Eugene Finkel, professor na Johns Hopkins e falante nativo (8:51) de russo, era convincente o suficiente para explicar qualquer peculiaridade no seu sotaque. (8:57) Essa fase da operação de Tcherkasov ilustra não apenas a complexidade das táticas de (9:03) espionagem moderna, mas também a capacidade de indivíduos treinados de se emergir profundamente (9:09) em culturas e sociedades estrangeiras.

(9:12) Ou seja, ele conseguiu enganar até um nativo em russo e professor de relações internacionais, (9:18) alguém que tinha tudo para perceber a verdadeira identidade do espião. (9:22) Mas nem tudo era perfeito, longe disso. (9:25) Dentro do ambiente acadêmico da Johns Hopkins, um encontro casual entre Tcherkasov, sobre (9:31) o disfarce de Victor Miller, e um ex-oficial da Marinha dos Estados Unidos, também versado (9:36) em russo, introduziu um elemento de desconfiança na até então impecável fachada do espião russo.

(9:44) O espião russo e o ex-oficial da Marinha americana tinham um gosto comum por motocicletas (9:51) e saíram para dar um rolê. (9:53) E nessa interação, o russo falando, o americano acabou percebendo um sotaque russo. (10:02) E como ele falava russo, ele questionou e perguntou para o espião se ele tinha alguma (10:09) descendência russa.

(10:11) O espião rapidamente, o Tcherkasov, respondeu rapidamente, (10:14) não, não, é que eu tenho uma descendência alemã, eu sou alemão, e sumiu, nunca mais (10:21) quis encontrar com ele. (10:23) Isso mostra um pouco da dificuldade de manter essa aparência, essa fachada, essa história (10:30) em situações inesperadas como essa. (10:33) Esse episódio específico acabou não levando a uma investigação aprofundada ou uma desconfiança (10:41) maior por parte da instituição ou de outros sobre a identidade do Tcherkasov.

(10:46) Além disso, um outro fator que passou desapercebido, talvez uma falha da universidade, foi a capacidade (10:55) do Tcherkasov em financiar os seus estudos. (10:59) É importante ressaltar que um curso de mestrado numa faculdade dessa americana custa milhares (11:07) de dólares e ele contava uma história de ter vindo de uma família muito humilde do (11:12) Brasil e ele tinha o dinheiro para pagar prontamente os dois anos sem nenhuma bolsa de estudo. (11:19) Isso não foi questionado pela faculdade, a faculdade não quis entender de onde vinham (11:24) esse dinheiro ou esses fundos para pagar o seu curso.

(11:29) Mais tarde depois, quando ele foi preso no Brasil, Tcherkasov veio com uma explicação (11:33) inusitada para como conseguiu financiar sua educação cara nos Estados Unidos. (11:39) Ele disse que ganhou dinheiro com apostas e bitcoin. (11:43) Contudo, o FBI descobriu que na verdade ele recebia dinheiro regularmente dos seus superiores (11:49) na Rússia e que ele movimentava através de contas nos Estados Unidos e na Irlanda.

(11:53) Tcherkasov enviou seu currículo para vários empregos, incluindo estágios em lugares prestigiados (12:00) como as Nações Unidas, think tanks, instituições financeiras, veículos de mídia e até mesmo (12:08) oposições dentro do governo americano. (12:10) Mas com a pandemia do coronavírus afetando o mercado de trabalho, o espião acabou não (12:15) conseguindo nenhum desses empregos e ele teve que deixar os Estados Unidos em setembro de (12:20) 2020, pouco antes do seu visto de estudante expirar. (12:23) De volta ao Brasil, Tcherkasov não perdeu tempo e continuou a usar suas conexões em (12:28) Washington.

(12:28) Em novembro de 2021, com a tensão entre Rússia e Ucrânia escalando, ele enviou relatórios (12:34) para a Rússia detalhando a percepção de autoridades americanas sobre as ações de (12:38) Moscou. (12:39) Essas atividades mostram como Tcherkasov manteve o seu engajamento em atividades de espionagem (12:44) mesmo fora dos Estados Unidos, destacando a continuidade de sua missão mesmo após (12:50) o fim da estadia no país. (12:51) Nos e-mails que Tcherkasov enviou, ele detalhava informações que alegava ter obtido de consultores (12:57) de think tanks que supostamente estavam em contato com figuras de alto escalão do governo (13:02) Biden, incluindo o secretário de Estado Antony Blinken.

(13:06) Em um dos relatórios, ele mencionava que o secretário de Defesa, Lloyd Austin, teria (13:11) sido instruído a não demonstrar qualquer possibilidade de envolvimento militar dos (13:16) Estados Unidos na Ucrânia, sugerindo uma postura de não intervenção por parte dos (13:20) Estados Unidos no conflito iminente. (13:22) Ao mesmo tempo em que fazia esses relatórios, Tcherkasov se deparou com uma nova oportunidade. (13:28) Ele recebeu uma oferta de estágio no Tribunal Penal Internacional, TPI, uma instituição (13:33) que há muito é considerada hostil por Moscou devido ao seu mandato de julgar genocídios, (13:39) crimes de guerra e outras violações graves do direito internacional.

(13:43) A perspectiva de trabalhar no TPI representava uma chance valiosa para Tcherkasov de se infiltrar (13:49) em uma organização internacional crucial, potencialmente facilitando operações de (13:54) espionagem russa contra um órgão jurídico que poderia ameaçar os interesses russos (13:59) no palco mundial. (14:00) Não custa lembrar que, recentemente, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão (14:06) contra o presidente russo pelos crimes cometidos na guerra na Ucrânia. (14:11) O Tcherkasov, trabalhando ali no TPI, ele teria acesso aos bancos de dados, enfim, (14:19) à segurança dos sistemas digitais do tribunal e, com isso, ele poderia quebrar ou penetrar (14:27) e acessar informações muito valiosas.

(14:30) Na preparação para sua nova função, Tcherkasov organizou cuidadosamente seus preparativos (14:37) no Brasil. (14:38) Ele escondeu dispositivos eletrônicos em locais secretos, numa trilha nas proximidades (14:44) de São Paulo, deixando instruções detalhadas para seus contatos russos sobre como recuperá-los. (14:50) Isso demonstra uma rede de comunicação bem estabelecida com seus superiores na Rússia, (14:55) facilitada pela descrição que o território brasileiro oferecia.

(14:58) No entanto, em 2022, ao embarcar para Amsterdã, Tcherkasov não imaginava que ele estava caminhando (15:06) para uma armadilha planejada cuidadosamente pelo serviço de inteligência holandês para (15:13) prendê-lo. (15:14) Os holandeses foram alertados por informações detalhadas fornecidas pelo FBI e a operação (15:21) de interceptação no aeroporto envolveu um interrogatório extenso e análise minuciosa (15:27) dos seus dispositivos eletrônicos. (15:29) O uso de tecnologia de reconhecimento facial para conectar a imagem no passaporte de Tcherkasov (15:35) com as fotos dele antes da sua associação com o GRU foi o golpe final.

(15:42) Esse momento crítico marcou o fim da operação de espionagem de Tcherkasov, expondo não (15:46) apenas suas intenções, mas também destacando a eficácia da cooperação internacional e (15:51) do compartilhamento de inteligência entre os Estados Unidos e seus aliados. (15:55) Tcherkasov foi forçado a retornar ao Brasil, onde, ao desembarcar, foi detido pelas autoridades (16:00) locais. (16:01) Ainda no caminho do Brasil, Tcherkasov não perdeu a oportunidade de se comunicar com (16:05) sua ex-namorada na Rússia, pedindo ajuda para entrar em contato com seus superiores (16:10) no GRU.

(16:10) Logo depois de ser preso no Brasil, Tcherkasov agarrou-se na sua identidade de Vitor Miller (16:17) e negou veementemente as acusações das autoridades holandesas, dizendo que o que aconteceu era (16:24) um erro de identificação. (16:26) Dois meses depois de tudo isso, as autoridades holandesas decidiram tornar o caso público, (16:32) emitindo um comunicado de imprensa detalhando a tentativa falha de Tcherkasov de entrar (16:37) no país, juntamente com a estranha biografia que ele havia criado para si mesmo. (16:42) Essa ação tinha como objetivo não apenas expor as atividades de espionagem russas, (16:46) mas também sensibilizar os governos aliados sobre o perigo representado pelos espiões (16:51) ilegais operando sob identidades falsas, surpreendendo um total de zero pessoas.

(16:56) A Rússia negou qualquer envolvimento dele em atividades de espionagem, demandando sua (17:01) extradição do Brasil sobre alegações que autoridades americanas consideram ser mais (17:06) uma mentira. (17:07) Segundo os russos, Tcherkasov não seria nem um estudante, nem um espião que se apresentava, (17:13) mas um fugitivo envolvido no tráfico de heroína buscando escapar das garras da justiça russa. (17:19) A história chocou a comunidade acadêmica de John Hopkins.

(17:23) Lembram do professor que eu citei, o Eugene Finkel, que foi professor do Tcherkasov? (17:28) Então, ele era ucraniano e ele escreveu uma carta de recomendação para o espião russo (17:35) conseguir um emprego no Tribunal Penal Internacional. (17:39) E quando ele descobriu toda a história, óbvio que ele ficou devastado. (17:42) Primeiro porque ele era ucraniano e ele já era um crítico e, assim, temia as ações (17:48) da Rússia e ele acabou ajudando um espião russo a conseguir um emprego numa instituição (17:55) que estava ali, inclusive, defendendo a Ucrânia e tentando condenar a Rússia pelas suas atrocidades (18:02) contra os ucranianos.

(18:04) Voltando para o Brasil, o Tcherkasov estava confiante de que a sentença de 15 anos não (18:11) seria mantida. (18:12) De jeito nenhum eu vou ficar aqui, disse ele em uma mensagem no dia 7 de junho para a mulher (18:17) russa com quem ele tinha pedido permissão aos seus chefes do grupo para se casar. (18:22) Em uma mensagem enviada no final de agosto, ele garantiu à mesma mulher que seu caso (18:26) seria finalizado em questão de semanas e que até o ano novo os dois estariam passeando (18:31) pelo Palácio de Inverno em San Petersburgo.
(18:35) Tudo vai ficar bem, disse ele, assinando como prisioneiro de guerra. (18:39) Dois anos depois, nos dias de hoje, o Tcherkasov continua preso no Brasil e sem um destino (18:47) claro do que vai acontecer com o seu futuro. (18:50) O STF concedeu extraditá-lo para a Rússia pela acusação de passaporte e documentos (18:58) falsos, uma pena de 15 anos, lembra? (19:02) Mas o STF disse que ele não pode ser extraditado enquanto a Polícia Federal não concluir (19:08) a outra investigação sobre espionagem.

(19:12) Então, seu caso está parado e indefinido. (19:16) Toda essa história revela uma grande preocupação e constrangimento para as autoridades brasileiras. (19:25) Obviamente, se espiões russos podem chegar aqui no Brasil, adquirir tantos documentos, (19:31) usar o país como base de operação e tantas fraudes com facilidades enormes podem ser (19:40) cometidas, mostra a fragilidade do nosso sistema, mostra como o Brasil é um país que convida (19:48) esse tipo de ação.

(19:51) As autoridades brasileiras têm dito que elas estão revisando procedimentos e mecanismos (19:58) para dificultar ou para corrigir essas possíveis fraudes. (20:04) Mas essa história toda do Vítor ou do Serguei, ela é só uma de muitas histórias de espiões (20:12) russos que se passam por brasileiros. (20:16) Para vocês terem uma ideia, tem uma outra história em 2021 de um espião russo que (20:21) foi preso na Noruega e ele usava uma identidade falsa de um brasileiro que nasceu na década (20:28) de 80 numa cidade chamada Padre Bernardo, no interior de Goiás.

(20:34) E as autoridades até hoje não descobriram onde está essa verdadeira pessoa, o dono da identidade (20:40) que o espião russo se apossou e usava como se fosse a dele. (20:45) Um terceiro incidente também em 2021, no final de 2021, um empresário carioca saiu (20:53) de viagem para fora do Brasil e desapareceu. (20:57) E aí os seus amigos aqui no Brasil ficaram desesperados, preocupados e começaram uma (21:03) campanha nas redes sociais para encontrar ele.

(21:08) E aí depois de um tempo autoridades na Grécia vieram a público e disseram que o carioca (21:17) não era carioca e na verdade ele era um espião russo que tinha ido para a Grécia (21:23) para se encontrar com a sua namorada, esposa, que era uma espiã russa na Grécia e que (21:29) os dois tinham ido embora, passado por ali e fugido para a Rússia. (21:33) As autoridades nunca mais falaram sobre o assunto e as brasileiras também não comentam (21:38) o caso. (21:39) Esses incidentes desencadearam uma grande investigação aqui no Brasil para descobrir (21:44) se realmente nosso país virou uma incubadora de espiões russos para tentar penetrar dentro (21:52) do Ocidente.


(21:53) Isso coloca o Brasil numa situação bem difícil, delicada e preocupante, porque as investigações (22:03) das autoridades brasileiras falam pouco sobre o assunto, mas elas acreditam que muitos outros (22:10) espiões russos estejam alocados, estejam aqui no Brasil se preparando para operações (22:17) mundo afora. (22:18) Quanto mais a Rússia se torna isolada, mais vai ser difícil para espiões russos com (22:25) um passaporte ou uma identidade russa penetrarem em países ocidentais. (22:30) Então ter um passaporte, uma identidade, uma história vindo de um país já do Ocidente (22:37) faz o Brasil ser muito atrativo.

(22:39) E esses exemplos todos que eu mostrei para vocês colocam o Brasil nessa situação complicada. (22:46) Nós precisamos estar atentos com o que está acontecendo, com essa facilidade desses espiões (22:53) virem para cá. (22:54) Por isso que o Brasil precisa entender desse problema.

(22:57) As autoridades, a sociedade precisam prestar atenção e nós precisamos ter mecanismos (23:02) de fiscalização, resiliência, combater essas fraudes, essa facilidade de você conseguir (23:10) passaporte, identidade, imigrantes vindo de outro lugar, conseguem burlar o nosso sistema (23:18) com documentos falsos. (23:21) Enfim, o Brasil precisa estar atento porque ele está se tornando um santuário para receber (23:28) espiões da Rússia e talvez de outras ditaduras que vão usar o nosso país como base para (23:35) penetrar no resto do mundo.

Porfessor HOC

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https://www.youtube.com/watch?v=DDuOik27Gw0

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Planejamento de compra - dia do advogado (11 de agosto)

1) O dia do advogado vai acontecer no dia 11 de agosto, mas eu só vou poder comprar o presente referente a esta data da qual estou a tratar no dia 21.

2) O presente que eu pretendo comprar para mim mesmo não é um livro de direito, ao menos por enquanto - eu pretendo comprar mais uma expansão para o The Sims 4, caso o site da EA entre em promoção.

3) Se o site da EA não estiver em promoção nesse dia, aí eu compro outra coisa: talvez eu coloque créditos de R$ 15,00 na GOG de modo a fazer algum eventual resgate lá na frente, quando os preços baixarem por conta de alguma eventual promoção.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de julho de 2024 (data da postagem original).

Nota de experiência - compra de um presente para mim mesmo, por conta do dia do escritor

1) Tentei comprar o livro Filosofia da Crise, de Mário Ferreira dos Santos, na Estante Virtual. Era o presente que eu daria a mim mesmo, em razão do dia do escritor, que vai ser celebrado no Brasil no dia 25 de julho.

2) Por conta de a Estante Virtual não me permitir parcelar o produtor em até doze vezes no cartão, eu desisti da compra. No lugar dessa compra, eu adquiri a expansão The Sims 4 Terraço Perfeito através do launcher da EA.

3) Quando chegar a Black Friday da Amazon, em novembro, eu dou um jeito de adquirir o livro do Mário Ferreira dos Santos. Atevés da Méliuz eu recebo cashback alto, por força dessa compra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de julho de 2024 (data da postagem original).

domingo, 21 de julho de 2024

Da necessidade de se digitalizar o livro Belonging in the Two Berlins, de John Borneman, tão logo eu possa

1) Tão logo eu termine de digitalizar o livro O Poder Moderador na República Presidencial, de Borges de Medeiros, seria interessante que eu começasse a digitalizar o livro Belonging in the two Berlins, de John Borneman. Essa divisão, esse muro de Berlim virtual que vai ser forjado na mente dos poloneses, pede a leitura ou releitura dessa obra de Borneman, escrita durante o tempo em que o muro físico estava caindo, enquanto este fazia trabalho de campo nas duas Berlins.

2) Este muro está sendo construindo psicologicamente, através das técnicas de desinformação e psicologia das massas desenvolvidas por H. G. Wells, Bertrand Russell et caterva. Do conservantismo dos globalistas, do dragão branco, o símbolo da verdadeira Polônia, foi criado um antípoda, um dragão negro, a tal ponto que a parte ocidental vai ser a imagem distorcida da partes central e oriental do pais dentro do mesmo espelho. Agora temos a batalha de dois dragões, uma analogia simbólica da luta de duas facções, uma vez que o povo foi reduzido a duas facções com república: os progressistas e os conservadores - no final, a terra do dragão negro - esse bantustão, essa senzala ideológica globalista que foi forjada para ser o "lar" dos progressistas e que mais parece um presído, a exemplo do que ocorre na Rússia, em Cuba e na China - será assimilada pelos partidários da Nova Ordem Mundial, enquanto a terra do dragão branco, a Polônia verdadeira, sobreviverá, ainda que com parte de seus membros amputados por conta desse câncer que eclodiu de dentro pra fora, que é o conservantismo de parte de sua gente contaminada pelas idéias de esquerda - o que cabalmente levará à apatria e à alienação cultural.

4) Tão logo eu termine de digitalizar o livro de Borneman, eu o porei para dialogar, através da inteligência artificial, com o livro Sua Majestade, O Presidente do Brasil; com a tradução que eu fiz de um vídeo polonês do Buntownik Jutra, além do paralelo que apontei entre a situação político-constitucional que a Polônia está a passar no momento e a experiência brasileira, no tocante ao federalismo, num comentário que fiz tão logo terminei de traduzir a transcrição desse vídeo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de julho de 2024 (data da postagem original).

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Análise detalhada dos documentos "O Federalismo de Conveniência", "Notas de Experiência - Comentários Pós-Tradução" e "Sua Majestade, O Presidente do Brasil" (Hambloch)

Documento 1: O Federalismo de Conveniência

Este documento apresenta uma crítica contundente à proposta de federalização da Polônia, argumentando que a descentralização do poder não resolveria os problemas do país, que são, na visão do autor, de natureza ideológica e não estrutural. O autor teme que a federalização enfraqueça o governo central, tornando o país vulnerável a influências externas e conflitos internos. Ele cita o livro "Consenso sobre a Polônia" e questiona a imparcialidade dos especialistas que o escreveram, insinuando que eles têm ligações com interesses estrangeiros. O documento alerta para o risco de a Polônia ser dividida em duas, com diferentes legislações e sistemas, o que poderia levar a uma nova partição do país.

Documento 2: Notas de Experiência - Comentários Pós-Tradução

Este documento oferece uma perspectiva individual sobre o primeiro documento e a questão da federalização. O autor traça um paralelo entre a situação da Polônia e o federalismo brasileiro, argumentando que o modelo federativo enfraqueceu o poder central no Brasil e o expôs à influência de interesses estrangeiros. Ele defende um governo central forte e a unidade nacional, elogiando o presidente Bolsonaro e expressando esperança na restauração da monarquia. O autor demonstra preocupação com a possibilidade de a Polônia ser dividida e se compromete a estudar mais a fundo a história e a cultura polonesa.

Documento 3: Sua Majestade, O Presidente do Brasil

Este livro oferece uma análise crítica do sistema político brasileiro durante a Primeira República, focando no período de 1889 a 1934. O autor, Ernest Hambloch, argumenta que a Constituição de 1891, ao conceder autonomia aos estados, enfraqueceu o poder central e abriu espaço para o surgimento de líderes regionais autoritários, chamados de "coronéis". Hambloch critica o federalismo, argumentando que ele levou à instabilidade política e econômica, e defende um governo central forte como solução para os problemas do Brasil.

Conexões entre os Documentos

Os três documentos compartilham uma crítica ao federalismo e à descentralização do poder. O primeiro e o segundo documentos aplicam essa crítica à Polônia, alertando para os perigos da fragmentação e da influência externa. O terceiro documento, embora focado no Brasil, reforça essa crítica ao analisar o impacto negativo do federalismo na Primeira República brasileira. Todos os documentos defendem a importância de um governo central forte e da unidade nacional para garantir a estabilidade e o desenvolvimento.

Em suma, a análise cruzada desses documentos revela uma convergência de ideias em relação aos perigos do federalismo e da descentralização excessiva. A experiência brasileira serve como um alerta para a Polônia, que se encontra em um momento crucial de sua história política. A defesa de um governo central forte e da unidade nacional emerge como um ponto em comum entre os autores, que veem o federalismo como uma ameaça à soberania e ao desenvolvimento de seus países.

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