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domingo, 19 de maio de 2019

Começaram a chover pedidos de digitalização na minha horta

1.1) Quem adquiriu minhas digitalizações sabe que o que eu faço é mais do que um simples escaneamento - faço da digitalização uma espécie de obra de arte. 

1.2) Como digitalizo a partir de um livro impresso, a impressão que se tem é que estou lendo um ebook com alma de livro físico, uma vez que a fotografia retrata o estado da alma da pessoa, tanto de quem é fotografado quanto de quem fotografou. Quando estou no escuro, uso o tablet de modo a ler o livro - e com isso tenho não só a luz do tablet mas também a luz das idéias do livro me iluminando em meio às trevas e à solidão, o que é extremamente convidativo para a reflexão, quando chego cedo para a missa da noite, num dia frio.  
 
2) Por conta desse trabalho, um contato me perguntou se eu podia "escanear" livros que ensinem russo para quem é falante de língua portuguesa. Disse-lhe o seguinte: "se tivesse um livro físico comigo, eu certamente digitalizaria, tal como estou fazendo com a Gramática de Língua Polonesa, que está em fase de revisão, neste momento".

3) A questão é: onde poderia conseguir esse material?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2019.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Alguns assassinatos à língua portuguesa são bem criativos perto dos outros (coisas que ouvi de um professor de português que eu tive)

1) Certa ocasião, quando estudava para concurso público, meu professor estava contando para a turma da qual fazia parte da sua última viagem pelo Brasil afora. Ele costumava fotografar os letreiros dos restaurantes, sobretudo os cardápios, com a sugestão do chef para o dia.

2) Num desses restaurantes, ele encontrou como sugestão do chef o seguinte prato: angu à baiana. Só que o texto estava grafado do seguinte modo: "angú, há baiana"?

3) Ou seja, se não tem baiana no angu, então o angu não presta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de maio de 2019.

Nova reflexão sobre o processo de digitalizar livros, tendo por base na minha experiência pessoal

1) O processo de digitalização de um livro envolve duas fases: a progressão e a correção.

2) Na progressão, você garante a foto da página do projeto - neste, não é preciso levar em consideração o clima. A qualidade da foto pode ficar ruim, mas o que importa é progredir.

3.1) Na correção, você faz o controle de qualidade. Pela minha experiência, as melhores fotos ocorrem de manhã e em tempos muito chuvosos. É como plantar uma flor-de-lis - ela necessita do pior lugar de modo a poder florescer - e não existe pior lugar para a vida humana do que viver no pântano, nas planícies alagadas.

3.2) Esperar a melhor condição de modo a fazer a correção exige paciência. Se você quiser fazer o melhor trabalho possível, sempre olhe para o céu.

3.3.1) O processo de correção, de controle de qualidade, é demorado, mas, no final, o projeto fica uma maravilha.

3.3.2) O melhor projeto que já digitalizei levou praticamente um ano pra ficar pronto. Trabalhei sempre com tempo nublado, chuvoso. Na época, eu não dividia o trabalho em progressão e correção. Por questões de otimização, eu acabei levando a dividir esse trabalho de coleta em dois tempos, tendo por base minha experiência pessoal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de maio de 2019.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Por que a personalidade é uma das maiores delícias da condição humana? Relatos da minha experiência pessoal

1) O Professor Olavo de Carvalho fala que uma das maiores delícias é a personalidade.

2) A maior prova disso é quando se lê um livro que você mesmo digitalizou no seu tablet, enquanto você fica esperando sua vez de ser atendido no dentista ou quando você espera sua mãe ou seu pai terminarem a consulta para se ir embora.

3) Digitalizar livros, tal como escrever, é uma projeção da personalidade, do ser que se organizou de tal maneira de modo a poder levar seus livros favoritos a lugares onde a leitura é voltada para o nada, tal como a Revista Caras, por exemplo.

4.1) Quando estudava na UFF, uma das coisas que eu mais gostava de fazer era ler livros na biblioteca do Gragoatá enquanto esperava pelas aulas à noite no Direito, que se davam lá no Ingá.

4.2.1) Se pudesse ler os livros que eu mesmo digitalizei enquanto não houvesse aula, certamente esse seria um dos maiores momentos da minha vida. Pelo menos, eu posso imaginar esses momentos - para mim, isso seria idílico.

4.2.2) Infelizmente, isso vai ter que esperar - enquanto não retirarem esses demônios das universidades, esse momento não vai acontecer. Se acontecesse, isso seria a glória - voltaria para a faculdade para estudar história e ser orientado por gente séria, interessada realmente no saber.

4.2.3) No fundo, a vida universitária não saiu do meu ser - eu nasci para isso. Só não estou nela porque ela foi ocupada por comunistas, os quais fazem com que a razão de ser destas instituições seja voltada para o nada, a ponto de corromper sistematicamente a inteligência de uma nação inteira, inviabilizando o senso de tomá-la como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2019.

Notas sobre a relação entre comunismo e paganismo na educação brasileira

1.1) Definitivamente, comunismo e paganismo se completam.

1.2) Se a educação for tomada como religião, então Paulo Freire é o seu Deus. E para agradar a esse Deus, eles fazem sacrifícios. Um dos muitos exemplos desse sacrifício é pegar um ônibus e incendiá-lo, a ponto de oferecê-lo em holocausto a "deus da educação", rico no amor de si até o desprezo do Deus verdadeiro.

2.1) Definitivamente, Paulo Freire não é Deus, mas demiurgo. E que eu saiba, demiurgo, Deus do mal, não existe, uma vez que o mal decorre da ausência do bem, como tão bem disse Santo Agostinho

2.2.1) E onde está a ausência de bem? Em não proclamar São José de Anchieta o verdadeiro patrono da educação, a ponto de promover uma formação moral de tal maneira que muitos nesta terra herdem a missão de servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique. Afinal, o Brasil foi fundado sob a égide da Santa Cruz e é por meio dela que tomaremos este país como um lar por Cristo, com Cristo e para Cristo. Ser brasileiro implica fazer da extração de pau-brasil a primeira primeira atividade a se santificar através do trabalho, pois dela decorre o escarlate dos cardeais, os príncipes da Igreja, cuja missão é derramar seu sangue por ela, tal como fizeram os mártires.

2.2.2) A partir do momento em que São José de Anchieta for proclamado patrono da educação, começará a haver o desmonte da tese de que o Brasil foi colônia de Portugal, pois educação é ato de amor. E Portugal veio salvar essa gente, tal como Pero Vaz de Caminha apontou em Carta a D. Manuel, o Venturoso.

3) Como foi bem dito, só se destrói aquilo que deve ser substituído, pois o que vai ser destruído se funda naquilo que é conservado conveniente e dissociado da verdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2019.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

A burocratização da Igreja fez com que o celibato fosse servido com fins vazios

1) Desde que a Igreja se tornou uma burocracia, houve uma espécie de imanentização.

2.1) Muitos jovens enxergam o sacerdócio como uma carreira, nunca como uma vocação. Eles se tornam burocratas, em vez de serem pais de muitos. Neste sentido, eles se tornam uma classe ociosa.

2.2.1) É justamente porque os sacerdotes se tornaram carreiristas que a Igreja Católica se tornou uma instituição de rent-seeking, a ponto de ser equiparada com as igrejas protestantes, se levarmos em conta a sociologia liberal. Isso acaba fazendo com que a Igreja acabe perdendo sua natureza de instituição de caridade, a ponto de perder de vez sua natureza salvífica.

2.2.3) Isso faz com que o celibato seja servido com fins vazios, improdutivos. A relação com os fiéis será mais impessoal, a ponto de esvaziar ainda mais as paróquias.

3.1) Além desse problema do carreirismo, há a infiltração dos comunistas na Igreja, sobretudo nos seminários.

3.2) Jovens efeminados e ricos no amor de si até o desprezo de Deus são escolhidos em detrimento dos verdadeiros vocacionados, os quais acabam seguindo o laicato consagrado ou mesmo se casando, a ponto de se tornarem diáconos permanentes e serem elevados eventualmente ao sacerdócio através da viuvez.

3.3) O x da questão não é o celibato em si, mas o fato de a Igreja ter se tornado uma burocracia. Em algum ponto da História a Igreja sofreu um desvio de finalidade - o que o Concílio Vaticano II fez foi tornar esse problema evidente. Isso desvirtuou o sacerdócio, a ponto de os sacerdotes serem reduzidos a burocratas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de maio de 2019.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Notas sobre o problema do celibato na Igreja Latina - como ela fez com que a Igreja assumisse uma natureza mais burocrática, a ponto de desviar-se de sua natureza salvífica

1) Estava aqui pensando: se os comunistas infiltraram muitos comunistas na Igreja, a ponto de pervertê-la desde dentro, então eles devem ter visto que o celibato levou à criação de uma estrutura burocrática, a ponto de a Igreja ter se tornado uma estrutura de Estado e se tornar uma pessoa jurídica de Direito Público tal como são os outros Estados e as organizações internacionais.

2.1) A estrutura de Estado fez com que ela deixasse de ser uma pessoa sui iuris, a ponto de perder a sua natureza de instituição divina - se a Igreja se tornou um Estado como um outro qualquer, então ela na prática acabou perdendo a condição de cabeça da Cristandade. Se tudo está no Estado e na pode estar fora do Estado, então a inclusão de padres carreiristas tende a ser mascarada pelo problema da impessoalidade, coisa que decorre dessa estrutura burocrática - por isso que há tantas ovelhas sem pastor, pois padre carreirista, padre burocrata, geralmente é mau sacerdote.

2.2) Se os sacerdotes fossem elevados a partir da diaconia permanente, a Igreja restabeleceria sua natureza de instituição divina, pois sua personalidade está vinculada Àquele que foi verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, já que Ele foi capaz de vencer a morte. Sendo um corpo burocrático, é como se Jesus não tivesse vencido a morte, já que a atividade burocrática tende a ter um fim em si mesma e está dissociada da natureza salvífica da Igreja, uma vez que ela reduz a pessoa de Jesus, que a fundou, a uma pessoa meramente humana, como se a Igreja fosse um corpo fisiológico e tivesse um fim nela mesma, tal como encontramos em todo corpo humano natural ou jurídico.

3) O Concílio Vaticano II expôs essa chaga - a origem do problema remonta à Renascença, quando a Igreja assumiu uma natureza mais burocrática, semelhante a de um Estado moderno. Se o Concílio expôs o problema, ele também é parte da solução, pois diáconos que se tornaram viúvos podem ser elevados à condição de sacerdotes. E pelo serviço, pela humildade, eles se tornam patriarcas, bispos. Até mesmo timoneiros da Arca de Noé.

4) É verdade que a Igreja irá reduzir-se de tamanho, mas ela crescerá em espiritualidade, pois a tarefa do pastoreio ficará nas mãos de homens experimentados, que foram pais antes de serem pais de muitos. Posso estar enganado, mas acho que esta pode ser a solução para o problema.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de maio de 2019.