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quarta-feira, 11 de julho de 2018

Por uma história cristocêntrica

1) Depois de muito estudar sobre Ourique, senti que eu precisava mesmo lançar um olhar sobre o Reinado Social de Cristo-Rei à luz desse. Eis aí uma cristologia que precisaria ser estudada, por conta desses sucessivos milagres ao longo da História. Algo que sempre foi negligenciado pela tal "ciência" da História, materialista e imanente

2) Se há Historia Social, é porque há um juiz dos vivos e dos mortos - e é com base n'Ele que devemos contar essa história.

3) Eis a base da verdadeira História Universal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de julho de 2018.

Comentários:

Augusto Mendes: É um estudo da maior importância. É claro que é possível tentar fazer um vasto panorama, mas acredito que estudos bem circunscritos deveriam ser priorizados.

José Octavio Dettmann: Você tem razão. 

Notas sobre Ourique e o Reinado Social de Cristo-Rei (seguida de uma pequena advertência aos leitores)

1) Em Ourique, Cristo quis um império para Si e por isso mandou os portugueses servirem a Ele em terras distantes. Eis o começo da expansão do Reinado Social de Cristo-Rei, cujas origens remontam à queda do Império Romano e o conseqüente florescimento da civilização européia, quando a Igreja converteu os bárbaros ao Cristianismo.

2.1) Todos os artigos que escrevi acerca de Ourique e da necessidade de restaurar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - bem como sobre ética católica e o espírito do distributivismo - visam à Glória do Santo Nome de Jesus, pois preciosíssimo é o Seu sangue.

2.2) Quem se escandaliza com o que escrevo preza mais o amor de si até o desprezo de Deus. Tanto é verdade que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, a tal ponto que servirá liberdade com fins vazios, relativizando essa verdade - o verbo que se fez carne e que fez em nós, por meio da Santa Eucaristia, santa habitação, a ponto de conservarmos a memória de Sua dor e agirmos de modo a promover Seu reinado social, ligando a Terra ao Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de julho de 2018.

Comentários:

Ricardo Roveran: Esta informação é importante. Qual é a fonte?

José Octavio Dettmann: Eu meditei sobre isso tendo por base postagens do Carlos Nougué a respeito do Reinado Social de Cristo-Rei, somado ao que já meditei a respeito do Milagre de Ourique.

terça-feira, 10 de julho de 2018

A Bondade, A Beleza e O Bem

Há uma perfeição interior e uma exterior. Chamamos Bondade a interior, Beleza a exterior. Por isso, o que é inteiramente Belo e Bom, perfeito, é felicíssimo. Há essa diferença em todas as coisas – nas pedras preciosas, nas plantas, nas árvores, nos animais. A virtude da alma também parece transluzir-se no decoro das palavras, nos gestos, nos atos honestos. A substância sublime dos céus projeta neles uma luz claríssima. Em tudo isso, a perfeição interior produz a exterior. Chamamos a uma, Bondade, a outra, Beleza. Por isso, a Beleza é como uma flor da Bondade, seu alimento, oculta no interior, para atrair os que a admiram.
MARSÍLIO FICINO (1433-1499), “De amore”, quinto discurso, cap. I (trad. minha, concisa).

Ricardo da Costa

Facebook, 9 de julho de 2018.

https://web.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1614178322024890&id=100002982138973

O que acontece quando registramos o motivo determinante de nosso voto num diário? Notas sobre as conseqüências do hábito português de registrar tudo o que se vê ou sente por escrito, considerando o nosso atual contexto político

1) Um exercício que costumo praticar comigo, quando vou votar, é anotar no meu diário os motivos determinantes pelos quais votei num determinado candidato e não em outro. Escrevo isso em um diário e guardo-o de maneira confidencial por um tempo.

2) Só depois de um tempo, em uma análise, é que revelo os motivos determinantes do meu voto. E aí vejo se estou correto ou não em meu julgamento, ainda que seja seja vencido na matéria.

3) Se todos tivessem o hábito de registrar em seus diários os motivos determinantes de seu voto e depois de um certo tempo comentarem com aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento suas impressões, certamente a riqueza do debate seria infinita, a tal ponto que teremos uma informação mais completa acerca das eleições, sem ficar sendo manipulado pelas pesquisas marqueteiras que nos dominam.

4.1) Os portugueses sempre tiveram por hábito registrar o que viam e o que sentiam em seus diários. Se esse hábito fosse estimulado aqui no Brasil, certamente isso tornaria o povo mais politizado, a tal ponto que não pode ser mais enganado, uma vez que estará tomando o país como um lar em Cristo.

4.2) A matriz da cultura é a consciência e a escrita fundamentada revela um horizonte de consciência. Se esses horizontes de consciência forem compartilhados, então a tendência é vermos as coisas com mais inteireza, a ponto de vivermos em conformidade com o Todo que vem de Deus, tal como se deu em Ourique, uma vez que Deus é a medida de todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de julho de 2018.

A República nos Estados Unidos é uma monarquia adaptada às idiossincrasias do americano. Por isso que ela deu certo nesse lugar e fracassou nos outros

1.1) Nos Estados Unidos, os estados são mesofederações, pois fazem aquilo que o conjunto dos municípios não é capaz de fazer. Trata-se do principio da subsidiaridade.

1.2) Exemplo disso é a determinação do juízo competente quando determinado fato relevante para o Direito abrange dois ou mais municípios, uma vez a justiça de primeiro grau, o juízo singular, representa uma autoridade ligada à cidade, ao município, cargo que é destinado aos melhores que moram naquela determinada localidade. E nesse ponto, a determinação da competência acaba se tornando uma justiça de relação, a ponto de conciliar as nobrezas locais e,por extensão, os povos das localidades envolvidas.

1.3) Outro exemplo é a segurança das fronteiras interestaduais. Assim, o crime organizado não atinge caráter nacional e muito menos caráter internacional.

2.1) É por essa razão que os Tribunais de Justiça são pequenos Supremos Tribunais Federais, no sistema americano.

2.2) Se uma determinada questão se torna precedente em um determinado número de estados da Federação, então a causa pode ser conhecida pelo Supremo Tribunal Federal, que é o Tribunal da Federação. Eis a verdadeira repercussão geral.

3.1) A federação brasileira é uma federação falsa, uma vez que ela não se pauta pelo princípio da subsidiaridade.

3.2.1) A justiça de primeiro grau é parte da justiça estadual - ela tende a ser uma justiça assistencialista, fazendo com que o Estado seja tomado como se fosse religião, limitando ainda mais a autonomia dos municípios.

3.2.2) Os juízes não são pessoas que fazem parte da nobreza local, gente nascida na cidade a ponto de tomá-la como um lar em Cristo - são funcionários de carreira que precisam viver na cidade, antes de serem promovidos para a entrância seguinte - e isso leva a uma perda da identidade física do juiz, por conta do carreirismo.

3.2.3) Os critérios de organização judiciária são sempre pautados por razões econômicas - nunca são pautados pela organicidade da cidade, uma vez que o crescimento da mesma leva necessariamente à necessidade de tomá-la como um lar em Cristo com mais intensidade, pois as pessoas, ao verem o progresso, tendem a amar a cidade onde vivem, a ponto de reforçar a solidariedade entre os que nela nasceram.

3.2.4.1) Por conta do princípio da impessoalidade, a organização judiciária cresce em descompasso com o desenvolvimento político-administrativo da cidade, causando uma falha de governo tremenda.

3.2.4.2) Se houvesse monarquia, a carta de franquia, que promove a cidade de vila a município, seria uma concessão dada pelo rei, em reconhecimento ao desenvolvimento da cidade, tal como um pai que dá ao filho que está sujeito à sua proteção e autoridade um prêmio por conta de fazer um trabalho para o bem da família, o que faz da autonomia uma verdadeira pedagogia, uma vez que o senso de tomar o país como um lar pode ser ensinado, distribuído.

3.2.4.3) Se a estrutura do Poder Judiciário é toda centralista, isso naturalmente vai acabar resultando na formação de um STJ, criado não só para desafogar o STF, mas também para unificar e padronizar o entendimento jurisprudencial em matéria nacional, uma vez que a maior parte da competência foi fixada em favor da União, a ponto de concentrar um poder muito grande em suas mãos. E isso faz o Estado ser tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará contra ele ou fora dele.

4.1) A república americana deu certo porque ela é, na verdade, uma monarquia disfarçada - e essa monarquia foi feita observando o caráter do povo local, cansado da tirania inglesa.

4.2) Quando se copia este modelo, adaptado ao amor de si até o desprezo de Deus, ele se torna uma licença de corso, a ponto de se tornar uma tirania, pois este sistema não leva em conta as idiossincrasias do povo local.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro. 10 de julho de 2018 (data da postagem original).

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Considerações sobre a questão de extraditar nacionais por conta de tráfico internacional de drogas

1) Na Colômbia, na época do Pablo Escobar, foi aprovada uma lei em que os nacionais da Colômbia (no caso, nativos desse país) podiam ser extraditados pelo crime de tráfico internacional de drogas.

2) Atualmente, a legislação nacional proíbe que brasileiro nato seja extraditado por força desse crime.

3.1) Quem comercia droga está matando famílias sistematicamente, promovendo genocídio. Por essa razão é um apátrida, um inimigo da nação, pois está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de ofender a Cristo, que é a razão de muitos povos no Ocidente.

3.2) Mais grave ainda é que o tráfico de drogas é uma estratégia comunista, pois visa a destruir a família, a religião e os valores que fazem um determinado país ser tomado como um lar em Cristo, uma vez que a lei e a justiça não passam de preconceito burguês, segundo Karl Marx, em O Manifesto Comunista.

4.1) Por essa razão, se o cidadão nacional colabora com um movimento internacional e criminoso, isso é a prova cabal de que não tem vínculos com a pátria onde nasceu.

4.2) Duas podem ser as medidas que podem ser aplicadas a quem age com deslealdade para com aqueles que tomam o país como um lar em Cristo: declarar a apatria do inimigo - e, neste ponto, quem o matar não responde pelo crime de homicídio - ou extraditá-lo a uma jurisdição estrangeira de modo que pelos crimes praticados no exterior.

4.3) Considerando a Constituição em vigor, a declaração de apatria não poderá ser feita, por conta da observação da dignidade da pessoa humana, assim como esbarra na questão do tratado de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica). No entanto, declarar a extradição de um nacional por conta de tráfico de drogas não encontra óbice, se houver vontade política e uma emenda a constituição neste aspectos. E isso é uma questão política constituição, de organização de Estado, que preexiste à aplicação da lei.

5) Eis alguns subsídios a esta questão.

Dedicado a Tiago Monteiro, filho do Tiago Tomista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.

Eficiência pela eficiência é arte pela arte - notas sobre a apeirokalia laborativa

1) Quem faz do trabalho uma forma de santificação se preocupará em fazer o melhor trabalho possível, da melhor forma possível. A excelência é um hábito que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus, um valor eterno.

2) Quem busca a riqueza como sinal de salvação buscará fazer as coisas no menor tempo possível. Procurará reduzir custos, sejam eles de material, sejam eles de pessoal. Dessa forma, a qualidade do produto será sempre inferior àquela feita da forma tradicional.

3.1) A excelência leva à caridade. Atender ao Cristo necessitado é sempre um ato de bondade, de beleza interior - e se o trabalho enobrece o homem, então ele lapida o coração do homem na forma de uma jóia.

3.2) É por isso que discordo do Roberto Campos: a caridade salvará o mundo porque fomenta a beleza no mundo interior das pessoas, a ponto de refletir no mundo exterior. Se o exemplo arrasta, então isso é um distributivismo.

3,3) Quem busca a eficiência como um fim em si mesmo faz com que o trabalho perca a sua nobreza e passe a se tornar um tormento, já que o trabalho deixou de ser associado a um pessoa, a ponto de ser reduzido a sua natureza e função, nos moldes de um sistema organizado, uma empresa - e nesse ponto é capaz de produzir pecados perenes, já que pessoas jurídicas não morrem da mesma forma como morrem as pessoas naturais. A eficiência pela eficiência gera apeirokalia no âmbito laboral.

3.3.1) É da perda da beleza interior que temos a perda do senso estético, da beleza exterior.

3.3.2) Se o belo aponta para verdade, então a eficiência pela eficiência é arte pela arte, pois faz as pessoas conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que isso é vazio, por se fundar no amor de si até o desprezo de Deus. E isso faz da ciência e da técnica uma espécie de ideologia a serviço da riqueza enquanto sinal de salvação.

3.3.3) Isso só confirma o argumento de que a liberdade para o nada criada pelo libertário-conservantista só pavimenta o caminho para o comunista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.