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sexta-feira, 24 de março de 2017

No mundo espiritual, o voto é secreto porque os motivos determinantes da eleição do Papa vem de Deus e suas razões constituem um verdadeiro mistério que devemos aceitar, pois isso decorre de uma verdade de fé

1) O conclave tem voto secreto porque não são pessoas que votam numa pessoa. É o Espírito Santo que conduz os eleitores de modo a que escolham aquele que melhor exemplifica as qualidades necessárias de modo a ser um bom vigário de Cristo, um bom pastor das ovelhas que vivem a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Como o Espírito Santo é Deus, então os motivos determinantes da escolha são próprias do mistério da fé. Por isso mesmo, os votos são queimados, de modo a que não pensem que são os cardeais quem escolhem o Papa, ao invés de Deus.

3) Afinal, a condução dos rumos da Igreja Católica é muito diferente daquela em que ocorre na política de um país, que é pautado numa ordem temporal, regida pelo bem comum.

4.1) É de interesse do bem comum que não haja segredo.

4.2) Como o voto secreto mascara os motivos determinantes do voto do eleitor, então a votação não visa ao bem comum, mas sim em conquistar as benesses prometidas por aquele deputado safado, que faz o eleitor trocar o voto por um prato de comida. E o voto secreto é a marca da fisiologia, do populismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017.

Catolicismo Explicado:

1) Os motivos da escolha do candidato à assunção ao cargo eletivo devem ser sempre públicos - o que é muito diferente da escolha divina pela revelação, uma vez que Deus, em sua Soberania, não tem obrigação legal de prestar contas de suas escolhas ou de seus escolhidos, pois Ele é o legislador.

2) O voto secreto é a prova cabal de que não há liberdade política verdadeiramente falando, pois o eleitor está à mercê das retaliações e revanchismos das grandes oligarquias de poder. A maior prova disso foi o Estatuto do Desarmamento - a maioria do povo o rejeitou, mas o governo contornou a vontade popular por meio de medidas administrativas, inviabilizando o direito à defesa pessoal em todos os sentidos.

3) O sistema escandinavo tinha uma forma de sufrágio interessante. Ela era chamada VOTO A DESCOBERTO, que é um sistema onde o voto do eleitor é vinculado a sua identidade - caso haja solicitação perante a Justiça eleitoral por parte dos partidos, entes públicos ou mesmo privados, o voto poderá poderá se tornar conhecido publicamente ou apenas ao interessado que solicitar.

Notas sobre o voto secreto

1.1) Quando havia o voto de cabresto no tempo da República Velha, o coronel intimidava seu dependente - e essa intimidação podia resultar na destruição do pouco que este tinha, bem como de sua família.

1.2) Por isso, o sigilo do voto foi instituído como uma maneira de proteger a família do votante, pois as relações sociais eram de servidão. Isso pra não falar que a política brasileira estava pautada em partidos ideológicos desde o II Reinado - e com a eliminação do Poder Moderador, esses partidos ideológicos começaram a partir para a Guerra Civil, seja ela fria (como estamos vivendo agora) ou quente (que resultou na Revolução Constitucionalista de 1932).

2.1) Nos tempos de hoje, a aparente solução acabou se tornando um problema, pois o sigilo da votação é uma forma de mascarar os motivos determinantes do voto do eleitor, uma vez que Direito Eleitoral é matéria de ordem pública, pois é matéria em que o eleitor diz o direito.

2.2) E justamente porque os motivos determinantes do voto estão mascarados que a opinião do mais ignorante tem o mesmo peso da opinião do mais esclarecido, assim como a opinião do mais jovem tem o mesmo peso que a opinião do mais experiente, do mais idoso - e isso é fora da lei natural, pois isso é um atentado à conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.3) E é justamente porque os motivos estão mascarados que o político compra os votos do eleitor com o assistencialismo. Acredito que o populismo tem profunda relação com o sigilo do voto.

3.1) Se o voto fosse aberto, aquele que comprou o voto do eleitor por um bolsa família, por exemplo, acabaria sendo detectado e eliminado do certame.

3.2.1) Para que o voto seja aberto, é preciso que a política não seja fundada num governo de facções, mas num governo de representação em que as classes produtivas vêem-se umas as outras como irmãs e que tomem o pais como se fosse um lar em Cristo, o que pede uma sociedade em que Deus seja o centro de todas as coisas. E isso, pede a restauração da monarquia e abolição da República.

3.2.2) Infelizmente, em tempos de sociedade descristianizada e desarmada, o PT usaria de intimidação e violência de modo a coagir os eleitores a declararem seus votos no PT

4.1) De alguma forma, as relações sociais no Brasil como um todo evoluíram (ao menos, de maneira aparente).

4.2.1) Digo isso porque elas saíram do feudalismo do cabresto e entraram em tempos modernos em menos de um século, pois as relações sociais estão mais pautadas na cultura liberal.

4.2.2) Mas não é daquele liberalismo que tanto falo, pautado no fato de se conservar a dor de Cristo. Na verdade, nós estamos a viver tempos de falsa liberdade edificada pelo libertarismo conservantista, pois essa liberdade está fora da verdade e edificando liberdade para o nada, o que fomenta totalitarismo a longo prazo. Isso ocorre em algumas regiões do país, por conta das desigualdades regionais.

4.3) Enquanto não combatermos essa onda libertário-conservantista, que está fazendo o papel de salvar o comunismo, todo o esforço que estamos fazendo para combater o comunismo acabará se voltando para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017 (data da postagem original).

Comentários adicionais:

Catolicismo Explicado:

1) A natureza jurídica do voto no sufrágio é PÚBLICA, tanto que está inserido no rol dos direitos indisponíveis. A publicidade é a regra nas relações de ordem pública. O anonimato, por sua vez, implica em negar a sociedade e ao sistema democrático a transparência e o controle necessários a sua legitimidade e lisura.

2) Num sistema que se diz democrático, garantista e livre, ocultar a manifestação cívica é no mínimo, um contrassenso. O direito a essa ocultação perverte a legitimidade e dificulta a fiscalização. Do mesmo modo, a obrigatoriedade do voto, é um voto de cabresto também, dado que é um cabresto geral e impessoal.

3) Numa democracia, a manifestação política negativa é também um direito público e subjetivo. Acredito que essa obrigatoriedade do voto tem objetivo de dar uma falsa robustez à democracia, uma vez que o voto haverá sempre votação intensa, o que camufla um possível desencanto com esse regime de governo, que é revolucionário em sua essência.

Notas sobre parceria público-privada

1) O instituto da parceria público-privada parte do pressuposto de que o poder não está acima da sociedade, mas que está disperso em toda a sociedade, que toma o país como se fosse um lar em Cristo.

2) Para se fazer uma parceria com o Estado, ele deve estar em aliança com aquilo que foi estabelecido em Ourique. Como o Rei é vassalo de Cristo e é o Estado em pessoa, ele é a garantia pessoal de que os direitos de seus súditos estão garantidos, pois ele é Rei pela graça de Deus, uma vez que Deus está nele de modo a governar o povo de todo o mundo português.

3) Num contexto em que o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, a parceria público-privada é feita de tal maneira a concentrar bens em poucas mãos, expropriando os bens das pessoas sob a alegação vazia de que a propriedade deve cumprir a sua função social. Assim, o bem arrecadado vai para as mãos dos asseclas do partidão, que manterão sua boquinha a todo custo, por meio de constante corrupção.

4) Para o Estado ser a garantia da propriedade privada, todo o povo deve ser visto como parte da família do governante - e todos devem amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017.

Frase, oração e período

É triste ver que muitas pessoas estão em conformidade com o Todo que vem do marxismo cultural. Elas estão agindo na sociedade sem perceberem o mal que estão praticando.

Frase 1

é triste = predicado nominal

é = verbo de ligação

triste = predicativo do sujeito.

"ver que muitas pessoas estão em conformidade com o que vem do marxismo cultural" é o sujeito da oração. É uma subordinada substantiva subjetiva.

A subordinada substantiva subjetiva pode ser transformada desta forma:

Ver muitas pessoas pessoas estarem em conformidade com o Todo que vem do marxismo cultural é triste.

Frase 2

Elas estão agindo na sociedade / sem perceberem o mal que estão praticando

sem perceberem = sem que percebam

"sem perceberem o mal que estão praticando" está atuando como um advérbio de modo - por isso, tem dependência sintática em relação à oração principal "elas estão agindo na sociedade".

Quando há um advérbio dessa natureza, é facultativo colocar uma vírgula.

Elas estão agindo na sociedade, sem perceberem o mal que estão praticando.

A frase 2 explica a frase 1. Eis a relação entre elas:

É triste ver que muitas pessoas estão em conformidade com o Todo que vem do marxismo cultural, pois elas estão agindo na sociedade sem perceberem o mal que estão praticando.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2014.

Notas sobre a relação entre presente do subjuntivo e infinitivo pessoal

É melhor saber = É melhor que eu saiba

É melhor saberes = É melhor que tu saibas

É melhor saber = É melhor que ele saiba

É melhor sabermos = É melhor que nós saibamos

É melhor saberdes = É melhor que vós saibais

É melhor saberem = É melhor que eles saibam

O infinitivo pessoal tem profunda relação com o presente do subjuntivo. Como o presente do subjuntivo está presente em orações subordinadas, a forma reduzida é o infinitivo pessoal.

Quando a pessoa tiver dúvidas quanto à conjugação do infinitivo pessoal, é só lembrar do presente do subjuntivo, que é o seu equivalente mais desenvolvido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017 (data da postagem original).

Notas sobre as dificuldades de se ter uma família grande

1) Dois são os maiores óbices à uma família numerosa: custo de vida elevado e a tendência de se criar casas cada vez menores, de modo a que a prática se torne inviável.

2) O custo de vida pode ser reduzido se as famílias tiverem condição de plantar a própria comida - e isso pede uma casa com quintal, coisa que não é possível nas grandes cidades.

3) O segundo problema pede que o governo das cidades seja tomado, de modo a que a política seja dirigida com base em fundamentos católicos. A matéria de edificações parte do plano diretor da cidade - e isso pede que o prefeito e os vereadores não sejam influenciados pelos que amam o dinheiro mais do que a Deus.

4) Mas o prefeito da grande cidade precisa da colaboração dos prefeitos das cidades menores de modo que o inchamento da cidade grande se reduza, pois a população precisa ser deslocada para um território onde ela possa ter condições de vida mais digna. Se as cidades grandes puderem ajudar as pequenas no desenvolvimento de serviços que façam com que o habitante da cidade grande a troque pela pequena, melhor ainda.

5) Se o inchamento urbano for combatido, a tendência é que as cidades grandes voltem a ser médias e as cidades médias se multipliquem. Nas cidades médias há espaço para casas pequenas e há uma comunidade de gente qualificada com famílias numerosas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017.

Sobre a importância de se ter uma família numerosa

1) Quanto mais filhos você tiver, maior a quantidade e variedade de dons disponíveis não só a serviço da família, como também a serviço da comunidade.

2) Como cada ser é único, a tendência é que o serviço se escasseie e se torne valioso, uma vez que não há um outro indivíduo que poderá substituí-lo à altura, se tomarmos por base a combinação de formação técnica, as circunstâncias de vida vivida e a integridade do caráter do agente que atua em comunidade fomentando benfeitorias nos outros, fatores esses que tornam o indivíduo único, em relação aos demais.

3) Se você souber capacitá-los bem, a grande empresa terminará se subdividindo em três pequenas empresas - e como são parte da mesma família, a tendência é que elas tenham um plano de parceria de modo a que os laços se mantenham, preservando assim os benefícios oferecidos à comunidade na geração de seus pais. E o patriarca acaba atuando de poder moderador.

4) Caso haja um conflito de família, o patriarca cuidará dos conflitos de interesse. E a solução desse conflito de interesse interessará a toda comunidade, uma vez que as benfeitorias organizadas interessam a toda a comunidade, pois ela se beneficia desses serviços. E em seara familiar, o patriarca tem a mesma prerrogativa do juiz, o que diminui a necessidade de o Estado ter de dizer o direito.

5) Como cada família tem uma forma de se resolver os problemas internos, a solução desses conflitos em âmbito familiar se torna costumeira e tende a influenciar a toda a vizinhança, criando uma ordem costumeira. E a função do Estado será a de defender esses costumes virtuosos e cuidar daqueles casos em que o conjunto das famílias da comunidade não puder fazer por si mesmo, atuando em caráter subsidiário.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017.