Pesquisar este blog

sábado, 11 de março de 2017

Mais notas sobre a relação entre economia e nacionidade

1) Nos tempos de hoje, para ser um estudioso de economia, você precisa ser ao menos duas coisas:

1-A) Ser um tecnocrata, como são os economistas de hoje em dia. Exemplo disso: Octavio Gouvêa de Bulhões ou mesmo Roberto Campos. A vida em institutos governamentais te dá uma vida de gabinente - e a visão tecnicista não compreende a realidade, uma vez que todos terminam a vida sendo kantianos: não são capazes de ir a campo ver a realidade e compreendê-la em toda a sua totalidade.

1-B) Ser um mercador ou mesmo um empresário, tal como foram Richard Cantillon e Marco Polo. E sendo mercador ou empresário, isso te dá uma experiência prática que pode ser aproveitada de modo a se fazer uma boa teoria.

2.1) Eu não sou tecnocrata, nem sou mercador.

2.2) A única maneira que tenho de estudar economia é com base na experiência caseira, já que tento tomar o meu país como se fosse meu lar com base naquilo que disponho.

2.3) Por conta de estar na rede social, eu eventualmente coleto a experiência alheia de modo a refletir sobre isso depois, muito embora a especulação própria fundada na experiência alheia seja só uma projeção do que teria se eu mesmo tivesse vivido aquela realidade.

2.4) Talvez esse seja o maior defeito que posso apontar na teoria da nacionidade, pois são especulações racionais próprias coletadas a partir de uma experiência alheia - portanto, são potências de realidade que só podem a vir a ser realidade se eu viver aquilo que os outros viveram e que não pude, uma vez que nada substitui a realidade vivida, pois não existe substituto para algo que é rico em detalhes.

2.5.1) Dentro das minhas circunstâncias, eu acabo inventando a minha própria profissão, como diria Ortega y Gasset. Mesmo que não seja mercador, mas um filósofo e jurista, eu tento tomar meu país como sendo meu lar e tento tomar o país do meu padrinho de crisma, a Polônia, como sendo meu lar também.

2.5.2) Eu sei muita coisa a respeito da História do Brasil e do que aprendi de Direito - e tento conjugar isso com o que aprendo de meu padrinho. O que crio é uma referência para mim - que pode servir de referência para os outros, enquanto não tenho um conhecimento melhor.

2.5.3) Pelo menos, podemos dizer que isso é um paliativo - e o paliativo pode ser melhor do que aquilo que decorre de uma vida provinciana, tal como Kant viveu, uma vez que todo provincianismo com pretensão universalista é uma verdadeira tolice. E muita gente nascida no Brasil, no sentido biológico do termo, padece desse mal, dado que só fomenta má consciência sistemática.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2017.

Notas sobre um grande mistério da filosofia: como considerar universal a filosofia de um sujeito que sequer saiu de sua própria cidade em vida?

1.1) Como é que podemos considerar universal a filosofia de um sujeito que em vida sequer saiu de sua própria cidade, como Immanuel Kant?

1.2.1) O simples fato de não viajar revela um horizonte de consciência reduzido. E penso ser suma arrogância fazer uma filosofia de caráter universalista se você ao menos nunca tentou tomar ao menos dois lugares como parte de seu lar em Cristo.

1.2.2) Ainda que ele tenha acumulado bastante informação de pessoas que tiveram a experiência de viajar - visto que a universidade na época dele era composta de gente que tinha passado por tal experiência -, essa experiência substitutiva não é suficiente, dado que nada substitui a experiência própria, coisa que pode ser muito bem exprimida em palavras próprias, o que denuncia uma vivência, coisa que aponta para uma experiência universal, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.1) Santo Agostinho dizia que se a pessoa nunca viajou, então toda a experiência vivida se resume a apenas uma página.

2.2) Eu mesmo já tive a oportunidade de viajar, embora tenha feito isso poucas vezes.

2.3) Aos 13, eu estive em Foz do Iguaçu - e mais recentemente eu estive em Santo André para o batismo do meu irmão. Isso sem falar que passei 7 anos da minha vida estudando em Niterói, quando estudava na UFF, já que por 7 anos eu tive dois domicílios: um domicílio necessário, por força dos estudos, e outro porque nele se encontra a minha família, com quem vivo até hoje, já que ainda não me casei.

2.4.1) O fato de ter passado uma parte de minha vida em outra cidade, ainda que por algumas horas, já mostra um senso de vastidão de mundo que jamais teria se não tivesse cursado minha vida universitária em Niterói. E esse senso de vastidão aponta para coisas ainda maiores.

2.4.2) Na época em que cursei faculdade, entre 2001 e 2008, Niterói era uma cidade interessante e cheguei a pensar seriamente em morar na cidade; como minha mãe era funcionária do município do Rio de Janeiro e estava na ativa, então ela tinha que necessariamente residir aqui, o que inviabilizaria qualquer plano de mudança. A maior prova disso é que em 2008 eu me formei e após 3 anos de formado, em 2011, é que minha mãe se aposentou, justamente quando a mudança deixou de ser um fato necessário para mim.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2017 (data da postagem original).

quinta-feira, 9 de março de 2017

Notas sobre uma estratégia de leitura que adotei para o livro Societarismo, de Oscar Dias Corrêa

1.1) O primeiro passo que adotei foi fazer uma releitura desse livro. E releitura para mim implica ler como se fosse um escritor, tal como o professor Rodrigo Gurgel nos ensina.

1.2) Onde a escrita for sofisticada, prolixa, eu faço a substituição por termos mais simples e claros; onde houver citações demais, de modo a expor uma vaidade, eu faço o trabalho de suprimi-las por um texto objetivo e direto ao ponto, de modo a expor a verdade. E onde o autor preferir pelo marxismo, eu opto pelo seu oposto, o catolicismo, uma vez que a concórdia entre as classes é preferível à luta entre as classes, pois é da concórdia que tomaremos o país como um lar, em Cristo.

2) Eu adotei esta estratégia para o primeiro tópico, relacionado à necessidade da manutenção do termo economia política, enquanto nomenclatura científica. Se eu fizer estratégia para os demais tópicos deste livro, isso gerará um livro interessante num futuro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de março de 2017.

Notas sobre a economia política, enquanto nomenclatura

1.1) O debate do tema leva-nos, desde logo, à fixação das relações economia política - política.

1.2) Por isso mesmo, temos que tomar cuidados especiais para não nos perdermos no emaranhado de problemas decorrentes do emprego desta nomenclatura, dado que não é possível tratar um sem que os outros aflorem, de maneira provocativa. E, desde logo, devemos nos prevenir quanto a isso, tal como o analista das ciências sociais está habituado a fazer, pois cada palavra empregada tem sentido próprio, já que cada autor confere peculiaridades que complicam o entendimento deste assunto, de modo a atrapalhar o nosso progresso intelectual rumo ao conhecimento, àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

2) A causa desses problemas se dá por conta do entrelaçamento das ciências do homem, de modo a compreender a ação humana no âmbito social, dado que há uma verdadeira interconexão de saberes, coisa que é feita de modo a se compreender a realidade das coisas. Essa interconexão responde a este problema complexo: o homem vive em sociedade. Esta complexidade está relacionada a 4 fatores.

2.1) O primeiro fator é que o fato social decorre da própria questão de se viver ou trabalhar junto, que é tomado como se fosse coisa. O problema da coexistência leva-nos a compreender os conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida, coisa que nos leva a estudar o Direito enquanto parte da Economia, de modo a buscarmos as melhores soluções para os eventuais conflitos que surgem na sociedade. Como a solução de conflitos busca soluções práticas e otimizadas, então o direito tem sua faceta econômica e tem também sua faceta política, pois há momentos em que uma mediação é preferível a uma jurisdição, se o grau do conflito não for dos mais graves, enquanto há outros conflitos em que só a jurisdição pode resolver o conflito de maneira terminativa, de modo a que as pessoas se reconciliem e vivam a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2) O segundo fator está na relações entre os homens que se encontram no mesmo agrupamento social. Como a base do poder está dispersa em todo o agrupamento social, então conhecer essas coisas que estão dispersas nesse lugar e reuni-las num único sistema torna-se uma busca por esse poder, no sentido de atender às necessidades humanas desse lugar, de modo a tomá-lo como se fosse um lar em Cristo. a tal ponto que isso é objeto da ciência política.

2.3) O terceiro fator está nas relações do homem com o espaço geográfico, de modo a retirar o seu sustento. Ai a questão passa a ser geográfica.

2.4) O quarto fator está nas relações entre os homens, onde a concorrência por um emprego é determinante para a sua sobrevivência e de sua família. Esse é o problema econômico, propriamente dito.

3.1) Se observarmos bem, a análise purista e reducionista dos problemas é inaceitável, dado que a abstração é fuga da realidade.

3.2) É na realidade das coisas que encontramos a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus - e é por conta disso que não devemos ser neutros, uma vez que a análise da realidade implica também uma análise de valores. A melhor solução buscará o que é certo, dado que isso agrada a Deus, enquanto a falsa solução, por sua vez, semeará má consciência e relativismo moral, coisa que agrada ao Diabo.

4.1) O estudo da realidade pede que o analista tenha maturidade e experiência de vida, pois o analista é também agente humano, um ser vivente.

4.2) As melhores análises pedem uma vida reta, uma fé reta e uma consciência reta. É dentro de um ambiente de maturidade, de boa vivência neste mundo - coisa que nos prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu - que temos a liberdade para falarmos das coisas com caridade, pois devemos amar o outro tal como amamos a nós mesmos. E ao exercermos esta prerrogativa com responsabilidade que temos a sabedoria e a transmissão do que aprendemos por meio do magistério, coisa que é essencial para uma tradição virtuosa.

4.3) E é sobre esta tradição virtuosa que temos a democracia dos mortos - e quem não respeitá-los ou não venerá-los, por terem sido verdadeiros santos em vida, jamais respeitará a dignidade humana de ser humano algum, mesmo que este que sequer tenha ainda nascido.

5.1) Enquanto o comunismo dá mais ênfase ao conflito que se dá entre as classes - dado que parte do pressuposto de que a fraternidade entre os homens é impossível, coisa que é própria da ética protestante -, nós, católicos, buscamos a concórdia entre as classes, o caminho oposto.

5.2) Os que tomam o país como um lar em Cristo e que assumem postos de influência na sociedade precisam dar o exemplo, de modo a que a não se pagar o mal, próprio da injustiça, com o mal. Não é à toa que a sociedade virtuosa decorre da preparação de toda uma elite virtuosa que faça com que o país seja uma escola de virtude e santidade, o que nos levará para a pátria celeste, em definitivo.

5.3) E fazer desse país uma escola é um verdadeiro trabalho de descoberta, de rebusca pela verdade- e isso pede para olharmos o passado de modo a que façamos as correções necessárias no presente de modo a que as futuras gerações troquem a má consciência que herdariam de seus antepassados pela boa consciência que decorre do fato de se servir a Cristo em terras distantes, tal como foi edificado em Ourique. E isso pede que eu seja um santo de modo a que santifique a todos que estão ao meu redor.

5.4) É dentro deste conceito de pátria descoberta que descobrimos os outros sistematicamente. E onde o outro é descoberto sistematicamente, não há ideologia, visto que não há ceticismo quanto às idéias alheias, pois todos estão amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de março de 2017.

Por que digo que muitos dos nascidos nesta terra são apátridas?

1) Quando não se busca a pátria do Céu, a pátria terrestre é desligada da pátria celeste. Afinal, o acessório segue a sorte do principal; se Deus não é o centro de todas as coisas que fazem o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo - o que nos serve de escola de virtude e santidade para a pátria definitiva -, então somos todos apátridas, pois deixamos que um bezerro de ouro nos governe: o Estado tomado como se fosse religião, em que tudo está nele e nada poderá estar fora dele ou contra ele. Se nada for feito contra isso, isso continuará até o fim dos tempos.

2) Quando digo que muitos dos nascidos da Terra Santa Cruz são apátridas, isso é efeito de algo cuja causa muitos ignoram: que devemos servir a Cristo em terras distantes, de modo a fazer com que nosso país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. E isso pede que conheçamos nossas origens desde Ourique, dado que o descobrimento do Brasil é desdobramento do que houve no dia 25 de julho de 1139, que foi um verdadeiro milagre, cujo marco resultou na fundação do Reino de Portugal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de março de 2017.

terça-feira, 7 de março de 2017

Todo escritor deve fundar sua própria editora e criar sua escola de gramática

1) Certa ocasião me disseram que eu caso ciência com literatura.

2) Quem trabalha com letras tem o direito de ditar as regras da gramática, uma vez que ela é a construção material da linguagem.

3) Nos textos que eu trabalho, eu escreverei na regra em que fui alfabetizado - e caso eu domine o português imperial, eu lançarei versões do meu trabalho em versão imperial.

4) Quando tiver a minha editora, eu simplesmente acabarei criando uma escola de gramática, onde as pessoas poderão aprender as diferenças do português imperial e do português simplificado por meio da comparação das edições, enquanto não reedito livros de gramática da época do Império.

5) Não admitirei outro revisor dos meus textos - ninguém terá o direito de fazê-lo, a não ser eu. Afinal, eu domino a língua e sei o que estou fazendo. Se a editora fizer a revisão para a atual regra, eu processo a editora. O aborto ortográfico é inconstitucional e não admitirei que uma lei sancionada por um cachaceiro analfabeto prevaleça sobre o meu trabalho. A concepção do trabalho de um artista não pode ser anulada por força do aborto que fizeram na língua.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de março de 2017.

Notas sobre as causas do foro de eleição

1) Duas são as causas do foro de eleição

1.1) A primeira é quando a comarca tem a reputação de ter juízes excelentes. Isso faria da comarca uma República de Curitiba, por exemplo - o que pode fazer com que Curitiba se torne a verdadeira sede do Poder Judiciário, tal como acontece com Pretória, na África do Sul - o que faz com que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo.

1.2) A segunda tem fins utilitaristas. Quem ama mais o dinheiro do que a Deus adotará a cidade cujas custas e emolumentos sejam mais baratas.

2.1) É neste segundo ponto que o foro de eleição torna-se foro de imposição.

2.2) Como em regra o foro competente é o do domicílio do réu, o autor, se morar numa cidade distante, vai ter que gastar muito dinheiro de modo a se deslocar e entrar com um processo contra o réu. Nessas questões relativas ao direito do consumidor, isso chega a ser desastroso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de março de 2017.