1) Nos tempos de hoje, para ser um estudioso de economia, você precisa ser ao menos duas coisas:
1-A) Ser um tecnocrata, como são os economistas de hoje em dia. Exemplo disso: Octavio Gouvêa de Bulhões ou mesmo Roberto Campos. A vida em institutos governamentais te dá uma vida de gabinente - e a visão tecnicista não compreende a realidade, uma vez que todos terminam a vida sendo kantianos: não são capazes de ir a campo ver a realidade e compreendê-la em toda a sua totalidade.
1-B) Ser um mercador ou mesmo um empresário, tal como foram Richard Cantillon e Marco Polo. E sendo mercador ou empresário, isso te dá uma experiência prática que pode ser aproveitada de modo a se fazer uma boa teoria.
2.1) Eu não sou tecnocrata, nem sou mercador.
2.2) A única maneira que tenho de estudar economia é com base na experiência caseira, já que tento tomar o meu país como se fosse meu lar com base naquilo que disponho.
2.3) Por conta de estar na rede social, eu eventualmente coleto a experiência alheia de modo a refletir sobre isso depois, muito embora a especulação própria fundada na experiência alheia seja só uma projeção do que teria se eu mesmo tivesse vivido aquela realidade.
2.4) Talvez esse seja o maior defeito que posso apontar na teoria da nacionidade, pois são especulações racionais próprias coletadas a partir de uma experiência alheia - portanto, são potências de realidade que só podem a vir a ser realidade se eu viver aquilo que os outros viveram e que não pude, uma vez que nada substitui a realidade vivida, pois não existe substituto para algo que é rico em detalhes.
2.5.1) Dentro das minhas circunstâncias, eu acabo inventando a minha própria profissão, como diria Ortega y Gasset. Mesmo que não seja mercador, mas um filósofo e jurista, eu tento tomar meu país como sendo meu lar e tento tomar o país do meu padrinho de crisma, a Polônia, como sendo meu lar também.
2.5.2) Eu sei muita coisa a respeito da História do Brasil e do que aprendi de Direito - e tento conjugar isso com o que aprendo de meu padrinho. O que crio é uma referência para mim - que pode servir de referência para os outros, enquanto não tenho um conhecimento melhor.
2.5.3) Pelo menos, podemos dizer que isso é um paliativo - e o paliativo pode ser melhor do que aquilo que decorre de uma vida provinciana, tal como Kant viveu, uma vez que todo provincianismo com pretensão universalista é uma verdadeira tolice. E muita gente nascida no Brasil, no sentido biológico do termo, padece desse mal, dado que só fomenta má consciência sistemática.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de março de 2017.
1-A) Ser um tecnocrata, como são os economistas de hoje em dia. Exemplo disso: Octavio Gouvêa de Bulhões ou mesmo Roberto Campos. A vida em institutos governamentais te dá uma vida de gabinente - e a visão tecnicista não compreende a realidade, uma vez que todos terminam a vida sendo kantianos: não são capazes de ir a campo ver a realidade e compreendê-la em toda a sua totalidade.
1-B) Ser um mercador ou mesmo um empresário, tal como foram Richard Cantillon e Marco Polo. E sendo mercador ou empresário, isso te dá uma experiência prática que pode ser aproveitada de modo a se fazer uma boa teoria.
2.1) Eu não sou tecnocrata, nem sou mercador.
2.2) A única maneira que tenho de estudar economia é com base na experiência caseira, já que tento tomar o meu país como se fosse meu lar com base naquilo que disponho.
2.3) Por conta de estar na rede social, eu eventualmente coleto a experiência alheia de modo a refletir sobre isso depois, muito embora a especulação própria fundada na experiência alheia seja só uma projeção do que teria se eu mesmo tivesse vivido aquela realidade.
2.4) Talvez esse seja o maior defeito que posso apontar na teoria da nacionidade, pois são especulações racionais próprias coletadas a partir de uma experiência alheia - portanto, são potências de realidade que só podem a vir a ser realidade se eu viver aquilo que os outros viveram e que não pude, uma vez que nada substitui a realidade vivida, pois não existe substituto para algo que é rico em detalhes.
2.5.1) Dentro das minhas circunstâncias, eu acabo inventando a minha própria profissão, como diria Ortega y Gasset. Mesmo que não seja mercador, mas um filósofo e jurista, eu tento tomar meu país como sendo meu lar e tento tomar o país do meu padrinho de crisma, a Polônia, como sendo meu lar também.
2.5.2) Eu sei muita coisa a respeito da História do Brasil e do que aprendi de Direito - e tento conjugar isso com o que aprendo de meu padrinho. O que crio é uma referência para mim - que pode servir de referência para os outros, enquanto não tenho um conhecimento melhor.
2.5.3) Pelo menos, podemos dizer que isso é um paliativo - e o paliativo pode ser melhor do que aquilo que decorre de uma vida provinciana, tal como Kant viveu, uma vez que todo provincianismo com pretensão universalista é uma verdadeira tolice. E muita gente nascida no Brasil, no sentido biológico do termo, padece desse mal, dado que só fomenta má consciência sistemática.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de março de 2017.