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sábado, 17 de novembro de 2018

Notas sobre o problema de lastrear sustentabilidade com economia de massa e democracia - o caso da criação de elefantes para a produção de marfim

1) Alguns alegam que a criação de elefantes para a produção de marfim seria insustentável, de modo a atender a demanda da economia de massa. E isso está correto.

2.1) O problema do conceito de sustentabilidade é estar atrelado á economia de massa, à democracia.

2.2) A indústria do luxo é feita para atender clientes de alta renda. Nesse sentido, a produção tende a ser sustentável para atender a esses poucos. Por isso mesmo, ela tem profunda relação com as demandas dos membros dos governos oligarcas.

3) Este é o ponto de contato entre plutologia, classe ociosa e sustentabilidade.

José Octavio Dettmann

Notas sobre criação de elefantes e a questão da produção sustentável de marfim

1) Na Antigüidade, costumavam domesticar elefantes de modo a serem usados como arma de guerra.

2) No sudeste asiático, o elefante domesticado é usado para ajudar na construção de obras públicas, visto que é um guindaste natural. Também era muito comum usar os elefantes como caravanas de comércio, fazendo o trabalho que era próprio dos camelos.

3) No mundo como eu conheci, ele foi usado como animal de circo. Hoje em dia, isto está entrando em desuso, por conta dos maus tratos que costumam ser dispensados a esses animais, o que faria com que a liberdade de servir entretenimento para o público seja servida com fins vazios.

4.1) Na África, nos tempos da corrida colonial do século XIX, eles matavam elefantes por conta do marfim, o que quase os levou à extinção - o que foi um baita erro. Mas a postura de salvar por salvar os elefantes, como se isso tivesse um fim em si mesmo, tende a ser um erro também. Isso tende a fazer do ambientalismo um salvacionismo, uma vez que isso é dispor da liberdade com fins vazios.

4.2.1) Se a mão que produz é a mesma mão que preserva, penso que seria mais sensato criar elefantes de modo a se ter marfim, uma vez que domesticar elefantes não é algo muito estranho na História.

4.2.2) Isso racionalizaria o abate de elefantes, fora que a produção desse luxo seria sustentável. Quem começar a criar elefantes de modo a produzir marfim de maneira sustentável passa a ter o mesmo status que o agricultor, quando produz água - ele passa a ter ganho sobre a incerteza, a partir do momento em que faz dessa atividade algo economicamente organizado. A produção sustentável de marfim seria a síntese da caça (tese) com a preservação desses animais da caça indiscriminada (antítese)

4.2.3) O único problema é o alto custo da criação desses animais - por isso mesmo, só os animais mais idosos é que seriam abatidos de modo a se aproveitar o marfim. Por isso mesmo, essa criação é voltada mesmo para indústria do luxo, de modo a atender os anseios da classe ociosa. A produção de marfim sintético seria voltada para atender a demanda da classe mais baixa, da economia popular.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2018.

Notas sobre a chamada classe ociosa

1) Na França medieval, os châteaus tinham a função de defender a terra de invasores. É por conta de haver uma classe de guerreiros, que era composta pelos melhores homens da sociedade, que a terra podia ser tomada como um lar em Cristo.

2.1) Mas a partir da Renascença, quando o château assume a característica de ser um plantation mais refinado, a produção de vinho e seda se torna uma cultura e um estilo de vida, uma vez que ambas contribuem para a indústria do luxo, a ponto de atender as necessidades da classe aristocrática, que tende a ser uma classe ociosa, posto que sofreu um verdadeiro aburguesamento, perdendo sua função original de classe guerreira.

2.2) Graças à indústria do luxo, a taxa de juros na França passou a ser mais elevada de todas, em comparação com o que havia nos outros reinos, uma vez que ela fazia com a oferta e demanda por serviços fosse voltada para fins vazios, uma vez que a riqueza se tornou sinal de salvação dessa classe de abonados, uma vez que a França passou a ser governada por reis huguenotes (calvinistas).

3) Quando a vida é voltada aos prazeres e ao luxo, a classe aristocrática perde suas funções, a ponto de em nada contribuir para a comunidade que está sujeita à sua proteção e autoridade, a ponto de se tornar uma classe proletária. E neste ponto, a aristocracia, quando fica aburguesada, ela passa a se confundir com o terceiro Estado, o povo. E neste ponto, os que fazem da riqueza sinal de salvação passam a concentrar o poder em poucas mãos, a ponto de se tornar uma verdadeira oligarquia plutocrática.
4) É graças ao fato de haver uma classe ociosa que perverte aristocracia em oligarquia que a economia se perverte em plutologia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2018. 

Notas sobre a origem da especulação imobiliária e fundiária

1) Quando a produção agrícola se torna uma cultura, ela se torna uma matriz de consciência, pois é sabido que da terra costumam vir todas as riquezas, uma vez que a terra é vida, como a água.

2) Como trabalhar a terra leva à santificação de muitos camponeses, então esse bem tende a estar fora do comércio, uma vez que a propriedade privada se dá a partir do momento em que todos na comunidade reconhecem o verdadeiro dono quando este faz a terra ser rentável e produtiva ao longo de três anos, quando a cultura de determinadas plantas já atingiu três gerações: pai, filho e neto, a ponto de se tornar uma verdadeira tradição, a ponto de ela ter a melhor qualidade e produtividade possível. Isso é a prova cabal de que a propriedade está fortemente relacionada à ocupação com fim nobre, produtivo.

3.1) Por conta da cultura de riqueza tomada como sinal de salvação, e sendo a terra um bem escasso, a terra foi incluída como um bem que está dentro do domínio do comércio - e a água um dia será incluída nesse domínio também, mais ou mais tarde, visto que água doce é um bem escasso. Isso faz com que o verdadeiro dono seja aquele que tenha a propriedade de direito, registrada em cartório, enquanto o possuidor é aquele que tem o contato direto sobre a coisa. Isso cria títulos de aquisição derivada da propriedade, por meio da compra e venda com reserva de domínio, separando de vez o conceito de propriedade com o conceito de santificação através do trabalho, o que faz com que o país seja tomado como um lar em Cristo.

3.2.1) Esse divórcio leva à especulação imobiliária, fazendo com que a terra fique improdutiva de propósito, assumindo um caráter estratégico para a economia.

3.2.2) Os que especulam com a terra são uma verdadeira classe ociosa, pois ganham dinheiro sem trabalhar a terra. São incapazes de tomar o país como um lar em Cristo, uma vez que a preocupação deles é com o dinheiro - e se a riqueza é tomada como sinal de salvação, então o capital não tem pátria, o que faz deles verdadeiros apátridas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2018.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Um programa sério só pode ser interrompido somente quando a seleção presta um relevante serviço de utilidade pública, como fazia a seleção de 1982, que fazia do futebol uma arte

1) Se Os Pingos nos Is tivesse de deixar de ser transmitido de modo que pudéssemos ver a seleção de 1982 jogar, então esse seria um motivo justo, visto que aquela seleção estaria fazendo um verdadeiro serviço de utilidade pública: jogar futebol arte e promover o belo. Aí eu não questiono.

2) Quanto à atual, isso é desserviço. Assistir a uma partida deles é um serviço de inutilidade pública.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2018.

Quando resolvem dar mais audiência ao nada do que ao que realmente importa

1) Quando uma rádio como a Jovem Pan deixa de transmitir o melhor noticiário de política, Os Pingos nos Is, pra dar audiência a esse bando de zé ruela da selixão é sinal de que estão perdendo o senso de prioridade.

2) Eu e muita gente estamos interessados em saber o que esse povo lá em Brasília anda tramando, posto que a verdadeira liberdade exige eterna vigilância. Ver esse bando de zé ruela jogar, tendo Neymar como capitão, é perda de tempo. Eu definitivamente não vou perder meu tempo com esses perdedores, esse bando de fracassados que ganha milhões para correr atrás de uma bola e que não presta pra nada.

3) Enfim, a outrora pátria de chuteiras se tornou a pátria da política. E que seja assim para todo o sempre.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2018.

Da importância da rede social na minha vida pessoal e profissional

1) Uma coisa é certa: a grande diferença entre os anos 90 e os anos pós-estudo (2012-presente) está na rede social. Por meio da rede social acabo sabendo de coisas que nem nos meus sonhos mais loucos eu saberia. Como sou escritor de reação, acabo produzindo conhecimento e tenho leitores que sustentam o meu trabalho.

2.1) Na década de 90, quando não estava estudando e não havia rede social para se passar o tempo nela, eu passava o dia inteiro jogando Civilization e The Sims, assim como outros jogos de estratégia.

2.2) Desde que passei a dedicar meu tempo livre a me informar acerca do que está acontecendo no Brasil, a situação por que o país passa me faz com que eu me veja no dever de servi-lo naquilo que melhor sei fazer, que é escrever. Por isso, eu me tornei um jogador casual - sempre que me sentir cansado ou quando não houver nada para fazer eu vou jogando de modo a ver se encontro alguma coisa interessante sobre a qual eu deva falar e assim elevar a inteligência das pessoas. Nunca mais serei aquele jogador hardcore que eu fui dos 16 aos 23 anos.

3) A liberdade na internet me deu um grande poder que eu não tinha antes. E grandes poderes exigem grandes responsabilidades, fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus. Como isso me pede grandes sacrifícios, então aceitei isso de bom grado. O mundo ganhou um grande escritor, desde então.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2018.