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sábado, 20 de outubro de 2018

Da riqueza como arma de promoção do bem comum (ou como arma de edificação em massa)

1) Se a riqueza é um instrumento, então ela deve ser usada para a promoção do bem comum - em tempos de paz, ela promove a integração entre as pessoas.

2) Em tempos de guerra, a riqueza deve ser usada como arma de modo a patrocinar grupos que promovam intransigentemente a defesa da vida e os direitos do nascituro. Como o rosário, a riqueza deve ser usada como arma na luta contra o mal. Por isso que a busca pela riqueza não deve ter um fim vazio - a busca deve ser para se promover a santidade das pessoas, de modo que sejam livres em Cristo, por Cristo e para Cristo.

3) A promoção do bem comum tende a ser ainda mais relevante em tempos de crise, onde a guerra tende a ser a continuação da política por meios violentos, a ponto de se tornar uma verdadeira cruzada de modo a se conquistar o senso de se tomar o país como um lar em Cristo, onde as pessoas possam amar umas às outras amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. A verdadeira fé promove o bem comum e ela cresce ainda mais quando é perseguida em tempos de crise.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2018.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Silogismo perfeito

1) Tiradentes é retratado como "o Cristo que foi pra forca".

2) Lula vive se comparando a Jesus

3) Então coloquem Lula na forca. Além disso, esquartejem o corpo e amaldiçoem a família dele por várias gerações.

4) É assim que a Coroa Portuguesa trata os revolucionários - é isso que essa gente maldita merece. Que ninguém compare o Crucificado de Ourique a esses "cristos" de araque!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2018.

Notas sobre o sentido hermenêutico da Bíblia

1) Note o leitor que, em toda a Bíblia, não existe uma história puramente individual no sentido estrito do termo, a ponto de fazermos da Bíblia uma interpretação particular, voltada a beneficiar nossos interesses egoístas.

2) Toda a história sagrada, mesmo no âmbito mais doméstico e familiar (Abraão, Ruth, etc), só encontra sentido quando integrada no todo do "povo de Deus", a ponto de todos viverem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Não há na Escritura liberdade religiosa, livre mercado (comércio é proibido aos sábados) ou qualquer existência que se afirme por si mesma longe das relações com a comunidade e desta com Deus. Digo mais: se observarmos a história do rico e de Lázaro, vemos que o conceito capitalista - de uma existência voltada para si l e fechada ao relacionamento e a responsabilidade para com o próximo - é castigada com o inferno.

3.2) E esse fechamento leva à gnose, pois divide o mundo entre eleitos e condenados.

Edmundo Noir

Facebook, 19 de outubro de 2018.


(https://web.facebook.com/permalink.php?story_fbid=2208518322720501&id=100006870648814)

Como a cultura de locação estimula o respeito à coisa pública

1) Se os que alugam livros comigo são fiéis no compromisso de devolver o livro após este ser lido, então a tendência é não cobrar nada na próxima locação. E a locadora de livros pode ser convertida em um clube do livro, uma biblioteca fechada para os que são fiéis, para os que são honestos.

2) A melhor forma de combater a cultura do egoísmo, de fazer do amor de si até o desprezo de Deus uma espécie de "virtude", é fazer com que a parte mais sensível do corpo, o bolso, seja afetada.

3.1) Por isso mesmo, o arbitramento de aluguel de certo modo estimula a cultura de respeito ao bem alheio. Se você respeita o bem alheio, você tende a respeitar a coisa pública.

3.2) Isso é muito pedagógico, pois estimula as pessoas a descobrirem o outro e respeitarem o que pertence a ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2018.

Por que prefiro aprender a palavra de Deus oralmente, na Santa Missa?

1.1) Mais importante do que ficar decorando versículo de Bíblia é conhecer as histórias nela narradas e não esquecer dessas histórias.

1.2) Sempre achei esse negócio de citar versículo da Bíblia a torto e a direito a coisa mais insincera do mundo, como se a conformidade com o Todo que vem de Deus se reduzisse a uma crença de livro.

2.1) Quando você conhece as histórias, elas podem ser contadas de maneira oral, a ponto de serem gravadas na carne. E à medida que as coisas vão acontecendo na vida, aí você começa a perceber a realidade das coisas, uma vez que verdade conhecida é verdade obedecida.

2.2.1) Quando o Cristianismo começou, muitas dessas histórias eram contadas oralmente e depois registradas por escrito. Mesmo que a Bíblia algum dia desapareça, essa bela história jamais será esquecida, pois há uma tradição oral, que faz com que a lei de Deus se dê na carne de cada um de nós. Essa tradição oral é ensinada por meio do magistério da Igreja, que se dá na Santa Missa cotidiana.

3.1) Quando for evangelizar meus filhos, quero contar essas histórias assim, oralmente. Quero que a amizade com Deus se dê dessa forma.

3.2.1) Uma vez que a lei de Deus esteja bem estabelecida na carne de cada um dos meus filhos, eles poderão ler a Bíblia. Mas que eles não fiquem recitando versículos da Bíblia a torto e a direito como fazem os protestantes; além de pedante, isso é insincero, pois isso fomenta má consciência nas pessoas que agem desse modo.

3.2.2 )Isso leva ao argumento da sola fide, o que contraria o que foi dito: que fé sem obra é fé morta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2018.

Notas sobre a importância da solidão

1) Hoje, minha mãe e meu pai saíram de casa. E eu acabei ficando sozinho.

2) Se meu gravador de MP 3 ainda funcionasse, eu poderia gravar as coisas que me passam pela cabeça. Ficaria falando e falando - depois que terminasse de dizer o que veio à mente, faria a transcrição, a qual pode ser convertida em um artigo, dependendo da relevância.

3.1) Como eu disse, eu me torno mais reflexivo quando eu me sinto sozinho. E eu necessito da solidão para que minha alma possa crescer.

3.2) A presença dos meus pais me tolhe muito, pois eles acham que ficar falando sozinho é coisa de maluco. É por isso que rejeito o mundo, o diabo e a carne - se o mundo pensa que falar sozinho é coisa de maluco, então que o mundo vá para o inferno.


3.3) Uma pessoa que pensa desse modo não vê que estou dialogando com meu ouvinte e leitor onisciente. O outro com o qual estou conversando é o próprio Deus. Se essa pessoa pensar que é um amigo imaginário, então essa pessoa é materialista, pois Deus não tem imagem.

3.4) O fato de Deus não ter imagem não quer dizer que Ele não vem até nós - a maior prova disso é que Jesus, o verbo que se fez carne, é a face visível de um Deus invisível e veio para nos salvar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2018.

Livro não se empresta, mas se aluga

1.1) Certa ocasião, eu estava lendo uma crônica em que o personagem estava a dizer que "livro não se empresta" (sic). 

1.2) Isso me fez lembrar do meu tempo de faculdade: muito livro bom foi surrupiado justamente porque muitos não apareciam na biblioteca para renovar o prazo do empréstimo. Era como meu amigo Rodrigo Arantes dizia: bem público era coisa de ninguém - por isso, qualquer um, rico no amor de si até o desprezo de Deus, podia se tornar dono do livro emprestado que nada lhe acontecia.

2) Durante meus anos de preparação para concurso público, meu professor de Direito Civil usou um exemplo similar ao caso da biblioteca: havia um casal de noivos, onde o noivo, certa ocasião, pediu emprestado um filme em DVD da noiva. O noivado foi desmanchado e o DVD não foi devolvido. Qual foi a solução? A ex-noiva arbitrou aluguel para o ex-noivo, de modo a forçar a devolução do DVD.

3.1) Se livro não se empresta, então isso é verdade conhecida, coisa que deve ser obedecida, uma vez que as pessoas nesta terra são muito egoístas - e a melhor solução, no meu entender, é montar uma locadora de livros de modo a forçar as pessoas a devolverem os livros ou a comprarem o bem, gerando uma espécie de indenização, uma espécie de ganho sobre a incerteza.

3.2) Digamos que alguém me queira um livro emprestado por 30 dias. Contanto que cuide bem do livro e que não faça grifos nem anotações, eu empresto o livro a ela, a essa pessoa. Cobrarei 30 reais pelo empréstimo, pois para montar o acervo que tenho eu tive de sacrificar boa parte de minha renda de modo a ter o que tenho. Se a pessoa tiver um pingo de consciência, então ela vai querer comprar o livro - e nesse ponto, podemos fazer um acordo.

4.1) Enfim, como a maioria dos nascidos nesta terra tende a tomar bem público como coisa de ninguém, então isso cria uma cultura de nicho. 

4.2) A biblioteca pode ser convertida numa locadora de livros, de modo a forçar a devolução do livro emprestado. E se pessoa quiser comprar o livro, ela compra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2018.