Pesquisar este blog

sábado, 20 de maio de 2017

Notas sobre como construir uma rede social de maneira prudente

1) Quando encontro uma pessoa X com opiniões relevantes, o primeiro passo que faço é seguir a pessoa no facebook. Toda vez que a pessoa X proferir uma opinião relevante, eu tomarei conhecimento por meio do feed de notícias.

2) O segundo passo é coletar a opinião dessa pessoa e publicá-la no mural. E quando você tiver condições, faça uma análise sensata dessa opinião, em contraste com outras que você encontrou por aí, ao longo do tempo. O produto da análise será encaminhado para essa pessoa X inbox.

3) Se a pessoa se interessar pelo que digo, ela vai me adicionar. E se ela permitir, eu publico no mural dessa pessoa de modo que outras pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas que ela possam conhecer, desde que isso tenha por Cristo fundamento.

4.1) É assim que um homem que vive em conformidade com o Todo que vem de Deus age na rede social.

4.2.1) Se nações inteiras nascem a partir de um homem virtuoso, então o microcosmos da política está na diplomacia pessoal.

4.2.2) Como o indivíduo não pode ser dividido em dois, então essa diplomacia pessoal, esse personalismo fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, é o dado irredutível ciência que estuda o poder, enquanto possibilidade de fazer uma ação que leve ao país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, coisa que leva à pátria definitiva, que se dá no Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de maio de 2017.

São Vicente, precursor do distributivismo

Terminando a biografia de São Vicente finalmente.

1) O homem foi um passo além da assistência aos pobres - ele os ensinava a sobreviver aplicando princípios do distributivismo (o mais católico de todos modelos econômicos) - antes mesmo dele existir (embora sua origem se encontra nos evangelhos).

2) Pelo que os historiadores mostram, São Vicente foi economicamente crucial numa França já destruída pelas guerras. Suas confrarias foram pioneiras não apenas como instituições de assistência básica, mas de profissionalização. Inspirado na vida econômica medieval, ele, juntamente com Louise de Marillac, fundou o primeiro centro de profissionalização - dedicado apenas à velhos pobres reduzidos à mendicancia e acometidos por debilidades físicas. Falando por um viés friamente econimicista, uma multidão de pessoas que antes eram improdutivas, passaram a integrar o radar econômico de uma França que começava a se reerguer.

3) A "fase dois" das obras de caridade vicentinas incluía o ensino de ofícios. Mendigos viravam tecelões, sapateiros, costureiros, rendeiros - o que era possível ajudar materialmente - a Confraria ajudava, até eles caminharem com as próprias pernas e passassem a ensinar outros em condições piores (esse compromisso era RELIGIOSO).

4) No início, operários eram chamados para ensinar seus ofícios e as atividades se desdobravam em velocidade exponencial. Dividindo o tempo entre catequeses e missas.

5) São Vicente é admirável, no legado espiritual e material. Meu Deus, que figura fantástica! Que legado extraordinário! Não apenas a França que deve muito a ele, mas todos nós.

Gabriel Vince 

Facebook, 20 de maio de 2017.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Thomas Dresch sobre economia

1) As únicas coisas que geram riqueza de fato são a agropecuária, a mineração, a construção e a indústria.

2) Uma economia baseada em serviços é frágil e qualquer balanço financeiro bagunça tudo. Não é à toa que as economias mais fortes do mundo mantém vastos parques industriais e subsídios agropecuários, simplesmente porque não há como subsistir sem esses insumos substantivos, ou seja, não tem como sobreviver sem comida, abrigo e energia.

3) Isso é tão importante que transcende a questão meramente econômica, tornando-se uma questão política. Se vocês analisarem, todos os segmentos econômicos supracitados estão sob controle do estamento burocrático, em todos os lugares do mundo.

4) Os liberais preferem ser cegos a dar o braço a torcer, pois não querem aceitar que a Economia não passa de uma cienciazinha de merda.

Thomas Dresch - Facebook, 19/05/2017

Notas sobre a crise que nos permite perceber a diferença entre nacionidade e nacionalidade


1.1) Quando separei nacionidade de nacionalidade, por influência de Borneman, é porque percebi que havia uma verdadeira crise, uma verdadeiro abismo que separa o senso de tomar o país como um lar em Cristo de tomar o país como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

1.2.1) Esse abismo só pôde ser percebido a partir do momento em que um mesmo país, um mesmo povo, foi dividido em duas esferas de influência ideológicas, uma capitalista e outra comunista. Até porque se convencionou que o ser humano é uma folha de papel onde colocar qualquer software nele, tal como se fosse um robô.

1.2.2) Isso é um erro crasso do pensamento de Locke, pois prepara o caminho para o totalitarismo, a mãe de todas as apatrias, dado que elimina todas as diferenças naturais dos seres humanos de modo que um trabalhe em função do outro.

1.2.3) A maior prova disso é que parte oriental da Alemanha foi doutrinada de modo a enxergar a parte ocidental como uma imagem distorcida num espelho.

1.2.3) Ainda que a Alemanha esteja unificada economicamente, ela está dividida espiritualmente - e só uma restauração cultural e espiritual da Alemanha cuidará desse processo. E isso se dará somente no Cristianismo e na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.1) Esse abismo de que eu falo, que se dá no mundo interior, até hoje perdura na Alemanha.

2.2) E em países onde há muros virtuais ou naturais, por força do regionalismo, há esse abismo também, só que não há uma fronteira ideológica marcando e manipulando o processo. Na verdade, há um Estado, tomado como religião, esmagando essas diferenças, que poderiam ser dialogadas se houvesse um federalismo verdadeiro e um Imperador que toma a todos do Brasil parte da mesma família.

2.3.1) Além da questão do estatismo, há ainda ainda a amputação espiritual que se deu quando o Brasil foi separado de Portugal.

2.3.2) Isso fez com que víssemos os portugueses como uma imagem distorcida no espelho. E esta crise só pode ser superada se Deus for o centro de todas coisas, tal como foi estabelecido em Ourique.

3) Devo ao Loryel Rocha este artigo, por força de ter ouvido uma explicação sua acerca da filosofia da crise, em Mario Ferreira dos Santos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2017.

Que falta me faz escrever no papel!

1) Faz um tempo que não pego num caderno para escrever. Na verdade, faz anos que não pego num lápis.

2) Hoje em dia, eu desenvolvi o hábito de ler livros digitalizados - afinal, eu só leio os livros que eu mesmo digitalizo. Nas circunstâncias atuais, o caderno me faz muita falta para copiar as citações relevantes. E da cópia das citações relevantes, eu parto para a análise, coisa que faço diretamente no computador.

3) A mesa de jantar pode abrigar meu computador e um caderno, mas ela ficou muito baixa para mim - e como sou muito alto, tendo a ficar muito curvado e sinto dor nas costas. Além disso, a mesa fica próxima à escada que leva à cobertura. Meu cachorro fica lá do segundo andar babando - e a mesa fica cheia de baba. Não é à toa que minha mãe chama meu cachorro de "lhama", pois ele é peludo, por ser border collie, e vive babando.

4.1) É por conta dessas circunstâncias que não jogo Colonization. E esse tem sido meu termômetro para se medir os hábitos que tenho de modo a aprimorar as minhas habilidades intelectuais.

4.2) Quando era adolescente, eu pegava uma folha de papel e fazia anotações de jogo, de modo a registrar tudo o que era necessário e tomar uma decisão, já que o jogo tinha sua economia pautada nas commodities que eram exportadas para a Europa. Este hábito, para esses jogos rpg sandbox que eu jogo, é essencial. E isso é muito bom, dado que é um treinamento para a vida intelectual.

4.3) Se eu morasse na antiga casa, em Bangu, eu iria adorar ficar na mesma com o meu laptop, estudando os livros que digitalizei e fazendo anotações necessárias aos meus estudos. Esse hábito que desenvolvi por conta do Sid Meier's Colonization (1994) foi crucial para desenvolver este estilo de ser, mas não encontro lugar para exercê-lo na minha atual casa, por força de todas as circunstâncias.

4.4) Mas eu não fico chateado, não - a vida segue e toco meus projetos. Quem sabe um dia eu encontre um lugar mais amigável a este hábito que quero tanto praticar, pois isso me ajuda a tomar minha casa como um lar em Cristo mais facilmente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2017.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Notas sobre como devemos contar a História da Monarquia Brasileira

1) O III Reinado não deve ser contado da Restauração da Monarquia de volta à luz do baile. Na verdade, há uma história subterrânea que deve ser contada, que abrange o período do dia seguinte após o golpe até os dias da restauração, que estão próximos.

2) Estes foram os Imperadores:

D. Pedro II (em seus últimos dias, no exílio)

D. Isabel I, a redentora

D. Luis I

D. Pedro Henrique (a quem os militares procuraram, quando estava havendo a crise que desaguou no golpe de 1964). Foi imperador de jure de 1920 a julho de 1981

D. Luís II, desde julho de 1981 até os dias atuais.

3) Essa história subterrânea deve ser contada como um governo nas sombras - governo legítimo e negado pela ordem revolucionária. Até porque nossos Imperadores, pela graça de Deus, nunca deixaram de ser soberanos e defensores perpétuos do Brasil.

4.1) É este passado que deve ser escavado e exposto, de modo que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo.

4.2) Quem em pensa III Reinado, em termos de História Oficial, está preso em má consciência, pois isso é legitimar a República, dado que é governo ilegítimo.

5) Por isso mesmo, a história do Brasil de 1889 até os dias atuais deve ser contada em dois paralelos:

A) O aparente, republicano e revolucionário

B) O subterrâneo, legítimo e esperando ser descoberto, tal qual um belo tesouro enterrado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de maio de 2017.

Uma aula voltada para os nossos tempos (dedico este escrito ao Silas Feitosa)

_ José, você deve conhecer bem a história da monarquia brasileira, não? Eu gostaria muito de entender um pouco a vida de Dom Pedro II. Se você puder, gostaria que me desse uma aula sobre isso.

Resposta:

1) Falar de 49 anos de Reinado de Sua Majestade, o Imperador D. Pedro II, não é tarefa fácil.

2) Não tratarei do II Reinado desta vez, mas de um ponto específico de nossa História que marcou a transição da monarquia para a República.

3) Durante muitos anos, ao longo do II Reinado, correu um debate no parlamento sobre o Poder Moderador e o que se chamou de imperalismo. O Imperador, segundo a carta de 1824, não estava sujeito à responsabilidade alguma. Essa questão foi muito debatida no livro sobre as naturezas e limites do Poder Moderador, de Zacharias de Góes e Vasconcellos.

4.1) O exercício do Poder Moderador impediu que maus juízes e maus políticos crescessem na carreira.

4.2) Não é à toa que D. Pedro II foi conhecido como a luz do baile. Como já foi dito por um monarca do Império Austro-Húngaro, uma das funções do Poder Moderador era proteger o povo dos maus políticos - e é isto que fez com que o Brasil tivesse muita estabilidade política e muita prosperidade econômica ao longo de 49 anos de Reinado.

5.1) A geração dos anos 70 do século XIX - os bacharéis formados no Largo do São Francisco e Olinda -, criticava esse estilo patriarca, personalista do Imperador. Muitos deles foram membros da chamada segunda geração do romantismo - e muitos deles, influenciados por idéias iluministas e pelas idéias positivistas de Augusto Comte, criticavam abertamente o imperador nos jornais. Muitos eram republicanos ou monarquistas que se tornaram republicanos de última hora.

5.2) Quando a República começou a desaguar em um perídoo turbulento - marcado pela Revolta da Armada, Revolução da Chibata, Revolução Federalista, Canudos e outras tantas revoltas -, muitos começaram a sentir remorso por conta daquilo que fizeram. Isso está documentado no livro O Patriarca e O Bacharel, de Luís Martins.

6.1) Tal como o Olavo falou, parece que as vozes do passado estão atuando na nossa geração de modo a que reparemos o erro praticado lá trás, em 15 de novembro de 1889.

6.2) A geração nascida nos anos 40 e 50 foi formada na má consciência e não ouviu a história de seus avós, que viveram aquela época.

6.3.1) O ensino de História foi quase que abolido pelo governo militar, a tal ponto que seu horizonte de consciência foi reduzido a 1964 em diante, criando uma verdadeira de História do tempo presente, sem conhecer o passado - é como se a caravela estivesse à deriva, pois não sabemos a nossa origem, nem para onde vamos.

6.3.2) Olavo falou que esta geração - formada no quinhentismo, maciçamente republicana e pró-exército - foi a que mais ferrou o Brasil.

6.3.3) Foi a geração do Lula, da Dilma, do Olavo (este último se redimiu e esta fazendo o que puder para preparar pessoas como eu para corrigir os erros do passado - e por isso seremos eternamente gratos a ele).

7) Recomendo as leituras dos livros que mencionei, além das biografias de D. Pedro II escritas por Pedro Calmon e Heitor Lyra. Além disso, recomendo as aulas do professor Loryel Rocha e do Olavo de Carvalho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de maio de 2017 (data da postagem original).