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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Notas sobre discriminação religiosa no âmbito trabalhista

1) Discriminar implica selecionar. E selecionar implica escolher um, por preencher aquilo que está sendo demandado, em detrimento do outro, que não atende aos requisitos da demanda por mão-de-obra.

2) A liberdade de expressão de uma empresa implica recrutar aqueles profissionais necessários a uma empresa. Por exemplo, se tenho uma fábrica de roupas, eu vou precisar de alfaiates e costureiros - e não de pedreiros.

3.1) Numa empresa de economia distributivista, em que ser católico é parte da identidade da empresa, a empresa contrata católico, pois parte do pressuposto de quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento será honesto e conforme o Todo que vem de Deus.

3.2.1) Pela legislação atual, isso seria "discriminação injusta", pois estaria negando emprego aos que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.2.2) Ora, a República rompeu com a Aliança do Altar com o Trono edificada em Ourique e é isso que deve ser desobedecido. O simples de fato de querer contratar católico já é ato de desobediência civil, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1) Uma das razões pelas quais eu só contrataria católico é que, mesmo que ele não tenha experiência profissional, eu posso dar a ele a oportunidade de crescer profissionalmente, fazendo com que ele tome o país como um lar mais facilmente, tendo por Cristo fundamento. Se contratasse outro que não fosse católico, eu estaria dando preferência ao dinheiro e não a Deus - além do mais, isso seria promover a liberdade fora da liberdade em Cristo, em que todos têm a verdade que quiser, o que acaba edificando liberdade para o nada.

4.2) A não ser que eu tenha uma política ecumenista na empresa, de modo a converter a todos à Santa Madre Igreja Católica - e isso deveria ser política de Estado, em aliança com a Igreja -, é preferível conservar o que é conveniente e sensato: a conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que o trabalho é santificação - e feito numa empresa católica, é santificação sistemática.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

Do distrbutivismo e da atividade econômica organizada

1) Se o trabalho é meio à santidade, então uma atividade econômica organizada leva à santidade sistemática.

2) Se o patrão patrocina o trabalho de seus subordinados, conduzindo-os na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus - coisa que leva à excelência na prestação do serviço -, então a economia subordinada torna-se economia coordenada, pois o empregado servirá ao seu patrão não porque ele manda, mas porque o ama, tal como o Rei que rege seu povo.

3) É justamente porque o fim das coisas é a vida eterna que a produção de riquezas de modo a atender as necessidades da população é uma forma de trabalho que merece ser santificado. E isso é distributivismo.

4) Para um fim bom, o meio deve ser conforme o Todo que vem de Deus; para um fim mau, fundado no amor o dinheiro, o meio, por mais virtuoso que seja, jamais será bom. Na verdade, acabará edificando liberdade para o nada, a base do relativismo moral.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

Notas sobre ética católica em ambiente de economia subordinada, patrocinada

1) Se o patrão deve ser como o Cristo de sua empresa, então ele deve guiar seus empregados naquilo que é próprio da ética católica: servir aos semelhantes com humanidade e gentileza - e suportar o seu próximo, ainda que seja um cliente chato, pentelho, exigente.

2) Ao iluminar os caminhos de seus empregados, ele os ensina o sabor que é próprio de lidar com os ofícios do comércio - e nesse ponto ele se torna líder. E por ser líder ele distribui o saber a seus empregados, de modo a que um dia se tornem empreendedores como ele, uma vez que é próprio do líder ser luz do mundo e sal na terra dos negócios.

3) E quando os empregados servem fielmente ao seu líder, eles são remunerados com salário, que tem tanto natureza alimentar como também servem de meio para se ofertar àquilo que é próprio a ser consagrado no altar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

Das funções do sal e da luz

1) Eis as funções do sal:

A) Realçar o sabor dos alimentos;

B) Conservar os alimentos, de modo a que não apodreçam;

C) Purificação da alma;

D) Ponderação (de modo a que a sabedoria humana não se afaste da sabedoria divina por meio do amor de si, que pretende se bastar por si mesmo).

2) Eis a função da luz: iluminar os caminhos, de modo a ver claramente o que as trevas nos escondem. Assim, a gente evita pedras de tropeços e abismos.

3) O saber decorre do sal; experimentamos de tudo e ficamos com o que é conveniente e sensato. E é justamente porque temos experiência que podemos guiar as pessoas de modo a que saibam se guiar na luz, na conformidade com o Todo que vem de Deus. E não é à toa que o sábio é um iluminado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Notas sobre um dito medieval examinado sob o ponto-de-vista da ética católica e sob o ponto-de-vista da ética protestante

1) Na Idade Média havia este dito popular: quem tem talento manual encontra ouro em qualquer lugar.

2.1) Se o obreiro seguir o ensinamento de São Josemaría Escrivá, ele poderá ir servir a Cristo em terras distantes através do seu trabalho.

2.2) E ao fazer coisas magníficas, o trabalho excelente será remunerado de maneira magnificente, liberal. E isso é distributivismo, pois as pessoas estão vendo no artífice o Cristo enquanto sucessor de São José em seu trabalho de carpinteiro, servindo aos necessitados de seus serviços.

3) Se o bem mais amado for o ouro e não a Deus, e se esse ouro for visto como um sinal de salvação predestinada, então ele poderá edificar a verdade que quiser com o seu trabalho - e isso será altamente contraproducente e destrutivo, pois estará edificando liberdade para o nada.

4) É por meio do relativismo moral que a fé verdadeira acaba sendo abandonada, a tal ponto de o bem que ela produz, que faz o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, ficar ausente. E dentro desse vácuo, o Estado é tomado como se fosse religião - e tudo ficará no Estado, a ponto de nada estar fora dele ou contra Ele.

5) O multiculturalismo depende do Estado tomado como se fosse religião para fomentar políticas públicas e da cultura da liberdade para o nada para que isso seja legitimado. E neste ponto o islamismo se aproveita e destrói o que ainda sobrou de cristianismo em nossa civilização.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2017.

Notas sobre o metacapitalismo

1) Quando se ama mais o dinheiro do que a Deus, esse tipo de costume que edifica liberdade para o nada se torna o law of the land, o qual é perfeitamente regulado pelo Estado.

2) Num contexto em que o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele, a melhor forma de conseguir hegemonia econômica é por meio da hegemonia política - e uma das formas de se conseguir hegemonia é por meio da subversão cultural, pensada por Gramsci. Por isso, o que ama mais o dinheiro do que a Deus vai querer estar acima do law of the land, uma vez que já está disseminado na sociedade a falsa idéia de que a lei está acima do costume.

3) Da combinação de ética protestante, positivismo, libertarismo, totalitarismo e globalismo temos o metacapitalismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2017.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Da política enquanto vocação

 1) Acredito que o labor político não deveria ser tipicamente um emprego, mas um status adquirido por mérito.

2) As pessoas voluntárias a tal atividade deveriam ser pessoas que tiveram êxito em sua vida pessoal e profissional, com mérito especial a quem teve grande sucesso na iniciativa privada. Assim poderia ser uma atividade não remunerada, tendo em vista que os voluntários já possuiriam respectivo patrimônio construído com formidável êxito profissional, estando interessados puramente em aplicar seus métodos bem-sucedidos, já testados e consagrados na gestão do dinheiro público e na atividade legislativa.

3) Isto é uma sugestão prática para redução da incompetência política e corrupção.

Victor Pinheiro