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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Da necessidade de se criar novas pronvíncias

1) Ser governador de verdadeiros mundos como a Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará e outros tantos que me esqueço de citar apenas com a competência residual, já que a CRFB estabeleceu as competências da União e dos Municípios, não é algo fácil.

2) Esses mundos são maiores que países europeus - com isso tudo, fica ingovernável.

3) Se falarmos em redividir o território nacional, de modo a que haja mais estados, o que vai acontecer é aumentar o número de patifes no Congresso Nacional - e com isso o gasto público.

4) Acho que essa questão seria interessante de ser discutida quando a monarquia for restaurada. Com estados menores, fica mais fácil governar - e a coisa não fica tão impessoal. Se o presidente da província coordena bem toda a ação dos municípios, este pode ser um importante representante para a província no Senado do Império, que representa não só a federação como também é a casa das maiores inteligências da pátria - pois é no Senado do Império que encontramos os quadros necessários para auxiliar o Imperador no exercício do Poder Moderador, através do Conselho de Estado.

Dos dois tipos de escritor

1) Existem dois tipos de escritor: o escritor que produz por força de inspiração, tal qual um artesão ou um ourives, e o escritor que trabalha por força de transpiração, tal qual uma máquina.

2) O primeiro dependerá sempre da bondade do Espírito Santo - ele apreciará retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozará sempre de Sua consolação, pois Cristo estará sempre com ele. Quando ele não tiver nada novo para falar, ele não falará, a não ser que o dever para com a verdade o faça se pronunciar novamente. Este é o verdadeiro escritor, pois faz do serviço um apostolado - ele deve ser mantido por doações.

3) O segundo estará sempre preso à sabedoria humana dissociada da divina. Mesmo que não tenha nada para escrever buscará escrever alguma coisa de qualquer jeito, mesmo que seja só besteirol. Ele faz da palavra escrita aquilo que faria com a palavra falada: uma verborragia despudorada, de modo a edificar liberdade para o nada - a tal ponto que deixará de exprimir as impressões mais autênticas da realidade, pois não estará falando às pessoas por caridade. Esse escritor vive dos direitos autorais de suas obras, pois os livros que produz são vendidos tal como banana na feira. Ele ama mais o dinheiro do que o ofício - e estará afetado pelo espírito da independência, fundada na falsa liberdade constitucional de que a pessoa pode expressar o que quiser, independente de censura ou licença.

4) Toda vez que escrevemos, devemos levar em conta que o encontro com o leitor deve ser visto como uma oportunidade de evangelizá-lo, de modo a que ele passe a amar e a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, de modo a que fique em conformidade com o Todo que vem de Deus. Se nós confundirmos esse encontro com uma sujeição, nós nos enquadraremos nos escritor que só trabalha sob transpiração, que ama mais o dinheiro do que a verdade, em Cristo. 

5) O escritor é, pois, um artista - e não um operário, tal como vemos nos jornalistas.

Técnicas para escrever em tempos de seca criativa

1) Quando estiver numa seca criativa, eu adotarei a técnica do Olavo: imitando Pascal, ele escreve frases soltas - do acumulado de frases soltas, ele vai ordenando o texto aqui e ali, de modo a produzir um texto consistente e organizado.

2) Dos textos que já produzi, eu posso pincelar um ponto de um artigo A e combiná-lo com outro ponto de um artigo B. E, uma vez definida a ordem, surge um texto aprimorado - o que leva à sistematização de uma idéia, na forma de livro. Isso é possível porque adoto a técnica dos autores da patrística de numerar cada ponto que escrevo. A diferença é que escrevo textos curtos e mais simples.

3) Ainda que eu faça uma engenharia reversa nos meus próprios textos ou esteja planejando um texto, a inspiração, com base no Espírito Santo, é sempre necessária - se o Sumo Bem é a Suprema Realidade, aquilo que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus, então devo estar sempre inspirado, de modo a falar ao meu próximo tudo aquilo que é bom e necessário. Pois a palavra de Deus não deve ser servida de forma vazia - da mesma forma, o dom de escrever não deve ser usado de maneira fútil.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Notas sobre a insinceridade do Direito Constitucional de nossos tempos

1) Como falar em direito adquirido se moramos num mundo onde as pessoas são substituíveis umas pelas outras a todo o momento, tal qual uma peça intercambiável, nesta engrenagem chamada mundo?

2) Se as pessoas são substituíveis umas pelas outras, então elas são descartáveis - e é perfeitamente lógico que os marxistas enxergarão a constituição como uma folha de papel, pois o direito adquirido não passa de preconceito burguês, visto que eles conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

3) Para que a ambição totalitária do comunismo prospere, o mundo primeiramente será edificado na sabedoria humana do libertário, que é dissociada da sabedoria divina.

4) De nada adianta exterminar o radical se o moderado, que prepara o terreno para ele, não for eliminado junto.

O direito personalíssimo leva à nobreza e ao direito de sangue

1) O direito personalíssimo leva em conta todas as circunstâncias do sujeito, de modo a adquirir tudo aquilo que ele conquistou. Quando se leva em conta todas as circunstâncias pessoais, de modo a que país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, este direito personalíssimo fundado na mais pura nobreza de caráter e de atitudes levará a edificação de uma ordem onde todos amarão e rejeitarão as mesmas coisas que o sujeito, que faz as coisas tendo por Cristo fundamento.

2) A sucessão de um sujeito nobre implica que o sucessor conheça todas as circunstâncias de vida dele, de modo a edificar tal nobreza. A entrada neste mundo interior implica que você o ame como a si mesmo. E é da força desse amor que surge a família - e é dentro dessa ordem familiar que surgem todos aqueles que são preparados desde o berço de modo a reproduzirem nas futuras gerações a nobreza e o caráter do pai, que pautou sua vida amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Este sucessor assumirá o seu trabalho a título universal. 

3) A sucessão por direito personalíssimo inclui toda uma ordem voltada na virtude. Trata-se de uma ordem aristocrática. 

4) A partir do momento em que o direito personalíssimo foi substituído pelo direito pessoal, em que todos, pelo fato de terem contato físico com a coisa, podem ser substituídos uns pelos outros seja a título singular ou universal, aí é que começou a ordem da impessoalidade. A ordem do Código Civil é uma ordem essencialmente materialista - e não é à toa que ela edifica apatria. Pois é no materialismo que vemos o relativismo moral e o republicanismo.

O totalitarismo nasceu do teatro acedêmico

1) Catharino me fala: estamos num mundo pós-moderno - o papel aceita tudo.

2) Na época de Hayek, este discutia com os comunistas com afável cortesia - e como diz o professor Olavo de Carvalho, discutir com comunistas é perder a guerra. Eles conservarão o que é conveniente e dissociado da verdade - e a estrutura do marxismo é tão flexível que é capaz de incorporar as armas do inimigo de modo a usá-las contra ele.

3) A questão cultural também abrange a produção e comercialização de bens culturais - enfim, abraça fundamentos econômicos. Olavo já apontou que Kant tem muitos fundamentos que levam ao fomento das idéias marxistas - e quase toda base liberal - seja no Direito, seja na Escola Austríaca - tem fortes bases neokantianas.

4) O único que percebeu a relação entre libertarismo e comunismo, por conta do fenômeno da concentração de bens em poucas mãos, base para a economia de ordem pública, foi Chesterton. Se há uma ordem onde o amor ao dinheiro é o fundamento de todas as coisas, isto justifica o totalitarismo do Estado, pois a sua sanha arrecadatória não terá limites. Dito dessa forma, é forçoso concluir que o libertarismo não passa de uma verdadeira hipocrisia.

A verdade sobre a Escola Austríaca

1) A Escola Austríaca pode ter refutado o marxismo academicamente, pois no ambiente universitário o papel aceita qualquer coisa fundada em sabedoria humana, principalmente se esta estiver dissociada da sabedoria divina. Dentro do contexto da Guerra de Métodos, a Escola Austríaca ganhou a batalha, mas perdeu a guerra, pois não existe pensamento dentro dessa tradição capaz de combater o marxismo cultural, que pode usar métodos capitalistas de modo exercer um poder totalitário sobre nós. A única coisa que essa Guerra de Métodos produziu foi conhecimento sem sabedoria. De que adianta o conhecimento se não temos a sabedoria de Deus, de modo a estarmos em conformidade com o Todo que vem d'Ele? Nada é mais totalitário do que a insinceridade.

2) É fato sabido que o libertarismo prepara o caminho para o totalitarismo. De nada adianta uma refutação acadêmica se você ensina ao mundo o fato de que todos têm o direito de terem a verdade que quiserem, a ponto de terem todos o direito de serem tolos, de terem o direito de conservarem aquilo que é conveniente e dissociado da verdade. A questão de tudo estar no Estado e nada estar fora dele também é abarcada no fato de que todos têm a sua verdade - do mesmo modo, que o Estado deve ter em seu poder todos os meios de produção.