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terça-feira, 14 de julho de 2015

Do 15 de março como o primeiro fruto da JMJ

1) Desde que me tornei católico, passei a olhar para a cidade como arquidiocese - passei a olhar a cidade em sua dimensão espiritual. A dimensão espiritual da cidade está claramente separada da sua dimensão política, representada, na sua forma mais superficial, pelo prefeito.

2) Após 2 anos da JMJ, sinto que espiritualmente a cidade ficou bem melhor. Ficamos mais fortes para enfrentar as forças do mal que nos dominam. 

3) O maior desafio é articular essas forças, de modo a restaurarmos a aliança do altar com o trono, tanto no ambiente de nossa cidade, o Rio de Janeiro, como também no país inteiro. Este é, pois, um dos primeiros frutos que se pode colher da JMJ. O 15 de março mesmo é o maior exemplo disso.

Reflexões sobre a JMJ, após 2 anos do evento

1) A grande verdade é que, quando o povo é tributado demais e vê o baixo aproveitamento do que é arrecadado em impostos, este se torna bem mesquinho, receoso em investir naquilo que realmente conta. 

2) Um governo perdulário estimula a crença em não se acreditar na fraternidade universal - ele reforça a crença no amor ao dinheiro, base para a salvação individual, e menos em Deus - e isso favorece o avanço do protestantismo. Como a república é historicamente perdulária, a tendência é a maioria do povo ser protestante. Aliás. há uma tendência de que a população evangélica ultrapasse a católica daqui a uns 20 ou 30 anos - eu li isso em algum artigo que vi no facebook, só não lembro onde.

3) O maior exemplo desse comportamento mesquinho que a república nos estimula historicamente  foi a questão do gasto com a segurança do Papa na JMJ, em 2012: muitos, aqui no face, ficaram bem anticatólicos por conta das despesas com segurança, já que o Papa é chefe de Estado - e como o encontro se deu no Rio, cabia ao governo brasileiro a segurança dele.

4) Eu, pessoalmente, não me importo de gastar esse dinheiro, de modo a colher o máximo de benefício que a cidade teve por conta da JMJ. Os frutos desse evento evangelizador são visíveis na cidade, passados 2 anos da circunstância - como o Rio é a caixa de ressonância do país inteiro, toda a nação ganhou com isso. Estou certo disso.

5) Se o evento se desse na monarquia, a JMJ teria tido um alcance bem maior do que teve, por conta da cultura de aliança do altar com o trono que tínhamos, por força de Ourique. Ainda assim, a semente foi plantada - e estou certo de que gerará muito fruto.

Da falácia do custo médio por aluno

1) Quando eu entrei pra UFF, em 2001, ouvi do então diretor Carlos Vaz a seguinte declaração: "o custo médio por aluno, da nossa faculdade, é de dez mil reais". Muito dinheiro e pouco aproveitamento.

2) O gasto por aluno não pode ser medido por média ou por estimativa calculada nas mais frias vias estatísticas. Se eles quisessem realmente saber quanto eu realmente custo para o contribuinte e quanto posso dar de bom ao país, tudo que bastava, para saber as coisas, era me dar essa grana que eles declaram na minha mão - afinal, não há uma real apuração do gasto por aluno se você não conhecer o caráter do mesmo e o que ele pode fazer com esse dinheiro, para o seu próprio benefício, sua própria formação. Eu sou honesto - por muito menos, eu me dava a melhor educação disponível que havia na época, pois sou capaz de aprender sem precisar de professor - e ainda sobrava uma boa grana. O povo brasileiro não teria o que reclamar de mim.

3) Hoje, passados quase dez anos de minha formatura, eu já escrevi mais de 1300 artigos, já gravei alguns áudios e tenho o reconhecimento de algumas pessoas por conta do trabalho que faço, que me mandam doações regulares, além de ter alguns alunos voluntários. Se este país não estivesse sob dominação comunista, meu público seria bem maior. 

4) O que o comunismo faz é só atrasar o natural avanço das coisas. Apenas isso e nada mais.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

É em Ourique que se sepulta o quinhentismo e a miséria cultural do Brasil

1) Já tem gente me pedindo conselhos sobre o que ler e por onde começar. Já estão se interessando por essa questão de Ourique. É nesse fato que o Brasil começou.

2) Se o Olavo deu causa à formação de muitos escritores, ao menos a alguns desses que conheci apontei por onde se deve começar: por Ourique. A maior prova disso é a excelente poesia que a amiga Gilmara Farias-Pio​ dedicou a Ourique e a el-rei D. Afonso Henriques.

3) Enfim, é por Ourique que ocorrerá o renascimento cultural do Brasil e o sepultamento  definitivo do quinhentismo.

Conversa com um jovem escritor

Alberto Barbosa: Doutor, no fim do ano eu lançarei três contos em livro. Está legal de incio?

José Octavio Dettmann: Sim.

Alberto Barbosa: Pensei em começar assim, pois conto é algo mais fácil e bom de iniciar. à medida que eu for evoluindo, eu tento construir obras mais complexas

José Octavio Dettmann: Sim. É isso mesmo.

Alberto Barbosa: Outra coisa que fiz de diferente: estou criando meu publico antes do lançamento. Queria ouvir a opinião do senhor.

José Octavio Dettmann. Isso é um bom começo. Mas não faça isso por meio da publicidade do face. Faça boca-a-boca, sobretudo com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas que você. Eu fiz experimento com publicidade no face recentemente e este só me trouxe gente do mais baixo nível. O processo de capitalização moral e pessoal é lento, é verdade, mas traz gente de gabarito. Hoje, por conta da experiência acumulada, eu só adiciono alguém mediante indicação de alguém que me conhece.

Alberto Barbosa: Ótimo ouvir isso do senhor. Ainda bem que meu marketing virtual é composto de pessoas que conheço ou de amigos de pessoas que conheço

José Octavio Dettmann: É isso aí. Tudo tem que ter base no concreto.

Alberto Barbosa: Muitos evangélicos que nem lêem vão ler meu livro. Se eu conseguir desenvolver a minha arte, localmente posso trazer muita gente pra Igreja Católica

José Octavio Dettmann: Sim. Faz muito bem.

Alberto Barbosa: Não faço isso por ser bonzinho, faço porque sou inteligente e sei que Deus vai entender o meu esforço

José Octavio Dettmann: Sim.

Alberto Barbosa: Essa sua tese de Ourique é muito linda

José Octavio Dettmann Sim. E ela é a base sob a qual se edifica o senso de país tomado como se fosse um lar. O quinhentismo jogou isso fora - e dá a impressão de que esse país nasceu sem a crença na fraternidade universal.E é por conta de um regime nascido num país fundado nessa crença, em não se acreditar na fraternidade universal, que os protestantes prosperaram por aqui. Por isso, é crucial resgatarmos o senso de Ourique. Sem Ourique, não há o mundo português - o Brasil é o desdobramento da tradição em terras americanas. Não devemos jogar essa herança fora - é isso que nos diferencia dos países de língua hispânica ou mesmo dos EUA.

Alberto Barbosa: Ourique me lembrou tanto da herança que faz do povo hebreu um país forte, quanto os mitos protestantes sobre a origem sagrada dos EUA - isso dá a eles um papel definido no mundo

José Octavio Dettmann: Sim. Exatamente. Ourique é a pedra basilar da nossa civilização. E isso leva a uma teoria do Estado fundada na direção de servir a Cristo em terras distantes. Como isso nasce de uma revelação, ela não permite comparação com todas as outras, pois ela tem mistérios - e o que nos cabe é termos fé no criador, pois explicar isso só atrapalharia.

Alberto Barbosa: Entendo.

Alberto Barbosa. Se um dia eu levar a arte da escrita a um nível profissional, farei de tudo pra debatermos esse assunto até o fim. E assim, quem sabe, criamos algo.

José Octavio Dettmann: Eu ainda não li os livros-chave sobre Ourique. E esses livros estão citados na primeira página da história do brasil, do IPCO.

Alberto Barbosa: Eu só li o que você escreveu sobre o assunto. E foi o suficiente pra ser abduzido pelos fatos.

Alberto Barbosa: Porque será que Darcy Ribeito deixou isso passar?

José Octavio Dettmann: Eles foram todos influenciados pelo positivismo e marxismo. Tudo isso é antropologia e sociologia tomando o fato como se fosse coisa, como se tivesse sua própria verdade, o que é uma tremenda de uma furada. Ao descrevê-la, a coisa se justifica e se impõe como estrutura da realidade, afastando-nos do sagrado. Isso começou nos anos 30 e tudo isso deu origem ao quinhentismo. Oliveira Viana diria que estamos nos século VI, contando de 1500. Se olharmos bem, o quinhentismo não é cristão.

Alberto Barbosa: Até nisso fui manipulado na escola? Esses comunistas não tem limites.

José Octavio Dettmann: Eu tive a oportunidade de ler alguns livros do Senado sobre o assunto, como os do Oliveira Viana; os Donos do Poder, do Raymundo Faoro e o Portugueses e Brasileiros na Guiana Francesa, de Arthur Cezar Ferreira Reis. E, por sorte, eu tomei conhecimento sobre o livro Belonging in the Two Berlins, principalmente sobre o que tentaram fazer com a Alemanha - fazer com que Ocidentais e Orientais se vissem como se fossem duas imagens distorcidas de um mesmo espelho.

Alberto Barbosa: Preciso ler isso também.

José Octavio Dettmann: O Belonging in the Two Berlins está em inglês, ainda não tem tradução para o português e o livro tem citações marxistas de cabo a rabo. Para lê-lo, você precisa fazer muita engenharia reversa.

Alberto Barbosa: E eu tô engatinhando no inglês ainda. Ano que vem estarei apto, pois chegarei ao nível intermediário. Vou deixar esse na reserva.

José Octavio Dettmann: Da combinação desse livro e do que conheço da história do Brasil, há ainda os livros do Kujawski. Recomendo o livro A Pátria Descoberta. Nenhum desses livros eu li totalmente - encontrei um ou outro elemento e fui compondo. Eu já li muito quando era jovem. Eu tenho muito conhecimento empírico.

José Octavio Dettmann: Outro que recomendo: as preleções do Mancini - é preciso não cair no engodo de tomar o país como se fosse uma segunda religião. Essa segunda religião vai terminar se arrogando a primeira e isso é uma tragédia.

Alberto Barbosa: Seria a ascensão de um nacionalismo fascista?

José Octavio Dettmann: Sim. Mancini era de esquerda e o socialismo de nação deu causa ao fascismo.

José Octavio Dettmann: Recomendo a leitura do livro Um Mapa da Questão Nacional. Foi deste que comecei minhas investigações. Quando falo sobre nacionismo, é porque estudei a fundo a questão nacional - e é o que faço há pelo menos três anos e meio.

Alberto Barbosa: Lerei tudo que o doutor recomendar. Uns em breve, outros mais tardiamente. Estou construindo uma boa biblioteca e essas dicas são essenciais. Fico muito grato!

José Octavio Dettmann: Sim. E esse é um bom caminho.

José Octavio Dettmann: Anote suas impressões sobre o livro e compare com o que já escrevi. Eu tenho mais de 1300 artigos escritos.

Alberto Barbosa: Isso será interessante demais

José Octavio Dettmann: Estude também o COF do Olavo. Muito do que escrevo tem fundamento no Olavo. Recomendo o Curso de Teoria do Estado dele.

Alberto Barbosa: Isso eu já faço - leio tudo que ele manda também. Isso é muito útil. Confesso que se não fosse ele eu não teria reforçado a minha fé para escrever. Vivo numa região muito pra baixo. E totalmente dominada pelo Marxismo

José Octavio Dettmann: É preciso remar muito contra a maré. Sei que você vai conseguir. Estou vendo o seu esforço.

Alberto Barbosa: Sim. Eu me esforço e muito no sentido de remar contra a maré, de modo a suprir os meus déficits intelectuais e históricos. Mas a fé verdadeira me ensinou a ter um projeto eterno de vida voltado ao chamado que me foi dado. Por isso, Não me preocupo mais com quem vai falar mal ou com o glamour de intelectuais marxistas em Paris debatendo porcarias. 

José Octavio Dettmann: É isso aí. Isso é que é amadurecimento.

domingo, 12 de julho de 2015

Da necessidade de múltiplos perfis em rede social

1) Uma das coisas mais básicas que aprendi, ao longo da minha vida em rede social, é não misturar contatos. Os contatos que estabeleci online, por conta daquilo que sou, não devem ser os mesmos que conheço na vida real, seja ela estudantil ou profissional. Os meus interesses definem o meu ser: se na rede social estou por conta dos valores mais verdadeiros e caros, então não faz sentido colocar pessoas ligadas ao meio profissional ou escolar que não se interessam por aquilo que é crucial. Essas pessoas precisam ser postas em outros perfis, de modo a que as coisas continuem funcionando do modo como era antes.

2) Essa experiência de separar pode ser aperfeiçoada da seguinte forma: venho percebendo que no meio conservador tem muita gente que gosta mesmo é de fomentar uma boa intriga. O relativismo moral é tanto que não agüento mais ver tantos atentados contra a verdade, contra a conformidade com o Todo que vem de Deus. As pessoas, mesmo as mais inteligentes, perderam o bom senso e falam a primeira bobagem que vem à cabeça, principalmente com relação a certos assuntos que nos pedem a máxima discrição e sensibilidade. A coisa, enfim, está realmente ficando preocupante, fora de controle.

3) Para estes casos, só não crio um perfil adicional agora porque me faltam recursos para ter um segundo computador, coisa que me é tão necessária de modo a que eu possa manejar perfis secundários e jogar essa gente nefasta pro seu devido lugar, deixando o perfil principal para quem é digno de me ver doar-me por inteiro a esse meu semelhante perante Deus.

4) A razão pela qual isso é necessário está no filme O Poderoso Chefão: na rede social, devemos manter os amigos próximos e os inimigos mais próximos ainda - e isso pede perfis com finalidades específicas. Afinal, se na vida temos muitas faces, por conta das diferentes circunstâncias com as quais lidamos, na rede social precisamos mesmo de vários perfis. Descobrir o que o inimigo trama é essencial para derrubá-lo.

5) Enfim, o que já sabia acabou se confirmando - e minha experiência acabou se aperfeiçoando.

6) Gostando ou não, as máscaras, tais como vemos na estrutura da realidade, são muito necessárias no meio virtual também. É nas máscaras que nós respondemos, enquanto pessoas, às nossas circunstâncias - nós nos tornamos personagens, de modo a interagir com aquilo que é necessário e relevante, já que viver é perigoso e pede inteligência e estratégia, de modo a se ganhar a vida eterna a cada dia.  Há uma guerra cultural lá fora e precisamos lidar com isso.

7) Não, definitivamente eu não defendo a falsidade - o fato é que vivemos em meio aos lobos e precisamos saber lidar com isso, de modo a sobreviver a esta selva hostil, mais uma dentre tantas

8) Pela minha experiência, aprendida na dor e no desgosto, vejo que perfil único, reunindo gente de todo tipo, não é uma boa idéia. Para cada perfil, uma finalidade, uma circunstância específica. Na rede social não há aquela sintonia fina que temos na vida real, em que não precisamos mudar de corpo ou de alma de modo a responder a uma circunstância diferente. No mundo virtual, a mudança desse frame só ocorre se você mudar de perfil, de modo a interagir com gente de perfil semelhante àquele ao da finalidade para a qual este perfil foi instituído.

9) Em alguns casos, você precisa jogar para a estrutura da realidade certos contatos, de modo a que a transferência de um contato de um perfil para outro seja a menos traumática possível.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Na boa poesia, encontramos o casamento do eu-lírico com o eu-nacional

01) Certa ocasião, eu disse que devíamos trocar a caricatura do nacionalismo, que tende à insinceridade, pela poesia do nacionismo.

02) A poesia é uma das formas de produção cultural mais básicas que há, pois ela direciona os sentimentos para uma imagem concreta e eterna de conformidade com o Todo que vem de Deus. E é na conformidade com o Todo que vem de Deus que encontramos o senso de se tomar o país como um lar em Cristo - e a polis, neste sentido, deve servir a Deus de tal maneira a que os cidadãos tomem a cidade dos homens como um espelho da cidade de Deus, que é o espelho mesmo da justiça e da sabedoria.

03) Os grandes textos épicos, como são Os Lusíadas, são capazes de casar o eu-lírico e eu-nacional de tal modo a que a questão nacional se case com a missão de servir a Cristo, seja em terras distantes, seja na própria terra de origem, de tal maneira a que o país seja tomado como se fosse um lar, o que é uma questão universal. 

04) Eis a necessidade de se voltar para o Cristo Crucificado de Ourique, nossa origem, de tal maneira a que saiamos do quinhentismo, do nacionalismo e de toda a sorte de apatrias que jogam nossa liberdade para o nada.