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sábado, 6 de setembro de 2014

A idéia de coletivismo nasce da indiferença à idéia de sistema

1) Se na trindade verdadeira cada elemento tem um papel específico, bem definido, e as coisas são feitas de modo a que isso nos leve a admirar Deus, que é o autor de todas as maravilhas que nos levam à conformidade com o todo, na falsa trindade, porém, tudo é feito de modo a que se nutra indiferença por cada elemento que compõe o sistema, assim como indiferença pela importância que cada elemento exerce no sistema, em função do papel exercido.

2) Quando se nutre indiferença sistemática tanto às pessoas da trindade quanto pelo papel que estas pessoas desempenham, de modo a se ter a exata noção de Deus entre nós e em nós, eis que surge a idéia de coleção. O sistema é pensado como uma forma, sem se pensar no papel que cada pessoa exerce.

3) Se tudo é forma, então tudo é modo. E a forma admite qualquer verdade, desde a edificadora, conforme o todo, à forma desedificadora, revolucionária, que nos faz fugir à conformidade com o todo.

4) Um sistema político em que a idéia de nação é abstrata - sem se pensar nas pessoas que a compõem, de modo a se tomar o país como um lar - certamente leva à idéia de país tomado como se fosse religião de Estado. E é no Estado tomado como religião que o formalismo jurídico se torna a ordem do dia. E isso leva a um coletivismo progressivo, que leva ao totalitarismo, pois isso estrangula a idéia de nação como um lar, a ponto de matá-la de vez da nossa imaginação, a ponto de isso ficar inconcebível, impossível, pois a noção de fraternidade universal, fundada em Cristo, foi perdida.

A modernidade líqüida nasce de uma falsa trindade

1) A modernidade líqüida se funda nesta trindade: positivismo, constitucionalismo e nacionalismo.

2) Esta trindade atua de modo oposto à trindade cristã: enquanto a trindade cristã é um sistema que edifica tudo, de modo a admirarmos a grandeza do Pai, por estarmos em conformidade com o todo que Ele edificou, a trindade moderna é um sistema que é construído de forma a derrubar a trindade anterior, fazendo com que nutramos uma falsa admiração, que nos bloqueia a idéia de Deus. Essa trindade, enfim, é um ente dispersivo.

3) Esta segunda, e falsa, trindade permite a cultura do formalismo tomado como religião: isso gera uma cultura onde tudo é reduzido a uma forma estanque e vazia, de modo a que toda e qualquer verdade que seja nela posta. 

4) É essa falsa trindade, esse falso sistema, que dá causa à abstração trapaceira, que dá causa a que tudo seja visto como mera coleção. É, enfim, um sistema projetado com fins diabólicos.

5) Não é à toa que o liberalismo, por força desse monarquianismo formal e cultural, assume um contexto tão radical a ponto de se tornar revolucionário, anárquico. Pois é do liberalismo que nasce o flagelo do comunismo.

Eis o destaque:

Impedir a atualização da linguagem é semear gnose

"É claro que, se você se recusa a traduzir as filosofias na linguagem corrente da espécie humana, mas, a pretexto de "rigor" ou vaidade acadêmica similar, só aceita falar delas no próprio vocabulário de cada uma, e este por sua vez só pode ser explicado nos seus próprios termos, cada filosofia se torna um universo fechado, indestrutível e eternamente auto-referente. Na minha modesta opinião, até mesmo o esforço de entender uma filosofia nos seus próprios termos depende de que o filósofo e seu intérprete existam num mesmo universo objetivo que os contém e os interconecta. Portanto, esse mesmo esforço impõe que a filosofia em questão não seja uma estrutura fechada, mas porosa, aberta ao mundo". (Olavo de Carvalho)

1) Se a gente, na academia, estuda as coisas de maneira forçada, nos termos da linguagem de um autor cujo tempo não é o nosso, então isso é gnose, pois se mutilou a verdade, dado que não se permitiu a busca de uma hermenêutica à serviço da verdade e da caridade, no sentido de atualizar a linguagem para nós, de modo a que pudéssemos compreender melhor seu raciocínio. Essa camisa-de-força acadêmica, presente no mestrado e no doutorado, é um desserviço a Deus e aos homens, matando o sentido pelo qual as universidades foram instuídas historicamente.

2) É por essa razão que a atualização da linguagem para o nosso tempo é essencial para o progresso científico e para a conformidade com o todo de Deus.

3) Do jeito com se faz na academia, o que estamos vendo não é ciência, mas pseudociência, pois a sabedoria humana é buscada de modo a nos afastar da conformidade com o todo de Deus. Enfim, trata-se de um culto à gnose, do diabo tomado como se fosse Deus. E é isso que vemos nos marxismo.

Métodos para se restaurar o português imperial


1) Lendo textos mais antigos, sobretudo do tempo do Império e do início da república, fica óbvio que o estilo dos autores faz com que as pessoas tenham desgosto de ler: textos empolados, numa linguagem não muito clara.

2) Não sei o que acontece, mas sei que muita gente confunde falta de clareza com elevada cultura, tornando o texto chato, pouco agradável de ler.

3) Se escrever é serviço e isso implica servir aos outros por caridade e por amor ao próximo, isto é, aos poucos que no futuro serão muitos, então a linguagem deve ser reta, direta e objetiva. Pois é pelo distributivismo literário, fundado na aristocracia, que temos a verdadeira democracia, no sentido cultural do termo.

4) A restauração da linguagem implica republicar os autores mais clássicos num estilo de escrever mais claro, necessariamente falando. Não nos moldes daquela cretina que estava a destruir a obra de Machado de Assis, mas num jeito em que as pessoas venham a entender a idéia central do texto, de modo a que isso instigue a imaginação das pessoas. A real função de um texto de literatura é instigar a imaginação - e o manejo da língua deve ser feito de tal forma a que todas as coisas façam sentido.

5) Quando a população já estiver razoavelmente informada e com a imaginação devidamente cultivada, aí é que lentamente introduzimos os elementos da linguagem original que foram perdidos pela entropia, de modo a que isso enriqueça a cultura das pessoas. E o português imperial deve ser posto como uma opção alternativa ao português simplificado - ele deve ser feito em liberdade servida por caridade, em oposição à determinação legal imposta que destrói a nossa cultura e imaginação. Seria muito sensato que os textos fossem publicados tanto nessa forma antiga como na nova, de modo a que as pessoas aprendessem, pela comparação, a escrever do modo como nossos ancestrais escreviam.

6) De nada adianta uma ferramenta rica em léxicos, se o povo é pobre de imaginação e incapaz de manejar isso com alta precisão e perspicácia. A informação essencial deve vir primeiro e só depois é que acrescentamos o resto.

7) Parafraseando Sid Meier, a primeira coisa a se fazer é construir textos divertidos, agradáveis e fáceis de ler. Só depois é que acrescentamos o resto, os elementos mais complexos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A modernidade líqüida nasce quando se confunde o chá com a xícara


1) Quando se confunde o chá com a xícara, a gente cai na chamada modernidade líqüida.

2) Como não há uma força divina que gera a unidade, o fundamento essencial para a solidez dos valores, tudo fica relativo. E os indivíduos passam a se movimentar livremente, com base em sua própria verdade.

3) A circunstância onde se situa a modernidade líqüida é aquela onde o Estado está separado da Santa Religião. Nela, o relativismo toma conta, dado o esvaziamento espritual que se deu por conta do laicismo sistemático, a ponto de o Estado ser confundido com a nação e este ser tomado como se fosse religião. Eis o Estado fundado na ordem social liberal, que dá causa ao comunismo.

4) Se o líqüido é a transição do sólido para o gasoso, então os indivíduos que têm a sua própria verdade, quando o fazem de modo extremo, buscam sempre a anarquia, achando que o governo é o problema de todo o mal. E para esse mal total, a busca da solução na anarquia é busca por uma panacéia total, onde o mal será cortado pela raiz, como se isso fosse resolver o problema.

5) A anarquia libertária e totalitária é o porvir gasoso. Muitos vão pedir por mais Estado, de modo a que se acabe com a anarquia. E o comunismo vai se implementar por força dessa demanda e o fará de modo extremamente totalitário, regulamentando todos os aspectos da vida social, do macro ao micro.

6) Uma leitura do Zygmunt Bauman e um pouco de imaginação em conformidade com o todo ajudam a entender tudo aquilo que estou falando. 

7) Mas Bauman não deve ser lido sozinho. Ele deve ser lido junto com todos os outros livros do Olavo ou recomendados pelo Olavo, de modo a se ter a correta compreensão das coisas.

A generalidade das leis se dá de modo concreto na conformidade com o todo de Deus


1) A generalização fundada em Deus é concreta, pois é o gênero que abrange todas as espécies conhecidas e as que vierem a ser conhecidas no futuro, com o passar do tempo. Ela é um dado da realidade, pois se funda na verdade, que se dá em Cristo.

2) Uma abstração conforme o todo abraça essa generalização fundada em Deus. E isso se respalda no fato de Cristo é o caminho, a verdade e a vida: e ninguém vem ao pai senão por Jesus. Ela extrai a verdade que está na lei natural e a aplica às leis dos homens, dando-lhe força, o que faz com que todo o mal seja reprimido, reforçando o bem entre nós.

3) Quando o Estado se separa da Igreja, a generalização das leis dar-se-á sem o respaldo do divino. Novos gêneros são criados com base na sabedoria humana, que tende a confundir espécie com o gênero, dado que se perdeu o senso de reconhecer Deus naquilo que foi por Ele criado.

4) Se a generalização é defeituosa, a abstração será abusiva, criando falsos princípios jurídicos, como a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

5) Como a legislação se dá de costas para Deus, políticos demagogos e totalitários usarão da sua sabedoria humana dissociada da divina de modo a descriminalizar tudo aquilo que já era crime e que é por si mesmo reprovável, já que a reprovação no ato em si é uma lembrança de que isso vai contra os planos de Deus. 

6) Exemplo disso é o furto: em si mesmo, ele é reprovável, fora da conformidade com o todo de Deus - graças à sabedoria humana dissociada da divina, agora criaram um furto que não é punível, um novo tipo de gênero (na verdade, um espectro): o furto com finalidade social, daqueles em que o ladrão se faz de Robin Hood. Isso é a consagração do banditismo como elemento basilar da ordem social - basta que o bandido seja filiado a algum partido membro do Foro de São Paulo ou colabore com a atividade dessa organização criminosa que ele não será punido. 

7) Se você acredita e sabe que o verdadeiro direito se funda em fontes concretas, como a bondade e a sabedoria de Deus, então os princípios gerais do direito são válidos. Pois é em Deus que se confirma a generalização das leis, assim como a abstração racional e conforme o todo que faz com que a lei seja forte e bem aplicada em Cristo, Senhor Nosso.

8) Se Deus estiver fora das coisas que regem o bem comum, tudo será pervertido e fora de sua finalidade natural.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A mentalidade revolucionária nasce da abstração abusiva

1) Se abstração é extrair e captar a essência das coisas, de modo a se chegar à verdade, então uma abstração abusiva, fora da conformidade com o todo de Deus, extrai a verdade tal qual uma bomba de sucção a vácuo, tornando o ambiente estéril e vazio.

2) Toda abstração abusiva leva à traição, à fuga sistemática da conformidade com o todo de Deus. 

3) A mentalidade revolucionária é uma tradição que decorre da traição sistemática, pois se dá na passagem constante de pessoas comprometidas com essa traição ao longo tempo. E cada lugar do planeta é suscetível a esse tipo de inferno. 

3) Os que estão na conformidade com o todo dessa traição sempre converterão signos culturais de modo a corromper aquilo que se criou para inspirar a grandeza de Deus em nós. Esse processo de converter o bom em mau e o mau em bom é um processo de tradução cultural, que é inspirado no processo de traição a Deus. Isso é a marca extrema do pecado original que afetou a todos os homens.

4) É por essas razões que devemos estar em eterna vigilância, de modo a que esse mal sorrateiro não destrua o que é bom e belo. Pois é o bom e belo, que é conforme o todo que decorre de Deus, que nos inspira a servir aos nossos irmãos da melhor maneira que puder, em Cristo. E a melhor maneira de servir a eles é denunciando o que é ruim e inspirar os outros a combatê-lo, através do exemplo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2014 (data da postagem original).