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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Diálogo entre os pensadores que forjaram o pensamento tecnocrático e seus críticos

Participantes:

  • Zbigniew Brzeziński: Autor de "Between Two Ages: America's Role in the Technetronic Era" e membro da Comissão Trilateral.
  • H.G. Wells: Autor de "The Open Conspiracy" e outros trabalhos que influenciaram o pensamento tecnocrático.
  • Hilaire Belloc: Autor de "O Estado Servil", crítico do capitalismo e do socialismo, prevendo a convergência de ambos em um Estado Servil.
  • Thorstein Veblen: Autor de "A Teoria da Classe Ociosa", crítico da classe ociosa e do consumo conspícuo.
  • Ernest Hambloch: Autor de "Sua Majestade, o Presidente do Brasil", estudioso do Brasil que analisou a política e a economia do país.
  • Professor Heni Ozi Cuckier: Autor dos vídeos "Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?" e "Como prever o que ditadores vão fazer?".

Cenário:

Um encontro hipotético onde os autores discutem suas ideias e perspectivas sobre a sociedade, a política e a economia.

Diálogo:

  • Brzeziński: A tecnocracia é o futuro inevitável. A complexidade do mundo moderno exige que as decisões sejam tomadas por especialistas, não por políticos ineficientes.
  • Wells: Concordo. A humanidade precisa de uma nova ordem mundial, guiada pela ciência e pela razão, para superar os conflitos e a destruição causados pelos estados-nação.
  • Belloc: Mas essa "nova ordem" não levará a um novo tipo de servidão? A concentração de poder nas mãos de uma elite tecnocrática pode ser tão opressiva quanto qualquer outra forma de governo.
  • Veblen: Exatamente. A tecnocracia apenas substitui a classe ociosa tradicional por uma nova elite, que se legitima através do conhecimento técnico em vez da riqueza herdada. O problema fundamental da desigualdade e da exploração permanece.
  • Hambloch: A história do Brasil confirma essa preocupação. A concentração de poder nas mãos do presidente, mesmo justificada por ideais de progresso e desenvolvimento, muitas vezes levou a abusos e à supressão da liberdade.
  • Professor HOC: As ditaduras, mesmo aquelas que se originam de revoluções populares, tendem a se perpetuar no poder, usando a força e o controle da informação para reprimir a oposição. A tecnocracia, com sua ênfase na expertise e na eficiência, pode facilmente se transformar em um regime autoritário.
  • Brzeziński: Mas a tecnocracia não precisa ser autoritária. Ela pode ser democrática, desde que os especialistas sejam escolhidos e supervisionados pelo povo.
  • Wells: A educação é a chave. Precisamos criar uma sociedade onde todos tenham acesso ao conhecimento e possam participar das decisões de forma informada.
  • Belloc: Mas quem garante que essa educação não será usada para doutrinar e manipular as massas, como já vimos acontecer em regimes totalitários?
  • Veblen: A verdadeira questão é a distribuição do poder. Enquanto a riqueza e o conhecimento estiverem concentrados nas mãos de poucos, a tecnocracia será apenas uma nova roupagem para a velha opressão.
  • Hambloch: A solução está em fortalecer as instituições democráticas e garantir a participação de todos os cidadãos nas decisões que afetam suas vidas.
  • Professor HOC: E em reconhecer que os líderes, mesmo os mais bem-intencionados, são falíveis e podem cometer erros. A vigilância constante e a capacidade de questionar as decisões dos governantes são essenciais para proteger a liberdade e a democracia.

Conclusão:

O diálogo destaca a complexidade do debate sobre a tecnocracia, expondo diferentes perspectivas sobre seus potenciais benefícios e perigos. A necessidade de equilibrar a expertise técnica com a participação democrática e a proteção das liberdades individuais emerge como um desafio central para o futuro da sociedade.

Estou acumulando capital intelectual ao longo do tempo, de tanto digitalizar, transcrever e cruzar esses dados na inteligência artificial

1) Hoje fiz a transcrição de dois vídeos do professor HOC sobre a natureza das ditaduras - das razões pelas quais as ditaduras de caráter revoluciário duram tanto de que forma podemos prever como esses líderes vão agir, dada a natureza irracional e imprevisível própria de seu regime autocrata.

2) A esses dados, eu cruzei com os dados decorrentes da tradução da transcrição que fiz dos vídeos do Buntownik Jutra a respeito da Tecnocracia e da ditadura global científica - e o resultado ficou completo.

3) Para ficar um trabalho ainda mais completo, eu vou colocar os dados no Gemini na seguinte ordem:

A) As transcrições dos vídeos do Buntownik Jutra;

B) Os livros de Belloc, Veblen e Hambloch que eu digitalizei;

C) os vídeos do HOC que eu transcrevi hoje;

4) O resultado, eu o publicarei no blog. Quem quiser acessar, que venha ao blog pra ver.

5.1) Na Encílica Rerum Novarum, o Papa Leão XIII definiu capital como o conjunto das riquezas decorrentes da santificação através trabalho acumuladas ao longo do tempo - logo, podemos dizer que capital intelectual é  o conjunto das riquezas acumuladas decorrentes da santificação através do estudo e do trabalho organizado e sistemático ao longo do tempo. 

5.2) E quanto mais eu digitalizar e transcrever, e cruzar esses dados obtidos  na inteligência artificial, mais ganhos sobre a incerteza eu terei neste vale de lágrimas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 05 de agosto de 2024 (data da postagem original).

Análise detalhada de dois vídeos do Buntownik Jutra sobre tecnocracia e de dois vídeos do professor HOC sobre a natureza das ditaduras pelo mundo afora

Os quatro vídeos fornecidos tecem uma narrativa interconectada sobre as origens, a natureza e os desafios das ditaduras, com ênfase particular na sua relação com o controle social, a engenharia social e a tecnocracia. Através de exemplos históricos e análises contemporâneas, os textos constroem um argumento que alerta para os perigos do autoritarismo e da manipulação em massa, convidando o leitor a uma reflexão crítica sobre o futuro da sociedade.

Origens e Natureza das Ditaduras

  • Origens Revolucionárias: O vídeo "Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?" destaca que as ditaduras mais resilientes, como China, Irã e Rússia, nasceram de revoluções sociais. Essas revoluções, embora raras, moldaram a história mundial, resultando em conflitos como a Guerra Fria e a ascensão da China. A natureza violenta dessas revoluções, com a eliminação de elites e a criação de fortes forças de segurança, contribui para a longevidade desses regimes.
  • Engenharia Social e Controle Populacional: O vídeo "O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica" explora as raízes intelectuais da engenharia social e do controle populacional, com foco nas ideias de H.G. Wells e outros pensadores. Através da ficção e de obras não-ficcionais, esses autores moldaram a percepção do futuro, promovendo um governo mundial tecnocrático e o uso da propaganda e da educação para controlar a população.
  • Tecnocracia: O vídeo "Tecnocracia. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica" traça a história da tecnocracia, destacando sua proposta de um sistema econômico baseado em recursos e energia, em vez de moeda. O texto argumenta que a tecnocracia está sendo implementada globalmente através de agendas da ONU, como a Agenda 21 e a Agenda 2030, e alerta para o perigo da concentração de poder nas mãos de tecnocratas.

Desafios e Ameaças

  • Previsibilidade das Ações de Ditadores: O vídeo "Como prever o que ditadores vão fazer?" questiona a previsibilidade das ações de líderes autocráticos. Ele argumenta que o modelo tradicional de "ator racional" é inadequado para entender as decisões de ditadores, que muitas vezes são influenciadas por emoções, falhas de cálculo e erros. O texto destaca a importância da inteligência humana e da análise psicológica para antecipar as ações de líderes autoritários.
  • Durabilidade das Ditaduras: O vídeo "Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?" examina os fatores que contribuem para a longevidade das ditaduras, como a unidade das elites, as fortes forças de segurança e a fraqueza da sociedade civil. Ele argumenta que, embora essas ditaduras não sejam invencíveis, elas representam um desafio significativo para a ordem mundial liberal.
  • Controle Social e Manipulação em Massa: Os vídeos "Tecnocracia. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica" e "O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica" alertam para os perigos do controle social e da manipulação em massa. Eles apontam para a vigilância em massa, a propaganda e a educação como ferramentas utilizadas para moldar a sociedade e suprimir a dissidência.

Conclusão

Em conjunto, esses vídeos apresentam uma análise profunda e multifacetada das ditaduras, explorando suas origens, sua natureza e os desafios que representam. Eles alertam para os perigos da tecnocracia, do controle social e da manipulação em massa, e enfatizam a importância da vigilância e da resistência para proteger a democracia e a liberdade individual. Através de uma combinação de história, análise política e exemplos contemporâneos, os textos oferecem uma visão abrangente e instigante de um dos maiores desafios do nosso tempo.

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Análise Detalhada dos vídeos "Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo" (HOC) e "Como prever o que ditadores vão fazer?" (HOC), combinada com o livro "Sua Majestade, O Presidente do Brasil" (Hambloch)

Os três textos, apesar de abordarem o tema da autocracia e das ditaduras sob diferentes perspectivas, tecem um rico panorama sobre a natureza, o comportamento e as implicações desses regimes.

O vídeo "Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?"

  • Tese central: O vídeo investiga a resiliência das ditaduras revolucionárias, como China, Rússia e Irã, argumentando que suas origens em revoluções sociais violentas moldaram suas estruturas de poder e as tornaram excepcionalmente duráveis.
  • Pontos-chave:
    • Origens revolucionárias: A ascensão ao poder por meio de revoluções violentas uniu as elites do regime, eliminou a oposição e permitiu a formação de poderosas forças de segurança leais ao regime.
    • Controle estatal: A destruição das estruturas econômicas existentes durante as revoluções possibilitou a penetração profunda do Estado na economia, garantindo o controle dos recursos e o desenvolvimento econômico sem o surgimento de forças independentes que poderiam levar à democracia.
    • Supressão da oposição: A combinação de forças de segurança poderosas, controle estatal sobre a economia e a sociedade civil enfraquecida resultou na supressão efetiva da oposição e na manutenção do poder autocrático.
    • Exemplos: O vídeo ilustra a tese central com exemplos da China, Irã e Rússia, mostrando como as origens revolucionárias desses regimes contribuíram para sua longevidade, apesar dos desafios e crises enfrentadas.

O vídeo "Como prever o que ditadores vão fazer?"

  • Tese central: O vídeo explora a dificuldade de prever o comportamento de líderes autocráticos, que muitas vezes agem de forma irracional e imprevisível, desafiando os modelos tradicionais de análise política baseados na racionalidade.
  • Pontos-chave:
    • Limites do modelo do ator racional: O modelo do ator racional, que pressupõe que os líderes tomam decisões racionais com base em informações completas e cálculos de custo-benefício, falha em prever o comportamento de autocratas, que podem ser influenciados por emoções, crenças e dinâmicas internas do regime.
    • Importância de modelos comportamentais: Para entender as perspectivas dos adversários e prever suas ações, é crucial considerar fatores como traços de personalidade, emoções e dinâmicas internas do regime, por meio de modelos comportamentais.
    • Incerteza e imprevisibilidade: Mesmo com modelos comportamentais, a previsão do comportamento de autocratas permanece desafiadora, devido à incerteza e à imprevisibilidade inerentes a esses regimes.
    • Necessidade de vigilância e análise: Diante da imprevisibilidade dos líderes autocráticos, é essencial que a comunidade de inteligência monitore de perto o comportamento e os sinais de possíveis ações inesperadas, a fim de antecipar e responder a ameaças potenciais.

O livro "Sua Majestade, o Presidente do Brasil"

  • Tese central: O livro argumenta que o Brasil, apesar de ser formalmente uma república presidencialista, adotou um modelo autocrático de governo, com presidentes exercendo poderes excessivos e governando por meio de decretos e estados de sítio.
  • Pontos-chave:
    • Presidencialismo autocrático: O sistema político brasileiro, embora constitucionalmente democrático, permitiu que presidentes concentrassem poder e governassem de forma autoritária, limitando a participação política e a oposição.
    • Uso de decretos e estados de sítio: Presidentes brasileiros frequentemente recorreram a decretos e estados de sítio para governar sem a aprovação do Congresso, restringindo liberdades civis e consolidando seu poder.
    • Instabilidade política e econômica: O modelo presidencialista autocrático resultou em instabilidade política, com frequentes golpes e revoluções, e dificuldades econômicas, devido à falta de transparência e ao intervencionismo estatal.
    • Comparação com ditaduras: O autor compara o sistema político brasileiro a ditaduras, argumentando que, na prática, o presidente exerce poderes semelhantes aos de um ditador, com poucos freios e contrapesos efetivos.

Conexões entre os textos

Os três textos se complementam ao explorar diferentes aspectos da autocracia e das ditaduras. O primeiro vídeo analisa a durabilidade de regimes autoritários, o segundo vídeo discute a dificuldade de prever o comportamento de líderes autocráticos e o livro examina o caso específico do Brasil, que, apesar de ser formalmente uma democracia, adotou um modelo presidencialista com características autocráticas. Juntos, eles fornecem uma visão abrangente sobre os desafios e as complexidades de lidar com regimes autoritários, destacando a importância de compreender suas origens, dinâmicas internas, comportamento imprevisível e possíveis consequências.

Em suma, a análise detalhada dos textos revela um quadro complexo e multifacetado da autocracia e das ditaduras. As origens revolucionárias, o controle estatal, a supressão da oposição, a imprevisibilidade dos líderes autocráticos e a fragilidade das instituições democráticas são fatores que contribuem para a persistência e os desafios desses regimes. A compreensão desses aspectos é crucial para que as democracias possam desenvolver estratégias eficazes para lidar com as ameaças representadas pelas autocracias e promover a liberdade e os direitos humanos em todo o mundo.

Análise Detalhada dos vídeos ""Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?" e "Como prever o que ditadores vão fazer?", ambos do professor HOC

Os vídeos "Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?" e "Como prever o que ditadores vão fazer?, ambos do professor Heni Ozi Cuckier," exploram a natureza das ditaduras e a dificuldade em prever as ações de líderes autocráticos. O primeiro vídeo investiga a longevidade das ditaduras revolucionárias, enquanto o segundo discute os desafios na previsão do comportamento de ditadores.

Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo? A Longevidade das Ditaduras Revolucionárias

Este vídeo argumenta que as ditaduras revolucionárias, como as da China, Irã e Rússia, possuem uma durabilidade excepcional devido às suas origens em revoluções sociais. Essas revoluções, embora raras, moldaram a história mundial, resultando em eventos como a Guerra Fria, a Guerra do Vietnã e a ascensão da China.

A resiliência dessas ditaduras se deve à forma como chegaram ao poder e se consolidaram. Ao contrário de ditadores que buscam apoio popular e legitimidade internacional, líderes revolucionários frequentemente alienam parcelas da população e antagonizam outros países. Essa abordagem, embora pareça irracional, fortalece o regime ao eliminar oposição e consolidar o poder nas mãos de poucos.

O vídeo usa exemplos da China, Irã e Rússia para ilustrar essa dinâmica. Na China, a longa e violenta luta do Partido Comunista Chinês pelo poder resultou em um Estado unificado, mas também eliminou alternativas ao partido governante. No Irã, conflitos internos e externos fortaleceram as forças de segurança do regime, garantindo sua sobrevivência mesmo diante de protestos em massa. Na Rússia, o legado da Revolução Bolchevique deixou um Estado com uma sociedade civil fraca e um poderoso aparato de segurança, permitindo que Putin consolidasse seu poder.

O vídeo conclui que, embora nenhum regime autoritário seja invencível, as ditaduras revolucionárias representam um desafio significativo à ordem mundial liberal. As democracias devem se unir e defender seus valores, fornecendo apoio a democracias sob ataque e àqueles que se opõem à ditadura.

Como prever o que ditadores vão fazer?A Dificuldade em Prever o Comportamento de Ditadores

Este vídeo explora os desafios em prever as ações de líderes autocráticos, usando a invasão da Ucrânia pela Rússia como exemplo. A maioria das autoridades rejeitou os avisos de um ataque iminente, baseando suas previsões em um modelo de "ator racional" que presume que os líderes tomarão decisões lógicas após considerar todos os custos e benefícios.

No entanto, esse modelo frequentemente falha, especialmente ao lidar com autocratas que podem tomar decisões irracionais sem enfrentar resistência interna. O vídeo argumenta que fatores como traços de personalidade, emoções e a falta de freios e contrapesos nos regimes autoritários podem levar a decisões inesperadas e até desastrosas.

Para melhorar as previsões, o vídeo sugere que os analistas considerem o "universo de erros" que um adversário pode cometer, mapeando os possíveis equívocos e preparando várias respostas. Além disso, a inteligência humana e os sinais sobre líderes autocráticos podem servir como um sistema de alerta precoce, permitindo que os analistas prevejam ataques que não parecem lógicos.

O vídeo conclui enfatizando a importância de entender que, ao lidar com autocratas, não existe certeza. Os líderes podem ignorar conselhos, superestimar suas habilidades e calcular mal os riscos, tornando essencial que as democracias estejam preparadas para o inesperado.

Conclusão

Ambos os vídeos destacam a complexidade e os desafios em lidar com ditaduras. O primeiro vídeo explora as raízes históricas da resiliência das ditaduras revolucionárias, enquanto o segundo se concentra na dificuldade em prever o comportamento de líderes autocráticos. Juntos, eles oferecem uma visão abrangente da natureza das ditaduras e das ameaças que representam à ordem mundial liberal.

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Como prever o que ditadores vão fazer?

(0:00) Até a semana anterior à eclosão da guerra, a maioria das pessoas se recusava a acreditar (0:05) que a Rússia atacaria a Ucrânia. (0:07) Apesar dos repetidos avisos da administração Biden e das amplas evidências de que as tropas (0:12) de Moscou estavam se concentrando nas fronteiras da Ucrânia, era difícil acreditar que o (0:17) presidente russo Vladimir Putin tentaria conquistar o maior estado da Europa. (0:21) Ele não iniciará uma escalada, disse o presidente francês Emmanuel Macron em 8 de fevereiro, (0:26) apenas 16 dias antes da invasão.

(0:29) O presidente ucraniano Zelensky também foi pego de surpresa, afirmando no final de janeiro (0:35) que as alegações de Biden sobre uma invasão iminente eram simplesmente pânico. (0:40) O governo alemão estava tão convencido de que a Rússia não atacaria que seu chefe (0:44) de inteligência estava em Kiev no dia em que a guerra começou e teve que ser retirado (0:48) rapidamente do país. (0:50) Eu, inclusive, fui atacado ferozmente por afirmar que a invasão era óbvia e iminente.

(0:58) Antes da gente continuar com o vídeo, pessoal, eu quero lembrar vocês aqui do nosso parceiro, (1:02) a Insider, que faz essas camisetas maravilhosas que são a Tech T-shirt, essa que eu tô usando, (1:09) e a camiseta tá com um desconto especial no Professor HOC, né? (1:14) Nós tradicionalmente temos o desconto do HOC 12 e agora nós estamos com 15% de desconto, (1:21), que é o HOC15, porque nós estamos na semana do cliente. (1:25) Então aproveitem isso. (1:26) Quero lembrar vocês os diferenciais dessa camiseta e o primeiro é que ela tem uma alta (1:32) absorção de umidade, que ela tira aquela sensação de abafamento e, assim, realmente (1:39) você não se sente abafado.

(1:42) Ela é confortável, é fresca, é leve no tecido, mas você não fica quente esses dias, (1:50) a temperatura oscilando tanto. (1:52) É a camiseta perfeita para essa ocasião. (1:54) Então dá uma olhada, a Tech T-shirt, várias cores, não amassa, o modelo tradicional, (2:01) básico, entra no site HOC15, H-O-C 15.

(2:06) A invasão da Ucrânia não é a primeira vez que as autoridades rejeitam incorretamente (2:10) avisos de que um Estado atacaria o seu vizinho. (2:14) Em 1973, os israelenses rejeitaram informações de que o presidente egípcio Sadat planejava (2:20) atacar o Sinai, alegando que sua força aérea não teria capacidade para fazer um estrago (2:26) em Israel. (2:26) Em 1979, o presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, não acreditou no aviso do líder (2:32) chinês Deng Xiaoping de que a China poderia invadir o Vietnã.

(2:36) E até o início da invasão do Iraque ao Kuwait, em 1991, os Estados Unidos estavam (2:41) convencidos de que o presidente Saddam Hussein não atacaria. (2:44) Há uma razão para as autoridades falharem e antecipar aventuras estrangeiras. (2:48) Formuladores de políticas e analistas normalmente usam um modelo de ator racional para fazer (2:55) previsões.

(2:56) E conforme o nome sugere, o modelo pressupõe que os atores envolvidos, no caso, agirão (3:01) de forma racional. (3:02) Ele prevê que os líderes buscarão objetivos definidos após pesquisar cuidadosamente (3:08) todas as informações disponíveis e pesar os custos de diferentes ações. (3:14) Mas as pessoas são propensas a cometer erros.

(3:17) E por isso esse modelo tem um uso limitado ao prever o que os governos vão fazer. (3:23) Ele desempenha particularmente mal na previsão do comportamento de autocratas, que podem (3:27) seguir ideias absurdas sem resistência doméstica. (3:30) Essa percepção tem consequências importantes na forma como os Estados Unidos e outras democracias (3:35) pensam sobre seus adversários.

(3:37) Isso é particularmente crítico para quem está lidando com os planos de Pequim para (3:41) invadir Taiwan. (3:42) É improvável que a China tenha as capacidades militares necessárias para tomar a ilha, (3:46) o que exigiria realizar a maior operação anfíbia da história. (3:50) Como resultado, a maioria dos analistas tendem a acreditar que a invasão é improvável em (3:55) um futuro próximo.

(3:56) No entanto, essa linha de pensamento pressupõe que o líder chinês Xi Jinping saiba que (4:02) seria impossível conquistar e manter Taiwan sem pagar um preço muito alto. (4:07) Em outras palavras, presume que o Xi é um ator racional, quando na realidade ele pode (4:12) não ser. (4:13) Em vez disso, cercado de bajuladores, o Xi poderia acreditar que uma guerra por Taiwan (4:18) seria rápida.

(4:19) Ele poderia pensar, assim como Putin fez com os ucranianos, que as tropas chinesas seriam (4:24) bem recebidas por muitos taiwaneses. (4:27) Ele poderia decidir que nem os Estados Unidos e nem os seus aliados viriam em defesa da (4:31) ilha. (4:32) Essas suposições são claramente errôneas, mas o Xi não seria o primeiro líder a tomar (4:37) decisões desastrosamente incorretas.

(4:40) Portanto, Washington precisa estar preparada para um ataque chinês a Taiwan, mesmo que (4:46) isso vá contra o senso comum. (4:48) É fácil entender porque os analistas gostam tanto do modelo do ator racional. (4:52) O que os Estados fazem entre si pode ter consequências gigantes para milhões de pessoas.

(4:58) As escolhas dos líderes também podem remodelar os contornos gerais do sistema internacional. (5:04) Com tanta coisa importante em jogo, certamente gostaríamos de pensar que, antes de tomar (5:09) decisões importantes, os líderes ponderam os custos e os benefícios. (5:14) Mas em um mundo onde as decisões são tomadas por indivíduos, a racionalidade tem seus (5:19) limites.

(5:20) Os líderes, por exemplo, geralmente não consideram todos os aspectos de uma decisão (5:24) que enfrentam. (5:25) Eles lutam para fazer os cálculos necessários para avaliar os custos e benefícios de todas (5:30) as opções possíveis. (5:31) E as pessoas têm dificuldade em determinar quais fatores são relevantes em uma situação (5:35) específica.

(5:36) O modelo do ator racional também pressupõe que existem critérios universais e objetivos (5:42) que os líderes usam para tomar decisão. (5:44) Mas na realidade eles não existem. (5:46) Diferentes líderes têm prioridades diferentes e prestam atenção a diferentes informações.

(5:53) Considere, por exemplo, a crise dos mísseis cubanos. (5:56) Os americanos não conseguiram antecipar a decisão da União Soviética de instalar (6:00) armas nucleares em Cuba porque eles simplesmente não se colocaram no lugar do primeiro-ministro (6:05) soviético Khrushchev. (6:07) Em vez de olhar para os benefícios que Moscou podia obter, ou seja, as vantagens militares (6:12) e psicológicas de posicionar os mísseis perto da Flórida, os americanos se concentraram (6:17) apenas nos imensos custos e no alto nível de risco, como se Khrushchev visse a situação (6:22) da mesma maneira que eles.

(6:24) A invasão do Kuwait pelo Iraque fornece um outro exemplo. (6:26) No verão de 1989, uma avaliação de inteligência nacional dos Estados Unidos concluiu que o (6:32) líder iraquiano não atacaria o Kuwait porque ele estaria reconstruindo seu exército após (6:38) a Guerra Irã-Iraque. (6:39) Argumentou-se que o Saddam, prudentemente, se concentraria em pagar a imensa dívida (6:44) que ele acumulou ao lutar contra o Irã, em vez de gastar mais dinheiro num novo conflito.

(6:49) Mas do ponto de vista do Saddam, conquistar os lucrativos campos de petróleo do Kuwait (6:53) era a única maneira de pagar suas dívidas e preservar seu regime. (6:57) E sua recente vitória contra o Irã, onde o mundo árabe se uniu em seu apoio, deixou (7:01) o Saddam confiante de que ele poderia anexar o Kuwait sem muita oposição externa. (7:06) Para entender melhor as perspectivas dos adversários, os cientistas políticos criaram modelos (7:11) comportamentais que tentam calcular como diferentes países percebem o mundo.

(7:16) Ao fazer isso, os pesquisadores descobriram que traços de personalidade e emoções afetam (7:22) a tomada de decisões de várias maneiras. (7:25) Por exemplo, o autocontrole, a capacidade de entender e regular suas próprias emoções (7:29) e comportamentos, faz com que alguns líderes nacionais não precisem passar uma imagem (7:34) de durão, enquanto outros precisam reafirmar esse tipo de coisa. (7:38) As emoções também podem moldar como os líderes interpretam ameaças e quando decidem (7:44) agir.

(7:44) Durante uma crise, por exemplo, as emoções podem fazer com que os líderes se tornem mais (7:49) imprudentes ou mais conservadores do que um modelo de ator racional poderia prever. (7:53) Analisar emoções pode ajudar os analistas a prever o futuro. (7:57) Tal abordagem poderia ter produzido uma previsão mais precisa das intenções de Khrushchev (8:02) durante a crise dos mísseis cubanos ou da motivação dos sadantes da invasão do Kuwait.

(8:08) Mas mesmo que os analistas tentem entender situações do ponto de vista do adversário, (8:12) eles podem fazer previsões ruins. (8:14) É difícil determinar qual a influência das emoções sobre a decisão de um líder (8:19) e se elas levam os líderes a uma direção mais agressiva ou mais conciliatória. (8:23) O medo, por exemplo, poderia levar um líder a fugir de uma situação perigosa enquanto (8:27) leva outro a lutar.

(8:28) A mesma emoção pode até ter efeitos diferentes sobre o mesmo indivíduo em momentos diferentes. (8:34) A realidade, então, é que nenhum modelo, por mais complexo que seja, pode prever verdadeiramente (8:40) as ações de um líder. (8:41) Os modelos falham ao prever o comportamento de todos os tipos de líderes, mas eles são (8:46) especialmente ruins em prever as ações de autocratas.

(8:50) Ao contrário das democracias, onde o processo político inclui mecanismos de freios e contrapesos (8:55) que podem impedir decisões ruins, os regimes autoritários têm freios muito limitados. (9:02) Isso quando existem. (9:04) Muitas vezes, ditadores se cercam de uma câmara de eco que os protege de ouvir opiniões dissidentes.

(9:09) No caso do Putin, parece que apenas alguns altos funcionários sabiam de seus planos (9:14) de invadir a Ucrânia, e todos compartilhavam suas crenças e preconceitos sobre as chances (9:19) da Rússia. (9:20) Na verdade, Putin e seus generais estavam tão certos de uma vitória rápida, que quando (9:24) invadiram, os soldados receberam ordens de empacotar uniformes de gala para que um desfile (9:29) da vitória pudesse ser realizado em Kiev. (9:31) Felizmente, existem maneiras para os analistas levarem em conta a incerteza.

(9:35) A primeira é simular o universo de erros que um adversário pode cometer, considerar a (9:40) gama de possíveis equívocos e, em seguida, preparar várias respostas. (9:44) Para avaliar se a Rússia pode atacar um estado da OTAN, os analistas poderiam mapear as várias (9:49) maneiras pelas quais o Putin poderia expandir sua guerra além da Ucrânia, em seguida (9:54) avaliar a probabilidade de cada uma dessas ações e considerar quais equívocos levaria (9:59) o Putin a seguir em frente. (10:01) Por fim, esses mesmos analistas precisam pensar numa variedade de respostas ocidentais possíveis.

(10:08) Mesmo as melhores práticas para estruturar a incerteza, é claro, não podem dizer os (10:13) analistas exatamente quando os adversários vão errar. (10:16) Como resultado, os políticos precisam que a comunidade de inteligência acompanhe de (10:21) perto o comportamento inesperado. (10:23) Esse pessoal está bem equipado para essa tarefa.

(10:25) Os analistas de inteligência se especializam em procurar indicadores de que um ditador (10:30) está prestes a cometer um erro, como ordens militares que contradizem previsões ou indicações (10:36) de que um adversário está mobilizando forças, mesmo quando não parece sensato. (10:41) Portanto, a inteligência humana de sinais sobre líderes autocratas pode servir como (10:47) um tipo de sistema de alerta antecipado, permitindo que os analistas prevejam ataques que não (10:53) parecem lógicos. (10:54) A comunidade de inteligência dos Estados Unidos desempenhou essa função em 2021 e (10:59) em 2022, documentando os preparativos da Rússia para sua mal sucedida invasão, por exemplo.

(11:06) Nos próximos anos, pode ser necessário fazer isso novamente no estreito de Taiwan. (11:10) Os analistas podem pensar que Xi evitará a guerra devido ao quão devastador uma invasão (11:15) seria para o próprio povo da China, mas eles precisam entender que, dependendo da sua psicologia (11:21) e avaliações no momento, o pensamento de Xi sobre a ilha pode divergir do restante (11:27) do Partido Comunista Chinês e certamente poderia se afastar do que o Ocidente considera (11:32) um plano racional. (11:33) Para adivinhar as intenções de Xi, os analistas devem acompanhar de perto as forças armadas (11:39) e os planos econômicos da China.

(11:41) Grandes acumulações militares e o movimento de tropas para posições ofensivas, por exemplo, (11:46) são sinais óbvios de que o Xi está considerando um ataque a Taiwan. (11:50) O mesmo aconteceria se a China estivesse tentando aumentar as reservas de petróleo ou estocar (11:54) grandes quantidades de alimentos. (11:56) Em última análise, os especialistas têm que lembrar que quando se trata de lidar com (12:01) autocratas, não existe certeza.

(12:04) Os líderes frequentemente ignoram os conselhos dados a eles ou superestimam suas habilidades (12:12) e calculam maus riscos. (12:14) Em outras palavras, líderes nem sempre serão guiados pelo racionalismo.

Professor HOC

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Por que ditaduras revolucionárias duram tanto tempo?

(0:00) 2022 não foi um ano bom para as principais ditaduras do mundo. (0:04) Em novembro, o presidente chinês Xi Jinping enfrentou as maiores manifestações antigoverno (0:11) desde o massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989. (0:15) Provocadas pelas rígidas políticas de Covid-0 de Pequim, os manifestantes em todo o país (0:21) protestaram pedindo a renúncia de Xi e o fim da ditadura.

(0:24) Esses protestos coincidiram com o menor crescimento econômico chinês desde 1976. (0:31) O governo respondeu abandonando repentinamente seu programa de Covid-0, uma política que (0:37) era a marca registrada do Xi Jinping, e permitindo que o vírus se espalhasse rapidamente pela (0:42) população. (0:43) A reversão dessa política e os milhões de mortos que se seguiram corroeram ainda (0:48) mais a confiança do público no regime.

(0:50) O Irã enfrentou desafios ainda maiores. (0:53) Em setembro, a morte de uma jovem presa pela Polícia da Moralidade por usar o seu hijab (0:59) indevidamente desencadeou meses de protestos contra a restrição às liberdades pessoais (1:05) no Irã, principalmente pelos rígidos códigos de vestimenta para as mulheres. (1:10) Milhares de manifestantes em mais de 100 cidades pediram a saída do líder supremo do país, (1:16) Ali Khamenei, e o fim da própria República Islâmica.

(1:19) No final do ano, ativistas da oposição organizaram uma greve geral de três dias que quase paralisou (1:25) o país. (1:25) Ações que lembram aquelas que aconteceram antes da queda do Shah do Irã em 1979. (1:30) Embora os protestos tenham diminuído desde então, um grande número de mulheres iranianas (1:35) continuam a se recusar a usar o hijab.

(1:38) Já na Rússia, o presidente russo, Vladimir Putin, teve talvez o pior ano de todos. (1:44) A sua invasão da Ucrânia tem sido um desastre total. (1:47) O exército russo foi forçado a abandonar os esforços para tomar Kiev e foi expulso (1:53) de posições que tinham conquistado no leste e no sul da Ucrânia.

(1:56) A guerra também desencadeou sanções ocidentais sem precedentes. (2:00) Resultou em cerca de 200 mil baixas russas, número muito maior do que a guerra do Afeganistão (2:06) na década de 1980, e fez com que centenas de milhares de cidadãos fugissem do país. (2:11) A influência geopolítica da Rússia está em grande declínio.

(2:15) Quase da noite para o dia, a Europa cortou sua dependência do fornecimento de energia (2:20) da Rússia e Moscou foi forçada a abandonar os esforços para influenciar os países vizinhos (2:26) no Cáucaso e na Ásia Central. (2:28) Depois de mais de uma década de declínio democrático, o mundo agora parece estar (2:32) se voltando contra as ditaduras. (2:34) Três dos maiores ditadores parecem enfrentar desafios sem precedentes ao seu poder, dando (2:40) à democracia uma vantagem na disputa global contra as autocracias pela primeira vez em (2:45) anos.

(2:46) Mas as ameaças ao poder autocrático são menos significativas do que muitos esperam. (2:50) Essas três ditaduras têm fontes ocultas de resiliência, profundamente enraizada em (2:56) seus passados revolucionários. (2:59) Vamos fazer uma pausa, pessoal, para eu falar do nosso parceiro, a Insider, que tem essas (3:03) camisetas maravilhosas, a tech t-shirt que eu estou usando, e eu quero chamar a atenção (3:09) de vocês que o nosso desconto normalmente é o Roque 12, certo? (3:15) E agora, essa semana especialmente, que é a semana do cliente, nós passamos de 12 para (3:21) 15, Roque 15, com 15% de desconto.

(3:25) E a tech t-shirt, como vocês lembram, ou se não lembram, vou explicar aqui para vocês. (3:31) Ela desamassa no corpo, ela inibe o odor ruim, ela é tradicional, básica, tem diversas (3:39) cores e vários tamanhos, que vão desde o P até o XGG, então vai ter o seu tamanho. (3:49) Dá uma olhada, entra no site Roque 15, H-O-C-E, com 15% de desconto.

(3:56) Insider, vamos voltar para o vídeo. (3:58) As origens revolucionárias, e no caso específico da Rússia, os legados sobreviventes da Revolução (4:04) Bolchevique de 1917, ajudaram esses três países, Rússia, China e Irã, a sobreviver (4:12) às crises econômicas, desastres políticos e quedas acentuadas de popularidade, e provavelmente (4:18) continuarão a fortalecê-los por muito tempo. (4:21) Qualquer estratégia eficaz para combatê-los requer uma compreensão da sua verdadeira (4:26) natureza e das suas fontes únicas de resiliência.

(4:30) As ditaduras mais sólidas de hoje nasceram de revoluções sociais, que, em contraste (4:35) com as tomadas de poder convencionais, ocorrem quando ativistas apoiados pela mobilização (4:41) de massa assumem o controle e tentam refazer o Estado para transformar radicalmente a maneira (4:47) como as pessoas vivem, por exemplo, eliminando a propriedade privada ou impondo regras religiosas. (4:53) Embora tais revoluções tenham sido extraordinariamente raras, apenas 20 desde 1900, as ditaduras (5:00) revolucionárias que elas produziram tiveram uma enorme influência na história do mundo. (5:05) A Guerra Fria, a Guerra do Vietnã, o terrorismo islâmico, a ascensão da China, foram todos (5:10) acontecimentos que resultaram do surgimento de autocracias revolucionárias.

(5:15) Hoje, esses governos e seus sucessores apresentam alguns dos maiores desafios à ordem mundial (5:21) liberal. (5:21) Esses regimes tendem a ser muito mais duráveis do que ditaduras que se consolidaram sem o (5:28) seu componente revolucionário. (5:30) Essa durabilidade resulta da forma diferenciada com que eles chegaram ao poder e de como se (5:36) consolidaram.

(5:37) Ao contrário de muitos ditadores, que buscam ampliar o apoio popular e cultivar a legitimidade (5:42) internacional, quando chegam ao poder, os líderes de regimes revolucionários alienam (5:48) grandes parcelas da população de seus países e antagonizam países vizinhos e potências (5:54) mundiais. (5:55) Os bolcheviques soviéticos, por exemplo, procuraram exportar a Revolução Comunista (6:00) para o resto da Europa e da Ásia, tentaram eliminar completamente a classe burguesa, (6:05) aterrorizaram aristocratas, confiscaram suas propriedades e entregaram suas mansões a (6:11) ex-servos. (6:12) Da mesma forma, durante a sua luta pelo poder na China, Mao Tse Tung declarou que uma revolução (6:17) não é um jantar e encorajou os camponeses a humilhar e destruir a velha classe proprietária (6:23) de terras.

(6:24) Já no Irã, o líder supremo Ayatollah Khomeini impôs regras restritas sobre o vestuário (6:31) feminino, apoiou a captura de reféns americanos, executou milhares de seus oponentes e convocou (6:38) uma revolução islâmica em todo o Golfo Pérsico. (6:40) Tal comportamento parece irracional. (6:42) Ataques a interesses de poderosos ou de maiorias quase sempre causam conflitos violentos que (6:48) podem destruir regimes revolucionários recentes.

(6:51) Na China e na Rússia, tais ataques ajudaram a precipitar guerras civis mortais e, no Irã (6:56) e no Vietnã, resultaram em sangrentas guerras externas. (7:00) O que não matou esses regimes, os fortaleceu. (7:03) Para aqueles que foram capazes de sobreviver, as lutas ferozes pelo poder os tornaram excepcionalmente (7:10) duráveis.

(7:11) Ameaças existenciais persistentes uniram as elites dos regimes. (7:15) Além disso, o conflito violento eliminou centros alternativos de poder, incluindo outros (7:20) partidos políticos e igrejas, garantindo uma fraca oposição nos anos que se seguiram. (7:26) Esses conflitos iniciais também forçaram os regimes a formar novas e poderosas forças (7:31) de segurança, como a Guarda Revolucionária do Irã e a famigerada KGB russa, que suprimiram (7:37) toda a oposição.

(7:38) E como os governos revolucionários criaram suas próprias forças armadas, em vez de (7:43) herdar um exército existente, eles puderam encher as forças armadas com espiões e oficiais (7:49) pró-regime, o que torna muito mais difícil que essas corporações conspirem contra o (7:54) regime. (7:54) Finalmente, como as guerras civis muitas vezes destruíram as estruturas econômicas existentes, (7:59) elas criaram oportunidades para os governos autoritários penetrarem profundamente na (8:04) economia, permitindo que os autocratas promovessem o desenvolvimento econômico sem serem vítimas (8:09) das fortes forças independentes que poderiam cultivar a democracia. (8:13) Agora vou explicar para vocês um pouco melhor os três exemplos que nós estamos tratando.

(8:17) Começando pelo exemplo chinês. (8:20) As raízes da resiliência autoritária na China podem parecer óbvias. (8:24) Era uma potência militar e econômica global, com um PIB mais de 43 vezes maior do que em (8:29) 1978.

(8:30) Em uma geração, os padrões de vida chineses aumentaram dramaticamente, dando às famílias (8:35) acesso a bens de consumo que não poderiam ter imaginado. (8:38) Muitos cidadãos chineses têm razões claras para apoiar o Estado de um partido único. (8:43) No entanto, o desempenho econômico extraordinário da China só foi possível porque o Partido (8:47) Comunista Chinês havia conseguido unificar o país anteriormente.

(8:52) Na primeira metade do século XX, a China tinha um Estado fraco e fragmentado, semelhante (8:57) ao Afeganistão hoje em dia. (8:59) O governo central mal alcançava a maior parte do seu território e grandes setores do país (9:04) estavam sob o domínio de senhores da guerra. (9:06) A China I teve que criar um Estado moderno e unificado.

(9:09) O rápido crescimento econômico aumenta o apoio ao governo, mas também pode semear (9:14) a democracia. (9:15) O desenvolvimento econômico frequentemente ameaça os ditadores ao promover o surgimento (9:20) de fontes independentes de poder comercial, social e político, que tornam mais difícil (9:25) para os líderes monopolizar o controle. (9:28) Hoje, praticamente não há ditaduras nos países ricos e desenvolvidos.

(9:32) Observadores previram há muito tempo que a expansão econômica na China poderia levar (9:38) à democracia. (9:38) Mas as origens do regime chinês, sob uma revolução social violenta, permitiram que (9:44) ele superasse uma história de fracasso do Estado, bem como as consequências não intencionais (9:49) da mudança econômica. (9:50) A longa e violenta luta do Partido Comunista Chinês pelo poder entre 1927 e 1949, (9:58) produziu o Estado unificado necessário para o rápido crescimento, mas também garantiu (10:02) que o desenvolvimento econômico não gerasse uma forte sociedade civil.

(10:06) Quando Mao se tornou líder do Partido Comunista Chinês, na sua insistência em combinar uma (10:12) luta pelo poder com uma mudança social radical, fez com que durante a Guerra Civil e logo (10:18) após o seu fim, o Partido realizasse uma reforma agrária em larga escala. (10:22) Isso eliminou as elites e os grupos locais que haviam enfraquecido o Estado chinês por (10:27) tanto tempo. (10:28) Essas medidas e a devastação da guerra permitiram que o Partido penetrasse em partes da sociedade (10:33) que raramente haviam estado sujeitas ao controle direto do Estado antes.

(10:38) A unificação e o fortalecimento do Estado chinês durante a luta revolucionária criaram (10:43) as condições para uma eventual ascensão da China como uma potência econômica global (10:48) a partir dos anos de 1990. (10:50) Além disso, a transição da China para o comunismo eliminou as alternativas ao partido (10:55) governante e abriu caminho para um governo totalitário. (10:59) O Partido agora se infiltra em todos os cantos da sociedade chinesa, incluindo empresas estrangeiras (11:06) e domésticas.

(11:07) Apesar da sua riqueza, a China tem uma das sociedades civis mais fracas do mundo. (11:12) Assim, nos raros casos em que surgiram protestos, como na Praça da Paz Celestial em 1989 e (11:19) os protestos do Covid-0 em novembro de 2022, tais esforços foram prejudicados pela desorganização (11:26) e falta de coordenação. (11:28) Embora nenhum regime autoritário seja invencível, a China continua sendo talvez a ditadura (11:33) mais sólida do mundo e pode resistir ao forte descontentamento popular e à turbulência (11:39) econômica.
(11:39) Agora vamos falar do segundo exemplo, os iranianos. (11:43) Os líderes revolucionários do Irã entraram em guerra contra o mundo depois que tomaram (11:48) o poder em 1979. (11:49) Eles imediatamente impuseram um regime clerical e quase mergulharam o país em uma guerra (11:54) civil contra insurgentes esquerdistas.

(11:57) Essa instabilidade encorajou o líder iraquiano Saddam Hussein a invadir o Irã, levando a (12:03) brutal Guerra Irã-Iraque, que durou oito anos. (12:06) Além disso, o governo demonizou os Estados Unidos e a União Soviética ao mesmo tempo (12:11) e se tornou um dos principais patrocinadores do terrorismo na região. (12:14) Essas lutas acabaram por fortalecer o regime, transformaram o Exército dos Guardiões da (12:19) Revolução Islâmica, o IRGC, de Khomeini, em uma das forças de segurança mais poderosas (12:26) do mundo, com cerca de 150 mil soldados que cobrem o país inteiro.

(12:30) Esses conflitos também fortaleceram a Basij, uma milícia criada em 1979 para defender (12:36) a revolução contra inimigos internos e externos. (12:39) A ideologia revolucionária não é a única que mantém o regime iraniano unido. (12:43) Como muitos analistas apontaram, a guarda revolucionária é corrupta e tem um enorme (12:48) interesse econômico na sobrevivência da República Islâmica, mas os incentivos materiais (12:54) muitas vezes não são suficientes.

(12:56) Em muitas outras ditaduras, membros das forças de segurança que tinham interesse na sobrevivência (13:01) do regime existente desertaram para evitar ficar do lado perdedor quando o regime foi (13:06) ameaçado. (13:07) Durante a Primavera Árabe, em 2011, por exemplo, os militares egípcios abandonaram o presidente (13:12) Hosni Mubarak, derrubando-o do poder. (13:15) Por outro lado, quando o regime clerical no Irã enfrentou desafios assim, a guarda revolucionária (13:22) e outros atores estatais o apoiaram.

(13:25) E as coisas ficaram muito difíceis para os líderes do Irã na última década. (13:29) O regime enfrentou repetidos protestos em todo o país. (13:33) No entanto, o governo respondeu a cada uma dessas ameaças populares com a mesma brutalidade (13:38) e intransigência.
(13:39) O caso iraniano ilustra a importância da unidade no topo da cadeia de comando para (13:45) a sobrevivência autoritária. (13:47) Historicamente, as maiores ameaças dos ditadores não vieram de protestos em massa, mas sim (13:53) de aliados políticos e subordinados em suas próprias forças armadas. (13:59) A oposição, bem-sucedida nas autocracias, tem sido frequentemente liderada por políticos (14:04) que desertaram do regime.

(14:06) No entanto, a elite governante do Irã permaneceu firme durante crises econômicas e outras (14:11) pressões. (14:11) Embora repetidas manifestações, descontentamento popular e crise econômica tornem claramente (14:17) o regime vulnerável, é improvável que o governo caia sem rachaduras no topo. (14:22) Agora vamos falar do terceiro exemplo que eu citei.

(14:24) A Rússia do Putin não é um regime revolucionário. (14:28) A União Soviética entrou em colapso há muito tempo, e o Putin chegou ao poder por meio (14:32) de uma eleição e não por uma luta violenta. (14:34) Mas, a autocracia do Putin se beneficiou imensamente dos legados da Revolução Bolchevique (14:40) de 1917.

(14:42) Primeiro, a longa era do regime totalitário soviético efetivamente impediu que uma sociedade (14:47) civil forte se estabelecesse. (14:49) Embora forças econômicas e sociais independentes tenham começado a surgir no final dos anos (14:54) de 1980 e 1990, elas permaneceram relativamente fracas, em parte porque os setores mais lucrativos (15:01) da economia continuaram vulneráveis à interferência do Estado. (15:05) Como resultado, a oposição da Rússia carece de organização e de fontes potenciais de (15:10) financiamento.

(15:10) Em segundo lugar, o controle do Putin sobre a Rússia foi reforçado por um serviço de (15:14) segurança extenso e eficaz ligado diretamente à polícia política criada em 1917. (15:22) Ela se tornou a força de segurança mais poderosa do mundo, com agentes espalhados por todas (15:26) as camadas da sociedade. (15:27) A KGB foi formalmente abolida na década de 1990 e dividida em várias agências, mas (15:34) suas principais funções e funcionários foram mantidos no que se tornou o FSB.

(15:40) Hoje o FSB é um grande alicerce da ditadura do Putin, muito maior do que organizações (15:45) parecidas em outros países e apoiado por milhões de informantes. (15:49) A Rússia agora tem mais pessoal de segurança per capita do que a antiga União Soviética. (15:54) O FSB tem como alvo grandes líderes anti-regime.

(15:58) A oposição organizada é agora muito fraca na Rússia. (16:01) Forças independentes, enfraquecidas por 70 anos de regime totalitário soviético, não (16:06) foram páreo para o enorme aparato de segurança do Putin. (16:09) O legado revolucionário da Rússia também beneficiou o Putin ao reduzir a probabilidade (16:14) de uma rebelião militar, mesmo em meio a uma campanha tão desastrosa como a guerra (16:19) na Ucrânia.

(16:19) A derrota no campo de batalha, especialmente quando ela pode ser atribuída a más decisões (16:24) de um líder de um país, muitas vezes desencadeou golpes militares. (16:28) A humilhação da Rússia nos primeiros meses da sua guerra levou muitos a sugerir que o (16:33) Putin poderia ser derrubado por suas forças armadas. (16:36) Mas o regime do Putin manteve a prática soviética de infiltrar oficiais de contraespionagem (16:42) entre os militares.

(16:43) A recente tentativa frustrada de golpe contra Putin é a exceção que confirma a regra. (16:48) Ela partiu de uma força paramilitar, recém constituída e com laços informais próximos (16:53) e quase que exclusivos com o Putin. (16:56) Quando essa força se rebelou, ela não tinha o apoio das elites governantes e muito menos (17:00) o exército, o que resultou no seu fracasso.

(17:02) Mas claro, mesmo as autocracias revolucionárias mais poderosas não duram para sempre. (17:08) E China, Irã e Rússia não são invencíveis. (17:12) Os ditadores revolucionários e seus sucessores representam o maior desafio à ordem internacional.

(17:17) A decisão do Putin de invadir a Ucrânia, apesar dos laços estreitos da Rússia com (17:22) a Europa, demonstra que a ligação econômica e os interesses materiais comuns não são (17:28) suficientes para preservar a ordem mundial liberal. (17:31) Em vez disso, as democracias devem se unir e defender os valores democráticos, fornecendo (17:37) apoio militar às democracias sob ataque, bem como assistência diplomática e material (17:42) aos que se opõem à ditadura. (17:43) Embora esses esforços não derrubem ditaduras revolucionárias no curto prazo, uma resistência (17:49) mais proativa e coordenada equipará melhor o Ocidente para contê-los e, talvez, até (17:56) derrotá-los no longo prazo.

Professor HOC

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