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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Do mapa da ignorância como um mapa do conservantismo

1) Uma vez, o professor Olavo de Carvalho falou que devemos traçar um mapa da ignorância. E mapa da ignorância, até onde sei, implica mapear aquela parte do seu eu que ainda está obstinadamente conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que ainda não ama e não rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) A melhor forma de conhecer a si próprio é conhecendo outras pessoas - é vendo o que as pessoas gostam e detestam que você tem um bom referencial. E quanto mais isto é fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, mais você será capaz de identificar nas pessoas a sinceridade de propósitos do fingimento organizado, coisa fundada no animal que mente.

3) Quando você dominou a arte de conhecer alguém - a ponto de conhecer seus interesses, o que ela ama, o que ela detesta, se ela tem sinceridade de propósitos naquilo que faz ou não -, você poderá fazer um exame de consciência de modo a pedir perdão a Deus pelos pecados que você pratica e se emendar, pois o outro que foi descoberto serve de parâmetro para você ser uma pessoa melhor. Você deve entregar o meliante, o conservantista que há em você, perante o justo juiz, para que você possa conservar a dor de Cristo. E isso se dá através de confissão e comunhão freqüentes. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2022 (data da postagem original).

Como nasce um jornalista a partir do escritor?

1) Graças ao conselho do professor Rodrigo Gurgel de escrever em diário, eu passei a escrever cada vez mais e melhor, a tal ponto que isso se tornou parte do meu jeito de ser, da minha cultura pessoal.

2) Algumas postagens, dependendo da relevância, eu compartilho com pessoas da família ou mesmo com amigos, com pessoas de bom coração que me compreendem e que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. 

3.1) Esse compartilhamento do que é relevante é a pequena via do jornalismo. A grande via do jornalismo é quando você se torna uma autoridade capaz de aperfeiçoar a liberdade de muitos, a ponto de anunciar a verdade, que é o fundamento dessa liberdade, na forma de notícias que te contam. 

3.2) Para proteger quem te conta, você deve resguardar o sigilo da fonte. Eis a principal diferença de um comunicador social de um fofoqueiro - o comunicador social respeita a honra, a intimidade e a privacidade alheias, além de proteger suas fontes da perseguição de todos aqueles que só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. É por conta de haver nobres comunicadores sociais que se repudia a fofoca, que é isso servido com fins vazios, com intuito de se praticar assassinato de reputação.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 02 de junho de 2022 (data da postagem original).

Notas sobre as minhas circunstâncias, enquanto possibilidades de articulação e de empreendimento na vida virtual e intelectual

1) Além de estar me informando sobre o que acontece na Polônia, estou me informando sobre a guerra contra-revolucionária que acontece na América Espanhola. Uma verdadeira guerra cultural e espiritual está sendo travada contra a maçonaria que dividiu a América Espanhola em várias republiquetas. É esta a verdadeira luta que deve ser feita aqui na América Portuguesa e que ninguém está fazendo. 

2) Ao longo desse esforço de guerra, foram publicados vários livros e várias discussões foram feitas em reservado, nos grupos de discussão em espanhol. Aqui, do jeito como o pessoal despreza o conhecimento, as pessoas simplesmente não sabem o que querem, pois só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.1) Acho que faz muito bem eu acompanhar essas discussões em paralelo, sem deixar de lado o que acontece no meu país. 

3.2) Para fazer as pessoas abrirem os olhos para isso que estou acompanhando, eu tenho que ser discreto e estabelecer uma cultura de conversas reservadas com elas, pois só posso agir num cenário de pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Sem isso, o conservantismo impera - e como o diz o professor Olavo de Carvalho, minha vocação está no fato de que eu tenho uma resistência específica a essa cultura odiosa de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que estabelece liberdade com fins vazios e relativismo moral - a base de tudo o que não presta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 02 de junho de 2022 (data da postagem original).

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Aspectos econômicos e culturais do mercado de livros - por que não posso simplesmente colocar um produto importado de modo a competir com um produto nacional caro e de difícil acesso tal como se faz com banana na feira?

1.1) Quando se tem uma pessoa extremamente influente como o professor Olavo de Carvalho, que indica um determinado livro para ser lido por seus alunos, subitamente a demanda por esse livro sobe a tal ponto que ocorre a inflação de demanda, visto que essas edições, muitas delas, estão esgotadas e nem sempre a editora que publicou originalmente a obra ainda existe no mercado.

1.2) Este tipo de inflação de demanda circunstancial, movida por uma pessoa influente, se deve ao fato de que toda oferta gera sua própria demanda, sem mencionar que o valor dado a um determinada obra é dado por uma determinada pessoa que o conhece muito bem - e quando ela morre, seu espaço dificilmente será ocupado por outra pessoa, se ela não tiver o devido preparo para a sucessão. Por isso que os livros apresentam valor relativo, pois esses alimentos da alma só alimentam quem dá real valor ao conhecimento - e essas pessoas são poucas no Brasil.

2) Para compensar o fato de que certos livros traduzidos em português estão caros demais, você deve importar a versão original dessa obra, pois só a obra original pode superar os limites de uma tradução em português, posto que você poderá pensar dentro das nuances do idioma usado pelo escritor para produzir aquela obra, o que dá uma oportunidade única de experiência de se desenvolver uma filosofia da linguagem que dará fundamento para se tomar o país daquele escritor como seu lar em Cristo tanto quanto o Brasil, seu país de origem. E neste ponto, o nacionismo se torna uma espécie da alargamento dos limites do conhecimento humano, a ponto de redefinir os limites da possibilidade de uma tradução, a ponto de criar uma tradição de conhecimento que pode ser passado de pai para filho - o que torna o ensino domiciliar mais do que uma necessidade, mas uma liberdade, a ponto de se tornar cultura, o que cria um novo jeito de ser e um novo estilo de vida.

3.1) No mercado nacionista, um livro, cuja obra original está em inglês, pode competir com uma versão em português. Se a pessoa tiver cultura e paciência, ela preferirá os bens do futuro aos bens do presente - ela comprará a versão original em inglês, perceberá as diferenças da versão em português para o inglês e, para compensar as eventuais discrepâncias entre um texto original e a tradução, desenvolverá reflexões com base nessa diferença, o que enriquecerá muito o léxico do português, a ponto de desenvolver traduções melhores.

3.2) Mas esse tipo de mercado pede uma cultura personalista - para isso poder funcionar, o vendedor precisa lidar com pessoas que gostem de estudar, que amem e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e que dêem valor a essas coisas que levam uma pessoa a estabelecer uma economia organizada fundada na produção e disseminação do conhecimento. 

3.3) Se o mercado não for operado nesses princípios, o mais valioso diamante produzido em terras estrangeiras será considerado um lixo em terras nacionais, visto que as pessoas desprezam o conhecimento - e neste ponto, o mercado se torna sujeição ao conservantismo alheio, visto que a maioria das pessoas estão no autoengano, a ponto de não terem razão neste ponto - o que é contrário aos princípios da economia da salvação, pois a verdade é o fundamento da liberdade, uma vez que a finalidade do livro é livrar quem lê da ignorância.

4.1) Por isso que os livros são jóias de valor universal relativo - para eles terem o valor que merecem, é preciso que as pessoas tomem vários países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. 

4.2) Como a Igreja é a mãe das nações, é preciso um senso de cultura católica muito forte, pois você um dia será chamado a servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecido no milagre de Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de junho de 2022 (data da postagem original).  

domingo, 29 de maio de 2022

Quando o Civilization foi um RPG experimental na Coréia - comentários sobre isto

1) Há alguns anos, a Firaxis resolveu desenvolver um RPG experimental, que foi lançado exclusivamente na Coréia, onde a série Civilization assumiu ares de RPG. Depois de algum tempo, o desenvolvimento do jogo foi cancelado.

2) A maior dificuldade de sair do 4x para o RPG está justamente nisto: a diferença da simulação para o RPG está justamente no sentido sobre o qual uma civilização foi construída, pois uma civilização histórica tem uma razão de ser definida, tem uma razão para existir, sempre fundada nas coisas do alto. Simuladores econômicos tendem a dar certo porque o sentido dos EUA - país que deu origem a esse gênero de jogo - tende a ser vazio como nação, já que ele foi fundado no homem como o centro e o princípio de todas as coisas, um princípio maçônico e revolucionário - o que se permite que se imagine todo e qualquer tipo de comunidade a partir da simulação, enquanto no Brasil o nosso imaginário foi permeado pelo milagre de Ourique, a ponto de nossa comunidade ser revelada a partir da invenção da Santa Cruz que foi revelada aqui a partir do dia do descobrimento do Brasil, pois o propósito desta Terra de Santa Cruz é propagar a fé Cristã, a ponto de ser uma civilização no verdadeiro sentido da palavra.

3) Neste sentido, o Civilization, se quiser fazer a transição do 4X para o RPG, ele não pode ser um simulador qualquer, uma vez que um RPG de civilizações pede a consultoria de muitos estudiosos de história e de filosofia de modo que se conheça o sentido histórico e ontológico de cada civilização, bem como o papel específico que cada classe social tinha de modo que aquelas sociedades pudessem funcionar mais ou menos bem - e este projeto seria muito caro no momento. Como lidamos com sociedades que deixaram de existir, elas devem dar lugar a outras que são historicamente conhecidas - o que implica que o tempo do jogo seja definido, pois não sabemos quando será o fim dos tempos, algo mais ou menos como o Humankind tentou fazer.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de maio de 2022 (data da postagem original).

E se jogos no estilo do SimCity e do Transport Fever fossem fundidos de modo a se tornar uma simulação massiva onde alguns jogadores são prefeitos enquanto outros cuidam dos transportes?

1) Jogos como SimCity e Cities Skylines são muitos bons da linha do single player, onde o jogador assume a responsabilidade pela cidade como prefeito. Paralelamente, Jogos como o Railroad Tycoon e o Transport Fever fazem sucesso porque o jogador assume a tarefa do administrador de uma empresa de transportes, responsável por oferecer subsídios para o desenvolvimento de uma cidade, já que são particulares que colaboram com o poder público.

2) O trabalho de um prefeito tem seus limites e o trabalho de um empreendedor tem seus limites, a ponto de terem seus papéis bem definidos, a tal ponto que poderia haver um jogo onde houvesse um mulltiplayer colaborativo, onde os jogadores que cuidam da nação simulada assumem um determinado papel específico: uns são prefeitos e enquanto outros cuidam do transporte.

3) Do ponto de vista dos negócios, da livre iniciativa, pode haver competição entre os empresários  - quando essas empresas colaboram com o poder público, sempre haverá oportunidades quando há licitação por contratos vantajosos. Até mesmo pode haver a presença de lobistas de modo a convencer a aprovação de leis que favoreçam esses negócios com o poder público.

4) Talvez se houvesse uma computação no céu bem desenvolvida um jogo dessa natureza pode ser desenvolvido, dada a natureza complexa desses jogos fundados na cooperação entre jogadores que assumem diferentes papéis. E neste ponto a simulação assume elementos de RPG.

5) Se alguém juntar estes dois elementos a ponto de ser um multiplayer massivo, este jogo será certamente revolucionário. Isso nunca foi tentado antes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de maio de 2022 (data da postagem original).

Considerações sobre uma nuance da língua inglesa: a relação entre wage (salário) e wagon (vagão de trem)

1) Roberto Campos tem duas frases interessantes. A primeira delas é a seguinte: "o mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes". A segunda é esta: "Há três modos de se ir à falência: a mais rápida é pelo jogo, a mais prazerosa é sendo mulherengo e a terceira é seguindo os conselhos de um economista".

2) Na língua inglesa, além da relação entre wage e waste, há ainda a relação entre wage (salário) e wagon (vagão de trem).

3) A palavra wagon em língua inglesa não se aplica só à vagão de trem, mas também às carroças que eram usadas pelos colonos para povoar terras mais distantes, seja para transportar pessoas ou coisas - as famosas diligências. E essas diligências podiam ser transportadas por burros, cavalos ou mesmo bois, como já ocorreu numa determinada época passada.

4) Na época das grandes barões das ferrovias, quando surgiram as versões mais modernas das diligências, logo se percebeu que, quanto mais eficiente fosse o transporte de mercadorias de pessoas e coisas, maior seria o salário que poderia ser pago aos funcionários da companhia, de modo que possam fazer bem seu trabalho, uma vez que funcionários contentes produzem mais.

5) O único problema disso é que essas coisas tendem a um fim em si mesmo a ponto de isso ser vazio do ponto de vista ontológico - e o que tem fim em si mesmo tende a se fundar no pecado do conservantismo, a ponto de fazer mais sentido a um animal que mente do que ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, como se riqueza trouxesse salvação.

6) Justamente porque a sociedade americana é fundada no liberalismo maçônico e no protestantismo que todo o ganho conquistado por meio dos transportes eficientes tende a ser dissipado com jogos, mulheres sem princípios ou seguindo os conselhos de um algum economista, que tende a ser no fundo um tremendo de um estelionatário - como vemos na falência fraudulenta do Banco Santos, por exemplo. Neste sentido, o velho oeste é a prefiguração da América decadente, tal como vemos hoje, pois essa sociedade é fundada em falsos princípios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de maio de 2022 (data da postagem original).