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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Notas sobre a questão do conhecimento por presença - relatos da minha experiência pessoal

1) Como Deus é bom! Eu passei a semana passada estudando polonês de modo a conversar com o meu pároco na língua dele, mas acabei recebendo de Deus uma resposta a uma pergunta que estava em meu coração. Quando isso acontece, ela vem na forma de exemplo, um tipo de conhecimento fundado na presença de Cristo através da figura do padre ou de algum cristão virtuoso.

2) Eis o que dá imitar Nossa Senhora neste aspecto: quando há dúvidas, ponha-as no coração e deixe que Deus as responda - nem sempre as palavras dos homens respondem àquilo que é perguntado. Afinal, Deus fala através de palavras, fatos e coisas - o fato de haver conhecido um padre que havia sido diácono permanente é um atestado de conhecimento por presença - e isso leva a conservar sistematicamente a dor de Cristo, cujo memorial se dá na eucaristia.

3.1) O conhecimento por presença, fundado na evangelização pelo exemplo, é a forma mais eficaz de apostolado que há.

3.2) Quem não é rico no amor de si até o desprezo de Deus acabará conservando a dor de Cristo, pois esta é a medida mais sensata que há, uma vez que isto aponta para a realidade: de que devemos viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2018 (data da postagem original).

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http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/08/para-algumas-perguntas-certas-respostas.html

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Comentários sobre a idéia de militarizar as escolas

1) De que adianta militarizar a escola, se a universidade federal ou estadual, que forma os professores que vão dar aula nela, mais parece uma boca de fumo? Mesmo que a universidade fosse militarizada, a exemplo de um quartel, isso vai contra a própria concepção do que é uma universidade em essência, que é pautada pela liberdade de pensamento - fundada no ensino, na pesquisa e na extensão -, não na hierarquia e disciplina.

2) O ideal seria estimular o surgimento de Universidades nos moldes de uma São Jerônimo, por exemplo: que se preocupem com o saber, com a verdade - a ponto de não reconhecerem a legitimidade do MEC. Essas universidades não podem se reduzir a meras fábricas de diplomas, que precisam ser fechadas. A inflação desse tipo de papel é a prova cabal de que o conhecimento não tem valor algum, uma vez que as pessoas estão conservando o que é conveniente e dissociado da verdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2018.

domingo, 19 de agosto de 2018

Para algumas perguntas, certas respostas só podem ser respondidas na forma de exemplo (ou notas sobre a questão de ser diácono permanente)

1) Quando fazia crisma, um dos meus catequistas percebeu que eu tinha perfil para ser bom padre. Eu disse a ele que eu queria me casar. Ele disse que eu podia ser diácono permanente.

2) Durante muito tempo, eu tentava compreender o que significava ser diácono permanente. Tem momentos em que minha vida lembra a de Nossa Senhora: quando não compreendo algo, guardo no coração, pois ser que certas coisas só podem ser respondidas na forma de fatos, de exemplos concretos.

3) Neste domingo, veio um padre da Paróquia Nossa Senhora do Loreto, do Vicariato de Jacarepaguá. Ele havia sido diácono permanente antes de ser padre: ele era casado e tinha filhos. Quando ficou viúvo, ele foi ordenado padre. Foi aí que encontrei a resposta aos meus anseios.

4) Hoje não tenho dúvidas: se por alguma razão ficar viúvo, então Deus quer que eu seja padre. E eu não direi não a Ele.

5) Por enquanto, eu não sou casado. Mas se eu for casado, espero que minha esposa me deixe ser diácono permanente. Eu serei dela até o dia em que a morte nos separar; depois disso, eu sou de Cristo, para todo o sempre.

6.1) Se ser padre significa ser pai, então eu preciso ser pai dos meus filhos antes de ser pai de muitos. Preciso ser um bom modelo de pai pros meus filhos, antes de ser pai de muitos.

6.2) Se meus filhos conhecerem esta história, então eles podem buscar o sacerdócio, pois verão em mim um exemplo de sacerdote doméstico antes de subir de nível, que é o de ser sacerdote de uma paróquia ou capela católica.

6.3) Trata-se de expandir-me por círculos concêntricos, por força do amor de Deus. Não posso ser padre se não tive em casa um berço católico. É preciso muito amor a Deus para fazer isso. Como não tive educação católica de berço, então essa vocação tende a vir tardia e a base de muita coisa já vivida, pois o que deveria ser-me ensinado não o foi.

José Octavio Dettmann

O que dizer a uma pessoa que não gosta de imagens de santos, mas que respeita quem venera?

1) Você pode me dizer que não gosta de santos, mas respeita quem venera. Mas isso é falso - se você não gosta da veneração aos santos, então sua alma está predisposta à prática da iconoclastia, o que revela sua natureza anticatólica, ainda que velada. E se eu estiver ausente, essa será a chance perfeita para destruir as imagens dos santos que venero, sobretudo de São João Paulo II, aquele que nos livrou do comunismo.

2.1) Se você quer respeitar quem venera os santos, então tente ao menos entender como foram as vidas desses que foram amigos de Deus sem medida, a ponto de servirem de exemplo a todo aquele que quer viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2) Não é questão de concordância, mas de compreensão. Cremos na comunhão dos santos porque temos uma boa razão para acreditar nisso - e quando não a compreendemos, pedimos a Deus para aumentar a nossa fé, para só entender as coisas como elas são - certas coisas decorrem de mistérios que precisamos aceitar para só então conseguirmos compreender. Fazemos isso porque Deus é bom e isso já é o bastante.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2018.

sábado, 18 de agosto de 2018

Lembranças de uma conversa antiga (ou por que o ideal de encorajar uma sociedade de indivíduos livres e responsáveis não passa de pura hipocrisia?)

1) Estava eu limpando minha caixa de e-mail, que havia ficado lotada.

2.1) Comecei pelos e-mails mais antigos - o e-mail mais antigo que deletei data de 2009, época em que estava me preparando para concurso público.

2.2.1) Durante o processo de limpeza, encontrei um diálogo que eu tive com o Catharino, por volta de 2010.

2.2.2) Nesse diálogo, estava eu tentando pedir permissão à Universidade de Chicago para digitalizar o livro Os Fundamentos da Liberdade, de Hayek (na época, copiar livros para meu próprio uso era ainda considerado crime); Catharino disse-me para que esquecesse essa possibilidade. Não há uma reedição da obra de Hayek no Brasil, uma vez que eles cobram muito caro pelos direitos autorais (o que é bem típico dos liberais, pois fazem da riqueza sinal de salvação. Afinal, eles preferem ver um povo condenado à maldição do comunismo, se esse esforço em prol da verdade não for lucrativo - e nesse ponto, eles tendem a criminalizar até a caridade, se ela passa por cima dos interesses deles. Afinal, o liberalismo prepara o caminho para o comunismo - essa é que é a verdade).

3.1) Depois que reli a mensagem, eu me pus a rir do quão ridículo é o Sr. Alex Catharino - ele não passa de um conservantista. Se fosse católico de verdade, ele não ficaria promovendo valores fundados na ética protestante e em seu subproduto nefasto, que é o capitalismo - afinal, essas coisas são condenadas pela Igreja.

3.2) Depois que terminei os estudos, tornei-me escritor profissional, comprei muitos livros com o meu trabalho e aprendi a digitalizar livros. Além disso, adquiri experiência suficiente para concluir qualquer projeto com excelente qualidade.

3.3) Num momento oportuno, eu digitalizarei Os Fundamentos da Liberdade; a Trilogia Direito, Legislação e Liberdade e muitos outros projetos na melhor qualidade possível. E assim que Hayek completar 70 de morto, meu filho pode vender o e-book e conseguir dinheiro para seu próprio benefício. Afinal, quem ri por último ri melhor. Ele não passa de um tolo.

4.1) Não é à toa que acreditar no papo desse cara e ler o livro do Thomas Woods são a mesma coisa. Eles fazem o jogo do diabo, que é confundir. E não hesitarão de chamar Jesus de bolchevique, tal como Mises fez - e isso é uma grave apostasia.

4.2) Não é à toa que o mundo será salvo pelos caridosos e não pelos eficientes - pelos que fazem da riqueza sinal e salvação, a ponto de se organizarem para isso, já que ela virou símbolo de poder. Estou ciente do meu papel de digitalizador e digitalizarei tantos livros quanto puder de modo a tirar todos os que estão ao meu redor da ignorância, seja ela fundada no comunismo, no positivismo no liberalismo, uma vez que todas essas coisas têm sua origem no maligno, que é a maçonaria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2018.

Notas sobre a relação entre nacionidade e geopolítica - uma introdução ao tema

1) Meu colega Carlos Cipriano sempre me aconselhou a fazer anotação de cada movimento nas peças do tabuleiro de xadrez de modo a ver as possibilidades do que pode ser feito. E conhecendo as possibilidades e a personalidade do seu oponente, você pode fazer uma previsão segura do próximo passo a ser feito.

2) A descrição do movimento das peças de xadrez pode ser feita se você numerar a base de 1 a 8 e nomear a altura de A a H, por exemplo. No caso do Civilization 2, Alpha Centauri e Colonization, você anotava a latitude e a longitude, num esquema de coordenadas (X,Y).

3.1) Se geopolítica é o tabuleiro, então as peças do tabuleiro são movidas com base nas possibilidades políticas e circunstanciais de cada país da região e de que modo essa interação afeta as potências.

3.2) Como os debates só são ditados por aquilo que está registrado na literatura, então você precisa conhecer o repertório imaginativo de cada povo de determinada região de modo a saber como pensam os seus governantes, quando o assunto é ditar a política comum do continente, sobretudo no tocante aos blocos econômicos. Afinal, devemos levar em consideração o que Maquiavel disse: para saber como pensa um príncipe, é preciso ser parte do povo que está sujeito à sua proteção e autoridade; para saber como pensa um povo, é preciso ser príncipe, aquele que rege o povo sob a proteção de Deus. É por essa razão, portanto, que o estudo da literatura e do senso de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo constituem a base para se produzir uma determinada informação estratégica. Só com base no conhecimento dessas possibilidades é que podemos ver como os líderes são escolhidos e como esses líderes tomam decisões militares, políticas e econômicas.

4) A geografia mostra vários fatores: o clima, o solo, a localização dos rios, das principais cidades, dos conglomerados industriais e de que forma esses fatores contribuem para que os agentes políticos possam tomar suas decisões de maneira definitiva, quando o assunto é implementar uma política pública que beneficie uma determinada região do país. E a política interna sempre impulsiona uma política externa, de modo a favorecer a produção, o comércio ou a defesa de um determinado território de uma eventual invasão estrangeira.

5.1) Se há coordenadas na geografia, então há coordenadas na geopolítica, onde o componente x é a geografia, a história, o clima, a economia, enquanto o componente y é a política (os agentes políticos, o povo, a constituição, o sistema político, as relações institucionais.

5.2) Da conjugação de x e y, você pode ver as possibilidades e dessas possibilidades será possível prever qual é a movimentação mais provável com algum grau de certeza.

6.1) Se geopolítica é um livro, então tomar vários países como um mesmo lar em Cristo implica ler várias páginas de um mesmo livro - e servir a Cristo em terras distantes leva a um verdadeiro evangelho, ainda que não escrito. E nesse evangelho, que se dá na carne, você não pode fazer sola scriptura, pois tal postura mata todas as possibilidades que podem e devem ser exploradas que façam o país ser tomado como um lar em Cristo, já que o mundo é vasto e complexo. E reduzir a complexidade das coisas a termos simplórios, fundados no amor de si até o desprezo de Deus, leva à impessoalidade e à apatria, pois as coisas perderão a sua razão de ser, gerando perda da informação, entropia. O país será tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.

6.2) É por essa razão é que é essencial viajar, nem que seja para fazer turismo. Quem fica fixo ao solo tende a reduzir aquele espaço limitado a uma religião totalitária, a ponto de fazer política reduzindo as pessoas que vivem e trabalham nesse solo em razão dos interesses do Estado, o que é um tipo de gnose, pois faz um povo inteiro perder a razão pela qual se deve tomar o país como um lar. Enfim, é como dizer ao corpo social para vender sua alma ao diabo por um prato de comida - o que leva a um povo inteiro perder a amizade com Deus, sistematicamente falando.

6.3.1) Afinal, somos livres em Cristo: somos livres n'Ele, por Ele para Ele, na conformidade com o Todo que vem de Deus- e a civilização portuguesa foi fundada para propagar a fé cristã e defendê-la de seus inimigos.

6.3.2) É por essa razão que não somos muçulmanos, nem aceitamos como compatriotas os que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade - tal como vemos no protestantismo , a ponto de isso nos afastar da nossa razão de ser enquanto povo, nosso mitologema. Afinal, como posso chamar de amigo, de compatriota aquele nasceu no solo de minha terra, mas que não ama nem rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2018 (data da postagem original).

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Como devemos escrever a História do Brasil, à luz daquilo que foi estabelecido em Ourique?

1.1) Um grande debate no parlamento nacional precisa estar registrado na literatura primeiro - isso é uma grande verdade.

1.2.1) É na literatura que temos um repertório do imaginário nacional, pois é nela que vemos  o esforço das pessoas de tomar o país como um lar em Cristo, por força de Ourique, de maneira registrada e sistematizada, apesar da República. Todos os dramas e desafios precisam ser documentados e compartilhados de modo que isso esteja na consciência coletiva - só aí é que poderá haver reflexões, pois as coisas precisam ser pensadas com base numa experiência real ou projetada, uma vez que ficção é realidade projetada, pois nela estamos vendo o que não se vê.

1.2.2) Por isso, se quisermos restaurar a inteligência do brasileiro, o primeiro passo é restaurar o senso de servir a Cristo em terras distantes e combater a má consciência advinda de 1822 (que é a tentativa de eliminar tudo o que remonta a Portugal, coisa que se funda no amor de si até o desprezo de Deus).

2.1) Uma vez restaurada a inteligência, a História do Brasil precisará ser reescrita à luz dessa missão, estabelecida em Ourique.

2.2) Como cada província é uma escola de nacionidade, então precisamos escrever história sobre o povoamento de cada lugar do país observando esse princípio, que é servir a Cristo em terras distantes, o que nos prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

3.1) Enfim, de nada adianta uma política ou um movimento municipalista no Brasil se não há no imaginário político nacional a memória das câmaras republicanas, coisa que existia na época em que a Terra de Santa Cruz começou a ser povoada, a ponto de se tornar uma província, um vice-reino e, por conseguinte, um Reino junto a Portugal e Algarves, por conta de uma constante evolução que durou mais de três séculos.

3.2.1) Toda a estrutura política que Portugal implementou aqui foi desmontada com o centralismo absolutista de D. Pedro I e José Bonifácio, cujo projeto teve o respaldo da maçonaria. E esse centralismo só pode ser destruído somente com o restauro da verdade, quanto às nossas origens. 

3.2.2) O primeiro passo foi dado pelo professor Loryel Rocha: provar que o Brasil não foi colônia de Portugal, com base na pesquisa dos historiadores Tito Livio Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira. Esta é a espinha dorsal que move a mentalidade revolucionária no Brasil desde a secessão, ocorrida em 1822.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2018.