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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Notícias minhas (3ª sexta-feira do Tempo Pascal)

1) Ao acordar, meu colega André Tavares me partilha uma reflexão que ele teve acerca da diferença entre revolucionário e revolucionista. Ele me perguntou se o que ele pensou fazia sentido. Escrevi um artigo não só confirmando o que ele disse, como também outras reflexões.

2.1) Sabe aquele negócio de que conversa puxa conversa? Enquanto respondia a ele, passou-me pela cabeça posts falando da teoria do desejo mimético de René Girard. 

2.2) Enquanto escrevia minha segunda postagem, eu havia me lembrado de uma pergunta que foi feita ao meu colega Roberto Santos: os desejos miméticos movem a economia? Cheguei a escrever uma consideração preliminar sobre isso, no meu terceiro artigo. Vou estudar isso mais a fundo. Nunca estudei esse antropólogo antes. Mas uma coisa é certa: me senti desafiado a responder a essa pergunta. Vou ver se consigo respondê-la adequadamente.

2.3) Acredito que no debate entre a Escola Austríaca de Economia e o pensamento marxista os austríacos conseguiram refutar o pensamento econômico de Marx tendo por base a questão dos bens concretos. No entanto, no campo da demanda por bens imaginários, fundados no amor de si até o desprezo de Deus - que fez do marxismo um cultura, uma religião, uma soteriologia -, eles perderam o debate e feio.

2.4) Com o tempo, com a coleta de informações, eu vou refletir melhor sobre a influência do desejo mimético na economia, pois sei que as coisas se darão no tempo de Deus. Como nunca li René Girard antes, então vou me guiar pelos que já o leram - este é o único atalho que conheço.

3.1) A origem da diferença entre bens concretos e bens imaginários está na Política, de Aristóteles. 

3.2) Carl Menger, em seus Princípios de Economia Política, negligenciou a questão desses bens imaginários, fundados no desejo desordenado de possuí-los, tal como vemos no paganismo. E esses desejos nunca são satisfeitos, pois se fundam num amor de si tão desmedido que Deus nunca é levado em conta.

3.3.1) Quando a Igreja condena a gula como pecado capital, o fundamento está justamente nisso, pois a comida, a bebida e o remédio podem ser vistos como bens imaginários e não bens concretos.  

3.3.2) Podemos falar que os que praticam feitiçaria têm um desejo insaciável por bonecos vodus, já que eles acreditam que estes podem ter poderes mágicos de modo que seu desejo de vingança seja plenamente satisfeito. 

3.3.3) Um boneco só não basta - enquanto tiverem dinheiro para gastar com essas coisas, eles farão isso sistematicamente até acabar o dinheiro. Se o comunismo dura enquanto durar o dinheiro dos outros, então o comunismo é como um boneco vodu.

3.3.4) O consumismo se funda nessa mesma lógica. O bem desejado deve ter algum poder mágico - e esse encantamento  é introjetado na mente através da propaganda. Num mundo que perdeu a fé, isso tem efeito análogo a de um afrodisíaco.
 
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de abril de 2018.

Notas sobre a relação entre a economia e a psicologia

1) Certa ocasião, enquanto revia as conversas do Roberto Santos de modo a publicar em meu blog, eu vi uma pergunta direcionada a ele e que não fora respondida: os desejos miméticos constituem a base da economia?

2.1) Eu me lembro de uma frase de Milton Friedman no seu livro sobre Teoria dos Preços, um pouco de ter vendido esse livro pro meu amigo Rodrigo Arantes: embora a economia lide com a satisfação dos desejos, a origem dos desejos a serem satisfeitos tem explicação psicológica - e sobre ela, não podemos nos pronunciar.

2.2) Achei essa fala do Friedman bem fora da realidade; como diria Alexander von humboldt, tudo está interligado.

2.3) Acho que isso merece uma boa investigação, com base aquilo que René Girard tem dito.

3.1) Há certas coisas vão além do pão, pois o homem também necessita da palavra de Deus.

3.2) Isso mostra que não basta só o atendimento de necessidades concretas materiais, fisiológicas - é preciso levarmos em conta as necessidades espirituais, uma vez que a Santa Eucaristia é alimento para a alma de modo que o maior número possível de pessoas se sustente no caminho da verdade, que é Cristo. Essas necessidades são tão concretas quanto as necessidades fisiológicas porque elas se fundam na realidade das coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3) Não é à toa que o dado mais importante da economia não é a riqueza, mas o atendimento de todas essas duas necessidades de modo que as pessoas estejam prontas para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu. Afinal, o dinheiro é uma ferramenta neste objetivo - se tivesse um fim em si mesmo, a liberdade servida seria voltada para o nada.

3.4.1) Tomar o país como um lar em Cristo implica produzir para atender a essas duas necessidades, uma vez que a riqueza será usada para a construção do bem comum tendo por conta o fato de amarmos e rejeitarmos as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3.4.2) Se a riqueza for vista como sinal de salvação, então a economia se torna uma falsa ciência.

3.4.3) Afinal, é impossível separar a organização da casa tomada como um lar em Cristo sem levarmos em conta o atendimento dos desejos que fazem o país ser tomado como uma escola que nos prepare para a pátria definitiva, que se dá no Céu. E, neste ponto, a opinião de pensadores como Milton Friedman está completamente errada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de abril de 2018.

Se a revolução é um bem para o revolucionário, um bem imaginário, então a lei de utilidade marginal decrescente não incide neste caso, pois a necessidade nunca será satisfeita.

1.1) A demanda por revolução não é como demandar um bem concreto destinado a satisfazer necessidades fisiológicas.
 
1.2) Trata-se de uma demanda por bens imaginários, fundados no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. É como fabricar bonecos vodus de modo que todos possam fazer bruxaria - para quem é conforme o Todo que vem de Deus, isso não tem utilidade nenhuma, mas para quem acredita que pode mudar o mundo, isso é muito útil para espalhar o mal pelo mundo, já que as pessoas não estão fazendo absolutamente nada para impedir que esse mal aconteça e prospere.

2) No caso de demanda por bens imaginários, fundados na mentalidade revolucionária, não há a observação da utilidade marginal decrescente. Quem quer revolução sempre quererá uma revolução maior ainda - é como um saco sem fundo. Quem compra um boneco de vodu sempre vai querer muito mais bonecos para poder praticar bruxaria - e sua sanha acaba quando o dinheiro acaba. Afinal, o comunismo dura enquanto durar o dinheiro dos outros.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de abril de 2018.

Notas sobre a diferença entre revolucionário e revolucionista

André Tavares me fez esta pergunta

"Dett, fiz uma reflexão acerca da diferença revolucionário e revolucionista. A militância de baixo galardão é revolucionária, isto é, quer revolução; a caterva de elite é revolucionista, pois vive de promover revolução e ganhar poder no processo, sem se importar se tal coisa vai ou não acontecer. Isso procede?"

Eu respondo:

1) O Revolucionista promove também a renovação do ciclo da evolução. 

1.1) No sentido romano do termo, o revolucionista é quem promove a renovação de um ciclo (que pode ser uma coisa boa também, como o ciclo de uma colheita ou um ciclo econômico)

1.2) No sentido germânico do termo, é renovar o ciclo de caos e destruição conservando sistematicamente o que é conveniente e dissociado da verdade. E quanto mais renovar esse ciclo de caos e renovação, mais o conservantista estará à esquerda do Pai. Eis o darwinismo social, pois só o mais fortes, os mais capazes de promover revolução, vencem, já que a história é dita pelos vencedores, a ponto de dizerem que o forte deve destruir o fraco e não fundir-se a ele.

2) A relação do revolucionário com o revolucionista é que nem a relação de oferta e demanda. Se o povo - isto é o conjunto dos revolucionários que amam e rejeitam as mesmas coisas fundadas no que é conveniente e dissociado da verdade - quer revolução, então haverá uma classe dirigente que a promova - e como sempre, as coisas feitas no homem pelo homem e para o homem tendem a piorar.

3.1) Se democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo - revolucionário -, então esta é a maior tirania que pode haver, pois esse progresso será inevitável, inflexível. Será um eterno avançar sem transigir, sem negociar, pois isso se funda no conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. 

3.2) E não é à toa que o judiciário tende a ser o sumo pontífice dessa nova ordem onde o país será tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. É ele quem diz definitivamente quem tem ou não razão - e não é à toa que acabam legislando, passando por cima do poder legislativo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de abril de 2018.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Louco é quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade

1) Ainda bem que meu blog é moderado. Tem gente achando que sou louco e não diz a razão pela qual fala isso.

2) Sabe que eu faço? Excluo o comentário. Quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade é mais louco do que eu, pois ama a si mesmo de tal maneira a desprezar Deus.

3) Nos tempos atuais, Meu Senhor e Meu Deus seria chamado de louco por esses conservantistas. Isso indica de que estou fazendo bem o meu trabalho.

4.1) Se vocês lessem tudo o que escrevi  "Sobre as fundações lógicas da pátria" até aqui, vocês veriam que não estou louco.

4.2) Tudo o que faço é estudar a História de Portugal e restaurar a nossa realidade, já que nego a falsidade histórica dessa terra, fundada na mais pura mentira documental, feita à revelia da documentação portuguesa, como tem mostrado o professor Loryel Rocha.

4.3) E falar a verdade, nestes tempos atuais, tornou-se loucura - eis o martírio dos nossos tempos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de abril de 2018.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Quem paga foro anual ao vassalo de Cristo não precisa pagar imposto de renda

1.1) Se a monarquia de Ourique ainda existisse, o povo ainda pagaria foro anual ao vassalo de Cristo - no caso, D. Duarte Pio de Bragança -, já que Portugal e seus domínios de além-mar são uma grande enfiteuse. Em troca, ele protegeria todos os que estão sob sua proteção e autoridade de modo que o país seja tomado como um lar em Cristo. 
 
1.2) Esse foro, por conta do arrendamento enfitêutico, seria um tributo por força da honra que deve ser dada não só a ele mas a todos que reinaram e regeram Portugal de modo a imitar o exemplo de D. Afonso Henriques, a ponto de servir a Cristo em terras distantes. 
 
1.3) Se eu tomo o país como um lar em Cristo, então eu devo honrar o vassalo que meu Deus e Senhor deu ao meu país, já que ele me toma como parte da família, ao me dar liberdade para ser livre nesta terra e servir aos meus semelhantes, a ponto de amarmos e rejeitarmos as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.1) Quem paga foro anual a quem rege o país pela graça de Deus não precisa pagar imposto de renda.
 
2.2) Até porque o fundamento do imposto de renda se versa sobre moeda, já que a riqueza se tornou uma espécie de salvação - e a sanha do Estado tomado como se fosse religião é devorar tudo o que encontra pela frente, a ponto de transformar a nação numa danação. 
 
2.3) É dentro dessa lógica que o mundo dividido entre eleitos e condenados persiste - e isso não decorre da conformidade com o todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de abril de 2018.

Das espécies de prestação de trabalho in natura e sobre a dação em pagamento por força de tributo

1) A prestação de trabalho in natura pode se dar de várias formas:

A) Uma delas é construindo obras públicas - as pirâmides do Egito foram construídas dessa forma.

B) Serviço militar. Se houver homens na família em idade militar e dispostos a lutar por seu príncipe, por Deus e seu país, eles vão para a guerra. E se forem bons guerreiros, eles serão agraciados com honrarias, títulos e terras.

C) Se você é médico, você pode clinicar num hospital público, assistindo aos desvalidos.

D) Se você é advogado, você pode atuar na Defensoria Pública Real, dando assistência jurídica aos pobres. Ou mesmo na Procuradoria-Geral da Coroa, evitando que o dinheiro público seja perdido por meio de litigâncias de má-fé movidas contra a administração pública que coordena os esforços na construção do bem comum. Se você for um bom advogado, você pode ser efetivado e se tornar um procurador do Estado ou defensor público de carreira.

E) Se você é professor, você pode dar aulas numa escola pública, caso falte professor. E se você for bom, você se torna professor de carreira.

F) Se você é pesquisador, pode fazer palestras numa Universidade Real, estimulando muito mais gente a estudar e a buscar a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Se você for bom, você passa a ser parte da casa, como pesquisador permanente.

2.1) No caso de dar coisa diversa de dinheiro, as colheitas e a produção da cidade dados por honra ao príncipe e à Igreja por conta de seus relevantes serviços prestados são geralmente depositadas no estoques reais ou mesmo nos estoques das paróquias ou da catedral.

2.2.1) Em caso de carestia ou calamidade pública, essa comida e outros bens dados por força de tributo é liberada de modo a ajudar os necessitados; no caso da Igreja, ela se sente livre a ajudar os necessitados, por meio da caridade. Isso pode se dar tanto na cidade ou no mundo inteiro.

2.2.2) Essa coisa dada facilita que o governo ou a Santa Religião possam cumprir seus propósitos, o que faz o país ser tomado como um lar em Cristo mais facilmente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de abril de 2018.