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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Se o Brasil precisa ser reconquistado, então é necessário formar os que tomam o Brasil como um lar em Cristo na Lusitânia Dispersa (os verdadeiros brasileiros)

1) Como não tenho tanto domínio da doutrina católica - a ponto de fazer uma catequese tão boa quanto a do meu amigo João Damasceno -, então o que posso fazer é uma catequese por outro caminho: ensinando a língua portuguesa e a alta cultura decorrente de Ourique - e um desses produtos é a teoria da nacionidade que desenvolvi.

2.1) A razão pela qual digo isso é que o apátrida nascido no Brasil é como o judeu que rejeitou Jesus: teve tudo e não soube dar valor à herança que recebeu por nascimento. Como os judeus não deram valor, então a herança foi estendida aos pagãos, em Cristo Jesus, que souberam muito valorizá-la.

2.2.1) Como o americano não teve a sorte de ter seu território povoado pelos portugueses, então vou ensinar tudo aquilo que é rejeitado no Brasil.

2.2.2) Se os americanos tomarem o Brasil como um lar em Cristo por força de Ourique, então eles para mim são mais brasileiros do que os apátridas que nasceram no Brasil e que ficam tomando o Brasil como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

2.2.3) Quando a América se tornar lusitana, renunciando aos vícios da cultura anglo-saxã, então eles serão como os pagãos que receberam a herança em Cristo, rejeitada pelos judeus.

2.2.4.1) Serão partícipes melhores do que foi fundado em Ourique, servindo a Cristo em terras distantes, junto com Portugal.

2.2.4.2) Afinal, em Cristo poloneses são um povo mais fiel a Deus do que os judeus. Se Cristo enviou meus ancestrais em Ourique, então certamente os americanos serão mais fiéis à missão que os apátridas nascidos no Brasil.

3.1) É isso que precisa ser feito: formar os verdadeiros brasileiros na Lusitânia Dispersa. E como descendente de portugueses que sou, farei meu apostolado semeando consciência nos americanos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2) Esta é a missão que me proponho, já que um bom profeta não tem valor em sua própria terra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2018.

Relato quanto à minha experiência de relacionar-me com estrangeiras no Twoo

1) Ontem, eu resolvi fazer algo diferente no Twoo: já que minhas conversas com as mulheres comuns do Brasil são vazias, então decidi fazer o que Cristo mandou fazer à gente portuguesa, que é servir em terras distantes. E a amizade, fundada no fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, é um serviço.

2.1) A essas mulheres comuns eu falei um pouco da minha história, da minha vida, dos meus estudos, da minha vivência no Brasil - em todos os casos, elas me acharam um homem encantador e cativante, até mesmo genial. Viviam me perguntando se sou mesmo de verdade - e eu disse que sim. Algumas dessas mulheres haviam dado um tempo em seus namoros e entrado no Twoo para encontrar alguém de qualidade - e dentre essas pessoas Deus porá uma para preencher o vazio em meu coração, enquanto navego um mar nunca dantes navegado: procurar pessoas interessantes de países específicos (no meu caso, EUA, Polônia e Rússia). Como alterei meu critério para buscas internacionais, sobretudo nos EUA, então eu pude encontrar gente interessante com quem pude ter boas conversas quase que imediatamente.

3.1) Foi aí que percebi uma grande realidade: não é o americano que pavimenta má consciência no Brasil. Na verdade, é a mentalidade subserviente do apátrida nascido no Brasil que copia o que não presta dos Estados Unidos e implanta aqui.

3.2) Quando conversei com os americanos, eu senti que tinha muito a ensinar a eles.

3.3.1) Tal como Cristo falou, um bom profeta nunca é bem-vindo em sua própria terra (e o Padre Evandro, ao ler meus escritos, achou que eu fosse um profeta).

3.3.2) Por isso, devo imitar meus ancestrais: servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique. Se eu ensinar a minha língua, a fé católica e as coisas que sei aos meus filhos, os verdadeiros brasileiros nascerão da Lusitânia Dispersa e tomarão este país dos apátridas. Por isso que é um excelente negócio casar-me com uma estrangeira, desde que seja católica e de boa família, é claro.

3.3.3) Mesmo que meu inglês seja macarrônico, eu percebi que as estrangeiras ficam todas encantadas comigo, principalmente as russas e as americanas. As únicas que não ficam encantadas comigo são as mulheres da minha terra, que preferem playboys saradões a gente inteligente como eu.

4) Se meu destino é servir a Cristo em terras distantes, então uma das recompensas por esse serviço é casar-me com uma mulher não nascida no Brasil - livre dessa cultura de dissimulação e fingimento que é aqui reinante, somada ao fato de se tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Se essa mulher for bonita - tal qual uma russa ou mesmo uma americana, daquelas que param até o trânsito -, então eu vou ficar imensamente satisfeito.

5) E como disse o Allan dos Santos, do Canal Terça Livre, mulher gosta de verdade. Como sempre fui uma pessoa sincera, então eu estou tendo excelentes conversas com mulheres estrangeiras no Twoo, mesmo que meu inglês não seja lá essas coisas.

6.1) Se este país desse valor ao saber, eu estaria muito bem de vida - e podia ter um padrão de vida proporcional à qualidade dos textos que publico. 

6.2) Infelizmente, como tudo por aqui é movido à base de falsidade, eu sou considerado um perdedor, por não ter dinheiro - e não é à toa que o professor Olavo dizia que o brasileiro é o povo mais dinheirista do mundo. E onde isso é muito forte, o distributivismo se faz muito necessário.

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2018.

Comentários adicionais:

Carlos Cipriano de Aquino:

1.1) Eu ri do seu primeiro comentário. Aqui no Brasil a mulherada não é muito chegada em cultura. E quando elas têm interesse em cultura, é para usar somente como uma espécie de apetrecho - o suficiente para atrair a atenção dos machos, pagando-se de "cult".

1.2) Um dia, uma guria me falou que eu sou muito machista nos meus comentários a respeito das mulheres. Eu respondi a ela com a seguinte pergunta. "Pois é, onde estarão as bonitas do Brasil neste exato instante: aqui falando comigo, ou procurando algum homem rico para se relacionar?"

1.3) Eu percebo a natureza dessas criaturas com base no que percebo das postagens que fazem em meu perfil. São rasas, sem interesse algum em aprofundar-se em qualquer coisa que seja.

2.1) Eu te recomendo a leitura da obra do Schopenhauer, intitulada "A Arte de Lidar com Mulheres". Apesar do tom debochado, o sujeito tece observações mui sapientes sobre a natureza delas.

2.2) Acho que ele foi o pioneiro na filosofia quanto à tentativa de adentrar no universo masculino, de acordo com a visão de mundo masculina. Antes dele, só o fizeram literariamente, como Balzac e Stendhal.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Justiça, eqüidade e caridade - fundamentos do distributivismo

1.1) Aristóteles (384-322 A.C) e Ulpiano (150 D,C) definiram a justiça como o ato de dar a cada um o que lhe convém (suun cuique tribuere). 

1.2) Santo Tomás de Aquino indaga: “então convém ao pobre a pobreza; ao escravo a servidão; ao senhor o senhorio, ao rico a riqueza e ao pecador o pecado?"

2.2) Ele, então, aperfeiçoa o conceito aristotélico, incluindo nele duas virtudes tipicamente cristãs: eqüidade e caridade. 

2.3.1) Pode convir ao senhor tornar-se servo e o servo tornar-se senhor, na busca da perfeição. Isso é a Equidade. 

2.3.2) Também pode convir ao rico ser menos rico para reprimir sua ganância e ao pobre ser menos pobre para que possa partilhar. Isso é a caridade.

João Damasceno

Facebook, 21 de fevereiro de 2018
(https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=194599781127008&id=100017309613405)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

De que modo um escritor pode carregar sua cruz e seguir a Jesus?

1) Algumas postagens que escrevo são de uma complexidade tamanha que escrevê-la de maneira simples e clara já é uma verdadeira odisséia.

2) O escritor que consegue colocar em termos simples e claros assuntos de extrema complexidade é um verdadeiro herói, pois ele se sacrifica de tal maneira que as coisas sejam verbalizadas de tal maneira a exprimir as coisas como elas são, da maneira mais autêntica e fidedigna possível.

3) Sacrificar-se de tal maneira que as verdadeiras expressões autênticas sejam semeadas em toda a sociedade de modo a se edificar uma consciência reta, uma fé reta e uma vida reta faz com que a tarefa de carregar a cruz e dizer aquilo que o Espírito Santo manda seja uma verdadeira honra, pois escrever é uma enorme responsabilidade, pois é prover alimento para a alma, para se formar uma boa consciência. Afinal, não é só de pão que o homem vive, já que a riqueza não é sinal de salvação, mas instrumento de evangelização, indicando que o apostolado do trabalho duro precisa ser feito com mais freqüência, para todos que virem tal exemplo sejam também santos.

4.1) Diante disso, posso afirmar que o homem mais sábio não é o que segue o seu próprio caminho, pois o caminho a seguir não vem do amor de si até o desprezo de Deus. Se ele se deixar ser guiado pelo Santo Espírito de Deus, o caminho a seguir, a vocação, faz com que a vida tenha um sentido, pois não há liberdade sem a verdade, sem o verbo que se fez carne e que passou a habitar em nós.

4.2) Eis o sentido da sabedoria, pois a fonte dela vem da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2018.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Do povoamento de cidades e regiões, tanto do ponto de vista microscópico quanto macroscópico

1) Quando uma cidade é fundada, ela tem de explorar toda uma série de recursos em sua geografia imediata de modo a desenvolver todo o seu potencial, toda a sua capacidade de tal maneira a desenvolver uma vocação (seja ela comercial, portuária, político-administrativa, histórica, industrial ou mesmo religiosa). É por meio dessa vocação que a cidade será tomada como se fosse um lar em Cristo.

2.1) A maioria das cidades novas, do ponto de vista civil, nasceu por força da necessidade de atender às demandas de cidades mais antigas por recursos ou para abrir rotas comerciais que facilitem as relações entre uma cidade e outra, em contexto do sistema político e cultural pelo qual tomaremos uma nação como um lar em Cristo; do ponto de vista militar, o terreno ocupado previne a ocupação a ser feita por potências estrangeiras, pois o povoamento de terras e regiões distantes é uma projeção de poder.

2.2.1) Não é à toa que muitos cidadãos das cidades novas foram no passado habitantes das cidades mais antigas, a ponto de manterem laços de parentesco ou mesmo de lealdade e de reciprocidade umas com as outras, por força do comércio ou mesmo da prestação de serviço à distância.

2.2.2) Eis o fundamento mais basilar da solidariedade. Não é à toa que eles tinham dupla cidadania, duplo domicílio, tanto por força do sangue quanto da terra ocupada como um lar em Cristo junto com a terra ancestral.

3.1) Afinal, o fundamento que justifica cidades-Estado povoarem terras distantes com colônias e entrepostos comerciais e com elas formar uma liga confederada - e juntas se tornarem uma nação, por força da ação do teste do tempo em que a confederação se desdobra numa federação - é que recursos são para serem consumidos e assim o serão. Se esses recursos não forem explorados pela atual geração, eles serão explorados pela geração futura, em algum ponto futuro da História.

3.2.1) Mas isso não quer dizer que a exploração e consumo de recursos não deva ser desordenada, irresponsável, voltada para o nada - afinal, a mão que produz precisa ser necessariamente a mão que preserva.

3.2.2) Tal como um organismo, uma cidade necessita moderar seu apetite por recursos tal como devemos moderar nosso apetite, evitando que o ato de alimetar-se para manter o corpo acabe se tornando uma idoltatria, a ponto de cairmos no pecado da gula.

3.2.3) No caso das cidades, o pecado da gula se dá quando a riqueza é vista como um sinal se salvação, coisa que se dá num mundo dividido entre eleitos e condenados, a tal ponto que o uso justo da terra e dos recursos inerentes a ela acabe se pervertendo numa modalidade predatória, a ponto de servir liberdade com fins vazios, fundados na ganância.

4) Enfim, do ponto de vista macro, esta é a gênese da fundação de cidades, quando se parte do zero.

5.1) Quando as cidades já existem e são uma realidade consolidada por gerações, a ponto se tornarem uma coisa natural, a tendência é pensarmos as coisas desde o ponto da família, uma vez que cidades antigas tendem a ser verdadeiras metrópoles, com toda uma complexidade política e econômica que lhes é inerente.

5.2) Um indivíduo precisa encontrar uma conexão com sentido com Deus, um caminho a seguir, de modo que a vida tenha o seu devido curso natural e atenda a sua devida finalidade, fundada na conformidade com o Todo que vem d'Ele vem - afinal, uma cidade grande é um verdadeiro recurso em si mesmo, por conta da imensidão de fatos, circunstâncias e possibilidades que nela ocorre.

5.3.1) Uma cidade - tomada como se fosse um recurso a ser explorado, uma possibilidade a ser explorada - pede para que seja tomada como se fosse um lar em Cristo.

5.3.2) Se a cidade grande é um recurso que precisa ser explorado e ocupado, então o indivíduo não pode deixar que a imensidão inerente a ela o esmague, pois a infinidade de possibilidades, sem Cristo, pode deixar qualquer um perdido, já que seria extremamente irresponsável tomar a cidade como um lar em si mesmo, pois isso faria com que ela se torne uma espécie de religião, de tal maneira que a política na cidade acabe se pervertendo em demagogia, em populismo.

5.4.1) Para que possa se desenvolver melhor, o indivíduo precisará às vezes ir para outros lugares, até mesmo distantes, e comparar com o que conhece de sua terra natal. Esse conhecimento virá de experiências de família e amigos, de livros escritos ou mesmo de diários familiares escritos ao longo das gerações de modo a se conhecer a experiência anterior - e com base nela se orientar e achar seu caminho.

5.4.2) Se isso vier de uma tradição ancestral de registro desde os primeiros momentos, quando a cidade-Estado se expandiu de tal maneira a se tornar uma nação, então tomar o país como um lar em Cristo será fácil, pois tudo o que se deve fazer é estudar a História e não cometer os mesmos erros das gerações anteriores, como bem ensina Heródoto.

5.4.3) Agora, quando os registros começam a ser falsificados e o sentido pelo qual o país deve ser tomado como um lar é pervertido de modo a ser tomado com se fosse religião - onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, tal como acontece com o Brasil desde 1822 -, então já não há esperanças de tentar lutar por dias melhores num ambiente em que a mentira começou a ser dita desde o começo dos tempos, com país independente.Afinal, se o país for tomado como se fosse religião, a ponto de competir ou renegar a religião verdadeira, então tudo está perdido, pois a liberdade voltada para o nada e o relativismo moral serão o norte de todas as coisas.

5.4.4) A única solução para isso é restaurar a História verdadeira e tirar lições desse espectro de coisas que norteiam a nossa realidade, à luz do que poderia ter acontecido se estivéssemos em conformidade daquilo que vem de Deus e que herdamos desde Ourique. E isso, além de ser história verdadeira, é também a verdadeira razão pela qual o Brasil deve ser tomado como um lar em Cristo, junto com Portugal e Algarves.

5.4.5) Eis o nosso mitologema, pois não existe cultura sem isso. É como criar um sistema dentro do sistema apodrecido, protegendo as pessoas da mentira, criando uma ilha de sanidade em meio ao mar de lama que nos rodeia.

5.4.6) É como criar catacumbas de modo a se proteger da perseguição dos pagãos, pois a secessão (incorretamente chamada de "independência") gerou uma ordem anticristã e neopagã, pois nela reina o mais puro relativismo moral. Para sobreviver melhor, é preciso, como já disse anteriormente, universalizar-se primeiro - e este é o fundamento de uma santa expansão.

5.4.7) Se não for possível viajar e morar em outros países de modo a aprender como se deve e não se deve tomar o Brasil como um lar, então ao menos aprenda da experiência dos outros que tiveram essa oportunidade. Se puder, reflita sobre essa experiência alheia - trata-se de uma relação de empréstimo; desse conhecimento, você estará pagando os devidos juros, pois você está se comprometendo a não cometer os mesmos erros que os franceses cometem quando tomam a França como se fosse religião, se isso for contado por alguém que conheceu a França desde dentro. Afinal, inside information é um recurso escasso, que vale tanto quanto ouro.

5.4.8) Se for possível morar no exterior, faça da sua casa um verdadeiro entreposto, uma embaixada da sua família nesse país que será tomado como seu lar em Cristo junto com a terra da qual você é originário. Nessa embaixada, seja um construtor de pontes - o mínimo é o microcosmos do máximo, que liga a Terra ao Céu. Se você cria as pontes necessárias, prestando serviços lá e cá, então você criou as bases necessárias para se tomar dois países como um mesmo lar em Cristo. Eis aí o segredo das coisas.

5.4.9) Se você não conhecer o estado da questão que norteia o processo de se tomar dois ou mais lugares como um mesmo lar em Cristo à luz da experiência familiar, então você está perdido, pois isso é navegar sem bússola. Você estará na deriva, em estado permanente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2018.

Notas sobre a contabilidade num ambiente cristão

1) O professor Olavo de Carvalho fala que não existe contabilidade cristã.

2) Se eu vejo nos meus clientes a figura de Cristo, enquanto consumidor de meus serviços, e se meus clientes vêem em mim a figura do Cristo servidor, então o fluxo de dinheiro decorrente da prestação de serviço terá um fim justo, de modo não só a aperfeiçoar o negócio, como também a ajudar os que estão necessitando de assistência, por meio da caridade, pois usará de mim, quando tiver tempo, para ajudar quem realmente necessita.

3.1) Ele está certo ao dizer que a técnica, ou mesmo a ciência, não deve ter ideologia. Tanto a ciência quanto a técnica são axiologicamente neutras, pois são meios para se chegar a um fim, a uma determinada destinação pretendida.

3.2.1) No entanto, ambas atenderão a sua adequada destinação se estiverem inseridas num contexto em que a riqueza não é vista como um sinal de salvação, a ponto de edificar liberdade com fins vazios.

3.2.2) A maior prova disso é a contabilidade, que permite o controle do fluxo de riqueza de modo que atinja uma destinação justa, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. 
 
3.2.3) Se a política organizada permite um ambiente de caridade sistemática - o que contribui para a edificação, conservação ou aprimoramento do bem comum - então a contabilidade tem sua razão de ser neste sentido, pois o empreendedor serve a todos os necessitados, se este vê a Cristo em todas as pessoas e enquanto aquelas vêem no empresário o Cristo servidor. Afinal, a iniciativa privada colabora com a iniciativa pública naquilo que não é próprio do Estado: bancar o empresário, tal costumamos ver por estas bandas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2018.

Por que o distributivismo é o meio termo entre o protecionismo e o livre comércio?

1) Segundo Aristóteles, o melhor caminho, o mais virtuoso, é sempre o caminho do meio, o caminho do equilíbrio [ da conformidade com o Todo que vem de Deus - grifo meu].

2.1) Quando se advoga livre comércio com base no princípio da impessoalidade e da riqueza como um sinal de salvação, você perverte tudo o que há de mais sagrado: qualquer um pode ter a verdade que quiser, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade e da justiça na sociedade - e isso é tão verdade que são capazes de declarar o que é ruim bom, invertendo a realidade das coisas.

2.2) Isto faz com que o encontro no livre mercado se torne uma sujeição a tudo o que é injusto e que não presta, a ponto de preferirem o conflito de interesses à cooperação, já que o Estado deve ser mínimo e não se intrometer nos negócios privados - o que é praticamente uma utopia, uma anarquia, fundada numa liberdade voltada para o nada.

3.1) Quando se advoga protecionismo, você tende a tomar o Estado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

3.2) Com base no princípio da impessoalidade, o Estado cria leis abstratas que atingem a todo e qualquer cidadão - e mesmo que a ação seja inofensiva do ponto de vista da lei natural, essa lei acabará indo contra a lei positiva, já que fere os interesses do Estado, uma vez que, por trás do Estado, há o interesses dos banqueiros e outros elementos perniciosos que concentram os poderes de usar, gozar e dispor em poucas, uma vez que a livre concorrência leva a tirar o poder que eles conseguiram pela mesma livre concorrência fundada do relativismo moral.

3.3) No Estado tomado como se fosse religião, a soberania - que é dada por Deus, para que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo - é voltada para o nada; nela, a autoridade constituída mais parece descendente do faraó do Antigo Egito que escravizou os hebreus, pois isso leva à liberdade voltada para o nada e retrocesso civilizacional, uma vez que nega o princípio de que a autoridade aperfeiçoa a liberdade, a verdade ditada pela lei natural, pela conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1) Como Chesterton bem disse, capitalismo demais leva a socialismo demais. Por isso, o caminho do meio é o distributivismo.

4.2) Livre comércio com pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento leva a relações comerciais justas e a reciprocidade, a ponto de haver uma maior integração entre as pessoas. E as relações comerciais levam a uma relação de serviço, uma vez que a riqueza é usada para aperfeiçoar o trabalho que é feito e também para aprofundar o bem comum, que é organizado de tal maneira a se tomar o país como um lar.

4.3.1) Caso algumas pessoas escolham quebrar o bom direito escolhendo a riqueza como um sinal de salvação, a lei deve ser aplicada como um instrumento sistemático de legítima defesa em face de tal abuso.

4.3.2) Neste ponto, o justo protecionismo é necessário de modo que a liberdade não seja servida com fins vazios, de modo a relativizar a verdade, tudo o que é sagrado e que tem por Cristo fundamento.

5) Enfim, quando me pergunta se sou favorável ao livre comércio ou a proteção, a resposta que eu dou é esta: de que sou favorável ao caminho do meio, pois este é o caminho mais sensato a se percorrer.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2018.