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terça-feira, 18 de abril de 2017

Toda copidescagem nasce de uma revisão ainda mais ampla

1) De tempos em tempos, às vezes coleto textos de meus colegas e costumo mais do que fazer uma revisão. Eu procuro alterar o estilo das redações de modo que o texto fique mais claro para o leitor. Alguns, como o Leonardo Faccioni, escrevem no estilo juridiquês, que é altamente incompreensível.

2) Neste caso, tendo a fazer mais uma copidescagem, pois estou atuando como se fosse um tradutor dele, sem sair da esfera da língua portuguesa. Procuro estudar a bibliografia usada pelos meus pares e rastrear os pontos que deram causa aos insights. É um trabalho qualificado e desafiador, pois exige que você domine os assuntos tanto quanto aquele que escreveu o texto, em primeira mão.

3) Meu professor de português dizia que todo tradutor é um traidor. E o maior desafio que faço é escrever as coisas em conformidade com o todo que vem de Deus sem trair o entendimento original adotado, de modo a não causar entropia, perda informação. Por isso, tento não perverter o conteúdo. O que faço é deixar o trabalho mais amigável para o leitor, o que chega a ser um verdadeiro desafio.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de abril de 2017.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

O conservantista insensato não passa de um fariseu

1) Se você acha distributivismo fascismo, tal como o Conde Loppeux de Villanueva pensa, então você está confundindo tomar país como um lar em Cristo com tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele. Você confunde nacionidade com nacionalidade, que são coisas completamente diferentes. Você confunde o transcendente com o imanente, a ponto de profanar o sagrado.

2.1) Justamente porque você não domina as nuances da linguagem, você estará edificando liberdade para o nada, dado que está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. Você estará sendo um mau servo de Deus, pois é próprio das palavras vazias não delimitarem bem o limite entre uma nuance e outra.

2.2) O verdadeiro liberalismo decorre da verdade e faz da caridade uma ordem magnificente. E esse liberalismo é movido à base de eucaristia - se Cristo não estiver presente em nós e nós n'Ele, como poderemos conservar a dor de Cristo, dor essa que edificou a verdadeira liberdade em nós? O conservadorismo é próprio da Igreja militante, que atua no bem comum servindo a Cristo nesta terra e em terras distantes, já que Jesus é construtor e destruidor de impérios.

3.1) O problema dessa gente é falta de leitura - falta de cultura literária. Ficam presos a um doutrinarismo estéril que faz da santa tradição uma tábula rasa, a ponto de condenarem por herético aquilo que não é ofensivo a Deus. 

3.2) Por conta da falta de sensibilidade, cuja causa se dá na falta de imaginação, essa gente acabou se tornando farisaica, hipócrita - e é bom que arranquem a trave de seus olhos, sob pena de irem para o fogo eterno por força de seu conservantismo insensato.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de abril de 2017.

Maurício Silva: José. poderia por gentileza dizer-nos onde o Conde critica o distributismo, se em algum vídeo ou em publicação do Facebook?

Publicações relacionadas:

 http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2013/12/distributivism-nao-e-fascismo-e-nem.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2013/12/critica-de-leonardo-faccioni-ao-conde.html


Maurício Silva: 

1) Acho mesmo que as diferenças semânticas a que você alude entre nacionidade e nacionalidade, ou entre conservantismo e conservadorismo, precisam ser declaradas previamente. O mesmo para liberalismo, que é palavra que a própria Igreja utiliza para condenar a dissociação entre liberdade e verdade em prol de um certo voluntarismo.

2) Dito tudo isso, é forçoso concordar que o meio chamado de tradicionalista exagerou a coisa toda para lá. Numa sanha de se opor ao comunismo, assumiu com unhas e dentes o lado do liberalismo econômico, não raro o de Mises. A esses, a DSI lhes cheira a socialismo, e só por pudor não a condenam publicamente.
 


José Octavio Dettmann:

1) Sobre essas diferenças semânticas que traço, eu parto do pressuposto de que lêem o que escrevo.

2) Além disso, escrevo para um ouvinte onisciente. É o próprio Deus que ouve tudo o que falo. E quanto mais eu falo, mais ele me conta, a ponto de escrever mais, visto que não tenho ouvintes ou leitores reais que realmente se interessam em ir mais a fundo no que escrevo. Estou longe de esgotar a matéria e nem tenho pretensão de fazê-lo.

3) Infelizmente, eu não tenho esses 3 ou 4 alunos que o Olavo têm que leram tudo o que ele produziu. Vamos fazer o seguinte? Se estiver em dúvida, vai lá no meu blog e faz uma busca. Em geral, eu estou retomando uma postagem anterior, ou repetindo as coisas sob um novo ângulo. Tem sido cada vez mais raro trazer algo novo.

4) Usei tudo o que realmente sei. Tirar algo novo daí anda realmente difícil. É como tirar leite de pedra.

domingo, 16 de abril de 2017

Como os produtos da terra santificam a terra em que nascemos?

1.1) É verdade que a história do Brasil pode ser contada por meio dos produtos de excelência desta terra.

1.2) O primeiro deles, o pau-brasil, consagrou a Terra de Santa Cruz como uma terra de excelência. Se para São Josemaria Escrivá o trabalho santifica o homem, então ser brasileiro, extrator de pau-brasil, santificou esta terra inteira.

1.3) O segundo produto da terra - o ouro e os diamantes - consagrou todo o antigo território da capitania das Minas Gerais enquanto escola que prepara para o Brasil tomado como um lar em Cristo. Logo, mineiros, cariocas e capixabas se tornaram escolas de nacionidade, pois são desdobramentos do brasileiro, uma vez que a vocação se desdobrou em outras vocações

2) O Rio de Janeiro é um caso especial, pois este território foi desmembrado da capitania das Minas Gerais de modo a ser capital do Brasil, de modo a melhor fiscalizar a produção de ouro, ao passo que o Espírito Santo passou a ter outro destino, por conta produção cafeeira.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de abril de 2017.

Notas as quatro falácias constantes no conceito de jus solli adotado pela Carta de 1988

1) A lei orgânica que rege a 6ª República Brasileira, a "constituição" de 1988, define brasileiro como aquele que nasce no Brasil, ainda que de pais estrangeiros.

2) Esta definição é fora da lei natural.

2.1) Em primeiro lugar, ela parte do pressuposto de que o Brasil é um país independente - e o marco dessa independência está no descobrimento do Brasil, no ano de 1500 da Era Cristã. E esse ano de 1500 constitui o "marco zero da civilização brasileira" - e para pensadores como Oliveira Vianna, nós estamos no "século VI", o que acaba por se tornar o mito fundador de uma civilização totalitária e descristianizada, fora daquilo que foi fundado em Ourique. E isso contraria o conceito de civilização, pois isso só edifica anarquia, por ser destituído de sentido.

2.2.1) Em segundo lugar, o conceito de nascer não é o mesmo que tomar o país como um lar.

2.2.2) Para se tomar o país como um lar, é preciso que a pessoa tenha consciência de que é descendente de portugueses ou que seja grata aos portugueses por tudo aquilo que se fez a esta terra, tendo por fundamento aquilo que foi edificado em Ourique: de que devemos servir a Cristo em terras muitos distantes.

2.2.3) E nós somos herdeiros disso, uma vez que nosso descobrimento é o desdobramento dessa missão em terras americanas. E por força disso, este é o nosso destino. Por isso, a independência implica necessariamente romper com o nosso passado - o que atenta contra a lei natural, pois viola o princípio da não-traição, o que caracteriza apatria.

2.3.1) Em terceiro lugar, a chuva cai sobre justos e injustos.

2.3.2) Quem é nascido biologicamente nesta terra e acredita nos falsos mitos inventados que levaram à edificação deste governo apátrida, esta República que nos domina há 128, é apátrida. E por ser apátrida, essa pessoa é incapaz de governar a todos aqueles que tomam o pais como um lar em Cristo, visto que não tem autoridade alguma. Por isso mesmo, não poderia se candidatar a cargo algum, seja de vereador, deputado ou mesmo senador.

2.3.3) Logo, apátridas - como o Aloysio Nunes, que está como senador por São Paulo - não representam ninguém, a não ser a ideologia globalista que os sustenta - e quem votou nele está em conformidade com o todo que vem desse nada.

2.4.1) Em quarto lugar, o conceito de nascer pode ser relativizado, pois já há no Brasil um movimento muito forte para o aborto que seja um direito - e não um crime, tal como é na realidade.

2.4.2) Por isso mesmo, a mulher empoderada acabará tendo poder de vida e de morte sobre um ser indefeso. E quem faz isso é apátrida, pois não toma o Brasil como um lar em Cristo, uma vez que está em conformidade com as ideologias que gravitam em torno desta terra, o que significa que ela vive em conformidade com o todo que vem desse nada.

3) Estas são, portanto, as quatro falácias a respeito do conceito de jus solli adotado por esta carta constitucional
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de abril de 2017.

Notas sobre a lei de imigração ou do projeto de lei de um apátrida que está chamando outros apátridas para uma invasão branca

1) Se apátrida é todo aquele que edifica liberdade para o nada, então uma das formas de edificar a liberdade para o nada é semear relativismo moral, religioso e cultural - e isso pode se dar por meio de uma lei de imigração, lastreada numa liberdade voltada para o nada. Por isso mesmo, o libertarismo prepara o caminho para o comunismo, para o totalitarismo.

2) Isso não é livre imigração, uma vez que a verdadeira liberdade nasce da verdade. E é da verdade que nasce a amizade, a base para se formar uma sociedade política ao se tomar o país como um lar com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3) Essa lei de imigração não passa de uma invasão branca. O autor do projeto de lei, Senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) é comunista e participou da luta armada - logo, um terrorista. Por ser apátrida, ele está preparando o caminho para a invasão de outros apátridas: os muçulmanos.

4) Esta lei é um atentado contra a lei natural, a verdadeira constituição, e um atentado contra a nacionidade desta terra, com base naquilo que foi edificado em Ourique.

5) Se você toma o país como um lar em Cristo, você tem que combater com unhas e dentes este projeto nefasto. Ainda que sejamos poucos, nós salvaremos esta terra, uma vez que temos a coragem de não sermos atuais, pois não vivemos em conformidade com o Todo que vem deste governo apátrida, que é a República.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de abril de 2017.

Por que o apátrida está em condição inferior a do nacional? E por que ele está em condição inferior a do estrangeiro?

1) Inferno vem de inferum, do qual vem a palavra "inferior".

2) Todo aquele que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade desliga a terra da qual nasceu àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. Por isso mesmo, o apátrida está à margem da lei natural - e tudo o que decorrer desse comportamento está vazio de autoridade, uma vez que não pode ser obedecido, por se tratar de non sequitur. Por essa razão a República Brasileira é algo bem pior do que ser dominado por um governante estrangeiro - trata-se de um governo de apátridas para apátridas, o qual prepara o caminho para o comunismo.

3.1) Todo sujeito que nasce biologicamente num país de língua portuguesa e que fica à margem daquilo que foi edificado em Ourique é apátrida. Este sujeito está fora da lei natural e da missão que herdamos diretamente do Cristo Crucificado.

3.2) Por estar à margem da lei, o apátrida é tanto um pária quanto um proletário, pois não contribui em nada para o desenvolvimento da Terra de Santa Cruz, a não ser colocando filho no mundo de modo que os comunistas façam doutrinação ideológica na cabeça deles desde a tenra idade, defendendo toda uma sorte de causas estranhas àquilo que decorre de Ourique, como a República ou o pan-americanismo, por exemplo.

3.3) Portanto, ser apátrida é estar em condição inferior - e esta condição os levará ao fogo eterno, uma vez que isso é ter alma de escravo.

4) O apátrida está abaixo da condição de nacional - e da condição do estrangeiro, pois o estrangeiro pode, se tiver boa vontade, aprender a tomar o país como um lar a partir da virtude dos que nasceram na Terra de Santa Cruz e que tomaram esta terra como um lar em Cristo, com base no Crucificado de Ourique - e é por meio disso que haverá brasileiros de verdade, uma vez que extrair pau-brasil é o primeiro trabalho santificador desta terra, uma vez que molda nosso destino histórico enquanto desdobramento dessa missão da qual somos herdeiros.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de abril de 2017.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Notas sobre um apanhado histórico da atividade bancária enquanto atividade economicamente organizada

1) O primeiro fundamento para a atividade bancária dentro do seio familiar é a confiança. Você precisa ser honesto, de modo a cuidar do patrimônio dos outros - e antes de cuidar do que é dos outros, você precisa cuidar do que é seu primeiro.

2) Se você não amar o dinheiro mais do que a Deus, então você será capaz de cuidar do que é dos outros. Eis o segredo para atuar no ramo da custódia.

3.1) Os primeiros bancos nasceram de estalagens e pousadas familiares que ficavam às margens das rotas comerciais: os caravançarais. Nelas, os peregrinos paravam para descansar, tomar uma cerveja, comer uma comida decente e depois prosseguir viagem. 
3.2) Por isso, quando estavam em outra terra, eles deixavam as moedas de sua terra estrangeira como garantia de que pagariam a hospedagem, em moeda local, assim que voltassem do mercado. Como as moedas eram cunhadas por meio de autoridade estrangeira, isso gerava uma espécie de fidúcia, visto que aquele soberano garantiria a obrigação assumida, o que gerava uma espécie de penhor, pois naquele tempo as moedas eram bens infungíveis. E esse penhor era a causa de empréstimo.

4.1) À medida que a confiança crescia, a relação de penhor era substituída por uma relação de câmbio - e essa relação de confiança se dava porque havia acordos de paz entre os soberanos, o que fazia com que os países fossem tomados como parte do mesmo lar em Cristo. 

4.2) Por isso, a moeda de uma autoridade estrangeira era trocada por outra da economia local, o que gerava financiamento recíproco - o viajante podia comprar o que quisesse da economia local e o estalajadeiro podia comprar o que quisesse, se fosse para a terra do peregrino. Assim, a riqueza era distribuída de país para país de maneira igual e, por força disso, acabava havendo distributivismo, dado que as moedas estavam lastreadas no ouro, um padrão universal de valor, já que todas as nações são iguais perante o Deus verdadeiro, já que todas são irmãs em Cristo.

5.1) Da custódia, o próximo passo é o investimento.

5.2.1) Um banqueiro acostumado a servir aos peregrinos na estalagem sempre manterá uma contabilidade organizada, de modo a registrar a entrada e saída de dinheiro. Se os peregrinos tivessem algum crédito a receber, esse bem viria do pagamento dos juros que eram dados a quem pedisse dinheiro emprestado ao banco de modo a criar uma atividade econômica organizada,  o que criava uma relação trilateral, o fundamento da circulação do crédito. E o segredo da livre circulação de crédito está na corretagem, uma relação de A (estrangeiro) para C (nacional) mediada por B (banco), um conhecido em comum.

5.2.2) À medida que a corretagem institucional do banco se torna notoriamente confiável, temos um título de crédito, visto que temos uma nota que promete o pagamento de uma determinada obrigação - e, nesse ponto, o banco acaba servindo de agente fiduciário do título de crédito, visto que ele conhece o credor e o eventual tomador do empréstimo, um nacional que pega dinheiro do banco de modo a organizar uma atividade produtiva. Se o banco serve a toda a uma comunidade de conhecidos, que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então o risco de essa obrigação não ser paga era baixo.

5.2.3) Mas à medida que o amor ao dinheiro começou a ser o norte da sociedade, a circulação de crédito passou a gerar um risco, dado que o tomador do crédito é um ser desconhecido e não se sabe se ele tem histórico de ser bom pagador no banco - e esse problema se deu por força da livre circulação do crédito, sem restrição a pessoa alguma.

5.2.4) E o risco começou a se instaurar e a ser distribuído a toda sociedade, a ponto de se tornar um risco social, a ponto de gerar um sistema de execução que dispensa todo um processo de conhecimento, dado que seria difícil apurar o verdadeiro culpado e a devida responsabilização subjetiva do sujeito, o que mataria todo o senso de tomar o país como um lar em Cristo, uma vez que o conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida de não pagar ao verdadeiro devedor estaria disseminado na sociedade, gerando convulsão social, uma revolução por conta da crise financeira. E esse fato se agravou quando a não crença protestante em fraternidade universal passou a ser o norte de todas as coisas, edificando liberdade para o nada.

5.2.5) É por conta desse problema, talvez, que o Estado passou a ser o agente garantidor das atividades bancárias, acabando com a livre atividade bancária, fazendo com que os bancos fossem reduzidos a agentes públicos sujeitos à autoridade de um banco central. E neste ponto o banco privado se torna uma espécie de permissionário, dado que a eficiência de uma instituição privada é conveniente para a autoridade pública, com relação ao trato econômico. E disso para o comunismo é um pulo.

5.2.6) É por conta disso que nasceu o nacionalismo monetário, o que acaba gerando um verdadeiro sistema de conflitos internacionais, visto que a moeda do mais forte acabava gerando inflação no país economicamente mais fraco, por força da abolição do padrão-ouro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de abril de 2017.