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terça-feira, 21 de março de 2017

Notas sobre os dois tipos de justiça eleitoral

1) Existem dois tipos de juiz eleitoral.

2) Um deles é o eleitor, aquele que mora numa cidade e decide quem vai governar a cidade de tal maneira a que ela seja tomada como se fosse um lar em Cristo - e se essa cidade se tornar um modelo de cidade virtuosa, isso influencia as demais cidades do estado e do país inteiro.

3) O outro é o juiz de Direito que resolve os conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida.

4.1) Se tivéssemos realmente governo de representação, os partidos representariam as classes profissionais que constituem a nação, de modo a que seja tomada como se fosse um lar: haveria a classe dos professores, dos advogados, dos médicos, dos engenheiros e outras tantas. Não seriam partidos pautados numa ideologia.

4.2) Por força disso, o conflito nas eleições seriam conflitos de família, uma justiça de relação. E o acusado pelo crime eleitoral seria julgado pelos seus pares, o que acabaria levando à formação de um júri eleitoral para decidir a questão, algo que tem fundamento na Magna Carta inglesa, que é conforme o Todo que vem de Deus neste ponto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017.

Notas sobre a gênese do Poder Moderador no âmbito de uma cidade singular

1) Quando a cidade é muito pequena, onde todos conhecem a todos, não é necessário Poder Moderador. Se esse pequeno lugarejo vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, então uma república cristã terá os mesmos fundamentos da antiga república romana, em que ninguém será escravo de outro homem, mas de Deus.

2.1) À medida que a cidade cresce, mais impessoal fica a cidade, pois os indivíduos na sociedade tendem a se especializar num determinado trabalho.

2.2) Se a cidade se torna impessoal, então seus cidadãos são relativamente conhecidos uns dos outros - e é neste ponto que surgem as classes, que podem vir a ser as facções se essas classes forem tomadas como se fossem uma religião, de modo a impor sua verdade a todos os outros.

2.3.1) É por conta disso que já começa a haver poder moderador, pois o interesse de uma classe não pode colidir com uma outra a ponto de causar conflito.

2.3.2) Afinal, as classes são parte de uma mesma família - e o exercente do Poder Moderador toma a cidade como um lar e os habitantes de sua cidade como um espelho de seu próprio eu, o que faz da cidade uma Igreja doméstica mesoscópica, pois seu exemplo será distribuído a outras cidades da região, o que leva ao país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, já que uma região serve de escola para as outras escolas, quando esta é virtuosa.

2.3.3) Eis aí que podemos dizer que a monarquia é a evolução da república, uma vez que o regime político tende a evoluir à medida que a cidade se torna cada vez mais complexa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017 (data da postagem original).

Notas sobre a relação entre voto aberto e a observância da desigualdade natural que há entre as pessoas tanto em relação à instrução quanto em matéria de experiência eleitoral

1) Se o voto fosse aberto, haveria desigualdade em matéria de opinião e experiência de votar, o que faz com que o valor do homem se meça pela sua responsabilidade e experiência - e quanto mais responsável for o eleitor, maior é o peso do seu voto, que servirá de motivo determinante para se eleger ou não determinado candidato.

2.1) A sociedade é composta de homens desiguais: há pessoas jovens e pessoas mais idosas.

2.2) Uma pessoa jovem sequer tem experiência de vida de modo a que possa selar o destino de uma nação - logo, o peso relativo de seu voto terá pouca influência sobre a escolha de um candidato, pois ainda não tem idade para discernir o que é certo do errado, muito menos cultura suficiente para motivar seu voto.

2.3) Uma pessoa mais idosa, mais experiente, participou de várias eleições e tem experiência para motivar seus votos com sabedoria, a ponto de fazer boas escolhas de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. E isso tem um peso crucial, pois os mais idosos são a reserva de sabedoria da nação - logo, são uma reserva moral. 

2.4.1) É justamente porque a sociedade é composta de pessoas desiguais o que peso de suas opiniões, palavras e votos é desigual.

2.4.2) Logo, os mais sábios e sensatos são os que possuem o direito natural de escolher aqueles que são chamados a servir ao país de modo a que seja tomado como se fosse um lar em Cristo, ainda que esse chamado se estenda a terras distantes, tal como foi estabelecido em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017.

Se um mau juiz pode ser recusado, então um mau eleitor pode ser recusado, se o voto fosse aberto

1) Se o voto fosse aberto, somente os que são reconhecidamente sábios e santos votariam, dado que são conhecidos publicamente por serem sensatos e justos, já que estão fazendo justiça no âmbito das eleições. E é por haver gente assim que esses eleitores não têm o direito de serem tolos, tal como os liberais costumam pregar e que edifica liberdade para o nada, uma vez que a verdadeira liberdade e está na verdade - e isso leva à responsabilidade.

2.1) Um eleitor que faz uma má escolha peca publicamente contra toda a nação - e é por pecar publicamente que ele pode ser recusado, se ele for chamado a votar.

2.2) Em tempos online, podemos ver o histórico de candidatos que um determinado eleitor escolheu e os motivos determinantes de seu voto, assim como o histórico de coisas feitas por um determinado candidato ao longo de sua trajetória política.

2.3) Uma eleição pode ser impugnada se houver maus juízes eleitorais, maus eleitores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017.

Notas sobre a relação entre voto aberto e os motivos determinantes de uma eleição

1.1) Todo aquele que vota num candidato faz uma escolha pública.

1.2) Como este está investido na função de juiz, de modo a dizer se este e não aquele candidato é o mais adequado para nos servir numa determinada circunstância em que nos encontramos, ele precisa motivar seu voto. E os motivos determinantes estão não só nome do candidato e suas propostas, mas também numa boa razão pela qual este e não aquele foi escolhido.

2) A capacidade eleitoral de votar (jus sufragii) implica motivar uma sentença - e isso pede um voto aberto. Além do mais, para motivar uma sentença, a pessoa deve conhecer a si mesma, ter uma vida reta, uma fé reta e uma consciência reta - logo, deve ter a ama bem formada na conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a que sua estupidez não comprometa o destino de uma comunidade inteira

3) Em tempos de Estado tomado como se fosse religião, em que os partidos representam uma ideologia e não uma representação das classes constituintes da nação, o voto aberto é impraticável. E os motivos determinantes foram reduzidos a votos quantificados - e os sufrágio dos capazes acaba se reduzindo ao sufrágios dos incapazes, dos oligofrênicos, dos jumentos municiados de título eleitoral. E é neste ponto, portanto, que a República moderna se reduz a uma utopia, a algo que não tem lugar naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017 (data da postagem original).

Mais notas sobre Direito Eleitoral

1.1) Direito de votar (jus sufragii) implica escolher, dentre os candidatos, o mais adequado para a circunstância em que nos encontramos. E isso pressupõe que os candidatos sejam conhecidos e que as propostas sejam conhecidas e debatidas publicamente por toda a comunidade.

1.2) Candidatura vem de candura - alguém que tenha percorrido o caminho das honras com lisura e em conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a que possa a servir a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento com propostas que façam com que o país seja tomado como se fosse um lar Cristo em tempos de crise, em que um caminho precisa ser trocado por outro de modo a que esse senso virtuoso se mantenha vivo.

1.3) O direito de receber votos (jus honorum) pressupõe que o sujeito tenha percorrido o caminho das honras. E o caminho das honras políticas pressupõe que você tenha antes percorrido o caminho das honras culturais e econômicas, já que a base do poder está dispersa em toda a sociedade - e você dever servir a seus pares de modo a que te chamem de modo a que você sirva ordem a toda cidade ou a toda nação de modo a que ela seja tomada como se fosse um lar em Cristo.

2) Olhe para a realidade brasileira. Os candidatos são seres imundos e a política brasileira não tem cursus honorum (a pessoa pode ser presidente sem nunca ter tido uma vida pregressa, o que favorece os aventureiros). Além disso, a maioria dos votantes não tem capacidade eleitoral - muitos possuem consciência deformada, dado que tomam o país como se fosse religião ao invés de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, o que causa uma espécie de oligofrenia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017.

Notas sobre a relação entre economia e psicologia e seus efeitos na ordem legal positiva

1) Recordo-me, num texto de Milton Friedman, que economia aloca os recursos de modo a garantir a máxima satisfação dos desejos. Como uma ciência de ordem, ela é um dever ser.

2.1) A psicologia estuda a origem e a formação dos desejos.

2.2) Ela estuda a projeção do ser de modo a que a ordem seja a projeção desse ser.

2.3) Se o desejo for desordenado, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, isso acabará edificando liberdade voltada para o nada - e o mercado acabará fazendo do relativismo moral uma mercadoria, um produto a ser consumido, tal como o marxismo modinha o é.

2.4) Graças ao consumismo, em que uma alma desordenada estimula outros a serem tão desordenados quanto esta alma, temos o ativismo judicial feito de tal maneira a perverter tudo o que é sagrado e acabar destruindo todas as bases cristãs da Civilização Ocidental.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017.