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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Notas sobre os dois tipos de filhas de Mariane


1) Existem dois tipos de filhas de Mariane: as que se exibem na rede social de bikini, a ponto de exibir ao Deus-dará suas vergonhas, e as republicanas mais intelectualizadas, que fazem da atividade intelectual um meio de angariar os elogios dos puxa-sacos, quando ficam a exibir livros, em vez de bikini, nas rede sociais.

2) A filha de Mariane de tipo 1 é bem comum, mas perde sua força com o passar do tempo: quanto mais velha fica, menos interessante se torna. A filha de Mariane do tipo 2 é menos comum, mas é mais perigosa: ela conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, tem consciência do que faz, sabe que está à esquerda do pai no seu grau mais básico e realmente deseja se aprofundar nesse lamaçal revolucionário.

3) A mulher conservantista é a mais perigosa das feministas, pois a mentalidade revolucionária se aprofunda a partir do mais puro conservantismo - ao se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a liberdade voltada para o nada é buscada e desejada. E isso leva à perdição. Elas são a personificação do fruto que Adão comeu no Éden - e este pecado contaminou a toda a descendência.

4) Para se fugir de uma mulher deste tipo, todo homem deve aprender a conservar a dor de Cristo. E quando se conserva a dor de Cristo, dizendo sim a Ele, ele consegue enxergar o conservantismo da mulher e separar a mulher pecadora da mulher virtuosa. Pois a mulher virtuosa ama e rejeita as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

5) O verdadeiro amor está na amizade. Se duas almas não amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então não haverá aliança com Deus, de modo a que se edifique uma família, uma verdadeira Igreja doméstica. Sem a família, não  haverá comunidade - muito menos, senso de se tomar o país como se fosse um lar com base na pátria do céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2015.

Notas sobre a construção material da lingugagem


1) Se gramática é a construção material da linguagem, então a construção material mais duradoura é aquela que proclama as coisas do modo mais simples e direto possível. Afinal, tudo o que é dito dessa forma é conforme o Todo que vem de Deus.

2) Quando se proclama a verdade, você está semeando consciência. E quando você escreve, você está levando o presente da nossa linguagem para aquilo que um dia vai acontecer, para as coisas futuras. Como a sinceridade é a presença da alma diante da realidade, de modo a dizer sim a Deus, então a linguagem se torna atualizada - e isso se torna constante, à medida que o povo aprende a tomar o país como se fosse um lar com base no sim que você deu ao Cristo Crucificado de Ourique, de modo a servir a Ele em terras distantes.

3) Houve quem dissesse que intelectuais odeiam a proclamação, já que procuram a forma pela forma. Eles não percebem que essa busca é vã e efêmera - e persistir constantemente nisso é conservantismo, pois eles estão conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. Não é à toa que esses, que forjam palavras, estão à esquerda do Pai no seu grau mais básico - e sua fé, fundada em sabedoria humana dissociada da divina, tende a entrar em metástase, tão logo se aprofunde neste lamaçal revolucionário em que nos encontramos.

4) A verdade pede a forma mais adequada, de modo a que seja proclamada ao maior número de pessoas possível. Por isso, ela pede formas simples e diretas. Tudo o que não for simples e direto não terá valor diante da eternidade - e é isso o que realmente conta,

Ver também:

Notas sobre a crise de erudição dos nossos tempos: http://adf.ly/1SeaXO

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Notas sobre a crise de erudição dos nossos tempos


1) O problema dos que escrevem de maneira erudita é que eles querem fazer uma guerra cultural na base do sabre e do florete, armas do doce estilo novo da Renascença, quando na verdade a guerra cultural de nosso tempo nos pede que usemos armas de destruição em massa. Eles se esquecem que nós vivemos em tempos de cultura de massa - por essa razão, a ars bene decit deve ser reduzida a uma verdadeira ciência de modo a se dizer a verdade da maneira mais simples e direta possível. Afinal, devemos cortar as inutilidades, pois a verdade precisa ser dita de maneira urgente ao maior número de pessoas possível.

2) E esta guerra não pede artistas, mas verdadeiros engenheiros que façam a engenharia reversa das palavras, de modo a encontrar o verdadeiro conceito por trás delas, pois o marxismo se vale da mais sofisticada técnica literária de modo a confundir o leitor. Ela também pede arquitetos, de modo a que as coisas sejam bem ditas de modo simples e de maneira funcional, pois a verdade, aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, deve habitar em nossos corações, pois a lei eterna deve estar em nossa carne, em nosso mundo interior.

Ver também:

Notas sobre a construção material da linguagem: http://adf.ly/1SheRZ

Sem a Aristocracia a classe média tende à proletarização


1) A verdade é que classe média tende à proletarização, quando se nega a real finalidade da aristocracia para o bom funcionamento da sociedade humana. Para se compreender isso, faz-se necessário tomar como se coisa um fato que não costuma ser dito por aí. 

2) O aristocrata, originalmente, não é um homem revestido de privilégios arbitrários, fundados em sabedoria humana dissociada da divina, tal como um filho da "Fortuna". Na verdade, o nobre é de fato um indivíduo de talentos bem delineados, cuja função histórica, em outros tempos, foi de crucial importância de modo a se sustentar todo um projeto civilizatório, feito de tal maneira a que se tome o país como se fosse um lar, tendo por Cristo Fundamento - e me arrisco a dizer que ele ainda se faz muito necessário, ainda mais nos dias de hoje.

3) O fato de haver indivíduos medíocres confundidos entre os verdadeiramente nobres não desfaz a tese que sustento - na verdade, isso sinaliza uma verdade constante, coisa que já houve em certas épocas da história da civilização humana: quanto mais a classe dita nobre definha por seus próprios elementos, mais a sociedade padece, por lhe faltar o elemento orientador, a classe do agir. Tomemos como exemplo o sistema de castas hindu - cabe à classe dos guerreiros todas as funções administrativas, inclusive a aplicação da justiça e a defesa. Acima dela, só a classe sacerdotal. Abaixo dela, os comerciantes e homens de negócio - e, ainda mais distante, os servos.

3) O proletário pode ser entendido como a plebe que pertence ao estrato mais baixo - não aos servos ou aos comerciantes, mas aos párias. Estes, pela disposição verdadeiramente errática da alma, não possuem uma meta clara: não servem aos outros, não produzem bens que sirvam aos outros, não aplicam a justiça nem administram o governo, muito menos se preocupam com as coisas próprias do espírito - o que o pária é o contrário daquilo que faz um servo ser o que é: ele deve perseverar na obediência e na lealdade; assim como o mercador, no sentido verdadeiro de seu papel social, que deve prosperar materialmente e produzir riqueza, coisa indispensável para o sustento de todos.. Eis aí porque o vocábulo "proletário" é enganoso, pois, em nossa cultura, esta palavra é usada para descrever um tipo de sujeito de posses modestas, que vive uma vida que não é reta e que possui hábitos e gostos vulgares, voltados para uma liberdade voltada para o nada, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus

                                                                         * * *

4) Há em nossa sociedade - seja no chão da fábrica, seja no comércio de rua - muitos párias.

5) A gênese desse mal sistemático está no fato de que a classe guerreira deixou de reconhecer a importância do papel da classe sacerdotal para o bom andamento da sociedade; quando esse vício se torna tendência, a sociedade se fecha para Deus - e fecha-se de tal modo que a classe guerreira deixa de exercer bem as suas funções, pois ela deixa de ser o modelo de referência da sociedade, uma vez que deixou de ser a classe do agir. E isso acaba produzindo verdadeira uma reação em cadeia: como os comerciantes e servos já não podem mais se nortear pelo exemplo que lhes vem de cima, voltam-se para aquilo que vem de baixo, a ponto de acabar descambando para imoralidade e para o vício. Ao final de algumas décadas, acabam confundidos com os párias, pois traíram sua missão inicial, uma vez que outros a traíram. Como não há classes dirigentes, classes de referência, eles acabam sendo incapazes de conduzir com retidão seus assuntos. Quando a justiça se deteriora por ignorar as verdades do espírito, os mais simples desvirtuam-se por não ter quem lhes coordene. Cada homem, já convertido num átomo solto, difuso mesmo, arrasta-se tontamente, tateando o chão como um cego sem um guia.

5) Por isso se diz, com razão, que uma aristocracia consciente, submissa às verdades do espírito, é crucial, indispensável para o bom andamento da sociedade como um todo. A falta da mesma leva ao desmoronamento de todo o edifício social - a cúpula, uma vez retirada, parece fazer falta aos demais elementos estruturais - antes, eles eram estáveis enquanto respondiam àquela carga; agora, são livres para desabarem sozinhos. É por essa razão que Leon Bloy já dizia, passados cem anos da queda monaquia na França, que o burguês era um porco que morreria de velhice - e dizer esse tipo de coisa, em outra época, seria considerado descabido, absurdo.

Mateus Pool (https://www.facebook.com/mateus.pool) (texto reescrito por José Octavio Dettmann, de modo a ficar mais simples)

Comentários de Thomas Dresch:

1) Uma das causas do colapso da classe média - no sentido amplo e não no estritamente econômico -, em todos os países e em todas as épocas, é a republicanização, uma vez que não existe uma classe que sirva de modelo às demais nas sociedade. Por conta da falta de um modelo orientador, esta invariavelmente elegerá falsos ícones na mídia, no governo e no comércio, formando uma falsa classe média que tenderá à proletarização, tal como vemos hoje no Brasil, por exemplo.

2) Basta comparar a classe média brasileira do início do século XX, de recente republicanização, e a de hoje, esta que mal sabe falar, mas que enquadra-se, mais ou menos, no mesmo parâmetro econômico (claro que não me refiro às estatísticas do governo, mas ao que se entende pelo senso comum).

Ver também:

Relação entre conservantismo e proletarização: http://adf.ly/qkGqD

Sem tradição não há progresso: http://adf.ly/1Sno5j

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Um estudo sobre duas palavras da língua polonesa

Atentem para estas duas palavras em polonês:

ksi - livro

ksiądz - padre

1) O padre serve a todos de modo que a todos tenham conhecimento da palavra de Deus, de modo a que todos estejam em conformidade com o Todo que Ele edificou.

2) Para isso, deve ser uma pessoa preparada e vocacionada para a atividade intelectual, que é um sacerdócio por excelência.

3) Cristo, ao formar os apóstolos, escolheu pescadores e deu a eles o dom de línguas, através do Espírito Santo - e um dos elementos da mais pura sabedoria divina é o domino das línguas de todos os povos, de modo a que todos sejam salvos.

4) Por conta dos primeiros apóstolos, nós aprendemos estas verdades caras - e os apóstolos fizeram discípulos nas palavras de Cristo.

5) A vocação intelectual, enquanto sacerdócio, necessita de uma reta e sólida tradição fundada na verdade. Se Cristo é a verdade, então a tradição edificada por Ele é verdadeira, pois santifica.

sábado, 21 de novembro de 2015

Só muita pouca gente é que me avalia corretamente

O único que acertou ao me avaliar foi o meu amigo Rodrigo Arantes: ele disse, na época de faculdade, que eu tinha um conhecimento empírico monstruoso. Ele disse que, com um pouco de leitura, eu saberia mais do que o Catharino.

O pouco que aprendi com o Olavo e o tempo que passei escrevendo e meditando substituíram a quantidade de leituras que precisava fazer.

É preciso resistir à vaidade

A vida inteira, as pessoas me julgavam saber mais do que realmente sei.

Na  faculdade, houve uma colega que presumiu que eu tinha lido o Mundo de Sofia - livro do qual só ouvi falar somente a partir dela, naquele momento. Passei pela minha vida de escola sem ouvir falar desse livro. Os anos se passaram - nunca li o livro e ele nunca me fez falta.

Aliás, boa parte dos livros que o Olavo recomenda no COF não me são necessários agora, no momento em que me encontro. Até porque muitos deles fogem à minha competência - e não me sinto pronto para lê-los agora. Quem sabe algum dia os leia?