01) Logo depois que transcorreu em julgado a condenação de José Genoíno e dos demais acusados pelos crimes do mensalão, uma cena deprimente e patética os brasileiros pudemos ver por parte dele: o ato de fazer uma saudação típica da internacional comunista e dizer que é um "preso político". Tudo isso para induzir os incautos a acreditarem no fato de que o STF fez arbítrio ao condená-lo.
02) A acusação foi bem narrada, ele teve direito ao contraditório, à ampla defesa e a todos os recursos a ela inerentes (até mesmo os embargos infringentes estão a ser julgados, com relação aos crimes cuja condenação não foi ainda definida). Ele foi condenado em provas robustas. Ele é político preso - agora o assunto é cumprir a sentença condenatória, que tem força - e isso não pode ser objeto de discussão, mas de cumprimento.
03) Político que rouba não é político, mas bandido. O trabalho do político, que é o mais nobre da civilização, não tolera desvio de função. Chamá-los de "políticos" é até incorrer na perversão das coisas. O fato de se responder a um processo já o descaracteriza como político, pois não se deve ter dúvida quanto a ele, pois a dúvida o impede de exercer a função. A própria regra da constituição já perverte o senso das coisas. Além disso, preso político só deve recair àquelas pessoas que exercem bem suas funções, que passam seus dias presos e encarcerados por conta de regimes autoritários. Mas como se pode chamá-los assim se fazem parte do PT, que é um partido autoritário? Aliás, o PT nem é partido, mas organização criminosa disfarçada de partido. E é aí que está o pulo do gato em se converter o político preso em preso político.
04) Se houvesse discussão de nulidade, eu poderia aceitar o argumento da postura do Min. Joaquim Barbosa no tribunal e ao fato de que o min. Lewandowski atuou mais como um advogado do que um revisor do processo. Isso, sim, daria pano pra manga lá na Corte Interamericana de Direitos Humanos, lá em San José da Costa Rica.
05) Mas tudo isso é pura pose. Como falei em meu mural, ainda é muito cedo para se soltar rojões e fogos de artifícios, pois a guerra cultural contra o PT e o Foro de São Paulo ainda não está ganha, fora que há o risco de se elevar o Min. Joaquim Barbosa ao Panteão dos Heróis da Pátria, repleto de heróis fake como Tiradentes, Deodoro, Getúlio - ou, mais recentemente, Zumbi dos Palmares. É preciso se lembrar que Joaquim Barbosa foi posto no STF pelo PT, em razão da cor de sua pele e já fez coisas completamente contrárias ao que se espera de alguém decente, em sua trajetória: votou em favor das cotas raciais, votou pelo direito de se abortar os anencéfalos e votou pela não-extradição de Battisti, entre outras coisas que por agora me esqueço de citar. Elevá-lo como herói será de uma tolice sem tamanho, como já se fez antes, em épocas passadas.
06) É por conta de haver uma corte que finge um ato de patriotismo e de ser guardiã de uma Carta que rasga todo santo dia, seja em matéria penal, seja em matéria constitucional, ao declarar a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei, que talvez o político preso se torne preso político. Tudo é militricamente calculado - é como montar um lego. Dialética e perversão da verdade é o negócio desses caras. Coisa pensada em níveis profissionais.
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