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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Sobrevivendo à mediocridade: notas sobre as muitas coisas que eu já fui de modo a sobreviver à indigência cultural pela qual meu país passava (1992-2023)

1) Durante a década de 90, mais precisamente em 1992, eu pude perceber a degradação cultural e espiritual do povo brasileiro. Como sou dos anos 80, oriundo de um cenário de excelência cultural, seja esportiva, seja musical, eu tive que aprender a ser muitas coisas, caso não quisesse ser engolido pela mediocridade que engoliu a muitos de minha geração.

2.1) No começo da década de 1990, eu fui jogador de videogame. Tive os principais videogames da terceira e quarta geração. A partir de 1992, eu migrei para o PC. Desse ano até 2004, eu joguei muitos jogos de estratégia, tive que aprender inglês na marra, sem a tecnologia que temos hoje, e desenvolvi o hábito de fazer anotações, enquanto jogava o jogo Sid Meier's Colonization, na sua versão mais clássica.

2.2) Décadas mais tarde, o hábito de jogar anotando acabou evoluindo no estilo de fazer playbooks do The Sims, coisa que comecei a fazer a partir do The Sims 4, quando retomei o hábito de jogar videogame, em 2015, tal como eu jogava na década de 1990: como parte da minha atividade intelectual.

3) Entre 2004 e 2012, eu passei muito tempo estudando, seja para me formar, seja para passar em concurso público. Durante essa época, meu alento era escutar música boa na JB FM e na Antena 1, rádios essas que descobri nos ônibos, enquanto observava tudo a minha volta. Boa parte dessa música era da minha época, a década de 1980. No intervalo das aulas e dos estágios, ia sempre aos sebos, sobretudo à Livraria Imperial, que ficava no Paço Imperial, e ao tradicional Sebo São José, da Rua São José, que foi fechado recentemente, por conta da nova tendência de mercado de muitos preferirem fazer compras na Estante Virtual a irem aos sebos tradicionais. Já em 2005, eu havia descoberto a Estante Virtual e passei a comprar muito do que precisava nesse novo sebo digital - com o tempo, os sebos, enquanto lojas, foram desaparecendo, pois comprar online era bem melhor do que bater perna nas ruas desse Rio de Janeiro tenebroso em que se dá a minha vida.

4) Entre 2008 e 2012, enquanto me preparava para concurso público eu comecei a trocar as moedas acumuladas dos meus pais nas idas que fazia ao restaurante para almoçar - e converti esse capital morto numa boa quantia em dinheiro. Por volta de 2012, quando comecei a namorar Cecília Botafogo, eu abri minha poupança, num banco Itaú próximo à rua onde moro. Quando comecei a receber a doações dos meus leitores, a partir de 2015, eu comecei a montar a estrutura financeira da minha organização, o Dettbank.

5) Em 2012, eu me aposentei dos estudos e em 2013 veio a revolução online que mudaria a face do Brasil para sempre. Em 2014, passei a ser escritor profissional. Escrevi muitas postagens e desenvolvi muito conhecimento, durante meus muitos anos de atividade online, sobretudo no Facebook, rede social onde fui mais ativo.

6) Quando Dilma caiu, houve um periodo de transição entre 2016 e 2019, marcado pelos governos Temer e Bolsonaro. Nesta época, além de voltar a jogar videogame, com parte da minha atividade intelectual, eu digitalizei muitos livros. Pouco após a pandemia, eu comecei a vender muitos dos livros que digitalizei para meus contatos. Felipe Lamoglia foi meu principal cliente e comprou muitos deles. A Livraria Caboclo começou a nascer de fato a partir daí.

7) Da década de 1990 até a primavera brasileira, em 2013, eu fui muitas coisas, de modo a sobreviver à cultura da mediocridade que assolava a minha terra. Eu encontrei a salvação através dos excelentes livros que comprava nos sebos e através das aulas que o Olavo proferia quando ele era vivo. Foi nessa mesma época que me tornei católico e a viver a vida que sempre quis viver, apesar de todas as dificuldades, porque comecei a ver um sentido nessas coisas todas que vivi, pois durante esse tempo todo eu fui um náufrago; por conta do meu vasto conhecimento em História do Brasil, aprendi a sobreviver aos constantes naufrágios do Brasil durante a Era Republicana, a tal ponto que eu já vi os elefantes de Aníbal - nada mais me surpreende e eu não tenho nada a temer. Conforme fui adquirindo cultura e achando diferentes caminhos de modo a sobreviver à mediocridade reinante que contaminou aos que tinham a minha idade, eu aprendi reabsorver as circunstâncias em que se davam a minha vida e dar um novo sentido a elas - ao dar um novo sentido a essas coisas, no sentido de responder ao vazio reinante, eu aprendi a empreender e a criar.

8.1) Hoje. em 2023, eu sou a confluência dessas coisas que me ocorreram ao longo dessas últimas três décadas que mrcaram a minha formação como pessoa.

8.2) Nestes tempos de hoje, ainda aprendi hábitos novos de modo a melhorar meu jeito de ser, como, por exemplo, o hábito de comprar meus livros e jogos com cashback. Outor hábito que adquiri foi o uso de monetizadores de modo a marcar a minha atividade e o tempo do meu dia. Quando vou jogar, escrever ou assistir a algum vídeo relevante, eu me monetizo pelo Honeygain - o que torna produtivo meu tempo, que é ocupado com coisas extremamente úteis à alma e ao senso de se tomar o país como um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de novembro 2023 (data da postagem original).

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Experimentando as lições de Stefan Zweig - como livros criam conexões entre histórias e pessoas no âmbito das relações pessoais - lições da minha experiência pessoal

1) Recentemente, uma catequista me adicionou no Linked in. Quando eu percebi que ela era catequista, dei-lhe como cortesia o livro A verdade como fundamento da liberdade, do Cardeal Avery Dulles. Quando ela viu que o texto era comentado por D. Rafael Llano Cifuentes, ela ficou toda feliz e me agradeceu pela oferta.

2) Depois da conversa, fui na Wikipedia pesquisar sobre quem era ele - e vi que ele foi um dos primeiros pregadores da Opus Dei no Brasil - e a Opus Dei é uma das minhas ordens religiosas favoritas, pois muito do que falam sobre santificação através do trabalho me serviu de base para os meus textos sobre economia católica e sobre nacionidade.

3) Ao tomar conhecimento de quem era realmente D. Rafael, eu tratei de ficar de olho nas obras dele, já que estou no processo de adquirir todas as obras de São Josemaría Escrivá, o fundador da ordem.

4) Esta história me fez me lembrar do que Stefan Zweig dizia sobre a importância dos livros no sentido de conectar histórias e pessoas. Ao oferecer um livro católico a uma catequista, ela jogou luz sobre algo que não estava vendo e que me gerou mais conexão com a minha ordem favorita, a Opus Dei -  o que me gerou um verdadeiro ganho sobre a incerteza em matéria de experiência pessoal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2023 (data da postagem original).

Nota sobre o renascimento da indústria de fliperama como um possível marco histórico que aponte para a existência de uma segunda era de ouro do videogame - notas sobre isto

1) Uma máquina de fliperama é composta de dois componentes: o hardware e o software.

2) A parte de hardware, o engenho industrial, tem um prazo de proteção extremamente curto: em vinte anos, o direito exclusivo de se explorar a patente daquele invento industrial decairá e você pode fazer engenharia reversa dessa máquina de modo a fazer um emulador a partir dela.

3) Essa parte de hardware é um acessório que segue a sorte do seu principal: o jogo, o software. Quando o jogo entrar em domínio público em 50 anos, toda uma nova indústria poderá nascer, pois essas empresas todas lucrarão a partir da nostalgia dos jogadores mais velhos - o que servirá de base para a criação de novos jogos de fliperama tendo por base a era de ouro dessas máquinas, quando elas ditavam o curso do desenvolvimento tecnológico, no final dos anos 80 e início dos anos 90.

4) Quando esses produtos mais clássicos entrarem em domínio público, um verdadeiro cenário de cultura livre e de liberdade criativa será uma realidade sem precedentes - e é nesse cenário que as pequenas empresas crescerão e desenvolverão colaborando umas com as outras de modo a crescerem juntas, muito ao contrário do passado, onde grandes e centenárias empresas, como a Sega e a Nintendo, tiveram que competir umas com as outras de modo a fazer a tecnologia avançar, o que levou ao surgimento da primeira era de ouro do videogame.

5) Tal como a primeira era do videogame, a segunda era passa necessariamente pelo renascimento da indústria do fliperama enquanto uma cultura de entrenimento popular, tal como era naquela época. Se estes jogos ditarem o desenvolvimento tecnológico como no passado, com máquinas dedicadas a rodar jogos da melhor qualidade gráfica possível, então esta indústria acabará renascendo das cinzas, a partir do momento que esses jogos que fizeram a indústria no passado entrarem em domínio público.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2023 (data da postagem original).

domingo, 19 de novembro de 2023

Notas sobre retrogaming e sobre a possível segunda era de ouro do videogame por conta do fato de os videogames clássicos já estarem entrando em domínio público

1) Lá pelos anos 2000, quando estava na faculdade, começaram a surgir os primeiros emuladores de videogame clássicos, os videogames que marcaram a minha infãncia nos anos 80 e começo dos anos 90.

2) Um bom exemplo disso é o Nintendo 8 bits - ele foi lançado em 1983 e o privilégio temporário de sua fabricação expirou em 2003. Agora, qualquer empresa pode fabricar um console portátil para rodar jogos do Nintendo 8 bits para efeito de retrogaming ou fazer emuladores de seus jogos mais clássicos.

3) Com relação aos jogos de sua biblioteca, o direito autoral dos primeiros jogos vai começar a expirar por volta de 2033, quando eles completarem 50 anos de idade, segundo a legislação brasileira. Quando eles atingirem essa idade, muitos poderão hackear a ROM desses jogos, traduzi-la para outros idiomas que não inglês ou japonês, continuar as histórias dos jogos clássicos a partir do enredo original, ou mesmo criar histórias paralelas à trama original, sem a necessidade de pagar licença aos criadores do software ou mesmo à Nintendo, que fabricou o console.

4.1) Conforme sistemas mais avançados vão entrando em domínio público, é provável haver tanto remakes quanto demakes de modo que esses jogos possam ser jogados em consoles mais recentes ou mais antigos, o que aumenta ainda mais a criatividade e a flexibilidade.

4.2) Uma nova era de ouro para o videogame pode surgir a partir daí, por conta dessa ampla liberdade criativa que pode ser desenvolvida a partir do que está disponível, agora destinada a atender necessidades de pequena escala, pois muitos farão dessa necessidade de pessoal se divertir liberdade - e nessa descobrirão um mercado de nicho onde poderão obter ganhos sobre a incerteza neste vale de lágrimas. 

4.3) Se tivesse filhos, eu iria prepará-los para essa cultura de fabricação de jogos de videogame e retrogame tão logo eu possa. Este será o futuro dos jogos daqui pra frente, pois esse será o espaço onde muitos arriscarão e criarão sem o medo de fracassar - e a sorte neste ponto favorecerá os mais audazes, coisa que não veremos nas empresas que trabalham com tecnologia mais moderna, onde o fracasso leva ao prejuízo financeiro, o que os leva necessariamente a apostarem em fórmulas conhecidas e muito demandadas pelo público - o que mata a criatividade, pois videogame é também uma forma de expressão artística. E não é à toa que que faz jogos de videogame é chamado de artista eletrônico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2023 (data da postagem original).

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Notas sobre digitalização de livros e sua relação análoga com o processo de fabricação de vinhos

1) Pela minha experiência com digitalização, eu posso dizer que um livro com pelos cinqûenta ou sessenta anos contados desde a sua publicação é como se fosse vinho envelhecido em um tonel de carvalho durante pelo menos 12 anos - as folhas ficam retinhas com o passar das páginas e estas, por conta de estarem amarelecidas com o passar da idade, tendem a ser mais amigáveis para o trabalho da digitalização, uma vez que tendem a rebater menos luz, já que o papel já não está mais branco.

2) Não é à toa que um dos meus planos é comprar livros novos e deixar que estes envelheçam no armário - isto vai favorecer o trabalho de digitalização que eu faço.

3) Quanto aos livros mais antigos que eu costumo comprar ma Estante Virtual, eu já começo o trabalho imediatamente. Tudo o que preciso fazer é ficar atento a uma só coisa: o prazo do direito autoral, pois, em muitos casos, este está prestes a expirar. Uma vez expirado o prazo do privilégio temporário concedido pela constituição, eu já começo a vender os e-books na minha lojinha no Payhip, sem a necessidade de pagar royalties aos autores e a seus herdeiros, por conta de seus direitos haverem decaído.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2023 (data da postagem original).

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Notas sobre meu dia no Amal Date, nesta véspera de pseudoferiado de 15 de novembro

1) Eu estava no Amal Date e de repente me apareceu uma ucraniana dizendo que queria passar três dias comigo. Se eu pudesse responder, já que não tenho créditos no referido site - coisa que vou ter tão-somente no dia do meu aniversário -, eu diria o seguinte: "aqui no Rio de Janeiro, onde eu moro, passar a tarde com alguém é algo extremamente difícil. Imagina passar três dias com você - isto é algo impossível dentro da conjuntura atual. Além da violência que reina na cidade, meus pais não concordariam com o encontro. Quando tinha 31 anos, eu tive uma namorada - a única que eu tive. Só pude me encontrar com ela três vezes - em todos esses casos, sair para me encontrar com ela foi uma luta, pois meus pais são difíceis de lidar. O namoro durou três anos e só terminou porque descobri que ela votava em comunistas, os inimigos dos valores que eu e minha família mais prezamos."

2) Achando que eu fosse um belo pedaço de carne, ela me perguntou quanto custaria meu dia para que eu ficasse a sós com ela. Eu diria o seguinte: "se você acha que sou um pedaço de carne, é melhor ver corpos no necrotério do Instituto Médico Legal. Eu sou uma pessoa - e segundo Cristo, eu valho muito mais do que muitos pardais. Além disso, você não preza minha melhor parte, que é a parte intelectual - se você lesse atentamente o meu perfil, você perceberia que sou escritor e que tenho mais de seis mil postagens em dez anos de atividade bloguística ininterrupta. Agora, se você me mede pelos seus amores estupidamente desordernados, é melhor nem me dirigir a palavra. Meu corpo não está à venda - sou uma pessoa, tenho valores, além de católico e conservador. Você não passa de uma porca que quer satisfazer os seus prazeres mais baixos!"

3) Depois disso, bloqueei a pessoa.

4) Algum tempo depois, apareceu-me uma outra pessoa e ela me disse: "eu sou uma garota extrovertida. Meus amigos costumam me chamar de a garota do feriado (em inglês, holiday girl). Posso ser a garota de todos os seus feriados?" Se eu pudesse, eu responderia a ela: "não no dia 15 de novembro. O dia 15 de novembro é o dia em que se celebra essa prostituição em forma de regime político, que é a República no Brasil. Para quem é brasileiro sério, e conhece muito bem a história do Brasil, se você diz o que você está me dizendo agora, você seria tomada como se vadia fosse. Por isso, eu estou lhe avisando, pois não quero ser injusto com você."

5) Enquanto aguardo a resposta da moça B, veio-me uma outra moça C, chamada Fernanda, que me mandou o seguinte recado: "José, que tipo de textos você escreve em seu blog?" Eu responderia a ela: "eu escrevo sobre política, filosofia, direito, economia, além de História do Brasil e de Portugal. Ainda bem que você existe, pois você está interessada na minha melhor parte, que é a minha parte intelectual - e eu dou graças a Deus por isto. Se você estivesse no Rio de Janeiro e falasse português, e se a cidade fosse um lugar tranqüilo, eu certamente te chamaria aqui em casa para conversarmos. Eu não costumo sair de casa, pois os serviços dos bares e restaurantes são caros e a comida não é de boa qualidade. É raro eu convidar alguém pra sair, pois as pessoas daqui não se interessam por conhecimento - como você demonstrou real interesse naquilo que tenho de melhor, posso abrir uma exceção pra você, pois sinto que tenho muito a ganhar me relacionando com você. Até te encontrar, você nem imagina como foi difícil meu dia hoje. Acredita que tive de lidar com uma criatura que queria ter sexo pago comigo durante três dias? Como filho de Deus que sou, eu não estou à venda, uma vez que ela não estava interessada na minha melhor parte!"

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2023 (data da postagem original).

domingo, 12 de novembro de 2023

Notas sobre o malefício que os canais de rádio e TV podem causar a uma nação quando se prestam ao trabalho de mentir e desinformar - o caso da Rede Globo

 1) A televisão é um instrumento de informação e este atua sobre o espectador de forma a lhe induzir um comportamento passivo, ante as informações que lhe são transmitidias: basta ao telespectador apertar um botão e as notícias (e tudo o mais que vem desse canal) chegam de forma direta – e em certa medida, de maneira invasiva – , a ponto de violar o direito natural que o telespectador tem de não ser informado sobre uma determinada matéria que não lhe interessa, por conta de prejudicar tudo o que lhe é mais caro em termos de valores morais.

2)  A informação penetra através dos olhos e dos ouvidos e chega até a mente do espectador de tal forma sem que este se dê conta do real alcance e significado dessa “invasão”.  O espectador é um alvo extremamente vulnerável, sobretudo no âmbito psicológico, do que recebe da tv, a tal ponto que ele não tem defesa alguma contra os maleficios que esta causa.

3.1) O espectador não tem como identificar se determinada noticia é verdadeira ou falsa, ou se existe alguma ideologia  embutida  no que é relatado, a ponto de pretender induzi-lo a uma opinião errônea e pré-concebida sobre o que é informado. Esse processo de desinformação induzida é de interesse particular, sobretudo de quem redige ou orienta as redações, ou mesmo de quem impõe a maneira como a noticia nos é apresentada (e a maneira como uma informação nos é apresentada faz toda a diferença, sobretudo da forma como ela é percebida – e  a maneira pela qual a informação é percebida determina a opinião sobre o fato noticiado).  E da maneira que o homo videns fica a navegar pelos canais através dos botões – em busca de um alento, de uma distração para os seus problemas cotidianos –, essas coisas jamais lhe passam pela cabeça e ele nem percebe que está sendo programado.

3.2) Por conta dessa sistemática capacidade que a TV tem de formar a opinião de quem assiste a ela, a emissora de televisão é uma prestadora serviço que depende da concessão das autoridades do Estado e este serviço é concedido para ser prestado à população, em nome do Estado, através de regulações contratuais, impostas pelo direito administrativo. O objetivo dessas regras é evitar que o uso indevido dessa elevada capacidade de formação seja manipulado, de tal modo a gerar uma deformação ou mesmo uma desinformação. Como o indivíduo é vulnerável e hipossuficiente em relação a esta ação traiçoeira, à própria nação, por extensão, é vulnerável e hipossuficiente a esta mesma medida – neste sentido, o Estado atua aqui em duplo sentido, tanto em questão da segurança nacional como também na defesa do consumidor dessas informações.

3.3.1) Um exemplo de norma que visa coibir o referido abuso é a que impõe limitação de certa quantidade de canais concedidos a uma mesma empresa, de modo a impedir a concetração dos poderes de usar, gozar e dispor do meios de comunicação em poucas mãos. 

3.3.2) Esta é uma das normas mais desrespeitadas no Brasil, pois, infelizmente  a referida lei não se estende às retransmissoras da programação central. E assim chegamos à realidade do que ocorre no país, onde uma empresa detém a propriedade de cinco transmissoras da programação, mas essa mesma programação é veiculada por centenas de “repetidoras”, que alcançam todo o território nacional. Isto faz com que a norma seja sistemanticamente violada e faz com que os efeitos perniciosos dessa violação se tornem extremamente perigosos à democracia, uma vez que os controladores da programação central utilizam de meios até mesmo financeiros para expandir o seu poder de influência junto à audiência que assiste à sua progrmamação. Isto é explicado pela alta capacidade financeira da Rede Globo, por ser uma das maiores beneficiárias dos recursos do BNDES desde os tempos de FHC, fato este que pode ser  facilmente ser apurado, desde queo  BNDES revele esta intormação - o que ainda não foi feito, infelizmemnte.

4.1)  Nas regras que regulam a concessão de canais de rádio e TV, vigora-se o princípio de que as informações devem ser prestadas a serviço do bem comum, de toda a sociedade.  Não é o que faz a Rede Globo, uma vez que esta usa e abusa do poder inerente à natureza da TV como instrumento de informação e com esse poder, impulsionado pelos recursos de capital de que dispõe, vai impondo à população vulnerável sua agenda, a ponto de gerar uma desinformação sistemática - o que coloca a democracia no Brasil em risco, como comprovam os fatos que estão a acontecer neste moomento e que choocam a nação – ou, ao menos  aquela parcela crescente da população que se conscientiza dos riscos à democracia da qual a Rede Globo é responsável, por conta do seu comportamento, por conta do flagrante abuso do poder que lhe foi concedido. (Texto escrito originalmente em 2017).

John Earl Keats (autor do texto)

José Octavio Dettmann (revisão e publicação desse texto no blog)

Fonte: https://www.facebook.com/socorro.padilhabrandaovilela/posts/pfbid023di84m861TGsSjkiuWeMwKVkbfT47kbpyMvYm1vMeFB1hbPmjmPs16ZKhPgHYL5Gl