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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Notas sobre a pedagogia do presente (comentários adicionais à série de artigos que escrevi hoje)

1) No conto sobre a dação em pagamento, a palavra em francês para presente (cadeau) lembra cadeia de produção. Como o presente cria um elo, um senso de integração e de responsabilidade entre as pessoas, então a tendência é que as pessoas agraciadas com um presente preferirão os bens futuros aos bens do presente, se todas as coisas forem fundadas no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, pois é em Cristo, não em Chronos, que se dá a plenitude dos tempos - o que cria a inversão da lei da preferência temporal, pois ela se dá no espírito, não na matéria, a ponto de criar um senso de lealdade em Deus fundado.

2) Chronos é o arquétipo do pecado da gula, pois ele devora tudo o que há pela frente, sem dó nem piedade. Ele é a personificação da desesperação e da pressa. Isso é a negação do Espírito Santo, que rege todas as coisas. Não é à toa que é o deus favorito dos que fazem da riqueza sinal de salvação, pois esse demônio foi tomado como o primeiro a cada segundo, a ponto de darem a ele um status quo indevido.

3.1) Tudo o que se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é medido pela justa medida e pela verdade como fundamento da liberdade. Nele há senso de proporções, honra e harmonia, o fundamento da beleza. Quem espera sempre alcança os bens do futuro, visto que a verá a face de Deus, a fonte do verdadeiro poder, do verdadeiro Direito e da verdadeira Justiça. 

3.2.1) Quando recebo um presente de meus pais, estou assumindo como criança o juramento de que devo honrar pai e mãe de modo que esses bens se multipliquem ainda mais. Se eu honrar pai e mãe nos méritos de Cristo, então posso até mesmo fazê-los pararem de gastar dinheiro em coisas que lhes fomentem o vício, como os cigarros, a ponto de investirem nas coisas que de bom produzo, como estes escritos. 

3.2.2) A maior prova disso é que minha mãe mesma parou de comprar cigarros e largou o vício de fumar - e o dinheiro do cigarro virou o dinheiro da minha doação, a ponto de investir nas coisas que produzo de melhor para os meus leitores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Um conto cristocêntrico sobre a dação em pagamento e sobre o senso de tomar vários lugares como um mesmo lar em Cristo

1.1) Se eu estivesse no exterior e me fosse possível receber de presente de aniversário uma muda de árvore frutífera de um amigo da França, eu iria cultivá-la de tal modo a produzir sucos e vinhos da mais alta qualidade, assim como pratos tendo por ingrediente os frutos dessa árvore frutífera que me foi dada de presente na sua mais alta qualidade. Eu só teria o trabalho de cultivá-la no jardim e de aperfeiçoar as sementes da espécie que me foi dada de presente até a perfeição. 

1.2) Ao longo dos anos, por força da amizade, eu receberia diferentes espécies de árvores frutíferas, oriundas de diferentes lugares, cuja doação me foi feita por amigos meus oriundos de diferentes lugares do planeta. Todos eles viram Cristo em mim a ponto de me presentear com alguma coisa útil - eu só tive o trabalho de honrar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que há nessas pessoas, a ponto de estabelecer uma atividade econômica organizada, a ponto de criar alguma coisa útil a partir daí, o que me leva a um caminho salvífico interessante. 

2.1) Na hora que for me encontrar com esse amigo meu da França, no dia do seu aniversário, eu darei a ele uma muda de árvore frutífera, melhorada na sua mais ala qualidade, que recebi de outro amigo meu, oriundo de outro lugar do planeta.  Algo diverso do que ele me deu no passado, em termos de gênero, quantidade e qualidade.

2.2.1) Essa muda servirá como ponto de partida para que ele possa começar a reproduzir a tradição de tomar novos lugares como um mesmo lar em Cristo. 

2.2.2) Ainda que ele não venha a conhecer amigos estrangeiros, eu representarei esses meus amigos estrangeiros que conheci ao longo do tempo, a ponto de dar a ele, todos os anos, todos os presentes que recebi desses meus amigos que se encontram pelo mundo inteiro e que reuni e acumulei na minha pessoa, já que meu ser reuniu informações dispersas num único sistema, a ponto de ser passado a outra pessoa, na forma de uma tradição em Cristo fundada.

3) A dação em pagamento, na forma de presente em Cristo fundado, conecta várias pessoas de diferentes lugares e origens a ponto de criar uma ordem nova, um império de verdade, um império de cultura cuja expressão se dá num estilo de vida livre, fundado na santificação através do trabalho e do estudo, já que a verdade é o fundamento da liberdade, uma vez que os ventos da mudança são soprados pela direção do Espírito Santo, que sopra onde quer de modo a promover a integração destes povos tão diferentes entre si, gerando uma verdadeira dação de investimento em Cristo fundado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Um conto cristocêntrico sobre a teoria dos juros

1) Vamos supor que eu receba de um amigo uma muda de macieira de presente. Eu cultivo a muda e dela uma macieira nasce, a ponto de dar frutos segundo sua espécie. 

2) De tanto cuidar das sementes da espécie, eu acabo cultivando sementes da mais elevada qualidade possível - com as constantes frutas que as diferentes gerações de macieiras vão me gerando com o passar dos anos, eu vou produzindo tortas de maçã e sucos de maçã de melhor qualidade, produtos esses que são repassados aos fregueses da minha bancada de empreendedorismo por um preço justo, pois bons produtos tendem a ser mais caros, a ponto de saciar a necessidade dos Cristos necessitados de bons alimentos.

3.1) Quando chega o aniversário desse amigo que me presenteou no dia do meu aniversário com uma uma muda de macieira, eu lhe devolvo o mesmo presente: uma muda de macieira, melhorada na sua mais elevada qualidade, além de metade dos rendimentos que adquiri por conta de esta pessoa ter me dado uma muda macieira como ferramenta de empreendedorismo - eis os cômodos da coisa. Como vejo nessa pessoa que me deu o presente o Cristo - o caminho, a verdade e a vida - então este presente significou muito pra mim, a ponto de o amador, o que me deu o presente de aniversário, tornar-se coisa amada, já que ele se tornou meu sócio, em Cristo fundado. Logo, o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é o sumo logos e a Ele todas as coisas devem ser dadas, pois todas as honras devem ser dadas a Ele. Eis o princípio da causalidade, pois o motor da ação humana é a vida livre, cujo fundamento se dá na verdade, que é em Deus fundado.

3.2.1) Como sou chamado desde a eternidade a colaborar com a criação, então Cristo, que me ama, me obriga ao seguinte juramento: "juras que vais fazer bom uso das coisas que receberás por acréscimo de modo a multiplicar os talentos e retornar as coisas a mim, quando o tempo da colheita chegar (no caso, o dia do meu aniversário, que é também um dia do juízo, onde Deus julgará minha conduta a cada ano de minha vida que passa, enquanto administrador das coisas de Deus)?" Se juro, então devo me santificar através do trabalho, a ponto de ser honesto, não lesar a ninguém e dar a cada um o que é seu, no seu devido tempo. 

3.2.2) E neste ponto qualquer coisa em Cristo fundada pode ser usada como motor de uma atividade econômica organizada, a ponto de pavimentar um caminho salvífico organizado, incluindo fazer dos frutos da árvore do conhecimento e da vida alguma coisa útil não só a mim, mas ao bem comum. Foi do amor a Cristo que tive a honra não só de consumir dos frutos dessa árvore, como também cultivá-la a ponto de fazer de seus frutos matéria-prima para produtos acabados e melhores, que fazem da necessidade de se comer coisas mais agradáveis ao paladar liberdade, o que gera uma boa cultura, o que aponta para o senso de se tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, uma vez que a verdade é o fundamento da liberdade.

4) Eis a relação entre juros, honra, capitalização moral e princípio da causalidade, uma vez que Cristo é antropologia aperfeiçoada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Reflexão sobre os três últimos princípios da propriedade constantes na obra O Mistério do Capital, de Hernando de Soto

1) No livro O Mistério do Capital, três princípios da propriedade podem ser operados na forma de trindade: a integração entre as pessoas, a promoção do senso de responsabilidade das pessoas e a proteção das transações. Todos esses três princípios se fundam no fato de que o país deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo, já que nele as pessoas se santificam através do trabalho e as riquezas são criadas de modo a se criar um bem comum que prepare esta e as próximas gerações para a pátria definitiva, que se dá no Céu, através de um pacto não escrito entre as gerações. É neste ponto que a política se torna a continuação da trindade, a ponto de ter seu fundamento em Deus, já que a verdade é o fundamento da liberdade.

2) Se conquisto as coisas servindo a quem me é semelhante e ajo com honra, sem violar direito alheio, então eu tenho o direito de receber o pão de cada dia de modo a manter a minha vida e a dos que estão sob minha proteção e autoridade. Se eu for leal e servir a muitas pessoas, eu vou construir um capital de modo a poder investir numa atividade econômica organizada, o que abrirá o caminho para uma atividade salvífica organizada.

3.1) Se alguém me serve fielmente a ponto de querer subir na hierarquia e querer ser senhor e servir a outras pessoas na sociedade, a ponto de colaborar com o progresso e bem-estar da sociedade com seus dons e talentos, este deve ser estimulado a servir seus semelhantes a ponto de ver o Cristo necessitado nelas. E quanto mais bem servir a estes Cristos necessitados, muito mais coisas lhe serão dadas por acréscimo, visando a uma maior glória de Deus. 

3.2) Se muitos desejam o mesmo caminho, estimule esses muitos também, pois de nada adianta concentrar muitos bens em poucas mãos, já que o homem não é Deus. Quando muitos desejam o mesmo fim, isto se tornou uma cultura, pois isto se tornou uma necessidade a ponto de se tornar liberdade - e a verdade, cujo fundamento se dá em Cristo, é o fundamento dessa liberdade.

4.1) No lar está presente a idéia de intimidade e ninguém pode se meter na vida privada das pessoas, já que a vida em Deus fundada é uma vida honrosa e ninguém tem o direito de saber dela a não ser o verdadeiro ouvinte onisciente, que criou todas as coisas do mundo por amor. Contra o Estado totalitário, tudo tem que estar em Deus e nada pode estar fora da apreciação ou contra os interesses do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, já que Ele pode tudo. 

4.2) Esta é a única força que pode deter essa tirania sistemática, fundada no animal que mente, pois ele é tão cheio de si que é capaz de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade a ponto de se obstinar nisso. A fé fundada no conservantismo jamais prosperará - ela é um câncer que já entrou em metástase. Por isso, não percamos a fé - o desespero já toma o outro lado, pois por onde abundou o pecado superabundou a graça, sobretudo a graça de servir a Cristo em terras distantes de modo a tomar múltiplas terras como um mesmo lar em Cristo, o que cria um jeito de ser que não havia antes: o jeito de ser nacionista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2021 (data da postagem original).  

sábado, 14 de agosto de 2021

Como o videogame me introduziu ao universo de Senhor dos Anéis - exemplo do efeito demonstrativo da literatura de Tolkien em outras mídias como o videogame

1) Em 1996, quando eu tinha 15 anos, eu costumava jogar Warcraft - a Batalha entre Orcs e Humanos.

2) Eu sempre joguei com os humanos, já que eram católicos e amigos de Deus. Como o pessoal da minha escola se interessava mais por soccer do que por videogame, eu dizia pra minha mãe que não me interessava por "esporte de orc" (no caso, o futebol). E foi na solidão que acabei moldando o meu ser com jogos de estratégia - o que foi muito bom para mim.

3.1) Muito mais tarde, nestes tempos atuais de rede social, eu descobri que o jogo foi inspirado na obra do Senhor dos Anéis. 

3.2) Se os orcs eram os monstros que representavam a massa ignara e medíocre, cujo gosto é completamente pautado pela cultura de massa, então fiz muito bem em não me interessar por coisas que são próprias de orc, mas naquilo que é nobre e edificante e que me torna humano, enquanto criatura muito amada por Deus. Até mesmo a Santa Religião Católica não é nem assunto para quem tem espírito órquico, pois essa gente só sabe conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que os aproxima do capeta.

4.1) Sem ter lido Tolkien, acabei incorporando a beleza desse universo, através do videogame - eis o efeito demonstrativo por conta dos muitos anos de ter jogado videogame.  Vai chegar um dia que vou ler os livros de Tokien seja na minha língua ou mesmo no original, em língua inglesa.

4.2) Por natureza, não gosto de ser pautado pela moda - gosto de ser conquistado através do diálogo e da demonstração do exemplo. E mídias alternativas como os jogos, que não estão no radar da direita canhota, ajudam a edificar e muito minha consciência neste aspecto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2021 (data da postagem original).

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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Notas sobre minha experiência dialogando com filipinos, vietnamitas e indonésios

1) Ao longo do tempo, tive a oportunidade de conversar com gente das Filipinas, do Vietnã e da Indonésia. Os idiomas falados nesses lugares usam o mesmo alfabeto que usamos: o latino, usado por todas as línguas ocidentais, menos o grego. Por isso, aprender os idiomas desses lugares não deve ser tarefa difícil - o duro é aturar a ausência de cristianismo de certas pessoas dessas regiões.

2) Umas das pessoas que me contatou do Vietnã, uma moça jovem e bonita, se interessou por mim, pois ela achava que eu era um homem bonito. Se ela estivesse realmente interessada em um católico, trabalhador, que lutasse para defender seu país do comunismo e que fizesse dela uma mulher cristã, eu seria a pessoa certa. 

3.1) Infelizmente, ela me escolheu pelos motivos errados - e por saber que esses motivos eram errados, eu fui embora e a bloqueei. Se ela tivesse me escolhido pelo trabalho que faço visando o bem do meu país e o quanto isto pode ser útil a ela, mesmo sendo de uma cultura completamente diferente da minha, eu me sentiria honrado e passaria boa parte do meu tempo cuidando desta alma que foi a mim confiada pelo próprio Deus, ainda que esteja em outro lado do mundo. 

3.2.1) Isso faria com que eu tomasse o país dela como um mesmo lar em Cristo junto com o meu, pois o bom caráter dela compensaria a falta de atratividade que o país dela tem a me oferecer. Afinal, o Vietnã não tem nada a me oferecer, a não ser vantagens econômicas - e o aproveitamento destas vantagens pede um outro tipo de ser que eu não sou. 

3.2.2) Eu não sou um empresário materialista que faz da riqueza sinal de salvação, como os outros - sou apenas um católico e necessito de católicos de modo a crescer numa determinada região, por mais estranha que ela me seja. Até explorar as vantagens de maneira correta, isto pede uma lenta e gradual conversão do povo inteiro à verdadeira fé. E a janela que está hoje aberta poderá estar fechada quando o país estiver pronto para o tipo de trabalho que faço. Não é à toa que prefiro trabalhar com países maduros na fé - como a Polônia, por exemplo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Se devo ser romano na ambição, então qual Roma devo seguir? A dos apóstolos ou a dos césares?

1) Para ser romano na ambição, você precisa fazer esta pergunta: qual Roma devo imitar? A Roma dos Apóstolos ou a Roma dos Césares? 

2) A Roma dos césares não suportou o desejo constante de tomar todo o mundo conhecido por meio da conquista militar. Quanto mais conquistas, mais custos, pois você, como César precisava romanizar aquelas terras de modo a trazer àqueles bárbaros os benefícios da cultura romana, pois nenhuma conquista se completa sem a conquista espiritual. Como César, esse divo, deriva do Faraó do Egito, então você é um falso deus. Esse deus precisou ser destronado de modo a se colocar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem no lugar. 

3.1) Ainda que o centralismo e os custos constantes da máquina pública tenham feito o Império Romano temporal entrar em colapso, tal ordem se transmutou na Roma espiritual, tal como vemos na Idade Média. Ela se tornou a ordem social da Igreja Católica Apostólica Romana, posta em sua doutrina social. Os reinos bárbaros se tornaram vassalos de Cristo - e dentre esses reinos vassalos, a um deles foi concedida a tarefa de expandir a ordem espiritual da Cristandade: o Reino de Portugal, Brasil e Algarves. 

3.2) Quando esse processo de expansão espiritual do Império de Cristo entrou em crise por conta da revolução liberal que sacudiu a Europa, a Polônia foi feita nação vigária dessa tarefa espinhosa, dentro das revelações que Cristo fez à Santa Faustina Kowalska. 

3.3) Eis a diferença que deve ser feita entre a expansão das fronteiras a manu militari (expansão do border) e a expansão das possibilidades de conhecimento da cristandade por conta de converter povos inteiros ao cristianismo (expansão do frontier). Isto aponta muito bem a diferença entre uma comunidade revelada, que serve a Cristo em terras distantes, e uma comunidade imaginada, cujo império foi forjado por um mito fundador e por uma narrativa fundada no homem que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, cuja vaidade e ambição estúpida não encontram limites a não ser quando confrontadas pelo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que é construtor e destruidor de Impérios, o verdadeiro Poder Moderador.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 (data da postagem original).