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terça-feira, 12 de abril de 2016

A doutrina do preço justo está relacionada ao princípio da paridade contratual

1) Quando um trabalho é feito de maneira artesanal, aquele que adquire o serviço leva em conta o esforço do operário, o tempo que foi dispendido e a dedicação do artista. Resultado: ele paga pela peça feita um bom preço, por conta de todos esses fatores - não era algo barato, de modo a depreciar o trabalho do artista, e nem algo caro, fundado na ganância, coisa que está evidente nas intenções de quem vende a peça.

2) A doutrina do preço justo está relacionada à paridade contratual - os contratantes tomam um aos outros como se fossem irmãos em Cristo - por isso, eles agem de maneira leal, reciprocamente falando. As duas partes negociam e chegam num acordo. Logo, a doutrina do preço justo chega a ser o preço de equilíbrio. Isso é algo objetivo - porque se funda na Lei Natural - e é subjetivo, porque se funda na circunstância da venda.

3) Em tempos de economia fundada na automação industrial, onde a peça é feita repetidas vezes e de maneira idêntica, através de trabalhos padronizados e sem levar o toque do artesão - que também é um artista -, o preço tende a ser baixo, de modo a atender necessidades massificadas, presentes ou futuras, o que favorece à especulação. E tudo tende a atender a um padrão geralmente ditado pelo governo, fundado em sabedoria humana dissociada da sabedoria divina. Como tudo é impessoalizado, a tendência é haver um conflito de interesses entre o produtor, o empresário, e os consumidores. E a relação contratual tende a ser judicializada, por ser massificada. 

4) É justamente por conta da judicialização dos contratos que temos também a politização do consumo, que é uma forte marca de ordem totalitária, onde a lei do Estado é tomada como se fosse religião. Ela se funda numa ordem fundada na inexistência da crença na fraternidade universal, que é um dos elementos da ética protestante, da qual o capitalismo tem a sua base. Não é à toa que é uma ordem herética, pois esta ordem se funda no amor ao dinheiro, que é tomado como se fosse sinal de predestinação, salvação, coia fora daquilo que foi dito pelo Cristo: a verdade.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Relação do distributivismo com a bricolagem

1) Eis uma verdade conhecida: se você quer algo bem feito, então faça isso você mesmo.

2) Se no distributivismo cada um é proprietário dos próprios meios de produção, então a bricolagem é o norte dessa cultura.

3) A impessoalidade se caracteriza quando eu passo a delegar a um terceiro algo que é da minha competência, mas que por preguiça eu deixo para uma terceira pessoa. E isso é pecado capital, pois é acídia.

4) Numa sociedade marcada pela impessoalidade, pela delegação sistemática, a gente só tem apenas o elemento da confiança, no sentido de esperar que o serviço seja bem feito. Ora, se a sociedade é impessoal e se funda no amor ao dinheiro na não crença na fraternidade universal, então essa esperança é vã.

5) Para se vencer a impessoalidade, é preciso que você aperfeiçoe os seus dons. Não delegue para um terceiro algo que você pode fazer bem feito. Faça aquilo que pode ser bem feito, pois viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus é compromisso com a excelência - se Cristo é a verdade, então Ele é a excelência. Ele foi pescador de homens e carpinteiro - e fez isso muito bem.

Notas sobre a economia editorial fundada no distributivismo

1) Se no distributivismo cada um é proprietário dos próprios meios de produção, então é perfeitamente possível que eu possa fazer editorações artesanais, mais ou menos como as digitalizações artesanais que faço. Se eu encontrar um contato com alguém com formação em jornalismo, que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, eu já terei a possibilidade de aprender com ele esse negócio de editorar um livro - faço a revisão, a copidescagem, preparo os originais e ainda faço o registro do mesmo na Biblioteca Nacional, de modo a que o livro fique protegido da contrafação.

3) Comprarei máquinas para imprimir material e contratarei um capista. E aí começarei a fazer pequenas tiragens - o primeiro livro comporá o acervo da família, como parte do conhecimento ancestral, que não pode ser perdido. À medida que vou encontrando gente que ama e rejeita as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento, eu vou dando livros, de modo a que esse conhecimento seja compartilhado, mais ou menos dentro da mesma lógica quando se tem uma horta familiar - você vai trocando seus serviços pelos serviços de outros e laços vão se fortalecendo por conta disso.

4) Como conhecimento de família é algo que implica uma tradição, uma ligação permanente com o passado, a sua apropriação será perpétua. Logo, os direitos autorais fundados neste saber são perpétuos, por força da lei natural, uma vez que isso decorre do fato de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo.

5) Os direitos autorais temporários, tal como temos hoje, se fundam numa economia comercial e de massa - e a individualidade do autor acaba sendo devorada pela massa, numa verdadeira antropofagia cultural - e isso mata a tradição, a individualidade, a criatividade, pois a impessoalidade é a regra neste regime revolucionário. Isso existe por conta da ética protestante e do espírito do capitalismo, que é uma cultura de morte, pois o dinheiro é mais amado do que a Deus.

O processo de metropolização começa com a pesca sistemática dos homens

1) Cristo fala que devemos ser verdadeiros pescadores de homens. Se o próprio Cristo Crucificado de Ourique nos mandou que servíssemos a ele em terras distantes, então as ruas virtuais estão livres para o trabalho dos colonos que pescam homens de modo a tomarem este país como se fosse um lar em Cristo, apesar destes 127 anos de República.

2) Todo aquele que pesca os homens nesta rua virtual o faz escrevendo. Como na rede social os virtuosos associados tendem a formar uma metrópole virtual, o mural de um acaba se tornando o longa manus do outro, com base no princípio de que "minha terra é sua terra - faça dela o que quiser, desde que dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus".

3) A expansão do trabalho do colono necessita mesmo da parceria com outros colonos associados, pois o processo de tomar o país como se fosse um lar passa pelo processo de metropolização - e isso implica compartilhar recursos uns com os outros de modo a que o trabalho de um possa desenvolver-se em função do outro. Isso cria um poderoso processo de capitalização moral e espiritual, pois chama ainda mais gente por força da virtude daquele que pesca os homens escrevendo.

4.1) A verdadeira federação nasce desse processo de metropolização. Se um homem virtuoso serve salvando milhares de pessoas, ele é a expressão viva de uma cidade por si mesma. 

4.2) Exemplo vivo disso é o Olavo, por conta do que ele faz este seria rei de sua própria cidade virtual - e as cidades que se associam a ele, como a minha, acabam formando uma metrópole, pois pegam por empréstimo muita coisa que ele desenvolveu e aperfeiçoa. Como diferentes perfis atendem diferentes necessidades específicas, novos territórios são colonizados - e da conjugação desses territórios temos uma verdadeira federação, onde aquilo que é comum, aquilo que é tomado como se fosse um lar por força do Cristo Crucificado de Ourique, acaba sendo o eixo de todas as coisas. Se esse processo começou por um só homem, então ele tem o direito de reger a todos os demais, por força do exemplo e da sabedoria. Eis a monarquia enquanto caminho natural das coisas.

A rua virtual é o espaço do colono, assim como a rua física é o espaço do soldado

1) Muita gente fala que todos devem estar nas ruas. À verdade é que os colonos já estão nas ruas - nas ruas virtuais, exercendo seu ofício cultural, servindo a pátria de modo a ser tomada como se fosse um lar em Cristo, na medida de suas circunstâncias, pois a atividade intelectual é um dom e o efetivo exercício da mesma é liberdade, prerrogativa essa fundada na lei eterna, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Quem tem não tem vocação intelectual tem mais é que ir para a rua física. Essa pessoa não precisa da internet como parte essencial de sua vida - do jeito como a pessoa leva à vida, a internet é algo dispensável. Por isso, a rua física é seu lugar mais apropriado, sua vocação. Como a política do mundo moderno é essencialmente materialista, por conta da falta da Aliança do Altar com o Trono, então esses peões do mundo físico, se quiserem ter uma vida melhor, precisam ocupar as ruas e botar pressão no governo, de modo a que as coisas possam ser feitas.

3) O colono, este que fez da Internet seu espaço para exercer sua vocação, este não precisa ir à rua, fisicamente falando, pois na rua virtual ele já se encontra, servindo a Cristo em terras distantes.

Notas sobre um novo tipo de rua que está a surgir

1) A rua é o território próprio do homem - afinal, ele trabalha e mantém a família, uma vez que a administração da casa fica aos encargos da mulher. Isso é a coisa mais natural do mundo - mesmo que a modernidade negue, isso é conforme o Todo que vem de Deus.

2) Com o advento da rede social, um novo conceito de rua surgiu: a rua virtual. Estando nessa rua, eu posso ir a qualquer do mundo, mesmo que eu esteja em casa - essa foi a única liberdade que me sobrou e foi a única que pude desfrutar, por força das circunstâncias. Nesta rua, o meu ofício é ser o operário da alta cultura, tão necessária para se edificar uma nação na conformidade com o Todo que vem de Deus. Cristo, a pedra rejeitada pelos judeus, tornou-se a pedra angular para os que receberam a missão que Ele nos deu em Ourique. À medida em que construo verdadeiros edifícios teóricos, que mais parecem as antigas catedrais européias, mais eu me ponho em construção. Afinal, eu me considero um operário em construção, pois teço o meu destino enquanto vou tecendo o imaginário da nação.

3) A rua virtual não é muito diferente da rua física - uma vez cumprido o meu trabalho, eu volto para a casa, ao desligar o computador. Fora da internet, volto para a realidade e passo meu tempo com a família. O dia em que eu for casado, poderei passar mais tempo com a minha esposa e com os meus filhos, que serão educados em casa, uma vez liberado o home-schooling. Se eles buscarem a vida intelectual, tal como eu busquei, nós poderemos viver próximos uns dos outros, tal como era antigamente. 

4) O trabalho do mundo moderno, fundado no amor ao dinheiro, não destruirá os laços familiares, pois a vida online, dentro de minha circunstância, me trouxe todos os elementos próprios da vida feudal, pois a economia tornou-se propriamente familiar - e a atividade intelectual é o fundamento da economia doméstica, pois faz da minha casa uma verdadeira empresa. Dentro da atividade intelectual que promovo, eu sou dono dos meus meios de produção: meu computador e meus livros. E à medida que for progredindo, eu posso adquirir uma casa um pouco melhor, de modo a que possa fazer um escritório mais adequado às minhas necessidades profissionais. Na internet, eu conhecerei arquitetos, engenheiros, médicos, advogados - e chegará um ponto em que encontrarei nos meus pares o contato perfeito para atender àquilo de que estou precisando. Jamais serei forçado a fazer negócios com estranhos, com desconhecidos, e suportar essa doença espiritual que vejo por aí: de que todas as religiões são boas e que cada um tem a sua verdade. E falatório dessa natureza é coisa corriqueira, onde quer que se vá - por isso que não quero mais me envolver com qualquer um, a não ser com aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

5) Enfim, de algum modo, estou vivendo o distributivismo, de uma maneira prática.

domingo, 10 de abril de 2016

Não preciso de Rouanet

"O Brasil não tem cultura - o Brasil tem Rouanet" Naidel Caturello

1) Eu, como escritor, eu não preciso de Rouanet, pois meus leitores contribuem comigo no vakinha e no paypal. Minha alma não está à venda.

2) Nominalmente, ganho tanto quanto ganhava nos tempos de estagiário da PGE. Nada mal para quem está em começo de carreira (eu me profissionalizei no ano passado). O dia em que tiver um público numeroso, aí passarei a ganhar tanto quanto um ministro do STF só para fazer o que mais gosto: escrever sobre Direito, Filosofia, História e Teoria da Nacionidade, além de tudo aquilo que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus. E isso é mais edificante do que ficar blindando o "Nove Dedos", com contorcionismos constitucionais que fazem inveja a um que faz isso com o próprio corpo. Esses contorcionismos constitucionais rasgam a Constituição, pois o modelo rígido da referida carta não suporta tantas manobras que visam a flexibilizar ou relativizar a sua aplicação, de modo a edificar a pátria.