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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Notas sobre como costumo jogar meus jogos

1) Eu jogo jogos de estratégia, sobretudo simulação histórica. Estou sempre baixando modificações para o Civilization V, que é o jogo que estou jogando atualmente.

2) Toda experiência nova, eu a registro no meu diário. Eu tenho um diário para cada jogo: eu tenho um diário para o The Sims 3, outro para o Sid Meier's Colonization (a versão clássica, não o Civilization 4 Colonization), um para o Civilization 1, outro para o The Guild 2, outro para o Alpha Centauri (o predecessor do Beyond Earth).

3) Costumo juntar coisas que vi num jogo com coisas que vi em outros jogos. Como os simuladores têm por base algo que é próprio da realidade, isso me serviu de base para muitos artigos meus, uma vez que fazer pesquisa de campo num Rio de Janeiro tomado pela violência é muito complicado.

4.1) Os que fazem modificações para o Civilization 5 costumam fazer muita pesquisa histórica antes de lançar seus produtos.

4.2) Sempre que tomo conhecimento de alguma coisa que antes não conhecia - como a existência da República de Ragusa, por exemplo -, eu vou lá na Wikipedia em inglês e procuro por livros de referência. Eu anoto os títulos numa lista que tenho e procuro comprar esses livros no alibris.com tão logo possa (eles aceitam paypal). Como o dólar está caro e como não tenho contatos nos EUA, eu deixo essas aquisições para outros momentos.

4.3.1) É fazendo anotações de jogos, é lendo, é meditando e consultando a bibliografia que os outros usam que vou chegando lá.

4.3.2) Algumas pessoas com quem lido na Steam ficam admiradas com o meu conhecimento do Civilization 5. Estou sempre colaborando com os que criam modificações para o jogo - sempre mando fotos e apontamentos para eles, devidamente traduzidos para o inglês. Só não partilho este meu lado menos conhecido do meu trabalho porque a direita só joga jogos patrióticos, bolsonarianos (do tipo tiro, porrada e bomba), dada a natureza antiintelectual de muitos aqui nascidos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2019.

domingo, 25 de agosto de 2019

Para melhor compreender Portugal, é preciso estudar outras talassocracias

1) Recentemente, eu havia baixado uma modificação para o Civilization V: a República de Ragusa.

2) A República de Ragusa é uma república marítima que se notabilizou pelo uso do serviço de inteligência a serviço dos interesses do comércio e da segurança do Estado, a ponto de comprovar a relação entre comércio e governo numa obra de Abbé de Condillac, se não estou enganado. Essa república ficava ao sul da Dalmácia, próxima ao Mar Adriático. Atualmente, o antigo território dessa república pertencente à Croácia.

3.1) O que aprendi com essa modificação para o jogo me inspirou a estudar muito ao longo desses dias, a ponto de escrever um artigo apontando que a talassocracia se baseia nesse tripé. Ela me serviu de base para melhor compreender a civilização portuguesa e o que dizia Jaime Cortesão na sua obra A Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses.

3.2.1) Enquanto a direita da esquerda abomina o estudo, eu vou aprendendo muita coisa interessante com os que criam modificações para esse jogo. Só não publico essas análises porque não tenho público interessado nisso.

3.2.2) Como seria bom discutirmos essas coisas! É muito frustrante fazer grandes descobertas e não ter com quem conversar sobre isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2019 (data da postagem original).

Inteligência, comércio e governo - fundamentos da talassocracia

1.1) A abertura de uma embaixada numa civilização estrangeira é sempre uma oportunidade para se reunir informações acerca desse país com o qual você, enquanto governante, tem seu primeiro contato. Esses eventos podem ser de natureza comercial, o que é ideal para a instalação de companhias de comércio. 

1.2) É do conhecimento de eventos contados pelos habitantes locais ou por meio de viajantes estrangeiros que se conhece a eventual oferta ou demanda de uma determinada região, favorecendo assim a integração desses povos, a ponto de converter um inimigo em potencial num amigo ou mesmo aliado. Muitos mercadores ao longo da História atuaram como embaixadores, a ponto de conhecerem as intrigas palacianas da corte onde atuavam como agentes acreditados.
 
1.3) É dessas intrigas políticas que surgiam a oportunidade de organizarem caravanas ou frotas mercantis de modo a atender as necessidades políticas ou econômicas da corte estrangeira. Atendidas tais necessidades, esses diplomatas obtinham os favores do soberano estrangeiro, a ponto de conseguirem uma eventual aliança diplomática ou algum acordo de cooperação de modo a favorecer o desenvolvimento tecnológico de ambas as partes. Dessa forma, esses mercadores conseguiam muito prestígio,  a ponto de a imunidade diplomática ter uma razão produtiva, a ponto de fomentar uma relação estreita entre os interesses do comércio e os interesse de Estado.
 
2.1) Era comum haver reunião nas guildas de mercadores de modo a trocarem informações entre si visando a uma mútua cooperação e mútua proteção, uma vez que da reunião de vários mercadores acreditados em múltiplas cortes havia um microcosmos da ONU dentro do reino onde serviam, a ponto de haver uma reunião de Estado-maior. Ali era uma forma de obter informações privilegiadas e uma forma de produzir informações estratégicas, a ponto de se tornarem um tremendo de um think-tank.
 
2.2.1) Era dessa forma que eles construíam as pontes que favoreciam as relações exteriores que visavam integrar dois reinos como um mesmo lar:o reino onde nasceram e o reino onde serviram como diplomatas acreditados
 
2.2.2) Quando obtinham muito prestígio junto à corte estrangeira, eles passavam a administrar em nome desse rei estrangeiro entrepostos comerciais, a ponto de transformá-los em alfândegas, por conta do constante fluxo de caravanas ou frotas mercantis que passavam pela rota comercial que ligavam esse reino a um outro, seja ele amigo ou aliado. Como separavam uma parte do que recolhiam do imposto para si, na forma de salário, eles passavam a ter economia própria a ponto de organizar uma companhia de comércio, de modo a obter o monopólio dos produtos dessa região, uma vez que detinham a permissão exclusiva de explorar esses recursos da terra de modo a estreitar os laços entre o país onde nasciam e o país onde atuavam como agentes acreditados, enquanto diplomatas. Essas companhias de comércio eram regidas por homens ilustres, geralmente descendentes de pessoas igualmente ilustres cujo passado ajudou a construir um passado glorioso para a nação onde o mercador serve com muito orgulho, imitando o exemplo de seu ancestral.
 
3.1) As companhias de comércio constituem uma forma de imperialismo e uma forma de expansão da esfera de influência de uma civilização junto a uma potência estrangeira. Seu fundamento se respalda no conhecimento acumulado de dados da inteligência de modo que uma nação se proteja da agressão externa de outras - ela não é só uma forma de ataque, mas uma forma de defesa, já que ela é a base da sobrevivência de nações talassocráticas, a ponto de fazer disso uma obsessão, uma paranóia.
 
3.2) Dois eram os fundamentos da talassocracia: quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo e o fato de que é dos inimigos, e não dos amigos, que grandes nações constroem muralhas para se defenderem - eis a razão pela qual nações talassocráticas são essencialmente protecionistas. Isso tende a ser ainda mais pesado se uma nação como Portugal carrega sobre si a responsabilidade de servir a Cristo em terras distantes, uma vez que o sigilo, a discrição, promove mais o verdadeiro de Deus do que a liberdade dos mares, já que isso diz muito sobre o amor de si dos homens até o desprezo de Deus, a ponto de fazer da riqueza sinal de salvação.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2019.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Por que o livro A Teoria da Classe Ociosa deve ser lido antes de se estudar o taylorismo?

1) Sabe um livro que deve ser lido junto com o livro do Veblen? Os princípios de administração científica de Taylor.

2) O fato de haver uma classe ociosa indica um sério problema de eficiência, um problema de gestão.

3) Em termos cronológicos, o livro do Veblen é anterior ao livro do Taylor. Ele causou uma séria repercussão social, a tal ponto que já era uma questão estudada pelos governos americanos entre o final do século XIX e início do século XX (época da chamada Segunda Revolução Industrial).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2019.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Sobre um outro modelo de matrioska que podemos conceber

1) Uma outra variante de matrioska que pode ser criada é esta: a menorzinha é Nossa Senhora de Aparecida; a segunda seria Nossa Senhora da Conceição, a intercessora da Restauração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves; a terceira seria Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América, uma vez que somos portugueses nascidos na América; a quarta, a maior de todas, seria Nossa Senhora de Częstochowa, a padroeira de todos os poloneses.

2) Quando se toma a Polônia e o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves como um mesmo lar em Cristo, então nós devemos ser pequenos, verdadeiras crianças espirituais, no princípio das coisas, de modo a sermos elevados por Deus na chegada, quando tomamos uma nova terra como um lar em Cristo, o que ensejará o nascimento de uma árvore forte e promissora cujos frutos alimentarão e renovarão a chama da verdadeira fé em toda a Europa.

3) Precisamos nos santificar através do trabalho usando os dois pulmões, já que respiramos os ares puros do Divino Espírito Santo constituído na forma de um Império de cultura, não de domínio.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2019.

Notas sobre o que faria se fosse artesão

1) Se fosse artista, eu iria criar babuskas, aquelas bonecas russas, na forma de Virgem Maria.

2) A menorzinha seria Nossa Senhora de Aparecida; a segunda, um pouquinho maior, Nossa Senhora da Conceição; a terceira, Nossa Senhora de Guadalupe; a quarta, a maior de todas, Nossa Senhora de Fátima.

3) Se devemos tomar a Rússia como um lar em Cristo, então devemos fazer de Nossa Senhora a intercessora mais confiável para que a Rússia seja consagrada ao Sagrado Coração. E o meio simbólico para se fazer isso é por meio dessas babuskas, uma vez que ela é uma concepção russa de estrutura do cosmos, onde a pequenez desta serva do Senhor elevou-a à grandeza, a ser Rainha Assunta ao Céu.

4) Se o Brasil é o ponto de partida, então Nossa Senhora de Aparecida deve ser a menor das babuskas; como o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves deve ser restaurado, então Nossa Senhora da Conceição é um pouco maior; como somos portugueses nascidos na América, então Nossa Senhora de Guadalupe é a segunda maior; como a Rússia deve ser consagrada, então Nossa Senhora de Fátima deve ser a maior das babuskas.

5) Era isso que faria, se fosse artesão.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2019.

domingo, 18 de agosto de 2019

Notas sobre fatherland e motherland à luz da teoria da nacionidade

1) Tradicionalmente, o termo pátria é traduzido por fatherland, a terra do pai. É prerrogativa do pai a autoridade e a proteção, coisa que é própria do rei, enquanto pai dos pais de família, primeiro cidadão e vassalo de Cristo.

2) Na língua inglesa, o termo motherland é traduzido por terra-mãe ou metrópole. É a mãe que nutre, tutela e educa, de modo para preparar os filhos para a vida livre em Cristo. É a terra onde a Igreja é necessariamente a razão de ser da vida desse povo, como em Portugal, na Espanha, na antiga França ou mesmo na Polônia.

3.1) Na teoria da nacionidade fatherland é a terra onde o pai nasceu e foi criado. Se ele foi treinado para servir a Cristo em terras distantes, então este homem é virtuoso. Portugal é uma terra de varões, por excelência.

3.2) Motherland, por sua vez, é a terra de onde veio a mãe, onde a devoção mariana é uma causa de nacionidade - se a mãe é muito católica e é polonesa, então da união do casal haverá uma continentalização das almas de tal maneira que os símbolos pátrios que gravitam em torno do pai e da mãe vão se fundir de modo a criar novos símbolos, sem que se perca a referência aos símbolos ancestrais. Os filhos terão o melhor dos dois mundos, tanto daquilo que decorre de Ourique quanto aquilo que decorre da Polônia.

3.3.1) Se ao longo das gerações vários países forem tomados como um mesmo lar em Cristo, então esta família acabará adquirindo tanta credibilidade por deter muitas informações sobre a história de vários povos - e com isso muito poder, pois conhecimento é poder. Naturalmente, essa família será muito cobrada no tocante a edificar as pontes necessárias à integração de todos esses povos que toma como partes de sua família.

3.3.2) Não se trata de um übermensch (super-homem que pode tudo), mas de uma raça de seres humanos voltada para uma vocação cristã específica, uma vez que o nacionalismo impediu que se imaginasse o senso de tomar um ou mais países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2019 (data da postagem original).