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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O catholicismo - a ordem fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus - não é totalitarismo

1) Se o Todo transcende a soma das partes, isto não quer dizer necessariamente que as partes estejam automaticamente superadas. Até porque as partes continuam servindo de escola de modo a nos preparar para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, tal como a província é a escola pela qual aprendemos a tomar o país como um todo como se fosse um lar em Cristo, o que nos prepara para a Pátria definitiva, que se encontra no Céu.

2.1) O comunismo tem a pretensão de querer ser Igreja fundada na conformidade com o Todo que vem do homem que quer ser Deus. É por conta dessa pretensão que o Estado - que é, segundo Hegel, o ponto culminante das realizações humanas - tende a superar ou mesmo eliminar as contradições sob as quais este mesmo Estado está constituído.

2.2) Por conta disso, ao invés de haver uma solução construída na concórdia, na negociação, tal como na boa política se costuma fazer, a solução para estes casos é a força, a violência, a tal ponto que a situação fica insustentável e esta ordem malévola acaba caindo, justamente por conta de ser perversa.

2.3) Só meios perversos é que garantem a sustentação de algo perverso, artificialmente falando: a união de todos magnatas do mundo que amam o dinheiro como se fosse a Deus, visto que o comunismo é amante do dinheiro e quer isto para si também.

2.4) Se o globalismo tem a pretensão de ser o que o cristianismo é, então o comunismo precisa ser mantido na mesma comunhão dos magnatas do mundo inteiro, do mesmo modo que o Papa e os bispos do mundo inteiro o fazem no Cristianismo

2.5) Como esse tipo de coisa se funda na mentira, então ela nunca destruirá a verdade. E quem vive para ela, fundada no senso de se conservar a dor de Cristo, não substituirá isso por aquilo que se funda conveniente e dissociado da verdade, ainda que essa mentira seja pregada sistematicamente, como se fosse verdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2016.

O distributivismo comunista se funda na mentira; o distibutivismo católico se funda na verdade. Logo, distributivismo não é fascismo

1) Comunistas falam em distribuição de renda, mas também falam em centralismo e em abolição da família. Aliás, a abolição da família leva necessariamente ao fato de que todas as coisas fiquem nas mãos do Estado. Como eles tomam o dinheiro como se fosse um Deus, então esse distributivismo pregado pelo comunista é mentiroso. Afinal, caridade forçada por meio dos impostos é perversão da caridade - isso é tomar o Estado como se fosse religião. Por isso mesmo, algo diabólico.

2) Dentro do ambiente familiar, estruturado na conformidade com o Todo que vem de Deus, há o ambiente mais liberal possível, no sentido de ser generoso. E o que é dado em generosidade é dado por conta de ver na pessoa a figura de Cristo. Se isso ganha as ruas e atinge as vizinhanças que constituem a cidade, vira comuntarismo. E o princípio econômico da vida econômica é o distributivismo.

3) O distributivismo fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus não é anarquia. Aquilo que o conjunto das família não puder fazer, a municipalidade fara; aquilo que o conjunto dos municípios não puder fazer, a província - este microcosmos da federação que prepara as pessoas locais a tomarem o país como se fosse um lar em Cristo - o fará; aquilo que a província não puder fazer singularmente, ela precisará do apoio do conjunto das províncias de modo a que possa fazê-lo, por conta da solidariedade. E isso está institucionalizado na forma da união das províncias em torno de um soberano em comum: o Imperador, que é pai de família. E é da família desse Imperador, que faz este papel virtuoso, que virá a natural continuidade do processo, pois os problemas decorrentes do fato de se tomar o país como se fosse um lar, de modo a nos preparar para a pátria do Céu, são problemas de família.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2016.

O escritor é, em parte, um pitcher de baseball

1) Nos playoffs do baseball, o jogo tende a ser um jogo dos arremessadores, dado que eles definem o ritmo da partida. Para cada arremesso, um padrão da respiração deve ser adotado; para cada rebatedor, uma estratégia diferente, dependendo das circunstâncias do jogo, do catcher que passa as informações e do arsenal disponível. Enfim, isso torna o jogo complexo, do ponto de vista estratégico, dado que são vários os graus de tensão envolvidos naquele microcosmos da realidade, coisa que prepara para a eternidade.

2) O regime republicano está em vias de cair - ele já deu tudo o que tinha dar. Não deu outra coisa senão mentiras, caos e retrocesso. Nós estamos numa era de transição: ou voltamos para a monarquia ou caímos no comunismo de vez. E esta era é tensa, dificílima. Para quem escrever, é um momento de muita pressão, tal como há nos playoffs.

3.1) Na guerra cultural, os escritores - os que edificam a imaginação de toda uma comunidade política de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar, com base na pátria do Céu - tendem a ditar o ritmo da partida, da guerra cultural.

3.2) Ao contrário do arremessador, quanto mais ele escrever, de modo a edificar consciência nas pessoas, melhor. Por isso, o ERA (Earning Runs Average) do arremassador é inverso ao do escritor, embora ambos ditem o ritmo da partida, já que o jogo de baseball é uma guerra ritualizada, embora a guerra cultural seja uma guerra real, que está além do mundo físico. E só quem é capaz de ver o que não se vê é que perceberá a importância do trabalho do escritor, que está a construir pontes, de modo a que as coisas sejam imaginadas - e é só assim que conseguiremos amar e rejeitar as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2016.

Notas sobre a natureza comunitarista do ofício literário

1) Na visão estreita do novo direitista tupiniquim - que só conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa essa que está à esquerda do Pai -, escritor é quem publica livros.

2) Este raciocínio equivale a dizer que favelado é quem mora na favela. Por essa razão, é incapaz de perceber nuances que estão bem diante de seus olhos.

3.1) Eu faço atividade intelectual independente há mais de dez anos e tenho mais de 2500 artigos escritos, apesar de não ter publicado nenhum livro ainda.

3.2) Pela minha experiência, se eu publicar um livro agora, eu estarei exposto ao patrulhamento ideológico, já que vivemos num mundo de impessoais e sei que ninguém vai mover uma palha para me proteger disso. Como ao longo da minha vida eu sofri bullying em todos os lugares por onde passei e não desejo passar por isso de novo, é por essa razão que não publico livros, a não ser pequenas tiragens, com o intuito de promover debates de autor para autor.

3.3) Faço isso porque prefiro adotar a tática da catacumba: quero construir uma comunidade primeiro e só depois publicar coletâneas dos meus trabalhos para os membros da minha comunidade - os meus leitores, que são a minha família agora.

3.4.1) Outra razão pela qual eu não publico livro tal como todos fazem é que, como católico, eu não posso abraçar aquilo que é fruto da ética protestante e que edifica liberdade para o nada. Prefiro publicar para conhecidos primeiro - e só depois expandir, se houver esta possibilidade. Prefiro que façam boca-a-boca deste trabalho que faço online, em primeiro lugar. Quando tiver um público grande, o suficiente para esgotar uma tiragem completa, aí publico.

3.4.2) Afinal, não adianta publicar um livro sabendo que ele vai ficar encalhado nas lojas - além disso, eu não trabalho pensando no dinheiro. Isto que faço é um apostolado - ele é voltado para as pessoas; ainda que eu as conheça online, são pessoas de carne e osso. Se as minhas circunstâncias fossem favoráveis, eu iria conhecer essas pessoas pessoalmente, atendendo ao conselho do Professor Olavo de Carvalho de que os agentes da contra-revolução devem se conhecer uns aos outros.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2016.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Continuando minha resposta à pergunta do professor Olavo

1) Pela minha experiência, esses que quiseram minha amizade foram justamente os que mais me traíram quando não pude dar a eles o que mais queriam: minha presença nos encontros.

2) Dentre estes, houve pelo menos um que me convidou para trabalhar com ele em seu escritório de advocacia. Como não posso, por circunstância familiares, me deslocar sob o risco de haver um conflito de família, então essas pessoas me descartaram.

3) Já tentei, antes da vida online, querer a amizade de certas pessoas, mas estas me trataram muito mal. Por isso que não quero a amizade de ninguém, pois estou preparado para tudo - se a pessoa for embora da minha vida, tudo bem, pois não vou ficar com raiva dessa pessoa - ela teve suas razões e foi embora, embora não tenha sido nem um pouco gentil em me dizer por que decidiu me desamigar, já que nunca fiz mal a ninguém. Aqueles que sabem que faço um bom trabalho geralmente me adicionam - e eu nunca tratei mal quem busca o meu serviço.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/respondendo-uma-pergunta-do-professor.html

Respondendo a uma pergunta do professor Olavo

1) O Professor Olavo de Carvalho pergunta: quais pessoas eu quero que gostem de mim, pelo que sou?

2.1) A resposta a esta pergunta não está na quantidade - até porque sei que ninguém gosta de mim, quando falo a verdade e quando sou sincero. Pois toda vez que agi desse modo, tal como está nesta pergunta do Olavo, sempre me dei mal.

2.2) A resposta a esta pergunta está na qualidade: aqueles que respondem ao desafio que lanço ao conservantismo, à cultura de fingimento que há nesta terra, estas dizem sim a Deus, à conformidade com o Todo que vem de Deus. Se amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então são dignas da amizade. E eu não quis essas pessoas, até porque eu renunciei a mim - na verdade, Deus deu providência às necessidades espirituais deste escritor que vos fala, pois um servidor da verdade sempre está cercado de pessoas que a amam.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/notas-de-uma-experiencia-minha-quando.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/continuando-minha-resposta-pergunta-do.html

Buscar soluções fáceis leva à apatria

1) Do jeito como as pessoas contam, que viver fora do Brasil é infinitamente melhor do que viver aqui dentro, já posso ver de antemão que a apatria é uma solução fácil. E o fato de estas renunciarem à missão de servir a Cristo em terras distantes vai ser algo do qual vão prestar contas a Deus por isso, pois Este enviou estas almas a esta terra com este propósito, embora isto aqui seja um verdadeiro vale de lágrimas onde só os mais fortes, os que tomam o Brasil como se fosse um lar por força de Ourique, sobrevivem.

2) Eu, como católico, aprendi a nunca buscar soluções fáceis. E morar fora, sob a alegação tentadora de que as coisas lá são melhores do que aqui, é buscar solução fácil. Por isso que não quero sair daqui, se a alegação for esta.

3) Da próxima vez que me disserem este tipo de coisa, bloquearei quem levantar tal alegação, dado que é conservantismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2016.