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terça-feira, 18 de junho de 2019

A ingratidão leva à apatria

1) Muitas pessoas me adicionam por conta do que escrevo, mas não oferecem nada em troca. Não me oferecem conhecimento, apoio financeiro ou mesmo um convite para a gente comer uma pizza e se encontrar, caso algum contato esteja de passagem, aqui no Rio de Janeiro.

2) O que tem mais havido é gente usufruindo do que produzo e me deletando logo depois. Isso confirma o que o Olavo fala: o ser humano nascido nestas terras é ingrato. Como a ingratidão é uma grave ofensa a Deus, ela é um ato de apatria, pois a pessoa aqui nascida é indiferente ao seu dever natural de tomar o país como um lar em Cristo, coisa que é própria de haver nascido livre em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de servir a Ele em terras distantes, tal como se deu em Ourique.

3) Os nativos da América do Norte tinham uma lei da generosidade. Todo recém-chegado recebia uma porção de terra como presente, de modo a trabalhar e cooperar com o bem comum daquela nação. Se esses recém-chegados quiserem se expandir através do trabalho, eles podem se casar com as filhas dos chefes e comprar lotes de terras das tribos indígenas, a um preço módico.

4) Se a América do Norte tivesse sido povoada por portugueses, Os Estados Unidos seriam muitos mais prósperos do que são hoje, pois a lei da generosidade casa muito bem com a cultura de servir a Cristo em terras distantes - o que faria com que essas tribos todas desenvolvessem um país livre em Cristo, por Cristo e para Cristo. Infelizmente, tiveram o azar de lidar com gente que os via como povos condenados, ignorantes e atrasados - e essa gente não amava rejeitava as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de viverem em conformidade com esse falso todo que vem de Lutero e Calvino.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2019.

Como adicionar alguém na rede? Notas da minha experiência pessoal

1) Vocês já repararam que é muito raro eu adicionar alguém? Em geral, as pessoas é que me adicionam - se não pergunto a elas a razão pela qual me adicionam, elas nunca dirão. Isso já denota que, diante do ouvinte onisciente, ela não estão agindo como verdadeiras pessoas, pois não estão presente diante do Altíssimo de modo a responder pelos seus atos.

2) Se tivessem o hábito de ver o Cristo em todas as pessoas que vêem, certamente seriam honestas e diriam a razão pela qual estão me adicionando, sem a necessidade de eu ter de perguntar. Ou mesmo, antes de me adicionarem, começariam a conversar comigo, comentando minhas postagens inbox, de modo a ganharem a minha confiança e assim fazer com que eu as adicione.

3) Nas raras vezes que adiciono alguém, eu adoto este procedimento: estudo as postagens da pessoa, converso com ela inbox, mando resposta. Se a conversa for boa, eu a adiciono. É uma cultura pessoal que desenvolvi diante da minha experiência de rede - e isso pede que você responda às circunstâncias da forma mais sincera e honesta possível, pois o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem ouve sua voz, ainda que seja a voz solitária no deserto, tal como São João Batista.

4) Como ninguém tem real interesse de aprender comigo, então vou legar aos meus filhos, quando nascerem.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2019.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Da importância da rede social diante da miséria espiritual que assola o Brasil

1) Hoje eu comentei com minha amiga polonesa Wera que a vida no Brasil é um verdadeiro naufrágio: as pessoas na sua geografia imediata não têm a nada a oferecer, de modo que você cresça e se torne uma pessoa melhor a cada dia.

2.1) Nestes tempos atuais, a rede social é uma verdadeira tábua de salvação. Você conhece gente do país inteiro e do mundo inteiro muito melhor do que as que você conheceu ao longo de uma vida. Esta base social em potência - se se tornar uma base real, a ponto de uma família nascer a partir dessas relações online - salvará o Brasil da miséria espiritual em que está afundado.

2.2) Eu só consegui os amigos adequados na vida online, muito embora eu tenha tido muita dificuldade de converter relacionamentos virtuais em relacionamentos reais. Apesar dos perigos e da egolatria, navegar nesse mar é melhor para mim, já que só tem medíocre ao meu redor. A vida no Rio de Janeiro é um verdadeiro deserto - é muito difícil sobreviver nele, sem os amigos adequados.

3.1) Se as idéias de náufragos são as idéias mais importantes, então a rede social é o ambiente perfeito para isso.

3.2) A realidade social brasileira, miserável por natureza, te leva a esses novos mares, a tal ponto que ela não é um luxo, como nos países mais avançados, mas uma necessidade, tal como o ar condicionado, quando se deseja ter vida intelectual no verão carioca.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2019.

Qual é o segredo para me conquistar?

1) Para uma mulher me conquistar, só existem duas formas: ou sendo muito pia ou sendo muito inteligente, a ponto de gostar muito de estudar. Ainda não encontrei uma que fosse as duas coisas.

2) Raras são as que gostam de estudar. As que encontrei não moram no Rio, mas em outros estados, muito longe de mim. Se uma pessoa dessa natureza estivesse aqui, eu não iria ao cinema com ela, mas faria da biblioteca um bom programa romântico, pois estudar é um ato de amor e eu gosto muito de mulher que estuda.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de junho de 2019.

Fuja do conservadorismo de boutique

1) Teve uma paulista que me adicionou, já há algum tempo, que se dizia conservadora - mas, no fundo, defendia idéias liberais. Se conservasse a dor de Cristo de maneira verdadeira, ela deveria ser católica, não protestante, como se declarou certa ocasião.

2) Mostrei a ela que essas idéias são furadas. Ela me disse que eu era livre para não seguir essas idéias. Meti um block nela, já que discutir com essa gente é inútil.

3.1) Quando vejo mulher muito bonita interessada em filosofia e em cristianismo como idéias de boutique, aí eu penso: "lá vem problema!"

3.2.1) De nada adianta postar vídeos com concertos de música clássica ou apreciar vinhos franceses se você não tem nobreza.

3.2.2) Efeito demonstração é próprio de consumo conspícuo - isso denota que é próprio da classe ociosa esse conservadorismo de boutique, que é um conservantismo.

3.2.3) Se você quer ser conservador de verdade, abrace a sua realidade e tente fugir da miséria espiritual que assola o Brasil.

3.2.4) A realidade da Zona Sul do Rio não é a minha realidade - minha vida sempre se deu na Zona Oeste do Rio. Por isso, o ambiente de encontros entre meus contatos deve se dar nas paróquias do Vicariato de Jacarepaguá ou da Região Suburbuna, da qual Bangu faz parte - eu morei nesse bairro muitos anos de minha vida. Se esse encontro não puder ser feito no âmbito paroquial, ele pode ser feito em almoços de família ou em churrascos, acompanhados de muito futebol jogado entre casados e solteiros, ou entre os que têm camisa e os sem-camisa.

3.2.5) O PT nasceu dessa "sociabilidade morena" de subúrbio - o conservadorismo deve nascer da mesma forma, já que a Zona Sul da época da Bossa Nova, dos anos 50 e 60, está morta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2019.

Dos problemas pessoais como microcosmos dos problemas sociais - por que não é exibicionismo falar sobre eles?

1) Se o indivíduo, até certo ponto, é o dado irredutível da ciência social, então falar dos problemas pessoais como uma amostra dos problemas sociais que afetam o país como um todo não é questão de exibicionismo, mas um ato de caridade, pois acabo colaborando com os cientistas sociais neste aspecto. Como minha consciência não está fragmentada, então acabo transformando meus problemas pessoais em estudo de caso a ser tratado literariamente e filosoficamente.

2.1) Eu sou uma vítima das circunstâncias por que o país passa desde 1985.

2.2) A vida inteira tive que conviver com pessoas que não tinham nada a ver comigo - isso me levou a ter de buscar um sentido para a vida aqui no Brasil, já que não tive a sorte de nascer nos Estados Unidos.

2.3) Quando comecei a estudar a História do Brasil sob o prisma do milagre de Ourique, foi aí que encontrei o sentido. E a rede se tornou o lugar por onde sirvo a Cristo em terras distantes, apesar de ainda não conseguir converter relacionamentos virtuais em relacionamentos reais - e essa tem sido minha maior frustração.

3) Olhando para trás, hoje percebo que o Brasil não é uma nação, uma vez que sou obrigado a conviver com pessoas que não têm nada a ver comigo e que até mesmo debocham deste ensinamento de Platão: "verdade conhecida é verdade obedecida". E isso a gente encontra desde o âmbito da própria família: meus tios são casados com mulheres ricas no amor de si até o desprezo de Deus. Minha mãe fez o certo: ela adotou uma postura isolacionista, pois não há nobreza dentro da própria família.

4.1) Por isso que a solução para esse problema está justamente em se unir a pessoas que são excelentes e que amam e rejeitam as mesmas coisas que você, se o verdadeiro Deus e o verdadeiro Homem for a medida de todas as coisas.

4.2.1) Na rede conheci muita gente excelente, mas nenhuma delas da minha localidade. Definitivamente, o "coração do meu Brasil" tornou-se um coração de pedra, um verdadeiro horror metafísico de tal maneira que a cidade deixou de ser maravilhosa. E tem sido assim desde que Brizola foi eleito, em 1982.

4.2.2) Há quem diga que os cariocas se tornaram frios, como me disse uma colega de Interconexos, certa ocasião. Mais do que frios, burros - posso contar nos dedos quantos são da minha localidade e que têm algo a oferecer. Muitos deles moram na Zona Sul da cidade, que é uma verdadeira bolha. Acham que a vida é um mar de rosas. Eu moro na Zona Oeste da cidade e conheço um Rio que não é isso que é vendido lá fora. Meu Rio é uma miséria e não é tão maravilhoso assim - na verdade, é uma apeirokalia completa.

5) Agora vocês entendem o meu drama, essa dificuldade de converter relacionamentos virtuais em relacionamentos reais?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2019.

Notas sobre rede social formada a partir da escola e o problema do ensino obrigatório

1) Se o material humano aqui no país não fosse esse lixo que é, ter amizades de colégio, de faculdade, de estágio seria a coisa mais fácil do mundo. Todos teriam conteúdo, a ponto de não precisar estabelecer uma vida na rede, tal como acabei fazendo.

2.1) Uma rede social alternativa poderia ser construída desde a escola a partir do e-mail. 
2.2) Na minha juventude, poderia ter conhecido gente excelente de outros colégios, ligada aos meus colegas mais próximos. Embora o e-mail tenha se tornado uma realidade a partir dos anos 2000, as cartas poderiam ter feito este papel, se as pessoas não fossem medíocres e vazias. 
2.3) O grande problema aqui é que o ensino é obrigatório, a ponto de juntar na mesma sala os piores com os melhores - se ele fosse voluntário, eu teria encontrado gente realmente interessada em estudar, coisa que só atinge a poucos aqui.

3.1) O fato de muitos como eu buscarem a rede como uma fuga dessa miséria espiritual é um estudo de caso importante, tanto do ponto de vista literário, quanto psicológico, antropológico ou mesmo filosófico.

3.2) O problema é que não temos escritores suficientes para lidar com o problema e descrevê-lo com precisão.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2019.