1) Quando alguém estabelece uma atividade econômica organizada, essa pessoa tende a patrocinar o trabalho da melhor mão-de-obra disponível de modo a promover o bem comum e fazer com que o maior número de pessoas possível vá para a pátria definitiva, que se dá no Céu. Só por força disso, ela está tendo ganho sobre a incerteza nesta vale de lágrimas.
2.1) A atividade econômica no tocante a atender todas as necessidades humanas fundadas no fato de se tomar o país como um lar em Cristo é um desdobramento da atividade política organizada - e quando a política é organizada, ela acaba fazendo da caridade a base da economia, a ponto de ser voltada para a salvação.
2.2.1) Ofertas de empregos pagando bons salários geralmente são esmolas - o empregador vê num empregado um Cristo mendigo que está trabalhando no seu ofício de carpinteiro e por isso patrocina o Seu trabalho, dado que ele é salvífico.
2.2.2) Isso estimula o senso de lealdade entre as pessoas, a ponto de o empregado se dedicar da melhor forma possível de modo a fazer jus por uma remuneração melhor. Mas essas coisas não se dão nos méritos do empregado, mas nos méritos de Cristo, uma vez que o Cristo príncipe, que se faz de empresário ou mecenas, é a verdade em pessoa e concederá tal pedido no melhor momento possível.
2.2.3) Se as coisas se dessem nos méritos dos empregados, a própria cultura de riqueza tomada como sinal de salvação se desdobraria numa cultura de pleno emprego. E pleno emprego é algo que não existe, pois algumas pessoas precisam se dedicar à atividade governamental, que é uma obrigação de meio, não de resultado - por essa razão, a produtividade de uma atividade política organizada só pode ser medida pelo senso de lealdade que as pessoas têm na missão de servir a Cristo em terras distantes, coisa que não pode ser apurada de maneira quantitativa. Essa experiência só ser apurada da seguinte forma: sentindo na pele a experiência de viver tal realidade. Só aí que você poderá melhor descrevê-la, pois você está dela também participando. Se ela fosse medida no homem, pelo homem e para o homem, já teria o direito do trabalho se convertido em direito ao trabalho, a ponto de se tornar filantropia, o que edifica liberdade com fins vazios, pois a riqueza não seria uma graça decorrente da santificação através do trabalho, mas um sinal de salvação decorrente de uma visão de mundo que divide os homens entre eleitos e condenados - e os eleitos de antemão estariam sempre ricos, nunca pobres.
3.1) Afinal, o senso de nacionidade pede que você esteja presente diante do Altíssimo de modo a provar o sabor das coisas e conservar o que é conveniente e sensato.
3.2) Ele não admite um "papel social" da profissão, uma teatralidade hipócrita fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Foi exatamente por causa disso que a vida acadêmica decaiu, pois a aceitação acadêmica, ou a pressão do pares, passou a ter mais valor do que a verdade, coisa que decorre do Todo que vem de Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 27 de abril de 2019.