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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Notas preliminares sobre uma possibilidade histórica hipotética que me passou pela cabeça

1) Me passou agora pela cabeça revisitar aquela idéia dos partidos português e brasileiro, que havia no Primeiro Reinado. E estou tentando especular sobre o que aconteceria se tal realidade existisse no Segundo Reinado, quando vieram os imigrantes, sobretudo italianos, alemães e japoneses.

2) Se essa realidade existisse, surgiriam o partido italiano, o partido alemão e o partido japonês. E o caráter nacional desses partidos está no fato de tomar o Brasil e esses países de origem como um lar em Cristo, de maneira vis a vis. E os imigrantes, por estarem tomando o Brasil como um lar, em Cristo, seriam brasileiros, pois teriam representantes no Parlamento Imperial da mesma forma como tem representação na Alemanha, Itália ou Japão desde o exterior. Quando se toma dois ou mais países como parte do mesmo lar em Cristo, eu não vejo problema.

3.1) O problema ocorreria por força de como esses imigrantes chegaram ao Brasil: Itália e Alemanha, quando unificaram seus países, adotaram toda uma legislação de inspiração liberal totalmente fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2) Muitos dos imigrantes eram casados no regime do casamento civil, enquanto o Brasil Império adotava o regime do batistério. Eles precisariam ser cristianizados antes de serem assimilados como parte da nova terra, já que seriam considerados apátridas.

3.3) No entanto, a solução proposta pelo Visconde de Taunay foi reconhecer o casamento civil válido, para efeito da entrada desses imigrantes - e isso abriu o precedente para que o casamento civil e o registro civil fossem estendidos a toda população, acabando de vez com a Aliança do Altar com o Trono, coisa que veio com a República.

3.4) Muitos desses imigrantes já estavam contaminados pelas idéias nacionalistas, de tomar o país como se fosse uma segunda religião, a tal ponto que iriam querer criar países dentro do país, de modo a fomentar separatismo, tal como o Eric Silva bem apontou. E ele está certo.

3.5) Um dos erros da política pró-imigração no Império foi que ela focou mais o desenvolvimento econômico fundado no amor ao dinheiro do que aquilo que se conhecia desde Ourique, uma vez que a chaga liberal acabou fincando raízes no Brasil. Aliás, desde que o Brasil se separou do Reino Unido, inventou-se a alegação de que ele era colônia - e o país foi trocando o que foi edificado em Ourique pelo quinhentismo - e o país começou a ser tomado como se fosse religião até desaguar na República.

4) Essa questão dos partidos dos imigrantes pediria toda uma estrutura que já não havia mais por conta do vintismo. E tal como falei num artigo anterior, essas camadas de mentalidade revolucionária precisam ser retiradas de modo a que esta questão seja bem vista à luz daquilo que foi fundado em Ourique.

5.1) É algo bem complexo, o que demanda tempo e muita reflexão. Embora tenha me passado pela cabeça de maneira embrionária, eu não escrevo a primeira coisa que me vem à cabeça sem antes meditar e muito sobre essa questão, pois escrever é um ato muito sério e tento fazer isso do modo mais responsável que faço.

6) Enfim, esse exercício de trazer para o Segundo Reinado o partido português e o partido brasileiro em tempos da chegada dos imigrantes é um bom exercício de pensamento em ciência política, pois há possibilidades de ação hipotéticas aí que podem vir a ser reais, se houver toda uma conjuntura nacional e internacional favorável a isso, o que não deixa de ser realista, ainda que não possa ser vista, no momento em que escrevo este texto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Notas sobre o trabalho santificador do nacionista (do que toma dois ou mais países como parte do mesmo lar em Cristo)

1.1) Quando você toma dois ou mais países como parte de um mesmo lar em Cristo, você vai servindo às duas comunidades, na medida de suas possibilidades e circunstâncias.

1.2) Como a vida é um eterno empreendimento, quanto mais você conhece sobre as circunstâncias de cada país, mais você pode comparar o que é virtuoso em um e o que é virtuoso e em outro, assim como o que é nefasto em um e o que é nefasto em outro. E quando num ponto específico há um antagonismo de vício e virtude, é aí que o diplomata perfeito atua de modo a que a virtude vença o vício, servindo a Cristo em terras distantes. Afinal, o trabalho do nacionista é este: converter vício em virtude, já que toma pelo menos dois países como parte do mesmo lar em Cristo, por conta de ter dupla nacionalidade.

2) A este trabalho do nacionista se aplicam todas as lições de São Josemaria Escrivá sobre o trabalho como meio de santificação, pois sem a graça de Deus, nenhum trabalho cultural ou técnico será capaz de converter apatria em civilização. Não é à toa que o nacionista é o diplomata perfeito por excelência.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Notas sobre nacionidade e apropriação cultural

1) Tenho passado esses últimos dias a jogar The Guild 2 - e enquanto me divertia, estava correndo aqui entre meus pares uma discussão sobre apropriação cultural.

2) Para quem toma dois ou mais países como parte do mesmo lar em Cristo, o diplomata perfeito sempre se apropriará do que é bom de cada cultura de modo a que as virtudes de uma corrijam os defeitos da outra - e por intermédio desse diplomata perfeito, isso se dá de maneira recíproca, pois o exemplo é distribuído nas duas comunidades, se ele deixar isso na forma de legado familiar nos dois territórios. E é por haver legado familiar que haverá distributivismo nas duas pontas.

3) Para quem toma o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá fora dele ou contra ele, debater com este ser é perda de tempo, uma vez que ele usará este conceito como ferramenta de modo a instituir um primtivismo afro-indígena de modo a destruir o legado civilizatório português que aqui foi estabelecido por força da missão que recebemos em Ourique.

4) Esse tipo de uso instrumental, pragmático, da apropriação cultural é uma ferramenta nazista, pois está focado no socialismo de raça.

5) Não importa se o socialismo é de nação (fascismo), classe (comunismo) ou raça (nazismo). Os três conceitos são fungíveis entre si e para eles os fins últimos da Revolução Cultural justificam os meios para a tomada total do poder, pois são meios ideológicos. Por isso, a melhor forma de combater esse mal é denunciando essa canalhice.

6) A verdade precisa ser servida a quem preza a vida livre fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois é só por meio da verdade que haverá a restauração da realidade, o que restaurará o uso do poder para servir ao bem comum, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, da forma como foi estabelecida em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Notas sobre realidade aparente e realidade sedimentada encoberta em camadas de mentalidade revolucionária

1) É muito importante estudar a realidade das coisas. E a realidade não é apenas a que se apresenta aparente, sensível, de modo a ser tomada como se fosse coisa - a realidade se estende a coisas que não podemos ver, pois ela está encoberta por camadas de mentalidade revolucionária (globalismo, totalitarismo, libertarismo, conservantismo - próprio da Reforma Protestante)

2) Buscar a verdade é mais ou menos fazer prospecção de petróleo. Você precisa eliminar as camadas de mentalidade revolucionária que estão na superfície, de modo a compreender as coisas dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se a Idade Média foi a época em que os homens mais cooperaram com a civilização fundada nos valores de Cristo, então precisamos desfazer as camadas de mentalidade revolucionária aparente de modo a compreender aquela realidade. Registros documentais dão um subsídio nessa direção, mas como todo registro, algum detalhe pode estar errado - e aí será preciso todo um trabalho filosófico especulativo de modo a ver o que havia de errado na Idade Média e ser consertado à luz da doutrina da Igreja e não através da falsa solução criada pela mentalidade revolucionária, que não passa de gambiarra, de solução aparente para algo que não foi bem resolvido, pois se preferiu conservar o que era conveniente e dissociado da verdade.

4) Para se estudar o distributivismo, há que se fazer o restauro dessa realidade não só pela via documental, que pode ser condensada em simuladores ou jogos eletrônicos, como também pela via da especulação racional acerca desses problemas. Não se trata de medievalismo romântico ou estético, mas estudo da realidade - e é parte desse estudo ver o que não se vê, como diz Bastiat.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).

Imposto sempre se dará por força de lei e a natureza disso é o seu caráter extraordinário

1) Sempre que o mundo português estiver em guerra de modo a defender a integridade de seus domínios, impostos, por força da lei natural, podem ser criados de modo a custear as despesas decorrentes da guerra, de modo a que missão de servir a Cristo em terras distantes sobreviva em face aos inimigos de Cristo.

2) A natureza dos impostos é a sua natureza extraordinária. É em tempos de emergência que a lei é usada de modo a forçar a colaboração alheia em tempos de crise. Se é medida fundada na defesa da pátria, então isso é perfeitamente justo.

3) Não faz sentido haver cobrança de impostos em tempos de paz. Se o povo é tomado como parte da família, a contribuição com o governo deve se dar de maneira costumeira, uma vez que a confiança é a regra geral das coisas ainda que não escrita, pois o povo que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento sempre estará disposto a colaborar com aquele é Pai de seu povo e vassalo de Cristo, o sucessor de D. Afonso Henriques.

4) O fato de haver impostos ordinários na República se deve ao fato de que a instabilidade é a regra, já que a República é uma crise permanente. Como o povo é visto como órgão, então a lei fica forçosamente acima do costume uma vez que Deus não é o norte das coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Onde a terra é a principal riqueza da nação, a justiça tende a ser de conciliação, já que o país é tomado como se fosse um lar em Cristo e é uma comunidade viva.

1.1) Muita gente fala em comprar terras.

1.2) Na verdade, você adquire o direito de usar a terra, seja para efeito de moradia ou para efeito produtivo, por meio de usucapião, o que cria um domínio reservado que pode ser transferido para outra pessoa.

1.3) Esse domínio reservado fica consignado em um registro de imóveis de modo a evitar o esbulho possessório - afinal, todas as terras do mundo português pertencem ao Crucificado de Ourique e estão sujeitas à autoridade e proteção daquele que é o vassalo do mesmo Crucificado, sucessor de D. Afonso Henriques.

1.4.1) Todo aquele que adquire direito de uso sobre a terra será chamado a colaborar com o governo salvífico fundado nesta circunstância.

1.4.2) Como a relação do Rei com o seu povo é uma relação familiar, no sentido macroscópico do termo, então os tribunais são necessariamente cortes de relação. E o objetivo da justiça é conciliar as partes - os interesses da coroa, dentro de sua missão sobrenaturalmente constitucional, e os interesses dos que estão sujeitos à autoridade e proteção da coroa.

1.4.3) Na justiça de relação, dizer o direito implica dizer a verdade, uma vez que se funda na Aliança do Altar com o Trono. E ao se dizer a verdade, as partes agem com lealdade e o processo se chega à sua definitividade, pondo fim ao conflito de interesses.

1.4.4) Onde a definitividade da justiça está dissociada da verdade, em Cristo fundada, o processo não põe fim ao conflito - e o conflito se alastra até se tornar um problema social. E a injustiça se dissemina na sociedade - o que gera anarquia e anomia, pois as pessoas perderão a fé nas instituições, já que estas passaram a edificar liberdade voltada para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

O patrimonialismo não é de todo ruim

1) Se tomarmos por base o que disse D. Bertrand, em que o povo é tomado como parte da família do monarca, então todo o país é tomado como se fosse um lar em Cristo - trata-se de um lar privado distribuído publicamente a quem quiser vir nesta casa e progredir, tanto moralmente quanto economicamente. Esse tipo de patrimonialismo em si não é ruim - e isso leva ao distributivismo.

2) Na República, a fronteira entre coisa pública e coisa privada é mais claramente definida, mas o marco é fundado em sabedoria humana, tendo por norte o amor ao dinheiro. De nada adianta uma separação mais clara entre o público e o privado se não há no país o senso de tomá-lo como se fosse um lar em Cristo. Em país onde a Aliança do Altar com o Trono é violada, o Estado acaba tendo o corpo temporal e espiritual da nação - e o país é tomado como se fosse religião de Estado, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele.

3) O marco que separa o público do privado é para evitar a exploração do homem pelo homem, mas isso não evita a exploração do homem pelo Estado, visto que a propriedade privada é uma terra de uso devoluta pertencente ao Estado, terra essa em que o Estado não destinou uma função especial para o seu uso (ou função social, como o mundo costuma dizer). E é neste ponto que a iniciativa privada termina sendo um longa manus da iniciativa pública, já que a riqueza do país se mede pela soma de riquezas materiais produzidas ao longo de um ano (PIB). E em termos econômicos, riquezas materiais - nunca espirituais.

4) Eis aí porque a Economia ensinada nas faculdades se reduziu a dinheirística, uma vez que a verdadeira Economia toma o país como se fosse um lar com base na pátria do Céu, já que a vida eterna é o que mais importa, na verdade. É por conta da busca pela vida eterna que riquezas são produzidas de modo a servir ao bem comum, cuja missão se funda em servir a Cristo em terras distantes, tal como conhecemos desde Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.