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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O ciclo econômico deve se pautar pelo ciclo da tradição: o espaço de 4 gerações (120 anos ou dois ciclos de Kondratiov)

1) Ciclo de Kondratiov observa um período de 60 anos ou o espaço de duas gerações: a dos pais e dos filhos. Mais especificamente, gerações X e Y.

2) Como só analisa o espaço de duas gerações, ela só analisa o presente e o pretérito imperfeito.

3) O ciclo econômico de longo prazo deve abraçar o espaço de quatro gerações: a do presente (filhos), a do pretérito imperfeito (pais), a do pretérito perfeito (avós) e a do pretérito mais-que-perfeito (bisavós). Ou seja: um período de 120 anos, o tempo necessário para se estabelecer uma tradição.

4) Se economia virtuosa se funda em algo sólido como uma rocha, fundada na democracia dos mortos, então ela dever medida pelo espaço de quatro gerações, pois quatro vão os tempos do indicativo, quando as coisas são analisadas do modo mais concreto possível: presente, pretérito imperfeito, pretérito perfeito e pretérito mais que perfeito. A quinta geração está na incerteza, no campo da hipótese (futuro do pretérito), que pode ser algo certo, se estiver na conformidade com o Todo que vem de Deus (futuro do presente), tanto é que é um desdobramento do presente, se isso se funda na verdade. Afinal, o que é conhecido deve ser observado, obedecido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2016.

A indústria não pode ditar os ritmos da agricultura

1) A vida cristã é uma vida essencialmente comunitária, fundada em vínculos e ciclos - vínculos e ciclos esses em que a vida se renova sem romper com as suas raízes, fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus. A atividade que permite este tipo de vida é essencialmente agrícola.

2) Quando a indústria e o comércio são pautados pelo ciclo natural da agricultura, ocorre tanto a capitalização moral quanto econômica, uma vez que a riqueza é usada não só para o aperfeiçoamento das capacidades produtivas da comunidade mas também para o enriquecimento espiritual da comunidade, coisa que se faz através da caridade. E neste ponto, há distributivismo.

3) Nos tempos de hoje, os tempos são ditados pela indústria - nela o tempo, e não a regularidade dos ciclos naturais - coisa essa própria da eternidade -, mede a velocidade das coisas. Dizem que o tempo chama o dinheiro - a tal ponto que as coisas são feitas de maneira frenética e da pior qualidade possível.

4) Essa vida frenética das indústrias está a ditar o ritmo da agricultura, a tal ponto que está a se organizar como se fosse uma fábrica, a ponto de atender aos planos de uma economia massificada, impessoal, fundada no amor. A tal ponto que o alimento passou a ser visto como se fosse uma commodity. Como o alimento é vida, não seria justo especular com a vida, dado que isso determinaria quem seria digno de viver e quem seria destinado a morte, coisa que entraria num simples frio cálculo matemático, coisa que é própria do governo totalitário.

5) Pode parecer absurdo, mas esse sistema de agronegócio, organizado tal qual uma fábrica, vai preparar os caminhos para uma nova ordem totalitária - até porque o produtor rural de hoje não tem a alma de um caboclo, mas a de um empresário, tal como há na cidade. E a cidade se tornou refém do campo, já que este é um ecossistema dependente daquele. Se houver especulação com comida, ocorrerá um verdadeiro genocídio por força da fome - e é isso o que a elite globalista mais quer: dominar pela fome. Afinal, eles querem reduzir o tamanho da população mundial - e o campo, organizado tal qual uma fábrica, favorece isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2016.

Novas notas sobre capitalização moral

1) Platão dizia: verdade conhecida é verdade obedecida.

2) O que é verdade no meu tempo é verdade no tempo dos meus pais - e o que era verdade no tempo dos meus pais também foi verdade no tempo dos meus avós. E o que foi verdade no tempo dos meu avós, já havia sido verdade no tempo dos meus bisavós. E isso se chama tradição.

3) Se há algo que foi descoberto no meu tempo, coisa que não se conhecia no tempo dos que me antecederam, mas que decorre dessa reta tradição, então é desdobramento dessa verdade, a ponto de reforçar ainda mais a necessidade de se obedecer aquilo que é conhecido. Essa santa descoberta, esse santo desdobramento leva a renovação das coisas, o que gera um poderoso senso de capitalização moral.

4) Se há que foi descoberto no meu tempo de modo a romper com aquilo que era conhecido por quem me antecedeu, então isso é revolucionário - e por essa razão não deve ser obedecido, pois viola o princípio da não-traição à verdade revelada, pois o que é conhecido deve ser observado, dado que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus.

5) Progresso por progresso, feito de modo a romper as cadeias causais da lógica, da conformidade com o Todo que vem de Deus, isso não deve ser obedecido, pois salta à lógica - e agir assim não é nem um pouco caridoso, pois se funda no fato de não se crer na fraternidade universal, coisa essa que vem de Deus e quem por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2016.

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/notas-sobre-natureza-do-ciclo-da.html

Notas sobre a troca intertemporal decorrente da passagem de um produto da agricultura para a indústria e da indústria para o comércio

1) Naturalmente, o tempo da indústria é um tempo diferente da agricultura, assim como o tempo do comércio é um tempo diferente da indústria. Por isso mesmo, da passagem de um ciclo para o outro há uma troca entre os tempos, já que é atividade produtiva de decorrente de outra atividade produtiva. Por isso mesmo, juros sobre juros - e neste fundamento, eles são devidos, por força da cadeia causal.

2.1) O maior problema do juro sobre juro se dá por força do anatocismo, por força da cobrança decorrente de atividade não produtiva, dissociada da cadeia causal, da cadeia natural. Aí essa atividade é injusta, pois se funda no amor de si - e o amor ao dinheiro é exteriorização desse comportamento.

2.2) É por força desse comportamento que temos a impressão de que essas atividades estão em constante descompasso, a ponto de pensarmos que são independentes, quando na verdade são interdependentes. Além disso, essa falsa sensação de independência é alimentada por força da impessoalidade, como se cada um vivesse tivesse a liberdade de ser o que quiser, o que cria a atomização dos indivíduos, a ponto de serem verdadeiros apátridas sistemáticos, sem amor a Deus e pela verdade que d'Ele decorre.

3) Eis aí porque condeno a usura, mas não condeno os juros sobre juros decorrentes do ciclo natural de investimento, pautado no ciclo agrícola.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2016.

Os verdadeiros ciclos econômicos devem ser ditados pela agricultura

1) Na vida, há tempo para tudo: tempo para semear, tempo para germinar, tempo para crescer e tempo para colher. E para cada tipo de planta, há uma época certa para o plantio e uma época certa para a colheita.

2) Os juros são devidos em duas circunstâncias: em primeiro lugar, eu investi na atividade do meu semelhante, de modo a que ele fizesse o melhor em prol de outros semelhantes; em segundo lugar, eu esperei o ciclo natural da colheita, já que o investimento era com caráter produtivo - por isso mesmo, os juros foram devidos.

3) O ciclo industrial, para ser realmente devido, deve ser pautado pelo ciclo agrícola, já que a industrialização é a continuidade do ciclo econômico, de modo que se atenda as diferentes necessidades humanas. Por isso mesmo, a família que tem uma fazenda deve também ter uma indústria, de modo a que o caráter produtivo tenha continuidade.

4) Se a agricultura, a indústria e o comércio forem vistas como se cada uma tivesse sua própria verdade, como se a natureza de cada atividade tivesse um fim nela mesma, tal como há nas máquinas, então tudo o que é feito será destituído de sentido, o que descaracterizaria a continuidade produtiva do ciclo econômico, o que caracteriza maquinismo, ou liberdade servida para o nada.

5.1) Não é à toa que as sociedades cristãs eram sociedades essencialmente agrárias - se a agricultura é a fonte das riquezas, já que lida com a terra, então as indústrias e o comércio devem se pautar pelo ciclo natural das coisas, ditado pela agricultura. Além disso, o ciclo natural das coisas também leva a um poderoso ciclo de capitalização moral, fundada no fato de se viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deis. 

5.2) Se agíssemos dessa forma, o ciclo natural das coisas terá continuidade, mesmo em períodos de entressafra, o que gera juros continuados, juros sobre juros, criando um poderoso processo de capitalização natural, dado que é produção continuada, qualificada por força do fato de que indústria e comércio são desdobramentos da agricultura. É dentro deste fundamento que a riqueza cresce exponencialmente e acaba servindo de base para a caridade sistemática, própria do distributivismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de setembro de 2016 (data da postagem original).

Comentários complementares:

Arthur Rizzi: O texto quanto ao ciclo das coisas é bem interessante, pois de fato uma das causas da inflação no Brasil na década de 60 foi o crescimento acelerado da indústria, que pôs muita pressão sobre a agricultura, fazendo com que a demanda por alimentos crescesse mais rápido que a oferta. O PAEG teve em parte a correção disso como meta.

Notas sobre direitos autorais num contexto de distributivismo

1) Se eu morrer sem deixar herdeiros, os filhos do meu irmão, meus sobrinhos que ainda não nasceram, serão os administradores do meu legado, que é o legado da família Dettmann à comunidade dos que tomam o Brasil como se fosse um lar em Cristo com base na pátria do Céu, coisa essa que decorre de Ourique.

2) Para que eles não fiquem censurando criação alheia decorrente do meu trabalho, por força dos direitos autorais, eu deixarei minha obra livre de direitos autorais. A única condição que faço é que mantenham minha família em memória de tudo aquilo que fiz - por isso que as doações devem direcionadas a eles, em função da honra que me será devida a tudo o que fiz de bom pelo Brasil.

3) O verdadeiro direito autoral deve se fundar na democracia dos mortos. Todos os que foram beneficiados pelo meu trabalho devem, por gratidão e por dever moral, fazer doações de modo a manter minha família, caso eu parta desta pra melhor. Se eu fiz algo de bom, então eu tenho o direito ao pão nosso de cada dia - como eles honrarão a nobreza deste legado, eles merecem o mesmo, se viverem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus. Assim, não haveria o que ocorre nas outras famílias - estas se valem do fato de que houve um gênio da família e ficam parasitando o trabalho dele de modo a querer lucrar mais - e isso edifica liberdade para o nada. Não é à toa que sou contra este modelo de direitos autorais, pois mercantiliza o produto cultural, fora que destrói a cultura de democracia dos mortos, base de toda tradição e de todo distributivismo.

4) Pelo menos, é como venho pensando acerca dessa questão.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2016.

O charlatanismo começa quando se promete exclusivismo sistemático

1) Quando ficam fazendo publicidade por aí dizendo que o sujeito tem um método exclusivo, patenteado, para se aprender latim, grego ou diabo a quatro, pode ter certeza que o sujeito é um charlatão.

2) O aluno deve ser tratado como um sujeito - e cada sujeito têm necessidades especiais de aprendizado. Alguns querem aprender inglês para efeito de tradução, ao passo que outros querem aprender inglês para poder tomar os países de língua inglesa como se fossem seu lar mais facilmente. Por isso mesmo, turmas heterogêneas nunca dão certo, pois a tendência é o rebaixamento da qualidade do ensino - por isso que larguei o curso de inglês do São Bento, aqui no Rio de Janeiro.

3) Eu sou pelo método que funciona. Se funcionou comigo, é provável que este possa funcionar com outro, cujo perfil é semelhante ao meu. Por isso que prefiro lidar com indivíduos e não com turmas inteiras.

4) Quando escrevo sobre nacionismo, sobre o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, eu vou mandando artigos escritos por mim em função daquilo que é do interesse da pessoa, pois abordo a mesma questão por diferentes ângulos - e há ângulos em que não sou capaz de abordar, seja por falta de tempo, seja porque não tive a inspiração necessária para explicar isso a fundo, de maneira clara, objetiva. Enfim, vai chegar um dia em que outros abordarão o que escrevi por outras veredas - e nem por isso vou vê-los como competidores, mas como colaboradores do meu trabalho.

5) Não tenho site exclusivo, embora eu tenha um blog (que é onde fica o repertório do meu trabalho). Todo o meu trabalho é feito na rede social de maneira aberta e sou mantido por doações. Os mais generosos costumam agendar 12 pagamentos automáticos no valor que acharem justo na minha conta bancária - se todos fizessem isso, eu iria ficar muito, mas muito satisfeito.

6) Se as pessoas vissem essas coisas, não seriam enganadas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2016.