1) Uma das maiores falácias que há na Constituição é a questão da autonomia do ensino universitário, num contexto em que não há a aliança do altar com o trono, tal como se dá ao longo destes 126 anos de república no Brasil.
2) A atual Constituição Republicana declara de maneira estatutária a autonomia do ensino universitário. No entanto, recusa-se a reger seu povo com base na Lei Natural, coisa que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus. Só por conta disso, a autonomia universitária, declarada nesta folha de papel, é meramente ilusória, pois se funda em sabedoria humana dissociada da divina. E por conta disso, inconstitucional, por estar fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Eis a questão prática.
3) Além disso, existe uma outra questão: se a ordem do país está de costas para Deus, então a autonomia universitária se confundirá com o neutralismo e com o indiferentismo para com a verdade, pois pressuporá que todos tenham o direito de pregarem a verdade que quiserem, uma vez que estão amparados no falso princípio da liberdade de opinião e expressão, nos termos do Artigo 5º da referida Constituição. E se todos têm o direito de pregar a verdade que quiserem, até mesmo o comunismo, então a constituição consagrou a pseudociência entre nós, uma vez que não existe verdade nenhuma, mas ideologias que se concorrem de tal modo a conquistarem o poder. Resumindo, o caos é o progresso e a ordem de tudo, já que autonomia e neutralismo viraram sinônimos. E o relativismo moral é a nossa realidade - e isso é muito triste.
4) A verdade é que as universidades governamentais são tão privadas quanto uma instituição qualquer, dada a natureza tecnicista do ensino - a diferença é que são voltadas para o fomento do funcionalismo público, o que alimenta a cultura do estatismo.
5) O que qualifica as instituições governamentais como "públicas", da forma como a conhecemos hoje, está na natureza de seu ownership - as universidades governamentais são sustentadas com o dinheiro dos nossos impostos, pois somos forçados a pagar por instituições que não dão retorno algum - e mais: servem para destruir os valores da pátria. Elas são armas de destruição, pois servem a toda uma ordem que toma o país como se fosse uma religião totalitária de Estado, coisa que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. As universidades mantidas pelo governo só servem para preencher os cargos da máquina estatal - por isso, elas são ruins desde a concepção, quando a Universidade do Brasil, a primeira do gênero, foi criada, em 1922.
5) O malefício das universidades governamentais, tal como a conhecemos hoje, é proporcional ao malefício que a República nos trouxe, pois são acessórios que seguem a sorte do principal, própria desse regime revolucionário - e todas elas seguem a lógica de uma biruta de aeroporto.
6) A questão da universidade pública só será resolvida a partir do momento em que se restaurar o verdadeiro sentido pelo qual o pais deve ser tomado: como um lar e não como se fosse religião totalitária de Estado. E isso pede aliança do altar com o trono - e nesse sentido, as universidades públicas só terão a verdadeira autonomia no ensino quando estiverem em conformidade com o Todo que vem de Deus e mantidas pela Santa Madre Igreja Católica, pois Cristo é a verdade - e a autonomia universitária se funda na liberdade se ensinar aquilo que é fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, razão de ser de todas coisas.
7) A secularização das universidades públicas é algo extremamente nefasto - o maior exemplo disso é a secularização das PUC's. Como elas foram rebaixadas a serem universidades privadas, elas estão direcionadas a fazer coisas que são fora da sua verdadeira finalidade, da sua verdadeira alçada. Como nós sabemos que há comunistas infiltrados na Igreja Católica, então as PUC's, por serem acessórios daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, padecerão das ações do comunismo, pois elas são realmente as únicas universidades públicas no sentido naturalístico do termo, pois todas as outras, por serem técnicas, são privadas, até mesmo as governamentais.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 8 de junho de 2015 (data da postagem original).