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sábado, 23 de dezembro de 2017

Comentários de Marcelo Dantas sobre o que é a Polônia (tal como foi exibida no programa O mundo visto pelos brasileiros)

1) A civilização polonesa foi construída por grandes homens públicos e religiosos. No programa que acaba de passar na rede Bandeirantes dá para se ter uma idéia disso.

2) Nas cidades destruídas nas duas grandes guerras do século XX ocorreu uma reconstrução típica do Leste Europeu. Uma brasileira que reside numa cidade de nome difícil de ser pronunciado notou isto:
a avenida mais bela da cidade foi completamente destruída pelos nazistas e, quando foi reconstruída, usaram uma pintura que retrata a avenida como modelo arquitetônico, que foi minuciosamente copiada; numa avenida lindíssima, próxima à residente brasileira e à equipe de reportagem, eram vendidas réplicas dessa linda obra onde pôde se fazer uma comparação. Sensacional!

3) O polonês gosta muito de flores e de tudo o que remete à natureza. Nos bairros existem flores em diversos lugares, onde a beleza das cores paira. A população reconstruiu um parque destruído na segunda guerra em menos de dez anos exatamente como ele era no passado. Em todos os domingos de verão nesse parque ocorrem apresentações de obras do compositor e pianista polonês Frédéric Chopin. Na residência onde viveu Chopin, a prefeitura da cidade instalou um banco público com um dispositivo eletrônico onde qualquer pessoa pode escolher as músicas do compositor e ouvir de graça, ali, na rua.

4.1) Visitaram uma Igreja Católica muito bela que possui um estátua de São João Paulo ll no seu interior. A brasileira diz que o polonês tem um orgulho enorme dele. A moça, como toda a brasileira comum, disse algo dentro dessa Igreja:
- Aqui na Polônia as pessoas são muito religiosas e tudo o que eles fazem é de acordo com os mandamentos da religião. Morar junto com outra pessoa, por exemplo, não é bem aceito pelas famílias, pois essas pessoas são tidas como pecadoras (encerrou com uma risada sarcástica).

4.2) O que ela tira sarro é do trunfo polonês que fez aquela civilização ter uma capacidade de resistir ao colapso como pouquíssimas na história da humanidade.

5) Outro brasileiro, que é bailarino num centro de danças folclóricas, afirmou que na Polônia o enredo musical e folclórico é fundado todo na música clássica.

6.1) Um terceiro brasileiro mostrou algumas construções tidas como essenciais para o Estado e para o povo polonês: construções e ruínas com marcas das guerras e das décadas de domínio soviético. Todas limpas, organizadas e com placas mostrando sua história.

6.2) Essas construções dividem espaço com prédios lindos de arquitetura tradicional ou moderna. Para o polonês, a sua história é algo de valor incalculável e que todas as gerações devem compartilhá-la.

6.3) Os poloneses, quando pensam em se reerguer, colocam a Deus e as pessoas no centro das medidas e o fator econômico vira uma conseqüência equilibrada. Pelo pouco que observei, é a civilização mais equilibrada do mundo.

7.1) Estas palavras resumem à Polônia: Deus, Amor, Igreja, Família, Respeito, Liberdade, Natureza, Cuidado, Beleza, Força, Honestidade e Coragem. Parece um país saído das obras dos Doutores da Igreja.

7.2) A Polônia é a jóia católica no mundo moderno e a nação mais importante do Ocidente. Um exemplo de povo e país. É mais fácil os dominadores do mundo derrubarem os EUA do que o povo polonês.

Marcelo Dantas (https://www.facebook.com/marcelo.dantas.961/posts/930137720444700)

Facebook, 23 de dezembro de 2017.

Goodbye american music (welcome polish music)

1) A Polônia é tão abençoada que até a música pop deles é melhor do que a americana (que no momento está uma porcaria).

2) Hoje meu pai, só de brincadeira, botou música polonesa para eu ouvir. A princípio, eu não havia compreendido. Quando papai colocou a letra da música, foi aí que compreendi que estava escrita em polonês.

3.1) Vou usar essas músicas da Polônia que encontro no youtube para praticar o idioma, tal como muitos fazem com inglês.

3.2) Ao contrário da televisão, que impõe uma programação inadequada às minhas necessidades, no youtube eu posso ouvir o que quero e quando eu quero. Como estou aprendendo a tomar a Polônia como um lar em Cristo, então assimilarei não só a língua como também a música.

3.2) Eu tenho uma relação quase física com a Polônia porque isso não me foi imposto pelo mundo tal como aconteceu com o inglês, mas incentivado. Meu pároco ofereceu o ensino da língua dele a toda a paróquia e eu aproveitei a oportunidade.

3.3) Não é à toa que hoje defendo liberdade de ensino, sem a necessidade de um MEC da vida ficar controlando minha vida ou a vida dos meus filhos (que ainda não nasceram, mas que eu os amo assim mesmo. A única coisa que falta é uma mulher que seja digna de ser chamada de mãe dos meus filhos, a ponto de merecer o meu mais sincero amor de minha parte).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2017.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Notas sobre os três tipos de eu, como construtor de pontes (ego pontifex)

1) Eis algo que me chamou a atenção: a questão do ego pontifex apontada na psicologia clínica do Szondi e que foi citada pelo professor Olavo de Carvalho.

2) Essa questão do eu como construtor de pontes pode ser explicada com base neste dizer de São Paulo: "Não sou eu mais que vivo para mim, pois é Cristo que vive em mim". Se Deus opera todas as coisas em todos, então existem três espécies de pontes: a ponte do vigário (pontifex maximus), a ponte do vassalo (que é a ponte régia) e a ponte do cristão comum que toma o país como um lar em Cristo (pontifex minimus).

3) Em todas as três pontes, o Cristo que está na pessoa por meio da Santa Eucaristia faz um determinado trabalho de tal modo que essa ponte ligue até o outro que deve ser descoberto, ainda que este não tenha nascido (afinal, o momento anterior da concepção indica uma ponte encoberta, prestes a ser revelada de modo a servir a Ele em terras distantes, segundo os planos de Deus).

4) Essas pontes se cruzam de modo a formarem uma rede sobre a qual as almas dos homens são pescadas de tal modo que o plano da salvação seja posto em prática, na conformidade com o Todo que vem de Deus. E este é o verdadeiro sentido da vida, quando se toma o país como um lar em Cristo - se meu eu não for uma ponte, não haverá solidariedade, pois o eu-nacional não constituirá nós-nacionais, onde eu é distribuído ao outro como um exemplo de virtude e santidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.

Olavo de Carvalho - Notas sobre perfeição e o sentido da vida

"A perfeição a que me refiro tem menos a ver com as virtudes morais ou teologais do que com a integração da psique em torno de um núcleo de autoconsciência. Duas noções que absorvi da psicologia clínica ajudam a esclarecer isso. Uma é o ego pontifex tal como descrito por L. Szondi: o ego como “construtor de pontes”, articulador das várias dimensões e tensões da psique. Szondi divide essas dimensões em: (1) hereditariedade e pulsões elementares; (2) ambiente social; (3) ambiente cultural; (4) espírito. As pulsões dividem-se em: (1) sexo; (2) carga e descarga de energia; (3) pulsão do ego; (4) contato social, cada uma subdividida num vetor positivo e num negativo. Ele compara o conjunto a um palco giratório cujo eixo é o ego. Este escolhe, a cada momento, a dimensão em que vai atuar (cognitivamente ou comportamentalmente), bem como as pulsões que vai liberar ou frear. A perfeição de que falo é a força integradora do ego, que tudo absorve e rege na máxima medida possível.

A isso se associava estreitamente a noção do “sentido da vida” tal como exposta por Victor Frankl: o apelo do espírito que unifica a psique através do ego.

A essas duas noções articulei a técnica da confissão permanente tal como aprendi em Sto. Agostinho. A filosofia tornava-se, assim considerada, a luta pela consciência e pela vida consciente, contra as forças anárquicas e obscuras de dentro (pulsões) e de fora (ambiente cultural e social). Uma versão modernizada e mais “técnica” da interminável luta socrática pela ordem da alma, que é a vocação inicial e primordial da filosofia. Remover tudo isso para o campo especializado da psicologia clínica e da "auto-ajuda", limitando a filosofia a "argumentos abstratos" e "estudo de textos", é talvez o maior crime que já se fez contra a filosofia desde o assassinato de Sócrates."

-- Olavo de Carvalho

Fonte: https://www.facebook.com/nicolas.candiotipiocoppi/posts/1507230826011559

Se devemos ter idéias de náufragos, então que seja tendo por fundamento a missão que recebemos em Ourique

1.1) Quando uma nação como a Espanha vai aos mares em busca de si mesma, a conseqüência mais funesta é haver um risco maior de naufrágio.

1.2) Se fosse como Portugal, que foi aos mares servindo a Cristo em terras distantes, a vítima de naufrágio terminaria derramando seu sangue ou se afogando por Cristo, a tal ponto que se tornaria um mártir, por morrer por uma causa santa, que faz o país ser tomado n'Ele, por Ele e para Ele.

2.2) A vã cobiça - fundada numa pretensa vã glória que faz o país ser tomado como se fosse religião, em que o rei tende a se tornar corpo temporal e espiritual da nação, rompendo com a idéia da vassalagem que deve ser dada a Cristo, o autor da soberania, por ser o Rei dos Reis - se converte numa luta pela sobrevivência, dado que o mar e a terra que eventualmente abriga o náufrago se tornam um vale de lágrimas, um lugar de sobrevivência, onde os eleitos tendem a valer mais que os condenados. E na sobrevivência o homem se torna lobo de seu próprio próprio semelhante.

3.1) Por essa razão as idéias dos náufragos devem ser pautadas na missão de servir a Cristo em terras distantes e não amor de si até o desprezo de Deus.

3.2) Quando o náufrago sobrevive, Deus deve ser louvado. E a terra que eventualmente abriga os náufragos deve ser tomada como um lar e depois comunicada à terra-mãe de modo a ser tomada como província.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017 (data da postagem original).

Ao contrário do que o mundo pensa, em ciências humanas há também experimentação

1) Assim como nas ciências da natureza há a experimentação de modo a se descobrir leis da física, da química ou mesmo da biologia, nas ciências humanas nós também temos experimentação: ao lermos um livro, nós anotamos as principais idéias de um autor e nós colocamos em contraste com as idéias de um outro autor - ou de outras obras de um mesmo autor, caso haja um fundado de receio de que ele esteja se contradizendo.

2.1) Como já falei, é na escrita que se faz o debate atemporal de uma idéia de modo a se chegar à verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que as idéias são um movimento da alma para a verdade - por isso, o caráter é atemporal. 

2.2.1) O debate fundado no tempo tem natureza política, pois as idéias tem consqüências práticas, de modo a se tomar o poder - nela o combate não se dá no campo das pessoas, pois são pessoas que fazem política e não as idéias. 

2.2.2) Quando se há um fundado receio de que o escritor está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, então ele precisa ser desmascarado logo antes que ele edifique má consciência sistemática, que é o verdadeiro jardins das aflições em que as pessoas trocam o senso de tomar o país como um lar em Cristo por tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.

Notas sobre um projeto de investigação que pretendo fazer depois


1) Uma coisa que pretendo fazer no futuro é um estudo cuidadoso de modo a fazer um diálogo da obra de Ortega y Gasset com a obra de Abraham Maslow, à luz da teoria dos círculos concêntricos.



2) Sinto que alguma coisa interessante pode sair desse estudo, se juntarmos um insight aqui e outro ali. Como diz São Paulo Apóstolo, devemos experimentar de tudo e ficar com o que é conveniente e sensato.



3.1) É por essas razões que prefiro trabalhar com obras, com textos escritos.



3.2) É na escrita que a voz atinge um caráter eterno, pois as gerações futuras poderão ouvir a voz que clama no deserto, anunciando a verdade - a mesma voz que os seus antecessores não ouviram, por conta de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade.



José Octavio Dettmann



Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.