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domingo, 12 de junho de 2016

Toda relação de crédito e débito é uma relação de confiança

1) Toda relação pessoal é uma relação de crédito e débito. Se o preço é 30 reais e 50 foram dados, o crédito será de 20 reais ao consumidor, no próximo serviço a ser feito.

2) Quando dou 50 eu, dou a liberdade de ele produzir mais dentro do limite de R$ 50 e ainda posso completar o custo, quando o meu crédito estiver abaixo do custo. 

3) A relação de crédito e débito é uma relação pessoal - e toda relação pessoal leva a um distributivismo.

4) O fato de haver troco indica que a relação é meramente impessoal. 

Notas sobre o verdadeiro liberalismo e a doutrina do preço justo

1) Numa economia liberal, o consumidor vê no prestador de serviço a figura de Cristo. Quando o prestador presta o seu serviço, o consumidor dá aquilo que é justo.

2) Para se apurar o preço justo a ser pago ao prestador de serviço, o consumidor há que levar em conta o trabalho que este teve para preparar algo de qualidade para ele: a obtenção da matérias-primas e das ferramentas, o tempo dispendido no trabalho, a dedicação e a atenção dispensada de modo a ter a necessidade atendida. São critérios objetivos, mas o valor a ser dado deve ser feito com generosidade, pois o prestador deve ser visto tal como Cristo fazia seu ofício de carpinteiro.

3) Cito como exemplo o fato de algo custar R$ 30. Se o serviço foi feito com qualidade e generosidade, é perfeitamente justo dar R$ 50,00 ou R$ 100,00 - a tal ponto que o valor dado a mais antecipa um eventual pedido futuro, a ser acordado posteriormente por essa mesma pessoa. Pois prestação de serviço, no sentido cristão do termo, implica o prestador tratar o consumidor como este trataria o Cristo, assim como o consumidor ver o prestador na figura de Cristo exercendo seu ofício, a carpintaria, atividade que exerceu antes da missão evangelizadora. É uma relação bilateral e leva a uma assistência mútua - eis a lógica da guilda.

4) A economia liberal pressupõe liberalidade, pois não há liberdade sem caridade, sem tratar o próximo como um irmão.

5) A economia contratual, fundada no comércio, pressupõe que A e B sejam estranhos, havendo a possibilidade de haver conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. E isso atende a uma visão de mundo protestante - e isso é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, pois economia interessada leva à insinceridade. E insinceridade leva a servir a uma liberdade voltada para o nada, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. E esse liberalismo é pervertido - é na verdade libertarismo, pois nega a fraternidade universal, coisa essa que vem do Cristo.

sábado, 11 de junho de 2016

Comentários sobre a ética procedimental pseikone

1) Antes de me tornar católico, eu acreditava em algo que era chamado de "procedimento" na Pseikörder: se for para conversar comigo, é preciso que se tenha uma conduta honrosa e leal para comigo. Uma das características desse procedimento, dessa solenidade de receber um irmão na conformidade com o Todo que vem de Deus, é estudar as coisas antes de falar. 

2) Pela minha experiência, esta antiga regra, em tese, funciona muito bem no mundo real, mas não no virtual. Quem é rico em sabedoria humana dissociada da divina jamais agirá com procedimento - muitos, por insolência, já vão peremptoriamente condenando o que falo, sem estudar o que já escrevi antes. Isso se deve ao fato de que a rede social é um ambiente muito impessoal - nele, adicionar e dispensar contatos virtuais é algo muito arbitrário e isso não é muito bom. Eu detesto o arbítrio, ainda mais vindo de pessoas que odeiam o regime arbitrário do PT. Elas não percebem o arbítrio que praticam na rede social, o arbítrio praticado no dia-a-dia.

3) Esse tipo de insolência é um mal generalizado no facebook. Se agissem assim comigo no plano real, o pau iria quebrar, pois tomo isso como um insulto ao meu esforço e ao trabalho que faço. Eu odeio gente que opina sem estudar antes de falar.

4) Antes da Era da Rede Social, nunca tive a oportunidade de aplicar esta regra do "procedimento", pois as pessoas que conhecia, dentro da minha circunstância, não prezavam o estudo. Eram pessoas bem medíocres - e isso eu dispensava.

A modernidade líqüida nasce do conservantismo da forma, artificialmente sólida

1) Toda forma tem fundamento na verdade.

2) A partir do momento em que a autoridade da Igreja começou a ser atacada, a verdade foi relativizada - e a forma, antes adequada à verdade, passou ser tomada de maneira conveniente e dissociada da verdade, a ponto de gerar um formalismo.

3) O formalismo, esse antigo sólido mantido conveniente e dissociado da verdade, foi carcomido pelos cupins revolucionários, a ponto de se tornar modernidade líqüida.

4) Como o líqüido pode assumir a forma de seu recipiente, então a forma é adequada a satisfazer tudo aquilo que decorre de sabedoria humana e dissociada da divina.

5) O mundo sem forma seria uma completa anarquia, uma revolta contra a razão - se Marx dizia que o que era sólido se desmanchava no ar, então, por via do marxismo cultural, ele precisou de uma forma intermediária, de modo a que isso realmente acontecesse.

Dos caminhos para casar causa nacional à causa universal

1) O que pode fazer uma monarquia católica casar a causa nacional à causa universal - e não em ir busca de si mesma, tal como se deu com a Espanha, após a Reconquista? Existem dois caminhos:

A) Receber um mandato do céu, tal como houve em Ourique.

B) Se não receber mandato do Céu, servir ao povo paz constante e prosperidade completa, de modo a servir a Cristo, através da figura da Igreja, tal como a Suíça faz, ao mandar guardas suíços para proteger o Papa.

2) O segredo para um povo receber mandato do Céu é ser muito pio. Deus vê nesse povo virtudes suficientes e dá a ele uma missão. Se os portugueses não fossem corajosos, a ponto de enfrentarem o mar por Cristo, Ele não daria tal mandato do Céu.

A verdadeira causa monárquica precisa ser necessariamente evangelizadora, salvífica

1) Se é obra de santidade e de caridade combater os hereges, então exterminar quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, a tal ponto de recusar a graça de Deus ou a fraternidade universal que decorre do Cristo, não é Sunday Bloody Sunday, pois o derramamento de sangue terá a mesma finalidade que havia nos tempos do Antigo Testamento: restaurar os valores da Terra de Santa Cruz.

2) O conservantismo insensato é odioso. Ele decorre do orgulho, da vaidade, da soberba. E quando isso se torna estratégico, torna-se malicioso, diabólico.

3) Trazer para a causa monárquica essa gente é repetir o erro do CONS. É fazer um catadão, pois é amadorismo político. Isso é salvacionismo - e não salvação.

4) Para a monarquia voltar, Deus deve ser amado sobre todas as coisas. Ele é a causa da fraternidade universal, pois todas as coisas decorrem d'Ele. Se o monarquismo estiver divorciado desse componente evangelizador, então o Rei terá dois corpos, a ponto de edificar uma Igreja Nacional, herética e fora de Ourique. 

5) Toda monarquia protestante é incapaz de casar a causa nacional à causa universal, coisa da qual a monarquia luso-brasileira é sumo exemplo. Ocorrerá uma redução de horizonte de consciência, a tal ponto que a causa nacional será tomada como se fosse causa universal no lugar da verdadeira causa universal - e tudo o que estiver fora da nação não presta, já que tudo estará no Estado e nada poderá estar fora do Estado que rege a vida da nação. Não é à toa que monarquias protestantes são precursoras do fascismo - por isso mesmo, não servem de exemplo. 

6) Se os povos da Antigüidade, por conta de seu paganismo, tinham essa visão, então isso é um tipo de barbárie. E não podemos confundir barbárie com civilização, pois não é possível edificar nacionidade na desordem.

Notas sobre a constelação nacional

1) Um suserano é um microcosmos do soberano.

2) Se a família comum é um microcosmos da Família Imperial, da monarquia, então o pai de família é um microcosmos do Rei. Se ele se mostrar sábio e influente, haverá gente que voluntariamente servirá a ele, gente que o acompanhará onde quer que este vá, pois será um microcosmos do general. Ou seja, ele é suserano de muitos vassalos - isso é uma prova de que a vida é mesmo feudal e decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se essa cultura de cosmos e microcosmos se tornar viva, isso na prática restaurará o senso de fragmentação política, posto que ela se dará no alto dos céus. Como isso se dá na carne, isso volta a ser realidade. 

4) É da fragmentação política que surge o princípio da subsidiariedade. Como acessório segue a sorte do principal, então aquilo que o conjunto das famílias não puder fazer será feito pelo prefeito local, que é o primeiro cidadão da localidade, um microcosmos do Rei e seu fiel representante. Da mesma forma, aquilo que não puder ser feito pelo conjunto dos municípios será feito pela figura das províncias. E aquilo que não puder ser feito pelo conjunto das províncias será feito pela Coroa, que representa a União das províncias, uma verdadeira federação.

5) Essa configuração política precisará do trabalho de muitos anos de modo a ser construída. E de homens sucedendo uns aos outros.

6) O movimento monárquico não é uma ideologia, tal como estão fazendo. É um movimento evangelizador, um apostolado - se o Crucificado de Ourique não for o centro de todas as coisas, não haverá restauração, pois isso deve se dar na carne até restaurar o senso de fraternidade nacional, que é um microcosmos da fraternidade universal, coisa que decorre de Deus. E isso é nacionismo.