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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Notas sobre a diferença entre amador e amante

1) O amador é aquele que ama fundado na dor. Ele aprende a amar o que faz com base na dor, nos erros decorrentes de sua falta de experiência. 

2) O amador está num vir-a-ser profissional. Quando ele aprende a amar o que faz, tendo por Cristo fundamento, ele faz da sua atividade fundamento para se viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus. Seu trabalho se torna uma profissão de fé e ele exerce o seu ofício de maneira sagrada, de modo a tirar o pão de cada dia. É desse sacrifício sistemático que vai colhendo os frutos do seu trabalho e assim construindo uma ordem fundada naquilo que lhe é próprio, coisa que ele pode legar aos que virão a partir dele, seus filhos.

3) O amante é aquele que ama, mas esse amor não se funda na dor, mas naquilo que é conveniente. Se isso é conveniente e dissociado da verdade, esse amor se torna fugaz, passageiro. E esse amor passageiro leva ao fingimento e à falsidade, coisa leva à traição de tudo o que é mais sagrado.

4) Onde o amor é livre, fundado no fato de se amar o que é conveniente e dissociado da verdade, nós temos concubinato sistemático, coisa que edifica a cultura do divórcio, base para a abolição da família. Se você não tem família, então os bens ficarão sem dono e tudo ficará nas mãos do Estado.

5) Eis a razão pela qual conservantismo e mentalidade revolucionária têm o seu ponto de contato.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 2015 (data da postagem original).

É no encontro entre autor e leitor que vemos se eles amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento

Um colega me faz esta pegunta:

_ José, você disse que quando o número de pessoas for grande o bastante, de modo a formar uma comunidade, você pública um livro.  Pode discorrer sobre a origem dessa idéia? Eu sou um escritor iniciante e achei isso interessante.

Eu respondo:

1) A razão pela qual digo isso é que a relação entre o escritor e o leitor se dá num encontro e não numa sujeição, tal como se dá no mercado. Eu me baseio na fala do professor Rodrigo Gurgel​.

2) No encontro, aí é que vemos se o leitor e o escritor amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, coisa que é crucial para a formação da sociedade política, fundada no fato de que devemos tomar o país como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado da República, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele.

3) Estou na vida online desde 2007. E depois de eliminar muitos conservantistas e compreender o que é o conservadorismo de verdade, eu tratei de me aproximar somente de todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. E isso é bem lento: começa com um, depois esse um te indica para mais um e assim sucessivamente. Quando o grupo for razoavelmente grande, depois de muito trabalho acumulado, vale muito à pena sistematizar suas idéias e apresentá-las na forma de livro. E aí isso atrai mais gente e aí você vai lançando mais edições, conforme a demanda vai crescendo.

4) Eu não faço isso focado no dinheiro - eu faço isso focado num apostolado que faço. Quando você faz bem o seu trabalho, as pessoas te remuneram livremente - e tendem a te pagar mais por conta do que você faz, pois a atividade de escrever é um serviço e não um comércio. Digo isso porque o serviço atende pessoas e isso acaba agregando pessoas em torno de você, enquanto o comércio é algo mais impessoal, pois envolve troca de mercadoria, já que é o Deus do dinheiro que está sendo amado aí.

5) Dentro do meu ramo, é assim como se deve fazer. Como cientista social, essa foi a forma que encontrei para crescer. Você precisa empreender, de modo a ganhar leitores. E a rede social é a esfera pública perfeita para isso, pois o seu ir e vir está na escrita - e são poucos os que têm consciência disso.

domingo, 27 de dezembro de 2015

O que virá para 2016?

1) 2014: 689 artigos escritos

2) 2015: 715 e contando

3) O que virá para 2016? Mais artigos! E dos sérios, mais gente séria me virá.  Isso é capitalização moral, no sentido verdadeiro do termo.

4) Acho um pecado lançar um livro, fazer um grande esforço de modo a semear consciência na pátria, só para vê-lo encalhado nas prateleiras das livrarias. Os que me pedem para lançar um livro logo se esquecem de que há um apostolado por trás do trabalho que faço - se a Igreja foi crescendo ao semear a verdade no coração de cada homem, então esse é o melhor trabalho a ser feito. Quando o número de pessoas for muito grande, a ponto de forma uma comunidade, aí lanço o livro.

A independência é uma ilusão

"Ser independente é depender de todo mundo" (Paulão de Carvalho, citado por Ítalo Lorenzon)

1.1 ) A verdade é que não existe homem independente: se ele existisse, este moraria longe da civilização. E quem se isola fica necessariamente à margem da Lei Eterna, pois o próprio Deus feito homem nos mandou amarmos e perdoarmos uns aos outros. 

1.2) O que temos, na verdade, é interdependência; este é o fundamento pelo qual se rege a vida em sociedade, pois a atividade de um completa o trabalho do outro - e com isso nos sentimos mais fortes, quando estamos diante de todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) Eu posso dizer essas coisas por experiência própria: eu dependo cada vez mais dos meus leitores e menos dos meus pais. E é por confiarem no meu trabalho que, escrevendo, vou escrevendo minha própria história, tal como um tecelão que, tecendo, vai tecendo os rumos de sua própria história.

Crônica sobre o Estado da atual guerra civil que assola o País

1) A respeito da guerra política entre o Cunha e a Dilma, isso me lembra aquela afirmação dita pelo Taylor, em seus Princípios de Administração Científica: de que o indivíduo talentoso será substituído por um sistema de homens medíocres. A maior prova disso é que trocamos a monarquia pela República. Posso citar como exemplo a nossa crise atual:

2) Cunha é uma águia, cobra criada que se fez a partir da mais pura ambição pessoal, "qualidade" esta que deu base a este regime - de longe, ele é o político mais inteligente que já vi na minha vida - e estou de certo de que não haverá nenhum outro igual nem daqui a 30 anos. Do outro, o Foro de São Paulo, esse sistema organizado de dominação continental, que é comandado por um boçal que eleva a ignorância ao nível de status quo e que fez de uma mulher medíocre e sem caráter sua sucessora na Presidência da República.

3) Os tentáculos do Foro de São Paulo estão espalhados em todo tipo de instituição, incluindo Procuradoria-Geral da República, Advocacia Geral da União, 8 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça. Isso sem contar o Senado, comandado por um comparsa aliado, chamado Renan Calheiros.

4) Mesmo com todas as arapucas montadas e com toda a perseguição movida pelo Janot, atual Procurador-Geral da República, e mesmo com a imprensa toda colaborando com os planos do Foro, a única coisa que eles conseguiram foi apreender computadores com provas que complicam ainda mais a vida dos petistas. Mesmo malvisto por toda a população, por conta do sensacionalismo da imprensa, Cunha sobrevive e ainda incomoda os petistas.

5.1) Isso mais parece uma briga de titãs. Independentemente de quem vença, o país como um todo perde, enquanto esse regime nefasto, o republicano, permanecer vivo e enquanto isso for conservado conveniente e dissociado da verdade estabelecida desde Ourique, em 25 de julho de 1139: a aliança do Altar com o Trono, estabelecida pelo próprio Cristo Crucificado diante de nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques.

5.2) A maior prova do bom funcionamento da monarquia está no fato de que um bom reinado de 50 anos, como foi o de D. Pedro II, jamais será substituído por um sistema em que 12 caboclos sucessivos assumem o poder, se acham deuses quando estão lá, fazem toda sorte de falcatrua e arbítrio que puderem fazer e que são substituíveis uns pelos outros a cada 4 ou 5 anos, em respeito às regras do "jogo democrático" - nada mais insincero do que isso. Já estamos há 126 anos nesse sistema de rotação de medíocres e a coisa só tem piorado. Em vez de o país ser tomado como se fosse um lar, com base na pátria do Céu, ele é tomado como se fosse religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele. Desse jeito, o Brasil vira Cuba. Eis o que estamos a ver hoje.

6) Nada de relevante podemos tirar deste cenário, a não ser fazer muitas orações e estudar a realidade da eternidade, coisa que eu e meus poucos contatos fazemos dia-a-dia, no facebook. Isso corre à margem da vida política, mas cedo ou tarde isso virá à tona. Só precisamos de tempo e de  muito trabalho, mas estamos de olho no que ocorre.

Dos fundamentos do lar

1) Para o sociólogo, família é o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo teto. Ele toma os fatos como se fossem coisa, por conta do materialismo histórico e sociológico, edificado com base na liberdade para o nada, já que todos têm a sua verdade - coisa essa preparada pelo que edifica liberdade fora da liberdade em Cristo.

2) Para quem é conforme o Todo que vem de Deus, a família é mais do que isso: ela se funda na autoridade do pai e na santidade da mãe - cada uma dessas pessoas tem uma tarefa específica por conta dos propósitos que Deus fez para cada sexo, no contexto da Igreja Doméstica: o homem trabalha e a mulher mantém o lar.

3) O fundamento do lar está na lealdade, no amor e na reconciliação. Tudo isto faz com que a família seja modelo de comportamento para toda sociedade. E a Família Imperial é o modelo a ser imitado, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, através da figura da Sagrada Família.

Fundamentos filosóficos da diferença entre conservador e conservantista

A respeito disso que fiz, ao definir o conservador como aquele que conserva a dor de Cristo, de modo a ficar em conformidade com o Todo que vem de Deus, um colega me fez esta observação:

_ José, tu chegaste a estudar as técnicas de análise de termos da filosofia grega? Mais especificamente, a divisão e a definição?

_ Não - disse eu a ele.

_ Isso que você faz se encaixa nestas técnicas. E é um hábito de pensamento que a maioria dos brasileiros não possui ou desconhece.

E ele continua:

_  Vou explicar o que é divisão: é uma técnica em que você desmantela os termos, de modo a criar objetos necessários à descrição dos fatos, de modo a ficarem mais claros. Conservador => aquele que conserva a dor de Cristo

_ Vou explicar o que é definição: é um técnica em que você fundamenta todos os significados impostos arbitrariamente sobre os termos. Isso que você faz ao separar conservador e conservantista é um exemplo.

Ao ouvir isso, eu fico admirado com a explicação e digo:

_ Fico feliz em saber disso! Sem saber, estava fazendo algo bom e conforme o Todo que vem de Deus!

E por fim, ele continua:

1) Todo termo tem uma intenção e uma extensão. A primeira, é justamente este volume de significados imputados deliberadamente sobre os mesmos. Já a segunda, é este volume de objetos. Ambas são propriedades indissolúveis dos termos.

2) Há vários tipos de divisões e de definições. É necessário muito bem treiná-las para poder dominar os termos que estão sendo utilizados em debate. Ainda mais no Brasil - onde o caos mental reina em absoluto.