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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dialética branca x dialética negra.

1) Existem dois tipos de dialética: a branca (ou áurea), inspirada em Deus, e a negra, decorrente da sabedoria humana dissociada da divina, da qual o marxismo é o seu produto mais bem acabado. 

2) A dialética inspirada em Deus leva a um método geométrico fundado na conformidade com o Todo. Logo, todas as suas ferramentas de análise serão bons meios para se chegar à verdade, que decorre de Cristo Jesus.

3) A dialética fundada na sabedoria humana dissociada da divina só leva à falsidade, posto que está marcada pelo pecado original. Ela mais confunde do que explica, tal como vemos na torre de Babel.

4) Dessa guerra de dialéticas, dessa guerra de métodos geométricos, a verdade, fundada em Deus, sempre vence o que decorre do mal, fundado na sabedoria humana dissociada da divina.

Mais sobre o verdadeiro método geométrico

1) Uma dobra deve ser pensada em pares: uma idéia deve ser pensada em permanente diálogo com o seu contrário. Exemplo nacionismo (país tomado como um lar) x nacionalismo (país tomado como se fosse religião). Analisado todos os aspectos, a síntese deve se dar em Deus - e ninguém chega a Deus, senão por Jesus, que é o caminho, a verdade e a vida.

2) A síntese, que é o ponto de contato dessas idéias até a verdade, sempre nos apontará para o céu, para a conformidade com o Todo que vem de Deus. Sendo a síntese uma filha da tese e da antítese, cria-se uma relação triangular voltada para o céu.

3) À medida que você vai analisando a realidade a partir de várias dobras, você começa a dissecar questão a partir de triângulos, todos voltados para o céu.

4) Uma trigonometria fundada na análise lógica dessas relações triangulares será desenvolvida, analisando não só os triângulos individualmente, mas também o que decorrerá a partir da integração desses triângulos em uma figura geométrica maior.

5) Isso gera um tipo de geometria que se funda totalmente na verdade e na conformidade com o todo que vem de Deus. Uma análise holística, fundada no fato de se tomar o país como um lar.

A teoria da nacionidade se funda agora em 6 dobras


1) Levando em conta o que a amiga Sara Rozante​ me mostrou, sinto que a teoria da nacionidade não se baseia nas 3 dobras que originalmente apresentei (nacionismo x nacionalismo, salvação x salvacionismo e conservadorismo x conservantismo), mas em 6 dobras (as outras três novas dobras são: socialismo x sociabilidade, comunismo x comunitarismo e direito x legalística, que é como chamo a pseudociência jurídica que é ensinada nas universidades).

2) Quanto mais dobras ou trincas puderem ser feitas, melhor o entendimento que pode ser feito acerca das coisas.

Um recado aos meus leitores


1) Uma das coisas que aprendi, ao longo dos meus estudos, é estar sempre revendo o estado das questões que estou sempre a debater com vocês. Por isso, quando posso, estou organizando e publicando as conversas que tive com os meus contatos a respeito de coisas relevantes.

2) Quando puderem, me encaminhem as conversas relevantes que vocês tiveram com outras pessoas, de modo a que eu possa dar uma olhada (se houver algo que esteja dentro da minha área, manda pra mim). Pode ser que alguma coisa importante esteja sendo discutida e eu devo não estar levando em consideração, por não estar sabendo de algo importante.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Resumo de uma conversa que tive sobre a economia e a ordem das grandes cidades

Eis o resumo de uma conversa que eu tive com o amigo Tiago Barreira sobre a economia e a ordem das grandes cidades:

01) Um dos maiores problemas espirituais de quem vive no país de modo a tomá-lo como um lar em Cristo ocorre justamente no âmbito trabalhista: muitos acabam se submetendo ao jugo de gente gananciosa, que trata os empregados de modo injusto. E é justamente por eles tratarem os empregados de modo injusto que eles, seduzidos pelo socialismo, acabando colaborando no processo de criar sistemas legais que pervertem a lei e à própria justiça, criando um senso de coitadismo. Esse coitadismo nasce de um desejo de vingança contra o capitalista opressor - e isso vai contra a ordem de Deus

02) A verdade é que é mais fácil servir a quem é sério e conhecido do que a um patrão desconhecido. Esse é aí o problema das relações impessoais de emprego - quem é sério e conhecido ama e rejeita as mesmas coisas que você, tendo por Cristo fundamento - e essa integridade foi tão pulverizada que é difícil de se encontrar gente assim por aí. Se o organizador da atividade produtiva agisse como se fosse o Cristo em sua empresa, isso traria mudanças muito importantes 
nas relações de emprego. Nela, empregado pode tornar-se sócio. Eis o cooperativismo, enquanto ramo do comunitarismo econômico.

03) Quando empregados são convertidos em sócios, os poderes decorrentes do controle da coisa, da organização da empresa, são distribuídos a todos os sócios, que passam a ser donos da coisa comum. Isso gera uma relação horizontal de trabalho e isso elimina a necessidade de uma intervenção estatal no âmbito econômico.

04) O grande problema da intervenção econômica está justamente na natureza assimétrica da relação de trabalho - a assimetria cria conflitos de interesse qualificados por uma pretensão de trabalho - e acaba criando uma jurisdição no âmbito trabalhista. Isso é uma espécie de publicização do direito privado.

05) O problema por que estamos passar decorre de uma sociedade cada vez menos cristã, seja no âmbito familiar, seja no âmbito profissional.

06) Ao se pregar um libertarismo, uma liberdade laica, divorciada da tradição cristã, isso deu causa o totalitarismo comunista.O liberalismo do século XIX, decorrente da revolução francesa, que nada tem a ver com o liberalismo, tal como sustentado por Erik von Kuehnelt-Leddin: o da ordem livre fundada na liberdade em Cristo.

07) Grandes cidades tendem a uma maior impessoalidade - são uma ordem anti-natural, tal como foi apontada por Santo Tomás de Aquino

08) As grandes metrópoles decorrem da concentração econômica em território específico. Muito disso decorre da aliança entre governantes e a elite econômica da cidade. As grandes metrópoles são de um certo modo um sintoma de oligarquização do poder.

09) Nossa industrialização forçada concentrou muito o PIB regionalmente. Por isso que não temos cidades médias que se destacam. A economia se concentra nas grandes capitais.

10) Quando se distribui o desenvolvimento econômico por todo o território e se incentiva o desenvolvimento do talento local, o que ocorre é nacionismo.

11) Nacionismo não é protecionismo. O nacionismo preza por uma economia aberta fundada na confiança e na colaboração. Numa ordem fundada na colaboração, o tomador de serviço investiga quem faz um serviço melhor e toma o melhor preço possível - e para ele conseguir um bom acordo comercial, ele precisa saber se relacionar com o seu semelhante - se a pessoa ama e rejeita as mesmas que ele, tendo por Cristo fundamento, bons negócios são feitos, fundados na justiça de Deus e na lei natural, que se dá na carne. 

12) A publicidade, tal como a conhecemos, só faz sentido onde ninguém conhece ninguém, criando-se o risco de que uma mentira dita mil vezes torna-se verdade, forçando-se a necessidade de haver uma justiça consumeristas. Por isso que propaganda boca-a-boca é sempre a melhor solução.

13) Numa economia impessoal, o grande tem os meios econômicos para perverter as leis - e o socialismo é um desses mecanismos. Assim o grande destrói o pequeno.

14) Por isso que prefiro cidades pequenas e médias a metrópoles.Metrópoles são uma maravilha para todos aqueles que defendem o planejamento familiar e a regulamentação de tudo.

15) Nas metrópoles, Os relacionamentos sociais são dados de tal forma que fica impossível a formação de uma associação de grupos, de modo a se fazer resistência a tirania, pois é bem raro encontrar pessoas que amem e rejeitem as mesmas coisas - como se pode fazer associação para se defender o direito de qualquer coisa, o que se semeia é uma diversidade relativista, afastada da verdade de Cristo. Enfim, Um relativismo moral.

16) É necessário reduzir o inchamento e o crescimento desordenado das grandes cidades - é preciso fazer a população dos grandes centros migrar para territórios, de modo a que mais cidades médias possam surgir e progredir - e isso é uma idéia que favorece o sentido de se tomar o país como um lar. Pois havendo menos concentração econômica há mais chance para relações mais pessoais e uma ordem social mais humana, havendo mais liberdade em Cristo.

17) O liberalismo verdadeiro se funda em distribuir liberdade por todo o território, de modo a que o país inteiro seja tomado como um lar.

18) Em uma sociedade verdadeiramente livre, todas a potencialidades humanas se desenvolvem em todos os campos do território. Não faria sentido existir um Nordeste e um Sudeste. O êxodo nordestino não existiria.

19) Nos EUA há grandes cidades, mas o peso delas na economia da nação não é tão grande quanto aqui. Lá, todo o país é desenvolvido; Aqui, toda a economia está centralizada no Centro-Sul. Por isso que temos um país populoso e pouco povoado.

20) No Império, havia senhores de engenho que estimularam a industrialização do lugar. E isso era comum no Nordeste. Se esse processo tivesse continuidade, não haveria favelização aqui. Com a República, o estímulo terminou, Bastou o café-com-leite e temos o que temos. O Rio, por ser a capital da nação que ficava entre o dois grandes centros da política, terminava por ser o fiel da balança dessa relação triangular de poder, que tinha caráter oligárquicos.

21) Quando a economia é toda dirigida, o custo de vida aumenta e as pessoas tendem a ter menos filhos. Além disso, existe toda uma situação de modo a que cada um tenha a sua verdade e nem tenha filhos, ou aborte, ou se divorcie

22) Numa cidade grande, é muito comum encontrarmos famílias com poucos filhos ou com filho único. É o berço da família planejada.

23) Quando você tem uma sociedade antinatural, a família antinatural é aquela que tem menos filhos, e no caso, único.

24) O instinto de maternidade é pervertido e se torna uma obsessão.  Nela, criamos um ambiente de tensão familiar, que leva ao conflito geracional.

25) Isso não só destrói o país demograficamente, como traz implicações morais sérias, pois aumenta a proporção de filhos mimados.
 
Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2015 (data da postagem original)

Gramsci, o mestre da vigarice


1) Antonio Gramsci foi o maior professor de vigarice que o mundo já conheceu. Ele transformou o maquiavelismo numa ciência da patifaria em massa, numa sistematização da mendacidade psicopática, contra a qual nenhuma sociedade conhecida tem defesas e que tem o dom de corromper não um círculo palaciano como o "Príncipe" de Maquiavel, mas países e continentes inteiros.
  
2) A intuição central de Gramsci é simples e certeira: o emprego sistemático da astúcia maligna como método de conquista do poder total é complexo demais para poder ser aplicado por um indivíduo isolado; para colocá-lo em prática é preciso uma organização inteira, um Partido.

 Olavo de Carvalho

Tiago Barreira meditando sobre o nacionismo

Tiago Barreira: 

1) Eis o segundo mandamento de Cristo: amai o próximo como a ti próprio. A esquerda esquece o "como a ti próprio" e o reduz "a amar o próximo", tão-somente.

2) A verdade é que o amor próprio é um amor tão necessário quanto o amor ao próximo. O suicídio por exemplo, de se matar em nome do amor, é um exemplo clássico do romantismo sociopata.

José Octavio Dettmann: Sim, é verdade. Basta ver o exemplo dos "Sofrimentos do Jovem Werther". Muita gente na Europa se matou. E isso inspirou gerações de marxistas, principalmente o próprio Marx.

Tiago Barreira:

1) Ao contrário do que Nietzsche prega, a Igreja nunca combateu o amor-próprio. Apenas o colocou na conformidade com o Todo, conformidade esta fundada no amor de Deus. Eis o amor ágape, fundado na compreensão.

2) Ambos os amores, o amor a si mesmo e o amor ao próximo, estão em conformidade com o Todo que vem de Deus. 

3.1) É falsa a dicotomia entre egoísmo e altruísmo. 

3.2) O vício do egoísmo, o indiferentismo, deriva de se atribuir um amor-próprio maior do que ao próximo.

3.3) O vício do altruísmo, a auto-abnegação, deriva o contrário, de se atribuir maior amor ao próximo do que a si.

3.4) Se a dicotomia é falsa, falsa é também a dicotomia que estes põem entre o interesse privado, egoísta, e interesse público, altruísta.

José Octavio Dettmann: 

1) O liberal geralmente bota o egoísmo e o altruísmo como duas coisas contrárias. Até porque ele tem uma forte tendência ateísta e anarquista. Ele edifica uma liberdade para o nada, sem Deus. Isso leva a uma luta de classes, a um jogo de soma zero, uma guerra permanente.

2) O marxista toma este fato como se fosse coisa, pois ele parte de algo sem Deus, já edificado pelo liberal. E o marxista bota a culpa em Deus porque as coisas "são" dessa forma. O marxista, na verdade, vê algo distorcido e toma isso como se fosse realidade, por conta de sua maldade. É neurose fundada na maldade, como se este tivesse sido possuído por um espírito maligno.

Tiago Barreira:

1) Por isso que a esquerda é a primeira a culpar a corrupção pelo sistema patrimonialista. Culpa-se a ausência de interesse público, e não a ação individual má. Criam a ideia abstrata de Estado impessoal, o que não existe em país nenhum.

2) A idéia de um estado sem interesses particulares, governado tão-somente por uma suposta imparcialidade - que é o interesse público - é tomada como se fosse um imperativo categórico ideal. Enfim, ela é tomada como se fosse uma verdadeira religião.

3) Eis aí porque o PT faz campanha pelo financiamento público de campanha - pois doação privada de campanha, fundada no fato de se tomar o país como um lar, leva os íntegros à conquista do Estado.

4) Eis aí o ponto onde se encaixa a teoria da nacionidade. A base de todo civismo, de todo o amor a tudo o que é público (porque fundado em Deus), está no amor ao privado e ao local, quando estes são tomados como um lar, em Cristo. Como em círculos concêntricos, o amor individual se irradia em objetos ao seu alcance (família, comunidade, paróquia), até alcançar a totalidade da nação.

José Octavio Dettmann: E os círculos concêntricos se expandem e tornam-se secantes, até o ponto em que Deus é recolocado na ordem pública por força da santidade e do exemplo individual sistemático dos que são santos, cujo exemplo se distribui sistematicamente a todos os outros ao longo das gerações, tornando-se um bem coletivo, derivado da cultura de se tomar o país como um lar sistematicamente. Eu estava pensando justamente nisto semana passada.