1.1) Lembro-me do tempo em que jogava Ultima Online, quando fazia um título escriturado de mercadorias no banco - os chamados commodity deeds, títulos esses que eram abençoados pelo banqueiro, que era também o padre da paróquia.
1.2.1) Quando recorria aos serviços da autoridade bancária, bens volumosos e em grande quantidade, cujo transporte era difícil e até perigoso de ser feito pelas estradas do reino, visto que havia monstros e criminosos ao longo do caminho, podiam agora ser mais facilmente transportados por conta dos princípios da portabilidade e cartularidade inerentes aos títulos de crédito, uma vez que esses títulos representavam, de maneira abstrata, a prova concreta de que havia uma quantidade relevante de mercadorias depositadas no armazém da cidade, esperando alguém interessado investir nesses bens acumulados de modo a estabelecer uma atividade econômica organizada na cidade e aprimorar a liberdade de muitos, dando assim uma justa ocupação a tudo o que foi feito até então.
1.2.2) Transportar essas commodities na forma de títulos de crédito, ao portador oferecia mais segurança para mim, durante minha passagem entre uma cidade e outra, já que eu tinha um instrumento mais portátil, mais prático, de modo a transportar cargas volumosas e pesadas, a ponto de estas se tornarem economicamente relevantes, fazendo com que o extravio dessas mesmas cargas constituísse um fato juridicamente relevante, um verdadeiro prejuízo econômico, por conta do alto risco do empreendimento. Por isso, a bênção do padre faz com que eu me santifique através desse trabalho de nodo a atrair novos investidores para a cidade, contribuindo assim para o desenvolvimento da cidade, a ponto de aprimorar a liberdade de muitos - e nesta missão em Cristo fundada, eu me arrisco enquanto mercador e desse trabalho eu não me arrependo, posto que não é pecado.
2.1) Como os produtos ficavam no armazém local da minha cidade de origem, eles acabavam sendo usados no desenvolvimento da economia local, a ponto de gerar uma economia cada vez mais complexa, pois o comprador do título se tornava um novo investidor para a economia da cidade, já que ele iria transformar aquela riqueza acumulada em uma nova atividade econômica organizada - e isso é um mecanismo de protecionismo educador, o que fomentava liberdade concreta, pois o vendedor e comprador cooperavam com o bem comum de toda uma localidade, favorecendo assim o desenvolvimento de toda a Cristandade, a ponto de tornar o mundo mais seguro.
2.2) Afinal, minha cidade ainda controlava os meios de produção de sua própria riqueza sem depender das outras - por isso, ela podia produzir mercadorias em grande quantidade de modo a atrair investidores interessados a ponto de trabalhar nelas de modo a favorecer o desenvolvimento da própria cidade, de uma maneira mais protecionista.
3.1) No mundo atual, os preços altos dos produtos numa loja constituem um verdadeiro gárgula, visto que elas se tornaram catedrais de consumo - e a função dos gárgulas é afastar os que são movidos pelo desejo de consumo irrefreável, do atendimento de suas necessidades desordenadas a qualquer preço. Como essas pessoas só enxergam aparência e tendem a preferir os bens do presente aos bens do futuro, já que são tão gulosos quanto Chronos, então elas não mais voltarão à loja, ao verem os altos preços das coisas e serem incapazes de pechinchar, já que são cheias de si até o desprezo de Deus
3.2) Se você usar um cupom de desconto, que é um seguro abençoado contra a usura do vendedor, que é o gárgula que afasta os maus compradores, então você consegue comprar um produto com preço justo. E o preço justo é o preço que faz com que o consumidor e o vendedor passem a ter uma relação de lealdade um para com o outro, a ponto de o Cristo-príncipe sempre atender as necessidades do Cristo-mendigo, já que as coisas foram muito além das aparências do gárgula, que afugentou os que vinham à loja de uma maneira consumista.
3.3.1) É preciso que enxerguemos as coisas muito além das aparências.
3.3.2) O Paypal disparou uma flecha que um dia vai se voltar contra ela mesma enquanto empresa, visto que ela atua como se fosse uma máfia, pois ela está controlando a emissão desses cupons, a ponto de se tornarem bens escassos. E por conta de fomentar comunismo, ela terminará perdendo credibilidade social quando se trata de fomentar negócios, pois está fomentando comunismo como um instrumento de modo a conseguir monopólio econômico - o que é um crime, além de ser uma busca por uma vantagem contrária à lei natural, em Deus fundada.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2021 (data da postagem original).
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