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quinta-feira, 12 de julho de 2018

Reflexões com base nas minhas memórias de infância

1) Quando a mãe adotiva do meu pai era viva, ela tinha um pé de café.

2) Aqui onde moro, volta e meia eu costumo ver revoadas de jacu.

3) Se tivesse o poder de Cristo de mandar uma oliveira sair de onde está e ir plantar-se no mar, eu mandaria o pé de café que vi na minha época de criança no Murundu ir plantar-se no sítio aqui do lado do meu condomínio no Pechincha, aos meus 37 anos de idade.

4) Os jacus iriam se alimentar dos frutos do pé de café e iriam soltar suas fezes, que mais parecem pé-de-moleque.

5) Se tivesse poder divino, eu iria tirar a máquina que inventaram para processar o cocô do jacu do seu lugar, no Espírito Santo, e traria aqui pra casa. No final, iria ter café jacu à vontade, sem pagar uma fortuna na Confeitaria Colombo.

6.1.1) O problema é que riqueza não se cria a partir de milagre - se fosse assim, a riqueza seria sinal de salvação. 

6.1) Como isso não é possível, já que não sou divino, a solução seria ter um lugarzinho pra plantar café, um viveiro de jacus - com direito à licença do IBAMA para criar a espécie - e comprar a máquina que inventaram no Espírito Santo para processar o cocô do jacu de modo a ter o café beneficiado. Outra saída possível seria comprar a patente da máquina, de modo a fabricá-la eu mesmo, assim que o privilégio temporário passar, contados 20 anos do registro no INPI.

6.2.1) Por essa razão, o jeito é me organizar, pois isso é humanamente possível. Todas estas coisas pedem muito investimento e seriam implementadas não na minha época, mas na época dos meus filhos ou dos meus netos - isso se tiverem um parafuso a menos tanto quanto eu.

6.2.2) No dizer dos nativos norte-americanos, nós não herdamos a terra dos nossos antepassados - o que fazemos é pedi-la emprestada aos nossos filhos de modo a torná-la produtiva. E os juros disso não vêm só em forma de capital financeiro, já que a riqueza não é sinal de salvação - os diários e as memórias escritas que decorrerem das nossas experiências podem ser contados como juros que pagamos aos nossos filhos, quando se tornarem nossos sucessores de tudo aquilo que fizemos.

6.2.3) E é com base nesse legado que eles renovam o empréstimo e aprimoram a estrada criada. Eis a tradição, ligando o passado, o presente e o futuro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de julho de 2018.

Para mim, a empiria tem mais valor do que a ciência contaminada pelo positivismo histórico

Empiria: conjunto de dados ou acontecimentos conhecidos através da experiência, por intermédio das faculdades sensitivas e não por meio de qualquer necessidade lógica ou racional.
1) Enquanto alguns trabalham com obras, com dados documentados, eu trabalho com coisas decorrentes das minhas experiências de leitura, de minha vivência pessoal, bem como de conversas que tive com os contatos no Facebook. Além disso, tendo a aprender por osmose: muitas das postagens que compartilho de meus contatos contêm sabedoria, o que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus - e isso é mais importante do que a ciência.

2.1) Quando dizem que eu invento o que escrevo, eu confesso que fico bastante ofendido, uma vez que não crio a partir do nada.

2.2) Eu não inventei o termo "nacionidade", assim como não inventei o termo "conservantismo" - esses termos eu peguei de livros que tenho e meditei sobre isso. No caso do termo "nacionidade", eu tirei do artigo Para onde vão as nações e o nacionalismo?, de Katherine Verdery, constante no livro Um Mapa da Questão Nacional, publicado pela Editora Contraponto, em 2000; o termo "consevantismo", por sua vez, eu retirei do prefácio que Pedro Calmon escreveu para a obra Da natureza e dos limites do Poder Moderador, publicado pelo Senado Federal, em 1978, por ocasião do centenário de falecimento de Zacharias de Góes e Vasconcellos.

3.1) Se tivesse condições e preparo para ler os documentos, eu certamente faria um trabalho melhor.

3.2) Como moro num país onde é preciso beijar a mão de comunistas de modo a se conseguir uma bolsa, então faço investigação de maneira improvisada, da melhor maneira que posso. Deus me deu uma boa cabeça sobre os ombros - com ela vou fazendo empiria, anotando e coletando experiência. Isso tem mais valor do que essa ciência materialista e positivista que atualmente vigora nas universidades, que castra a literatura e a imaginação das pessoas, impedindo-as de tomarem o país como um lar em Cristo, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de junho de 2018.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Por uma história cristocêntrica

1) Depois de muito estudar sobre Ourique, senti que eu precisava mesmo lançar um olhar sobre o Reinado Social de Cristo-Rei à luz desse. Eis aí uma cristologia que precisaria ser estudada, por conta desses sucessivos milagres ao longo da História. Algo que sempre foi negligenciado pela tal "ciência" da História, materialista e imanente

2) Se há Historia Social, é porque há um juiz dos vivos e dos mortos - e é com base n'Ele que devemos contar essa história.

3) Eis a base da verdadeira História Universal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de julho de 2018.

Comentários:

Augusto Mendes: É um estudo da maior importância. É claro que é possível tentar fazer um vasto panorama, mas acredito que estudos bem circunscritos deveriam ser priorizados.

José Octavio Dettmann: Você tem razão. 

Notas sobre Ourique e o Reinado Social de Cristo-Rei (seguida de uma pequena advertência aos leitores)

1) Em Ourique, Cristo quis um império para Si e por isso mandou os portugueses servirem a Ele em terras distantes. Eis o começo da expansão do Reinado Social de Cristo-Rei, cujas origens remontam à queda do Império Romano e o conseqüente florescimento da civilização européia, quando a Igreja converteu os bárbaros ao Cristianismo.

2.1) Todos os artigos que escrevi acerca de Ourique e da necessidade de restaurar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - bem como sobre ética católica e o espírito do distributivismo - visam à Glória do Santo Nome de Jesus, pois preciosíssimo é o Seu sangue.

2.2) Quem se escandaliza com o que escrevo preza mais o amor de si até o desprezo de Deus. Tanto é verdade que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, a tal ponto que servirá liberdade com fins vazios, relativizando essa verdade - o verbo que se fez carne e que fez em nós, por meio da Santa Eucaristia, santa habitação, a ponto de conservarmos a memória de Sua dor e agirmos de modo a promover Seu reinado social, ligando a Terra ao Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de julho de 2018.

Comentários:

Ricardo Roveran: Esta informação é importante. Qual é a fonte?

José Octavio Dettmann: Eu meditei sobre isso tendo por base postagens do Carlos Nougué a respeito do Reinado Social de Cristo-Rei, somado ao que já meditei a respeito do Milagre de Ourique.

terça-feira, 10 de julho de 2018

A Bondade, A Beleza e O Bem

Há uma perfeição interior e uma exterior. Chamamos Bondade a interior, Beleza a exterior. Por isso, o que é inteiramente Belo e Bom, perfeito, é felicíssimo. Há essa diferença em todas as coisas – nas pedras preciosas, nas plantas, nas árvores, nos animais. A virtude da alma também parece transluzir-se no decoro das palavras, nos gestos, nos atos honestos. A substância sublime dos céus projeta neles uma luz claríssima. Em tudo isso, a perfeição interior produz a exterior. Chamamos a uma, Bondade, a outra, Beleza. Por isso, a Beleza é como uma flor da Bondade, seu alimento, oculta no interior, para atrair os que a admiram.
MARSÍLIO FICINO (1433-1499), “De amore”, quinto discurso, cap. I (trad. minha, concisa).

Ricardo da Costa

Facebook, 9 de julho de 2018.

https://web.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1614178322024890&id=100002982138973

O que acontece quando registramos o motivo determinante de nosso voto num diário? Notas sobre as conseqüências do hábito português de registrar tudo o que se vê ou sente por escrito, considerando o nosso atual contexto político

1) Um exercício que costumo praticar comigo, quando vou votar, é anotar no meu diário os motivos determinantes pelos quais votei num determinado candidato e não em outro. Escrevo isso em um diário e guardo-o de maneira confidencial por um tempo.

2) Só depois de um tempo, em uma análise, é que revelo os motivos determinantes do meu voto. E aí vejo se estou correto ou não em meu julgamento, ainda que seja seja vencido na matéria.

3) Se todos tivessem o hábito de registrar em seus diários os motivos determinantes de seu voto e depois de um certo tempo comentarem com aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento suas impressões, certamente a riqueza do debate seria infinita, a tal ponto que teremos uma informação mais completa acerca das eleições, sem ficar sendo manipulado pelas pesquisas marqueteiras que nos dominam.

4.1) Os portugueses sempre tiveram por hábito registrar o que viam e o que sentiam em seus diários. Se esse hábito fosse estimulado aqui no Brasil, certamente isso tornaria o povo mais politizado, a tal ponto que não pode ser mais enganado, uma vez que estará tomando o país como um lar em Cristo.

4.2) A matriz da cultura é a consciência e a escrita fundamentada revela um horizonte de consciência. Se esses horizontes de consciência forem compartilhados, então a tendência é vermos as coisas com mais inteireza, a ponto de vivermos em conformidade com o Todo que vem de Deus, tal como se deu em Ourique, uma vez que Deus é a medida de todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de julho de 2018.

A República nos Estados Unidos é uma monarquia adaptada às idiossincrasias do americano. Por isso que ela deu certo nesse lugar e fracassou nos outros

1.1) Nos Estados Unidos, os estados são mesofederações, pois fazem aquilo que o conjunto dos municípios não é capaz de fazer. Trata-se do principio da subsidiaridade.

1.2) Exemplo disso é a determinação do juízo competente quando determinado fato relevante para o Direito abrange dois ou mais municípios, uma vez a justiça de primeiro grau, o juízo singular, representa uma autoridade ligada à cidade, ao município, cargo que é destinado aos melhores que moram naquela determinada localidade. E nesse ponto, a determinação da competência acaba se tornando uma justiça de relação, a ponto de conciliar as nobrezas locais e,por extensão, os povos das localidades envolvidas.

1.3) Outro exemplo é a segurança das fronteiras interestaduais. Assim, o crime organizado não atinge caráter nacional e muito menos caráter internacional.

2.1) É por essa razão que os Tribunais de Justiça são pequenos Supremos Tribunais Federais, no sistema americano.

2.2) Se uma determinada questão se torna precedente em um determinado número de estados da Federação, então a causa pode ser conhecida pelo Supremo Tribunal Federal, que é o Tribunal da Federação. Eis a verdadeira repercussão geral.

3.1) A federação brasileira é uma federação falsa, uma vez que ela não se pauta pelo princípio da subsidiaridade.

3.2.1) A justiça de primeiro grau é parte da justiça estadual - ela tende a ser uma justiça assistencialista, fazendo com que o Estado seja tomado como se fosse religião, limitando ainda mais a autonomia dos municípios.

3.2.2) Os juízes não são pessoas que fazem parte da nobreza local, gente nascida na cidade a ponto de tomá-la como um lar em Cristo - são funcionários de carreira que precisam viver na cidade, antes de serem promovidos para a entrância seguinte - e isso leva a uma perda da identidade física do juiz, por conta do carreirismo.

3.2.3) Os critérios de organização judiciária são sempre pautados por razões econômicas - nunca são pautados pela organicidade da cidade, uma vez que o crescimento da mesma leva necessariamente à necessidade de tomá-la como um lar em Cristo com mais intensidade, pois as pessoas, ao verem o progresso, tendem a amar a cidade onde vivem, a ponto de reforçar a solidariedade entre os que nela nasceram.

3.2.4.1) Por conta do princípio da impessoalidade, a organização judiciária cresce em descompasso com o desenvolvimento político-administrativo da cidade, causando uma falha de governo tremenda.

3.2.4.2) Se houvesse monarquia, a carta de franquia, que promove a cidade de vila a município, seria uma concessão dada pelo rei, em reconhecimento ao desenvolvimento da cidade, tal como um pai que dá ao filho que está sujeito à sua proteção e autoridade um prêmio por conta de fazer um trabalho para o bem da família, o que faz da autonomia uma verdadeira pedagogia, uma vez que o senso de tomar o país como um lar pode ser ensinado, distribuído.

3.2.4.3) Se a estrutura do Poder Judiciário é toda centralista, isso naturalmente vai acabar resultando na formação de um STJ, criado não só para desafogar o STF, mas também para unificar e padronizar o entendimento jurisprudencial em matéria nacional, uma vez que a maior parte da competência foi fixada em favor da União, a ponto de concentrar um poder muito grande em suas mãos. E isso faz o Estado ser tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará contra ele ou fora dele.

4.1) A república americana deu certo porque ela é, na verdade, uma monarquia disfarçada - e essa monarquia foi feita observando o caráter do povo local, cansado da tirania inglesa.

4.2) Quando se copia este modelo, adaptado ao amor de si até o desprezo de Deus, ele se torna uma licença de corso, a ponto de se tornar uma tirania, pois este sistema não leva em conta as idiossincrasias do povo local.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro. 10 de julho de 2018 (data da postagem original).